sábado, 29 de maio de 2021

A bondade chinesa além dos benefícios da exportação de vacinas

David Chan* | Plataforma | opinião

De acordo com os últimos censos do país, a China continua a ser a nação com a maior população do mundo, constituída por 1,411 mil milhões de pessoas. Todavia, apesar do tamanho populacional e escassa oferta de vacinas, o país continua a tentar ajudar o resto do mundo.

Hua Chunying, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros afirma: “A China ajudou mais de 80 países e três organizações internacionais em matéria de vacinação, exportou vacinas para mais de 50 países e tem estabelecido acordos de transferência de tecnologia e produção conjunta com mais de 10 nações, incluindo o Egito e os Emirados Árabes Unidos”, acrescentando que o país é provavelmente o maior fornecedor de vacinas para nações em desenvolvimento. Até mesmo à India, que compete muitas vezes com o país, foi oferecido auxílio, porque para a China toda a humanidade é uma comunidade com um futuro comum, não devendo as vidas de inocentes ser ignoradas devido às técnicas de manipulação dos líderes. E os EUA, vistos como amigos da Índia, que têm feito? Primeiro recusaram-se a exportar para o país os materiais necessários para a produção de vacinas, recebendo depois críticas de toda a comunidade internacional quando no início de maio foi relatado que estavam a acumular vacinas contra a Covid-19.

Durante uma conferência de imprensa, Hua Chunying refere: “Os EUA contam com uma população de 330 milhões de pessoas, representando apenas 4% da população do mundo, mas estão na posse de dois mil milhões de doses, um quarto do total mundial. À medida que vários países em todo o mundo correm atrás destas vacinas, milhares de milhões estão guardadas em armazéns americanos. Vários líderes americanos têm ainda reiterado a necessidade de priorizar os EUA na distribuição das mesmas, “a América primeiro”, limitando a exportação dos materiais necessários para a respetiva produção”.

Os media americanos noticiam que cerca de 30 milhões de doses estão paradas em vários armazéns de Ohio, enquanto milhares de milhões de pessoas por todo o mundo esperam ansiosamente pela oportunidade de serem vacinadas. Alguns salientam que o país está a acumular mais vacinas do que aquelas que necessita, sem ter exportado uma única dose. Segundo a empresa britânica Airfinity, até março deste ano, os EUA produziram 164 milhões de vacinas, exportando zero. Já a China produziu 229 milhões, e exportou 109 milhões de doses, ou seja, 48%. A comparação é fácil.

Claro que a exportação massiva de vacinas pela China deve ter alguns benefícios para o próprio país, como desenvolvimento de relações internacionais e construção da imagem como grande potência mundial, porém, mais do que a esses interesses, devemos dar valor à compaixão e bondade da população chinesa.

*Editor Senior

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