PORTUGAL
Os mais fustigados por este tipo de precariedade são os trabalhadores com menos de 30 anos, que representam quase metade do total. Registaram-se 92.847 colocações em trabalho temporário, face às 64.047 contabilizadas entre abril e junho de 2020
De acordo com os dados do Barómetro da Associação Portuguesa das Empresas do Setor Privado de Emprego e de Recursos Humanos (APESPE-RH) e do ISCTE, citados pela agência Lusa, ao longo do segundo trimestre deste ano registaram-se 92.847 colocações em trabalho temporário, face às 64.047 contabilizadas entre abril e junho de 2020.
Para o líder da associação dos patrões das Empresas de Trabalho Temporário, Afonso Carvalho, "os barómetros permitem constatar que o nível de contratos de trabalho temporário reduziram drasticamente entre 2019 e 2021". O abrandamento da atividade económica e a queda no emprego que lhe sucedeu terão contribuído para esta redução.
O Barómetro do trabalho temporário
revela que os mais fustigados pela precariedade são os trabalhadores com menos
de 30 anos, cujo peso atingiu 48% em abril e maio e 47,8%
Entre as colocações efetuadas predominam os trabalhadores com o ensino básico, mais de 66% no trimestre. Seguem-se os trabalhadores com o ensino secundário, entre 25,3% e 26,6%, e a licenciatura, cerca de 6%.
As empresas de fabrico de componentes e acessórios para veículos automóveis são as que mais recorrem ao trabalho temporário. As empresas de fornecimento de refeições para eventos e outras atividades de serviço de refeições também se destacam no recurso a vínculos precários.
Bloco quer "contratos qualificados" para a geração mais qualificada de sempre
No encerramento do Fórum Socialismo, Catarina Martins, reagiu às declarações de António Costa no Congresso do PS. O primeiro-ministro prometeu que quem trabalha temporariamente vai passar a ter um contrato com a Empresa de Trabalho Temporário (ETT).
A coordenadora bloquista afirmou que não se lembra de “nada mais triste do que dizer às gerações jovens e precárias que o seu futuro é ter um contrato com a empresa que lhe fica com metade do salário, que lhe nega carreira, que lhe nega futuro”.
“Não, nós não queremos um futuro em que os trabalhadores e as trabalhadoras têm vínculos com ETT, nós queremos que tenham contratos de trabalho a sério e que nenhuma empresa abutre lhe fique com metade do salário”, frisou Catarina Martins.
“Se esta geração é a mais qualificada de sempre e é, então tem de ter um contrato de trabalho que seja qualificado e é isso que queremos. Que às gerações qualificadas, sejam entregues contratos qualificados”, continuou.
Esquerda.net | Imagem: Marco Verch, publicada em CCNull
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