A frase foi dita cheia de
determinação e carregada de convicção por Elsa Pinto, a vice -presidente do
partido MLSTP. A mulher de 55 anos que foi ministra da justiça e dos assuntos
parlamentares, primeira mulher a ocupar as funções de ministra da defesa nacional
«Hoje 23 de Março iniciamos uma caminhada. O objectivo é dizer aos santomenses e as santomenses que eu, Elsa Pinto servidora desta nação decidi lançar as amarras e iniciar um processo que culminará com as eleições de Julho de 2021», afirmou.
Elsa Pinto, quer envolvimento de todos os santomenses na árdua tarefa de abertura do caminho, «para a eleição da primeira alta magistrada desta nação.».
A candidata apelou a sociedade santomense a participar no movimento que pretende «romper com as práticas actuais, fazer roturas, ensaiar coisas novas, e que bom seria que talvez o povo de São Tomé e Príncipe, tivesse a consciência de que chegou a hora da mudança, e que seria bom apostar naquilo que chamamos o outro lado, a mulher..», precisou.
Na caminhada para chegar ao Palácio Cor de Rosa, Elsa Pinto, pede união. «Unidos para construir pontes. Termos uma plataforma e discutir as prioridades do nosso país. Buscar consensos, e unidos podermos ser mais fortes. Penso que é isto que pretendo nesta caminhada. Ouvir os santomenses partilhar com eles as suas inquietações e construir um rumo novo para a nossa República», reforçou.
MLSTP violou os seus Estatutos no processo de eleição do candidato do partido às eleições presidenciais
Oradora bem apurada, na sua primeira comunicação como pré-candidata às eleições presidenciais, Elsa Pinto, respondeu a pergunta do Téla Nón, sobre a decisão tomada pelo seu partido no último sábado, de eleger um candidato para as eleições presidenciais, e de impor medidas sancionatórias aos militantes que não apoiarem o referido candidato.
Elsa Pinto começou por demonstrar que o MLSTP de Jorge Bom Jesus violou os seus Estatutos. «O MLSTP rege-se pelos seus Estatutos e tem regras próprias. Da mesma maneira como o os Estatutos indicam o Presidente do MLSTP, como candidato a todos os cargos nacionais, não estando ele disponível os vice-presidentes são candidatos a todos os cargos nacionais. Deveria haver pelo menos uma preferência aos vice-presidentes», criticou.
A vice-presidente do MLSTP, acrescentou que com base nos Estatutos antes da direcção do partido ter convidado os militantes que quisessem concorrer ao cargo de Presidente da República para se manifestarem, «dever-se-ia em primeiro auscultar a cúpula do partido e depois os outros militantes que estivessem interessados», frisou.
O MLSTP através do seu conselho nacional decidiu como decidiu, e Elsa Pinto, rejeita qualquer tentativa do partido de sancionar ou de impedir que os outros militantes concorram também e na qualidade de independentes ao cargo de Presidente da República.
«Uma coisa é escolher o candidato e outra coisa é coarctar o direito dos outros candidatos de poderem prosseguir com a sua candidatura. Penso que os nossos estatutos são claros. O MLSTP não tem que ter um candidato. O MLSTP pode apoiar um candidato. Não é uma norma imperativa. A partir do momento em que o próprio Estatuto não estabelece uma imperatividade na escolha de um candidato, não pode haver derivações outras de sanções», pontuou Elsa Pinto.
Mais importante ainda segundo a candidata, é o que diz a constituição política de São Tomé e Príncipe. «A própria constituição não quer que as eleições presidenciais estejam amarradas aos partidos políticos. O Presidente emerge da vontade popular, e não da vontade dos partidos», destacou.
Elsa Pinto disse a imprensa que acumulou alguma experiência sobre o que é e deve ser a eleição do Presidente da Republica. Experiência acumulada quando concorreu às eleições presidenciais do ano 2011.
As funções de ministra dos negócios estrangeiros e cooperação de 2018 à 2020, conferiram a Elsa Pinto, outras experiências, no domínio das relações internacionais. «Hoje conhecendo os corredores da diplomacia posso melhor ajudar o meu povo», sublinhou.
Elsa Pinto disse também que quer ser Mamã Grande do povo santomense. «Chegou a hora do povo sentar com a Elsa, e dizer Mamã Grande vamos caminhar juntos…» concluiu.
Abel Veiga – Téla Nón
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