O Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano diz que a capital do país, Teerão, está à "disposição para acolher conversações entre os dois Governos".
Governo do Irão ofereceu-se esta segunda-feira para acolher conversações entre a Ucrânia e a Rússia, numa altura em que os Estados Unidos afirmam recear uma nova e iminente intervenção militar russa em solo ucraniano.
"Apelamos à Rússia e à Ucrânia para manterem conversações pacíficas. Expressamos a nossa disposição para acolher conversações entre os dois Governos", disse em conferência de imprensa o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Said Jatibzade.
O porta-voz afirmou que a região da Eurásia "não pode permitir outra guerra" e expressou preocupação perante a atual situação na fronteira entre a Rússia e a Ucrânia, revelando que Teerão estabeleceu um gabinete de crise face ao atual cenário.
Segundo Jatibzade, o executivo iraniano estabeleceu uma linha telefónica destinada aos cidadãos do Irão que se encontram na Ucrânia e recordou que durante o fim de semana a embaixada da República Islâmica em Kiev alertou para estes "que estejam preparados para uma possível situação de emergência".
Os meios de comunicação social do Irão qualificam a crise junto da fronteira ucraniana como "artificial" e uma criação do "Ocidente".
"O Ocidente tratou obviamente de intensificar a tensão, na crise da Ucrânia", referiu no domingo a agência estatal IRNA.
A situação de tensão entre Kiev e Moscovo agravou-se desde o passado mês de novembro depois de a Rússia ter destacado para a zona de fronteira mais de 100 mil soldados.
O conselheiro para a área da segurança da administração norte-americana, Jake Sullivan, disse, no domingo, que uma "invasão" da Ucrânia por parte da Rússia pode acontecer "a qualquer momento".
A Rússia alega que tem o direito de movimentar tropas em qualquer ponto do território nacional e denuncia o fornecimento de armas ocidentais à Ucrânia.
Entretanto decorrem até ao dia 20 de fevereiro manobras militares entre forças bielorrussas e russas na Bielorrússia.
Hoje, o chanceler alemão, Olaf Scholz, que estará esta segunda-feira em Kiev, pediu a Moscovo "sinais imediatos" no sentido do desagravamento da crise sobre a Ucrânia, considerando que a situação é "séria".
"Nós esperamos de Moscovo sinais imediatos de desanuviamento", disse Scholz, através de uma publicação na rede social Twitter, acrescentando que "uma nova agressão pode ter pesadas consequências para a Rússia".
Olaf Scholz disse ainda que a situação "é cada vez mais séria".
O chanceler alemão, que assumiu a chefia do Governo há dois meses, vai encontrar-se com o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, seguindo depois para Moscovo, onde será recebido pelo chefe de Estado da Rússia, Vladimir Putin, na terça-feira.
TSF | Lusa
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