quarta-feira, 31 de março de 2021

O que se passa em Cabo Delgado?

João Melo* | Diário de Notícias | opinião

A pandemia que mantém o mundo quase paralisado há mais de um ano parece ter-nos feito esquecer de que, apesar de tudo, a vida continua, com os seus momentos de normalidade e, por momentos, as suas pequenas alegrias, mas - sobretudo isso - com as suas iniquidades e os seus horrores. Um desses horrores é o conflito em Cabo Delgado, Moçambique.

Confesso: também estou incluído entre aqueles que, sabendo da existência desse conflito num país que nos habituámos a considerar irmão, pouco ou nada sabem quer da sua natureza quer dos seus verdadeiros contornos. O que se julga saber é que o fundamentalismo islâmico estará por detrás do que se passa hoje em Cabo Delgado. É pouco.

Repugna-me observar, neste momento, os jornalistas ocidentais, incluindo portugueses, a acusarem as autoridades moçambicanas por sempre terem olhado com indiferença para os acontecimentos que há mais de três anos começaram a germinar naquela região. A verdade é que, para a imprensa mundial, compreendendo, portanto, não apenas a dos países ocidentais, mas também, por exemplo, a imprensa africana, Cabo Delgado sempre foi apenas uma nota de rodapé.

No caso da imprensa portuguesa, o que espoletou a cobertura unânime e o sinal de alerta a que temos assistido nos últimos dias foi o ataque dos terroristas à cidade de Palma, na semana passada, onde um cidadão português foi gravemente ferido. Isso diz tudo sobre as motivações da imprensa portuguesa em geral.

Moçambique | Nyusi minimiza ataque em Palma: "Não foi maior do que outros"

Uma semana depois do ataque terrorista em Palma, na província de Cabo Delgado, o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, quebrou o silêncio. Analistas exigem ao Governo que peça ajuda externa para combater os insurgentes.

O chefe de Estado moçambicano falou pela primeira vez publicamente sobre o ataque terrorista à vila sede do distrito de Palma, há uma semana. Filipe Nyusi minimizou o sucedido.

"Foi mais um ataque. Não foi maior do que tantos outros que tivemos, mas tem esse impacto por ter sido na periferia dos projetos em curso naquela província", afirmou o estadista esta quarta-feira (31.03) no posto de administrativo da Ponta d'Ouro, onde inaugurava a delegação distrital do Instituto Nacional de Segurança Social (INSS).

O chefe de Estado apelou à calma e serenidade dos moçambicanos, depois do ataque que ceifou a vida de dezenas de pessoas na sede do distrito de Palma. E pediu união para que o país continue no rumo do desenvolvimento.

"Não percamos o foco, não fiquemos atrapalhados. Vamos abordar o inimigo como temos estado a abordar, com alguma contundência, como as Forças de Defesa e Segurança estão a fazer, porque a falta de concentração é o que os nossos inimigos internos e externos querem. Nós temos que nos concentrar, abraçarmo-nos e avançarmos. Temos estado, segundo a segundo, a seguir o trabalho que os jovens no terreno estão a fazer."

Exército moçambicano sem controlo de Palma uma semana após ataque

Forças Armadas de Moçambique admitiram que ainda não retomaram o controlo de Palma, na província de Cabo Delgado, onde um ataque terrorista realizado há uma semana causou dezenas de mortes e milhares de desalojados.

O vice-chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas de Moçambique, Bertolino Jeremias Capitine, disse esta terça-feira (30.03) a um grupo de jornalistas em Afungi, perto de Palma, que soldados de várias especialidades estão a tentar acabar com os pontos de resistência jihadista que ainda persistem na cidade.

O exército está a postos e espera que a população deslocada por causa da violência possa em breve regressar à cidade, disse ainda Capitine.

"Eram centenas, vindos de vários lados da cidade, e tivemos de fugir porque havia apenas mais ou menos 35 soldados no posto militar", relatou um dos militares feridos no ataque, em declarações à Agência Efe.

Feridos e sem transporte, resolveram esconder-se nas florestas de Palma, onde sobreviveram até serem resgatados no sábado pelo exército, contou o mesmo soldado. Foram depois levados para as instalações da companhia petrolífera francesa Total em Afungi, de onde foram transportados para um hospital, embora um civil tenha morrido no voo.

Outro soldado ouvido pela Efe descreveu o ataque como "um massacre". Segundo o militar, foi preciso sair à pressa de um posto de intervenção rápida, onde haviam recebido armas e munições recentemente.

Depois de ter dado prioridade aos quase dois mil trabalhadores e subcontratados do multimilionário Projeto LNG da Total, as equipas de resgate começaram a retirar os habitantes de Palma.

Alemanha prepara-se para restituir Bronzes do Benim?

Há uma mudança no discurso político na Alemanha em relação à restituição de obras de arte roubadas, afirma a historiadora Bénédicte Savoy.

A Cidade do Benim, situada no sudoeste da Nigéria, foi em tempos um centro de comércio próspero. É de lá que vêm os chamados "Bronzes do Benim", que podem ser encontrados nas exposições de muitos museus europeus. São um legado do antigo Reino do Benim.

No final do ano, o recém-criado Fórum Humboldt, em Berlim, deverá exibir alguns deles – mas a exposição reavivou também antigas questões sobre a restituição de obras de arte no contexto do colonialismo.

Hoje em dia, na Cidade do Benim, com 2,5 milhões de habitantes, o bronze continua a ser fundido na velha tradição, tal como há 700 anos. É uma arte que tem passado de geração em geração.

Osarugue Okundaye nasceu na rua Igun, famosa pelos trabalhos de fundição de bronze ali realizados. Aprendeu o ofício com o pai. Mas o facto de as obras dos seus antepassados estarem fora da Nigéria entristece-o profundamente.

"Os bronzes são muito importantes para o nosso povo, porque simbolizam dignidade e realeza. Ansiamos pelo dia em que esses artefactos roubados do palácio do Benim sejam restituídos."

A sua esperança é pouca – ao longo dos anos, foram muitos os governos que prometeram a restituição das peças. Contudo, isso nunca aconteceu, lamenta Okundaye.

"O Governo britânico continua a prometer devolvê-los. Mas não foram capazes de trazê-los de volta. Disseram que alguns destes artefactos são muito frágeis e que seria difícil transportá-los; disseram também que não temos um bom local para os guardar. Essas foram sempre as desculpas usadas."

Vários militares detidos após tentativa de golpe de Estado no Níger

Vários militares foram presos no Níger após uma alegada tentativa de golpe de Estado, esta madrugada, a poucos dias da tomada de posse do novo Presidente, Mohamed Bazoum.

Segundo fonte de segurança, o incidente começou com um tiroteio esta madrugada na capital do Níger, perto do palácio presidencial, numa alegada tentativa de golpe de Estado. 

O tiroteio começou por volta das 03:00 locais e prolongou-se por mais de 15 minutos, disseram residentes de Niamey, mas a calma regressou à cidade depois. 

"Houve detenções entre os poucos elementos do exército que estão por detrás desta tentativa de golpe. Este grupo de soldados não pôde aproximar-se do palácio presidencial quando a Guarda Presidencial voltou a disparar", disse a fonte, acrescentando que a situação estava "sob controlo".

A Embaixada dos EUA em Niamey lançou um alerta de segurança dizendo que seria encerrada na quarta-feira "devido a tiros ouvidos" na zona onde se situa a representação diplomática. "Todo o pessoal é encorajado a ficar em casa até nova ordem", disse a fonte da embaixada.

O falecido presidente da Tanzânia, Magufuli: 'Negação da Ciência' ou Ameaça ao Império?

#Publicado em português do Brasil

Whitney Webb* | TheAltWorld

Embora suas políticas COVID-19 tenham dominado a cobertura da mídia em relação ao seu desaparecimento e morte suspeita, John Magufuli da Tanzânia foi odiado pelas elites ocidentais por muito mais do que sua repreensão aos bloqueios e mandatos de máscara. Em particular, seus esforços para nacionalizar a riqueza mineral do país ameaçaram privar o Ocidente do controle sobre os recursos considerados essenciais para a nova economia verde.

Jeremy Loffredo & Whitney Webb - Há menos de 2 semanas, o vice-presidente da Tanzânia, Samia Suluhu Hassan, deu a  notícia de  que o presidente de seu país, John Pombe Magufuli, morrera de insuficiência cardíaca. O presidente Magufuli foi  descrito como desaparecido  desde o final de fevereiro, com vários partidos antigovernamentais divulgando histórias de que ele adoeceu com COVID-19. Durante a sua presidência, Magufuli desafiou sistematicamente o neocolonialismo na Tanzânia, quer se manifestasse através da exploração dos recursos naturais do seu país por multinacionais predatórias ou da influência do Ocidente sobre o abastecimento alimentar do seu país.

Nos meses que antecederam sua morte, Magufuli se tornou mais conhecido e particularmente demonizado no Ocidente por se opor à autoridade de organizações internacionais como a Organização Mundial da Saúde (OMS) em determinar a resposta de seu governo à crise do COVID-19. No entanto, Magufuli rejeitou muitos dos mesmos interesses e organizações irritados com sua resposta ao COVID durante anos, tendo expulsado testes financiados por Bill Gates de safras geneticamente modificadas e, mais recentemente, irritando algumas das empresas de mineração mais poderosas do Ocidente vinculado ao Fórum Econômico Mundial e aos esforços do Fórum para orientar os rumos da 4ª  revolução industrial.

Na verdade, mais ameaçadora do que suas recentes controvérsias COVID foi a ameaça que Magufuli representou para o controle estrangeiro sobre o maior depósito de níquel pronto para desenvolver do mundo, um metal essencial para baterias de carros elétricos e, portanto, o esforço atual para inaugurar um veículo elétrico autônomo revolução. Por exemplo, apenas um mês antes de desaparecer, Magufuli assinou um acordo para começar a desenvolver aquele depósito de níquel, um depósito que havia sido co-propriedade da Barrick Gold e da Glencore, a gigante de commodities profundamente ligada ao Mossad de Israel, até que Magufuli revogou seu licenças para o projeto em 2018.

Entrando em conflito com os cartéis corporativos e bancários mais poderosos, seguido pelo misterioso início de uma mudança repentina de regime, normalmente receberia uma cobertura considerável da mídia independente anti-imperialista, que recentemente cobriu eventos semelhantes na Bolívia que levaram à remoção de Evo Morales do poder . No entanto, os próprios meios de comunicação que cobriram extensivamente os esforços de mudança de regime apoiados pelo Ocidente durante anos ficaram totalmente silenciosos sobre a morte muito conveniente de Magufuli. Presumivelmente, o silêncio deles está relacionado ao desprezo de Magufuli da ortodoxia narrativa do COVID-19, já que esses mesmos veículos promoveram amplamente a narrativa oficial da pandemia.

No entanto, independentemente de alguém concordar com a resposta de Magufuli ao COVID, sua saída repentina e a nova liderança da Tanzânia é uma derrota para um movimento doméstico amplamente popular que buscou mitigar e reverter a exploração de séculos da Tanzânia pelo Ocidente. Agora, com o longo desaparecimento de Magufuli seguido por sua aparente morte súbita de insuficiência cardíaca, o futuro do país está definido para ser determinado por políticos tanzanianos com laços profundos com as Nações Unidas e o Fórum Econômico Mundial.

Em contraste com Magufuli, que rotineiramente enfrentava corporações predatórias e desígnios imperialistas em seu país, Samia Suhulhu e o político da oposição tanzaniano Tundu Lissu estão prontos para oferecer os recursos de seu país e sua população no altar da elite ocidental 4 ª  revolução industrial.

Bandeiras voadoras para mísseis nucleares

#Publicado em português do Brasil

Brian Cloughley*

Londres está usando seu dinheiro para comprar aeronaves tecnicamente desastrosas e mísseis nucleares inúteis, enquanto incentiva o hasteamento de bandeiras em edifícios públicos.

O Reino Unido está em uma condição péssima, social e economicamente, e assim como outros países, tem uma grande crise em suas mãos, tendo que lutar para conter a epidemia de Covid 19, que causou cerca de 126.000 mortes registradas. Este é o número mais altoper capita no mundo. Com uma população de cerca de 66 milhões, o Reino Unido é o quinto na lista global, com os EUA (população 330 milhões) no primeiro lugar, seguidos pelo Brasil (212 milhões), México (128 milhões) e Índia (1,3 bilhão). Certamente o Reino Unido tem sido enérgico e de fato bem-sucedido em providenciar a vacinação do vírus, mas isso é um exemplo de fechar a porta tarde demais, como testemunhariam parentes e amigos enlutados de 126 mil pessoas mortas. Infelizmente, porém, a tragédia não afetou a campanha do governo para estimular o fervor nacionalista, que convenceu muitos eleitores de que o registro de mortes é culpa de todos, exceto do Reino Unido.

Nesta nova era da “Grã-Bretanha Global”, que gerou exibições doentias e marcadamente imaturas de orgulho nacional artificial, a ênfase do governo está no esforço para despertar e inflamar o entusiasmo patriótico por tantas causas quanto possa imaginar. Tudo isso traz à mente o ditado do escritor, ensaísta e literato inglês Doutor Samuel Johnson que observou há cerca de 250 anos que “o patriotismo é o último refúgio de um canalha” com o qual pretendia criticar os “falsos patriotas” que agiam hipocritamente em prossecução de seus objetivos duvidosos. E seria fascinante saber o que ele pensaria dos vulgares fandangos dos pseudo-patriotas de hoje que parecem estar se reproduzindo rapidamente.

Um dos exemplos mais recentes de patriotismo manufaturado é a decisão do governo de Westminster de fazer com que a bandeira nacional, a Union Jack, seja hasteada em prédios públicos todos os dias, porque isso funcionará como “um lembrete orgulhoso de nossa história e dos laços que nos unem nós ”, afirma um dos muitos ministros do absurdamente denominado“ Departamento do Digital, Cultura, Mídia e Esporte ”. Foi explicado no comunicado de imprensa do departamento que “a bandeira da nossa nação é um símbolo de liberdade, unidade e liberdade que cria um sentimento comum de orgulho cívico”, e que “o Governo também reduziu a burocracia para permitir a bandeira dupla - onde duas bandeiras pode voar em um mastro. Quando as organizações têm dois mastros de bandeira, podem hastear a bandeira da União ao lado de outra. ”

Brasil | A perigosa cartada do desespero

#Publicado em português do Brasil

Bolsonaro sofre nova derrota: fracassou sua tentativa de assumir, por baixo do pano, controle das PMs. Enfraquecido, isolado e impopular, presidente acena para a força bruta. Às vésperas de um 31 de março, é preciso alerta máximo

Gilberto Maringoni* | Outras Palavras |  Imagem: Gabriela Biló

1. A maior ameaça à democracia das últimas horas não partiu da Esplanada dos ministérios com sua frenética dança das cadeiras. O perigo morava nas imediações do Farol da Barra, em Salvador, e do uso que hordas bolsonaristas queriam fazer do delírio suicida do soldado Wesley Soares. Este abriu fogo de fuzil em praça pública na noite de domingo, depois de se paramentar como boina verde de filme da Marvel.

2. Qual era a ideia? A de Soares morreu com ele. A do bolsonarismo era previsível. A inacreditável Bia Kicis, com a habilidade de um capitão de mega cargueiro no canal de Suez, deu o tom. “Morreu porque se recusou a prender trabalhadores. Disse não às ordens ilegais do governador Rui Costa da Bahia. Esse soldado é um herói. Agora a PM da Bahia parou. Chega de cumprir ordem ilegal!”. Era a senha para um motim, logo engrossada pelo siderado Soldado Prisco, ex-PM e atual deputado estadual. Seriam imprevisíveis as repercussões nas forças policiais de outros estados, base fértil do bolsonarismo.

3. Deu tudo errado e o isolamento da crise foi imediato. Dezesseis governadores lançaram nota conjunta e até gente da direita – como Rodrigo Maia – foi para cima da infeliz presidenta da Comissão de Constituição e Justiça. A extrema-direita perdeu. Voltou à carga na tarde de terça-feira, novamente de modo velhaco e mais uma vez sem sucesso. A pretexto de enfrentar “emergências na Saúde”, o líder do PSL na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO) tentou entuchar na pauta de votações o projeto de um “estado de mobilização”. Era uma forma disfarçada de Estado de Defesa, para cuja decretação seria necessária apenas maioria simples no Congresso. Dava à governo federal comando sobre as Políticas Militares. A proposta foi repelida: o projeto não entrará em pauta. Mas a tática está revelada. Um Bolsonaro baixo, sem coragem para o debate público, tentará aprovar pela porta dos fundos projetos que lhe deem condições de constranger a população, os movimentos sociais e as oposições com base em força bruta.

Oposição no Brasil fala de "golpe" após demissão dos chefes das Forças Armadas

Comandantes do Exército, Marinha e Força Aérea saem em solidariedade com o ministro Azevedo e Silva, um general demitido na véspera por Bolsonaro por se recusar a apoiar estado de exceção no país.

m dia depois de ter demitido o ministro da defesa, Jair Bolsonaro busca agora substitutos para os comandantes dos três ramos das Forças Armadas, que saíram em solidariedade com o ministro Azevedo e Silva, um general considerado da "ala moderada".

Azevedo caíra por, entre outras razões, não ter acolhido a ideia de Bolsonaro de decretar estado de sítio no Brasil, que suspende garantias individuais e dá plenos poderes ao presidente.

Brasil | Novo ministro da Defesa defende celebração do golpe de 1964

Em primeira manifestação pública no cargo, general Braga Netto diz que tomada do poder pelas Forças Armadas serviu para "pacificar o país", sem mencionar ditadura e repressão que se seguiram e distorcendo contexto.

O novo ministro da Defesa, Walter Souza Braga Netto, divulgou nesta terça-feira (30/03) uma ordem do dia na qual defende que se compreenda e se celebre o golpe militar de 1964, que instaurou uma ditadura de 21 anos no país. A publicação do texto foi a primeira manifestação pública do general, que assumiu a pasta após Fernando Azevedo e Silva deixar o governo do presidente Jair Bolsonaro no dia anterior.

Sem fazer qualquer menção à ditadura que se instalou após o golpe e à dura repressão ocorrida neste período, onde reinou a censura e perseguição política, Braga Netto afirma no texto que o golpe de 1964 deve ser entendido "a partir do contexto da época".

O documento, no entanto, omite e distorce fatos. Ao alegar que "a Guerra Fria envolveu a América Latina, trazendo ao Brasil um cenário de inseguranças com grave instabilidade política, social e econômica" e que "havia ameaça real à paz e à democracia", Braga Netto ignora as ditaduras, apoiadas ou toleradas pelos Estados Unidos, que se instauram em vários países latino-americanos sob a alegação desta suposta ameaça.

O texto diz ainda que os brasileiros saíram às ruas, apoiados pela imprensa, lideranças políticas e empresariais e pela igreja, o que teria resultado no que ele chamou de "movimento de 31 de março de 1964". Braga Netto alega então que as Forças Armadas teriam supostamente assumido "a responsabilidade de pacificar o país" para "garantir as liberdades democráticas".

O texto pula de 1964 para 1979, ignorando o período entre essas duas datas, e ressalta a aprovação da Lei da Anistia, que teria consolidado um "amplo pacto de pacificação a partir das convergências próprias da democracia".

Braga Netto cita ainda como desafios atuais do país "questões ambientais, ameaças cibernéticas, segurança alimentar e pandemias" e alega que as Forças Armadas estariam "na linha de frente, protegendo a população".

"A Marinha, o Exército e a Força Aérea acompanham as mudanças, conscientes de sua missão constitucional de defender a Pátria, garantir os Poderes constitucionais, e seguros de que a harmonia e o equilíbrio entre esses Poderes preservarão a paz e a estabilidade em nosso país", acrescenta o general.

Portugal | Apostar forte no emprego

Manuel Carvalho Da Silva* | Jornal de Notícias | opinião

Entramos num tempo em que toda a ação política, a definição das opções económicas, das estratégias de investimento, da utilização dos recursos públicos, da capacitação do Estado e da Administração Pública têm de colocar o emprego no centro das atenções e decisões. A quantidade e a qualidade do emprego que vamos ter, por muitos anos, será determinada por escolhas que estão em preparação.

Na atual crise económica, o desemprego não foi - e espera-se que não seja - utilizado como instrumento para a desvalorização salarial. As orientações comunitárias, a intervenção do Banco Central Europeu e, em concreto, as medidas de apoio às empresas e de proteção ao emprego (temerosas) adotadas pelo Governo contiveram a explosão do desemprego e mitigaram sacrifícios de muitos milhares de famílias. Exige-se uma boa gestão destas políticas protecionistas: parte delas continua imprescindível; outras têm de ir sendo ajustadas; e o seu desarmar progressivo terá de ser cuidadoso. O recurso a moratórias era necessário, mas se o processo agora for mal gerido, os seus impactos provocarão graves problemas no setor financeiro e na habitação, tornarão num inferno a vida de centenas de milhares de famílias, matarão muitas empresas.

Portugueses estão satisfeitos com o prolongamento do teletrabalho?

Os dados do estudo revelam que 56% dos inquiridos considera a medida muito positiva para a economia do país, 65% muito positiva para as empresas e 40% muito positivo para a saúde mental dos trabalhadores.

Um estudo divulgado esta quarta-feira pela Fixando revela que 63% dos portugueses estão satisfeitos com o prolongamento do teletrabalho até ao final do ano, uma medida que mereceu a promulgação do Presidente da República

Os dados do estudo revelam que 56% dos inquiridos considera a medida muito positiva para a economia do país, 65% muito positiva para as empresas e 40% muito positivo para a saúde mental dos trabalhadores.

Foi também revelado que 9% da amostra assumiu não estar autorizado a ficar em teletrabalho pela entidade patronal.

Além disso, apenas 5% recebe uma compensação da sua entidade patronal para cobrir os custos associados ao teletrabalho.

O inquérito da Fixando, sublinhe-se, realizou-se entre os dias 25 e 29 de março a 13.660 profissionais e utilizadores da plataforma. 41% da amostra estava em teletrabalho.

Notícias ao Minuto | Imagem: © shutterstock

Leia em Notícias ao Minuto: 

Teletrabalho sem acordo do empregador deve ser alargado ao Estado

Portugal | O papel da luta

A pandemia trouxe problemas de extrema gravidade e serviu de cortina de fumo para o agravamento da precariedade, a destruição de postos de trabalho e a desvalorização daqueles que verdadeiramente produzem riqueza.

Há dias, numa pequena viagem de carro, o motorista do TVDE que apanhei contava-me que na primeira semana de confinamento tinha feito 20 euros. Depois disso, começou a fazer biscates para conseguir pagar contas. Para além do seu próprio caso, contou histórias que vão circulando entre trabalhadores destas plataformas: gente que investiu em carros no início de 2020, gente que faz 14 ou 15 horas e que trabalha pelo valor mais baixo só para poder ganhar qualquer coisa. O trabalho não paga sequer o combustível, mas as plataformas continuam a faturar. Para quem começou neste negócio pela perspetiva do empreendedorismo, a pandemia foi um choque com a realidade do trabalho precário.

Se não fossem estas breves conversas, teria mais dificuldade em conhecer relatos de pessoas que se estão a confrontar com a falta de expectativas no seu trabalho. Alguns amigos ligados à restauração vão desabafando sobre um pessimismo cada vez mais confirmado na impossibilidade de pagar salários (quanto mais receber) apesar de algum apoio do Estado. De resto, talvez por vergonha do julgamento alheio, os testemunhos são tímidos, como se estivessem a viver esta problema sozinhos.

Na verdade, este período isolou muitos de nós e limitou-nos na partilha e na solidariedade, apesar de o impacte da pandemia na economia se ter feito sentir quase de imediato nos setores mais fragilizados e mais precários. Dentro desses setores de atividade, foi necessário combater esse isolamento e procurar uma resposta conjunta para enfrentar aproveitamentos patronais e hesitações políticas.

Pouco depois de se decretar o confinamento obrigatório, em 2020, não tardaram as notícias sobre limitações de direitos laborais, despedimentos e desaparecimento de certos postos de trabalho. As micros, pequenas e médias empresas começaram a acusar a falta de apoio público e os relatos desesperados de pequenos empresários e trabalhadores não podiam mais ser escondidos por detrás de mensagens de otimismo santimonial. O país que não se limitou a confinar e despertava para a necessidade de se manifestar e lutar pelos seus direitos, enquanto os media serviam de caixa de ressonância de «achismo» político, reduzindo a pandemia a uma mera crise de gestão governamental e comunicacional.

Portugal | Extrema-direita e negacionistas da pandemia aproximaram-se

Os serviços de informações destacam na sua análise das ameaças à segurança interna o risco de radicalização violenta de jovens pela extrema-direita através da internet. Em 2020 a criminalidade registou os valores mais baixos de sempre, em grande medida devido à pandemia.

um ano marcado pela pandemia e pelo consequente confinamento, a utilização das plataformas digitais tornaram-se palco preferencial também das organizações criminosas e dos ativistas da extrema-direita.

Na análise que fazem no Relatório de Segurança Interna (RASI), o Serviço de Informações de Segurança (SIS) destaca a aproximação entre grupos de extrema-direita e "movimentos sociais inorgânicos, designadamente os negacionistas da pandemia". As secretas alertam para os "riscos de radicalização violenta online de jovens portugueses, que poderão conduzir nos próximos anos ao agravamento" desta ameaça.

Num ano em que se registou de uma subida de 60% dos crimes de discriminação religiosa e de 30% nos crimes contra o Estado - contrariando uma tendência generalizada da diminuição da criminalidade geral (menos 11%) e da violenta e grave (menos 13,4 %) a extrema-direita continuou a ser alvo de atenção especial das secretas portuguesas.

"Nos extremismos políticos, apesar de a pandemia ter obrigado ao cancelamento de muitas das atividades tradicionais (reuniões, conferencias, concertos), o confinamento imposto aumentou o tempo de exposição da sociedade em geral, e dos jovens em particular, aos meios online e abriu um leque de oportunidades para que os movimentos radicais de extrema-direita disseminassem conteúdos de propaganda e desinformação digital, com vista a aumentar as suas bases de apoio, galvanizar os sentimentos antissistema e a reforçar a radicalização com base xenófoba, recorrendo ao discurso apelativo da violência e do ódio, num momento em que a sociedade portuguesa é, também, confrontada com fenómenos de polarização ideológica", assinalou o SIS na sua análise publicada no RASI.

Os serviços de informações recordam que "em relação à militância de rua, há a registar o nascimento de um novo grupo de extrema direita - Resistência Nacional - que organizou uma ação junto ao SOS Racismo" e o caso das ameaças por email a deputadas, militantes antifascistas e ativistas antirracistas por parte de outro grupo, a Ordem de Avis.

"A estas ações que atestara um clima de tensão entre a extrema-direita e os seus adversários políticos, acrescem, embora "numa dimensão inexpressiva quando comparada com outros países europeus, os riscos de radicalização violenta online de jovens portugueses, que poderão conduzir nos próximos anos ao agravamento da ameaça", alertam os analistas do SIS.

Ainda sem qualquer decisão política em relação aos familiares, principalmente as crianças, dos jihadistas portugueses (que a secretária-geral do Sistema de Segurança Interna, Helena Fazenda, revelou recentemente serem 16 mulheres e 27 menores com ligações a Portugal), o SIS volta a insistir no risco do seu retorno não controlado: "a permanência de indivíduos na região sírio-iraquiana que mantêm vínculos a Portugal em diversas situações, continuou a levantar preocupações quanto ao seu eventual regresso ao nosso país, pois a verificar-se poderia contribuir para a emergência de fatores de risco, até agora muito mitigados na realidade nacional, devido à complexidade de cada situação individual".

Geração dos 70 aos 79 anos deve ser protegida? Parece que não!

Vacinação. "Segunda fase deverá ser só por idades, senão geração dos 70 aos 79 anos fica para trás"

Processo de vacinação tem levantado questões em muitos países. Em Espanha, o alerta vai agora para a "geração sanduíche", os nascidos entre 1942 e 1956, que estão na faixa entre os 70 e os 79 anos, que estão a ser deixados para trás na vacinação. Em Portugal, "acontece o mesmo", diz o bastonário dos médicos, apesar de serem um grupo de risco.

Luís e Isabel são um casal, têm 79 e 74 anos e vivem em Lisboa, numa das freguesias mais antigas da cidade. Um e outro não têm patologias que consideram graves para a sua idade. Luís é hipertenso, todos os dias tem de tomar medicação. Maria também. Ele tem ainda diabetes, faz medicação, embora não esteja agarrado à insulina, "só tomo comprimidos", explica, e já só anda com o apoio de uma bengala devido a um problema numa perna. Isabel, tirando o medicamento da tensão e do colesterol, que vai oscilando sempre acima do valor máximo - "o valor máximo é de 200, eu vou oscilando entre os 227 e os 250 e a minha médica de família além de me mandar ter cuidado com a alimentação quer isto controlado com medicação" -, nada mais tem. Como nos dizem, "estamos bem. Fazemos as nossas caminhadas e a nossa vida, mas começa a preocupar-nos não sabermos quando vamos ser vacinados e se vamos continuar a ser deixados para trás".

Desde o início da pandemia que Luís e Isabel têm imenso cuidado com a proteção individual, mas continuam a ser o ponto de apoio na vida da filha com duas crianças, uma com mais de 2 anos e outra agora com mais de 6 meses. São um casal informado, sabiam que não estavam dentro dos grupos prioritários definidos pela Comissão Técnica de Vacinação da Direção-Geral da Saúde (DGS), mas quando começaram a perceber que havia as pessoas com 80 e mais anos a serem integradas, outros grupos, como professores, questionaram o seu centro de saúde se estariam já na lista da próxima fase. A resposta que receberam deixou-lhes dúvidas: "Não se sabe. Primeiro vão ser vacinadas as pessoas a partir dos 50 anos com patologias graves."

AstraZeneca mudou de nome, agora chama-se Vaxzevria. Mata se tiver que matar

“Com papas e bolos se enganam os tolos”. Dizer popular que se aplica no caso da vacina AstraZeneca, apontada com mil e uma desconfianças por anúncios de causa de mortes aos vacinados pela aquela marca. O adágio cumpre-se. A informação não chega a todos e haverá os que desconhecem a mudança, sendo vacinados pela Vaxzevria, que é a AstraZeneca.

A técnica da mudança mostra e comprova qual a concepção que alguns doutos sábios e vendilhões têm da populaça, dos cidadãos. A vacina até poderá não ser tão má quanto a “pintam” mas fica patente que a mudança de nome da marca tem tudo que ver com o objetivo de enganar os mais distraídos, porque não é a mudança de nome que lhe retira os efeitos secundários perniciosos, que levam à morte, como lhe têm sido justificadamente atribuídos. Afinal a mudança de nome “cheira mal” e revela desonestidade dos que a comercializam. Técnicas de marketing, dirão os doutos sábios. Técnicas de sacanagem, dirão os da plebe que não ignoram  a troca baldroca. Certo é que lá por mudar de nome não deixará de provocar efeitos secundários se existirem condições para isso. Afinal a Vaxzevria matará se tiver de matar, porque não é a mudança de marca de comercialização que tal evitará. Mata se tiver que matar, ponto assente.

A seguir a noticia transcrita do Diário de Notícias. (PG)

Vacina da AstraZeneca passa a denominar-se Vaxzevria após aval do regulador

A EMA refere que, desde a aprovação da vacina na UE em 29 de janeiro passado e até à passada quinta-feira, "mais de 10 milhões de doses de Vaxzevria foram administradas na UE e Espaço Económico Europeu"

A vacina da AstraZeneca contra a covid-19 passou a denominar-se Vaxzevria após o aval da Agência Europeia do Medicamento (EMA), anunciou esta terça-feira o regulador, divulgando que até quinta-feira passada tinham sido administradas 10 milhões de doses deste fármaco.

A informação sobre a nova designação desta vacina - envolta em polémica por a farmacêutica ter falhado o acordado com Bruxelas sobre entregas para a União Europeia (UE) e pelo surgimento de coágulos sanguíneos em vacinados - consta de uma atualização ao produto, publicada esta terça-feira pela EMA.

Nessa atualização sobre o fármaco datada de segunda-feira, a EMA divulga que, além da mudança do nome, "foi incluído na informação sobre o produto um aviso sobre eventos de coágulos sanguíneos específicos muito raros, enquanto estão em curso mais investigações sobre uma possível relação causal com a vacina".

"As pessoas vacinadas devem procurar atenção médica imediata se ocorrerem sintomas de coagulação e/ou hemorragia do sangue", reforça o regulador no documento, insistindo que "os benefícios da Vaxzevria na prevenção da covid-19 continuam a superar os riscos".

terça-feira, 30 de março de 2021

O estilo de vida dos antigos da Administração Obama na de Biden

Segundo documentos obtidos pelo canal de televisão ABC, os antigos membros da Administração que se juntaram à Administração Biden aumentaram incrivelmente as suas fortunas durante os quatro anos da presidência Trump.

Assim:

»» Susan Rice (antiga Conselheira de Segurança Nacional e agora Directora do Conselho de Política Interna) aumentou o seu património de $ 13,6 milhões para $ 149 milhões de dólares. Ela detêm, nomeadamente, acções da Johnson & Johnson, Apple e Microsoft. Ela participa nos Conselhos de Administração da Netflix e da canadiana (canadense-br) Enbridge (petróleos). Os seus rendimentos em 2020 chegaram a US $ 6,7 milhões de dólares.

»» Ron Klain (antigo Chefe de gabinete do Vice-Presidente Biden e actual Chefe de gabinete do Presidente Biden) recebeu em 2020 um salário de US $ 2 milhões de dólares da empresa de capital de risco Revolution.

»» Jeffrey Zients (antigo Chefe do Conselho económico nacional que se tornou Conselheiro do Presidente) possui uma fortuna de US $ 532,1 milhões de dólares. Esta aumentou dez vezes em quatro anos. Ele fez parte do Conselho de Administração do Facebook.

As crianças do Sahara Ocidental Ocupado vivem sob constante terror

A 16 de novembro de 2020, três dias após o recomeço da guerra entre a Frente Polisário e as forças de ocupação ilegal de Marrocos, Hayat, de 12 anos (apelido retido devido às constantes ameaças contra a sua família), foi raptada pelas forças de segurança marroquinas.

O “crime” de Hayat foi ter feito um desenho da bandeira saharaui na bata da escola!

A história de Hayat é semelhante a muitos outros menores no Sahara Ocidental que vivem sob constante terror de grupos de Comandos e policias marroquinos que aumentaram o seu nível de brutalidade dentro dos territórios ocupados desde o fim do cessar-fogo e a retomada da guerra em 13 de novembro de 2020.

Hayat foi brutalmente agredida por forças do regime marroquino, quando os professores da escola que ela frequenta a denunciaram pela suposta “transgressão”.

Ela foi submetida a tratamento desumano que incluiu agressão sexual, toques nas suas partes íntimas, puxão de cabelo, insultos e agressões físicas que incluíram pontapés contínuos no estômago.

Para garantir a subjugação total, as forças de segurança forçaram-na a se ajoelhar e cantar o hino nacional de Marrocos enquanto beijava a imagem de Mohamed VI, o rei de Marrocos.

Essas ocorrências, que incluem detenções arbitrárias, têm se tornado cada vez mais prevalentes desde o fim do cessar-fogo!

No entanto, devido ao apagão da comunicação social que Marrocos instituiu nos territórios ocupados, o mundo ainda não teve um vislumbre completo das atrocidades humanas que estão a ser cometidas pelo regime marroquino.

Um regime apoiado por interesses europeus, como a França e a Espanha, que mantêm laços econômicos e continuam a saquear os recursos naturais do Sahara Ocidental, em violação dos acórdãos do Tribunal de Justiça da União Europeu (TJUE) que estabelece acordos comerciais entre Marrocos e a União Europeia (UE) não se estendem ao Sahara Ocidental.

O silêncio ensurdecedor da União Africana (UA) é ainda mais preocupante porque as atrocidades dos direitos humanos que ocorrem atualmente nos territórios ocupados do Sahara Ocidental vão contra à CARTA AFRICANA DOS DIREITOS E BEM-ESTAR DA CRIANÇA.

De acordo com o Artigo 3 da Carta, da qual a República Árabe Saharaui Democrática (RASD) é signatária “toda criança terá direito ao gozo dos direitos e liberdades reconhecidos nesta Carta, independentemente da criança ou dos seus pais ‘ou  tutores legais ‘ raça, grupo étnico, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou outra, origem nacional e social, fortuna, nascimento ou outro status’.

Marrocos não é signatário da Carta Africana, mas, no entanto, ratificou a Convenção das Nações Unidas para os Direitos da Criança, que mantém os mesmos princípios e valores.

As crianças nos territórios ocupados não gozam desses direitos e os direitos de Hayat foram violados a ponto de ela ter que conviver com essa experiência traumática pelo resto de sua vida.

O Artigo 16 da CARTA AFRICANA SOBRE OS DIREITOS E BEM-ESTAR DA CRIANÇA fala sobre a Proteção contra o Abuso Infantil e a Tortura, enquanto o Artigo 26 fala contra a Proteção contra o Apartheid e a Discriminação.

Todas essas transgressões da CARTA AFRICANA DOS DIREITOS E BEM-ESTAR DA CRIANÇA são violadas por Marrocos nos territórios ocupados do Sahara Ocidental e o mundo não continuar em silêncio.

Presidente israelita começa em abril consultas para formação de Governo

O Likud de Benjamin Netanyahu foi o mais votado. Apesar disso representa uma derrota clara para que tome o poder com minoria e com legitimidade democrática - a não ser coligando-se. A quem? Um Netanyahu vencido que em dias próximos verá o reinicio do seu julgamento em tribunal (PG)

O Presidente de Israel, Reuven Rivlin, anunciou hoje que vai começar, na próxima semana (a 05 de abril), as consultas com os partidos israelitas para tentar formar um novo Governo numa tentativa para ultrapassar o impasse político no país.

Apesar de um poder relativo, o Presidente é responsável, após a realização de eleições legislativas, pela escolha de um líder partidário com melhores hipóteses para liderar um executivo, que terá de ter em conta, neste caso, alguém que chefie uma coligação para que possa ter uma maioria no parlamento (Knesset), de 120 assentos.

De uma forma geral, essa é uma decisão direta, com o líder do partido com maior número de voos a ser o escolhido para a chefia do Governo.

No entanto, as legislativas de terça-feira passadas não abriram um caminho claro para a formação de uma maioria governamental, pelo que Rivlin terá de procurar uma solução.

A criação artificial da escassez: o caso das vacinas

Juan Torres López [*]

O desaparecido economista e catedrático da Universidade de Salamanca David Anisi escreveu em 1995 um livro intitulado Creadores de escasez. Del bienestar al miedo (Alianza Editorial). Nele explicava que, ao contrário do que se acreditava, a crise que se verificou a partir dos anos 70 não havia sido o que obrigou a questionar o Estado de Bem Estar, mas foi o inverso: a colocação em causa deste último originou a crise.

Como explicava Anisi, "havia chegado o momento de disciplinar os trabalhadores. E assim se fez".

Para isso recorreu-se à forma sempre mais eficaz, gerando o desemprego. Aquele que carece de rendimentos e meios de vida não tem outro remédio senão aceitar o que aparece para ir em frente e converte-se assim num ser pessoal, mental e socialmente frágil, facilmente manipulável e disciplinado.

Para provocar deliberadamente o desemprego que disciplinasse as classes trabalhadoras aplicaram-se políticas baseadas na criação artificial de escassez, aumentando as taxas de juro (o que travava o investimento produtivo mas ao mesmo tempo enriquecia os possuidores do dinheiro), reduzindo salários (o que reduzia o consumo mas aumentava os lucros das grandes empresas que têm mercados cativos) e provocando défices públicos e muita dívida (arrefecendo assim a economia mas aumentando o negócio do capital financeiro).

O efeito dessas políticas é o mesmo de pisar constantemente o travão num veículo: diminui a velocidade de cruzeiro, gasta-se muito mais energia e deteriora-se o conjunto da maquinaria. Numa economia, a consequência é que diminui a taxa de crescimento da actividade económica e aumenta o desemprego. Dois efeitos que se agravam quando todo isso ocorre, como se verificou nos anos oitenta e noventa do século passado, em meio a uma revolução tecnológica. Quando esta se manifesta, aumenta a produtividade e se este aumento não for acompanhado por uma redução da jornada e de políticas expansivas do gasto, o efeito da travagem é muito maior.

Isso é o que vêm provocando as políticas neoliberais e por isso dizemos que criam escassez artificialmente. Destroçam toda a economia e diminuem a provisão de bens e serviços mas beneficiam muito, como já disse, os proprietários do capital financeiro (que se enriquecem mais quanto maior for a dívida) e as grandes empresas que dominam os mercados e têm clientes cativos ou uma massa de liquidez muito grande com a qual se enriquecem nos mercados financeiros.

Portugal | Vítor Gaspar, sai do corpo de João Leão!

Daniel Oliveira | TSF | opinião (áudio)

Daniel Oliveira acusa o Governo de "truques" para esconder uma política de obsessão pelo défice atrás de uma imagem de um Orçamento de Estado tão social como nunca houve, e aplaude Marcelo Rebelo de Sousa por não ceder à pressão de António Costa na polémica com a "lei-travão".

No espaço de comentário que ocupa semanalmente na TSF, o jornalista afirmou que "de forma pública, mas um pouco sonsa, António Costa pressionou o Presidente da República a vetar o aumento dos apoios para os trabalhadores independentes".

Ao dizer que informou o Presidente de que a decisão da maioria violava a "lei-travão", António Costa estava, na visão de Daniel Oliveira, a "menorizar a capacidade técnica de Marcelo Rebelo de Sousa" - que, "ao contrário de António Costa, até é constitucionalista", nota.

O comentador elogia o Presidente, afirmando que este esteve "bem, ao não ceder à pressão de Costa".

Em primeiro lugar, porque, citando dados da Comissão Europeia, da OCDE e do FMI, Daniel Oliveira argumenta que o Governo português é "dos que menos gasta no combate às consequências socioeconómicas da pandemia, quando Portugal é dos países que mais vai sofrer com elas".

"Apesar de nos prepararmos para um trambolhão maior do que os outros, somos dos que mais tenta preservar o saldo orçamental. Tresanda a Pedro Passos Coelho", atira.

Portugal | Alargamento dos apoios sociais. Louçã fala em "vitória para o país"

Para o antigo coordenador do Bloco de Esquerda, a promulgação da medida "prova que há quem não queira aceitar o jogo das chantagens pelo Governo e que prefere soluções concretas".

Oantigo coordenador do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, defendeu, este domingo, que a promulgação do alargamento dos apoios sociais é uma "vitória para o país".

"Prova que há quem não queira aceitar o jogo das chantagens pelo Governo e que prefere soluções concretas. Parabéns", escreveu na sua página de Facebook.

O economista diz ainda que "a promulgação pelo Presidente dos três apoios sociais aprovados pela Assembleia (pais em teletrabalho; profissionais de saúde; trabalhadores independentes e sócios-gerentes) é uma vitória para a democracia e um aviso ao governo, que devia ter preferido cumprir o prometido".

Para Louçã, a medida corrige "o truque" de referir os apoios aos trabalhadores independentes aos valores de 2020, "quando já não tinham rendimentos, e não os de 2019, quando ainda tinham rendimentos".

Já na sexta-feira, no habitual espaço de comentário na SIC Notícias, Francisco Louçã abordou a polémica dos apoios sociais - ainda antes da promulgação - referindo que o Governo estava "a fazer uma guerra jurídica que tem grandes implicações políticas".

Notícias ao Minuto | Imagem: © Global Imagens

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Alargamento dos apoios faz o que "Governo prometeu, mas não cumpriu"

Covid-19 | Portugal regista mais duas mortes e 388 novos casos

Já é conhecido o mais recente boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde.

Portugal registou, nas últimas 24 horas, mais duas mortes (um aumento de  0,01% em relação a ontem) e 388 novos casos (uma variação de 0,05%) relacionados com a Covid-19. Os dados constam do mais recente boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS), revelado esta terça-feira. No total, desde o início da pandemia, o nosso país somou 16.845 óbitos e 821.104 casos confirmados.

Desde dia 6 de setembro que não se registavam tão poucos óbitos em Portugal, dia em que também se contabilizaram dois. Uma nota para o número de casos ativos, que diminuíram 1.268 para os atuais 26.756. 

Os recuperados subiram 1.654, sendo agora 777.503. Há ainda mais 228 contactos em vigilância - para um total de 15.853 atualmente. 

Quanto a internamentos, a DGS dá conta que há 584 pacientes em hospitais (menos 39 em relação a ontem), sendo que, destes, 129 estão em Unidades de Cuidados Intensivos (menos sete). 

Recorde-se que o nosso país registou, ontem, mais 309 infeções e seis mortes por SARS-CoV-2.

Notícias ao Minuto

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AO MINUTO: "Difícil" encontrar origem do vírus; Tratado para pandemias

Covid-19 | EUA com 593 mortos e 64.865 casos nas últimas 24 horas

Os Estados Unidos registaram 593 mortes provocadas por covid-19 nas últimas 24 horas, além de 64.865 novos casos, de acordo com a contagem independente da Universidade norte-americana Johns Hopkins.

Desde o início da pandemia o país acumulou 549.892 óbitos e 30.321.943 casos da doença.

Os EUA são o país com mais mortes devido ao novo coronavírus e também com mais casos de infeção.

O presidente norte-americano, Joe Biden, estimou que a doença venha a causar mais de 600 mil mortos no país.

Por seu lado, o Instituto de Métricas e Avaliações de Saúde da Universidade de Washington, em cujos modelos de projeção da evolução da pandemia a Casa Branca se baseia com frequência, previu cerca de 596 mil mortes até ao início de julho.

Na campanha de vacinação, cerca de 95 milhões de pessoas (28,6% da população) já receberam pelo menos uma dose da vacina, tendo completado a inoculação 52,6 milhões (15,8% do total do país), segundo os Centros de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC).

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.784.276 mortos no mundo, resultantes de mais de 127 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

RTP | Lusa | Imagem: EPA

Covid-19 | China soma oito casos nas últimas 24 horas

A Comissão de Saúde da China anunciou que diagnosticou oito casos de covid-19 nas últimas 24 horas, todos oriundos do exterior.

Os casos foram detetados na área metropolitana de Xangai (leste) e nas províncias de Sichuan (centro) e Cantão (sudeste).

As autoridades chinesas indicaram que o número total de infetados ativos na China continental se fixou em 173.

Desde o início da pandemia, segundo as autoridades chinesas, 90.190 pessoas foram infetadas, tendo morrido 4.636 doentes.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.784.276 mortos no mundo, resultantes de mais de 127 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

RTP | Lusa | Imagem: EPA

Os EUA e a China numa guerra anunciada 13 anos antes

Diz o Expresso, pela análise do seu correspondente nos EUA, que a guerra entre aquele país imperial e a China  é “inevitável”. O horizonte para que tal aconteça é apontado numa janela temporal de 13 anos. A ocorrer será mau para a humanidade e lucrativo e bom para os senhores da guerra. Já sabemos isso porque é sempre assim que aontece. Os EUA (alguns senhores), se vencerem, ficam com o espólio dos vencidos. Roubam. Assim aconteceu no Iraque não faz muitos anos. Antes disso sempre assim aconteceu. Atualmente os roubos acontecem na Síria: petróleo, trigo, e o que mais der jeito deitar a mão. Criminosos NATOS.

Então, agora, temos a perspetiva de toda a humanidade dispor de uma janela temporal limitada – 13 anos - antes da grande guerra com a China, a pretexto disto e daquilo, porque o Império alega sempre razões para cometer as suas carnificinas e mortandades, os seus roubos, o seu desrespeito pela soberania de outros países e povos.

Os EUA alegam, segundo se percebe no artigo, que são contra as “ilhas artificiais” dispostas pela China no Mar da China, Esse é o pretexto. E vai de andar a “passear” com as suas forças navais e aéreas por ali. “Picando” aquele enorme país oriental. Deve ser perguntado como reagiriam os EUA se as forças navais chinesas andassem a navegar insistentemente nos mares que banham as suas ilhas, campos e cidades? Ou mesmo instalações militares?

Os EUA mais parecem que personificam aquele personagem louco e abusivo, criminoso e psicopata, que se julga dono do mundo. No caso dono de um planeta e seus arredores. Dono do destino dos povos e das soberanias dos países que não respeita. Dono do dispor na ordem mundial segundo as suas conveniências (de alguns dos seus senhores do mundo) e nos modos de vida de cada um de nós, terráqueos. Aos psicopatas não importa o diálogo nem consensos pacificadores mas sim a teatralização antecipada que sirva de pretexto para avançar com os seus planos de se apoderar de todos os países, de todos os mares, de todo o mundo e espaço circundante. Sabe-se que os psicopatas se julgam uns super da humanidade e do planeta… Até um dia. E esse dia chegará. Esperemos. Esperemos também que a sabedoria das populações norte-americanas e dos povos do mundo consiga travar a ganância de uns quantos cuja pátria são os cifrões e a exploração de todos os recursos em seu exclusivo benefício. Se assim não acontecer será muito mau para toda a humanidade e para o planeta que devia de ser a nossa casa e não de intrusos psicopatas, criminosos, avaros e gananciosos a todo o minuto de cada das 24 horas que tem o dia.

A seguir o artigo de Ricardo Lourenço, no Expresso. Acessível a quem desembolsar o custo condicional para o ler na integra. A importância dos cifrões prevalece porque, como se diz: não há almoços grátis. Grátis só a fome ou a guerra... Mas mesmo assim, essas, para milhões da humanidade, pagam-se com a vida.

Redação PG

Secretário de Estado dos EUA, Blinken, quer romper as relações entre a China e a UE

#Publicado em português do Brasil

Andrew Korybko*

Global Research*, 29 de março de 2021

A melhoria contínua das relações entre a UE e a China é irreversível, uma vez que representa a força motriz da história, particularmente no que se refere à integração inevitável do supercontinente euro-asiático como resultado da emergente Ordem Mundial Multipolar.

A China e a UE são parceiros economicamente complementares e civilizações igualmente ricas que estão expandindo sua cooperação de forma sem precedentes por meio do Acordo Global de Investimento ( CAI ) de dezembro passado . Este acordo permite que eles conectem mais estreitamente suas economias e busquem resultados mutuamente benéficos por meio de sua filosofia compartilhada em que todos ganham. No entanto, a América tentou romper agressivamente seus laços bilaterais por ciúme hegemônico, furiosa com o cenário de seus parceiros transatlânticos evoluindo de Estados patronos a atores independentes nas Relações Internacionais.

Isso é evidenciado pela viagem do Secretário de Estado dos Estados Unidos , Blinken, ao bloco na semana passada, onde tentou virar seus 27 Estados membros contra a República Popular. O relançamento de seu diálogo anteriormente congelado sob a ex-administração Trump não tem a intenção de promover nada além dos esforços da América para dividir a UE da China. Foi precedido pela imposição de Bruxelas pelas primeiras sanções contra Pequim em mais de 30 anos, como resultado da pressão de Washington sobre o país para rebocar a linha de propaganda das alegações desmascaradas de abusos dos direitos humanos em Xinjiang.

A República Popular respondeu rapidamente de uma maneira simétrica que está totalmente alinhada com seus direitos sob o direito internacional, lidando assim com um olho por olho de princípio com a intenção de mostrar que nenhuma provocação ficará sem resposta, mas que Pequim também não tem intenção de intensificar as questões com Bruxelas. Ambos os movimentos são em sua maior parte simbólicos, mas ainda mostram de forma preocupante que Washington está tentando recuperar sua influência hegemônica sobre a UE. Os 27 membros do bloco devem, portanto, ser extremamente cautelosos com seu parceiro transatlântico histórico, uma vez que ele não tem seus melhores interesses em mente.

segunda-feira, 29 de março de 2021

A ULTRAPERIFERIA ATRAI A HEGEMONIA UNIPOLAR

Martinho Júnior, Luanda 

A SUL DO MEDITERRÂNEO, NO MAGREBE E MAIS A SUL NA TRANSVERSAL DO SAHEL, O AFRICOM DESDOBRA-SE DISSEMINANDO ACTIVIDADES NO PARALELO MARROCOS-ISRAEL!

A reaplicação da doutrina Rumsfeld/Cebrowski (destruição de estruturas estatais em países com as maiores reservas energéticas do Sul Global, a fim de implantar caos, fundamentalismo religioso e desagregação num processo “eterno”), está a alastrar do Médio Oriente Alargado para África. (https://frenteantiimperialista.org/blog/2020/03/18/de-donde-parte-del-caos-y-el-terrorismo-impuesto-por-la-iii-guerra-mundial/https://estrategiaglobal.org/2020/06/29/como-washington-pensa-que-ira-vencer/).

O exercício de Donald Trump provocou um relativo hiato nessa aplicação, a contragosto do Pentágono e da CIA que sempre foram resistentes ao Presidente e foram alimentando práticas conspirativas continuando as aptidões que correspondiam aos interesses da aristocracia financeira mundial do “hegemon”!… (https://manuelbaneteleproprio.blogspot.com/2019/11/thierry-meyssan-as-insoluveis.html).

Agora, enquanto no Médio Oriente Alargado existe uma relativa diminuição de intensidade operativa em função desse hiato e face à pressão directa de emergentes como a China, a Rússia, os componentes da Ásia Central e o Irão, ainda que o sionismo de Israel tenha vindo fortalecer o CENTCOM do Pentágono, em África, inaugurada a entrada em acção da administração de Obama III, Joe Biden, a tendência é para a aplicação dessa doutrina prevalecer numa escala nunca antes experimentada, tirando sobretudo partido do eixo Rabat-Jerusalém e das iniciativas da FrançAfrique no Sahel envolvendo estados vulneráveis como os da Mauritânia, do Mali, do Chade, do Níger e do Burkina Fasso, alguns que ocupam a cauda dos sucessivos Relatórios Anuais sobre os Índices de Desenvolvimento Humano! (https://www.br.undp.org/content/brazil/pt/home/idh0/rankings/idh-global.html;  https://news.un.org/pt/story/2020/05/1714192https://frenteantiimperialista.org/blog/2021/03/11/fin-de-la-otan-en-siria/).

No Sahel o jogo cruza do Atlântico ao Índico, do Senegal à Somália e desse paralelo expande-se com cada vez maior intensidade na direcção sul! (https://frenteantiimperialista.org/blog/2020/10/06/cinturon-de-caos-en-el-paralelo-del-sahel/).

Se com Israel sionista o grande sacrifício é o do povo palestino, com o Reino de Marrocos é o povo saaraui e em ambos os casos o resultado é mais colonialismo e mais “apartheid”, sem limites, nem contemplações, quando urge civilização neste tão barbarizado e feudal século XXI!

Tal como há dez anos o “hegemon” e seus vassalos atacavam a Líbia e a Síria para salvar os reis (das monarquias arábicas sobretudo), reforça-se o colonialismo no noroeste de África, a fim de salvar a monarquia de Mohamed VIº, um tentáculo apto a saquear as riquezas do Sahara! (http://pagina--um.blogspot.com/2011/03/salvar-os-reis.html;    )

Os fins justificam os meios!... (http://pagina--um.blogspot.com/2011/03/castas-das-arabias.htmlhttps://frenteantiimperialista.org/blog/2020/09/17/desde-aquel-11-de-septiembre-de-1973/;  http://pagina--um.blogspot.com/2011/03/iraque-iraque-75-anos-depois.html).

01- Há 235 anos, em 1786, o então Sultanato de Marrocos e os Estados Unidos recém-independentes, firmaram um Tratado de Amizade que prevalece até nossos dias. (https://en.wikipedia.org/wiki/Moroccan%E2%80%93American_Treaty_of_Friendship).

Naquela altura o Sultão Muhammad III, or Sidi Muhammad ibn Abdallah, depois de vários anos de intercâmbio clandestino e inteligente, formalizou esse Tratado que da parte dos Estados Unidos mereceu a assinatura de dois diplomatas que estavam em funções na Europa: Thomas Jefferson e John Adams.

Marrocos havia apoiado os esforços para a independência dos Estados Unidos face ao colonialismo imperialista da Coroa de Sua Majestade Britânica e foi o primeiro país a reconhecer a independência dos Estados Unidos. (https://en.wikipedia.org/wiki/Morocco%E2%80%93United_States_relations).

Sem dúvida que foi uma iniciativa progressista para a época, numa altura em que as revoluções em prol da independência se sucediam nas colónias europeias da América e a Revolução Francesa marcava os tempos e os modos de liberdade na Europa e a partir dela. (https://es.wikipedia.org/wiki/Descolonizaci%C3%B3n_de_Am%C3%A9ricahttps://sobrehistoria.com/america-latina-en-el-siglo-xix/;  https://www.unprofesor.com/ciencias-sociales/antecedentes-de-la-independencia-de-las-13-colonias-3232.html).

Essa tendência chegaria a influenciar em meados do século XX, a política externa de Marrocos ao apoiar a luta de libertação em África contra o colonialismo, que só foi alterada quando de novo se fizeram sentir as influências dos interesses e conveniências dos Estados Unidos (apoio a Mobutu no então Zaíre e à FNLA angolana na década de 70).

A OTAN já não consegue controlar a Armada russa no Mediterrâneo

A OTAN perdeu o rasto de um submarino russo, o Rostov-do-Don, ao largo do Líbano. Ele pertence à classe Kilo (ou classe Varshavyanka, segundo a nomenclatura russa) de submarinos movidos a propulsão diesel-eléctrica, reputada por ser a mais silenciosa no mundo.

Estando este submarino armado com mísseis subsónicos Kalibr e material de vigilância, a OTAN desencadeou uma vasta operação de localização, sem sucesso.

Ao mesmo tempo, as comunicações dos aviões britânicos com base em Chipre foram empasteladas. A OTAN considera pouco provável que tal seja da responsabilidade dos Sírios que não dispõem do material necessário, antes pensa tratar-se de um «ataque» russo. Nos últimos seis anos, o Exército russo tem mostrado as suas capacidades na matéria em Kaliningrado, na Crimeia e na Síria. Oficialmente, tratava-se de aviões britânicos de transporte, mas poderia também tratar-se de aviões de vigilância electrónica [1].

Voltairenet.org | Tradução Alva

Nota: 

[1] «Russia ‘jamming signals’ at RAF base», Larisa Brown, The Times, March 19, 2021.

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