PGR angolana diz cooperar com São Tomé para "descobrir a verdade" no caso dos 30 milhões de dólares. Ex-ministro são-tomense acusa Rafael Marques de ter sido usado na "guerra partidária".
O ex-ministro das Finanças são-tomense, Américo Ramos, acusou o jornalista angolano Rafael Marques de ter sido usado por dirigentes do partido no poder para "uma guerra partidária" na história sobre a alegada corrupção dos 30 milhões de dólares.
O também secretário-geral da Ação
Democrática Independente (ADI, oposição são-tomense), numa carta dirigida a
Rafael Marques referiu que "foi com surpresa" que leu a notícia
publicada pelo jornalista -- que esteve recentemente
Na carta, datada de segunda-feira
(25.04), Américo Ramos refere que durante a estada
"Pena que nesta sua estada no meu país e já que queria escrever histórias são-tomenses não tentou ouvir e confirmar o que lhe iam dizendo", lamentou Ramos.
O secretário-geral da ADI referiu que "São Tomé e Príncipe está a cinco meses de eleições legislativas, e em período pré-eleitoral", altura em que "muitos tentam ter jornalistas que contem histórias que são na verdade apenas propaganda partidária".
"Da sua visita, em
"Tenho pena, muita pena que tenha sido usado para uma guerra partidária", lamentou o secretário-geral da ADI.
"Descobrir a verdade"
Entretanto, o procurador-geral da República angolano disse hoje que "ainda não foram constituídos arguidos" no alegado desvio de 30 milhões de dólares cedidos por Angola a São Tomé e adiantou que os dois países estão a cooperar para descobrir a verdade.
"Estamos a trabalhar e não podemos ter perspetiva nenhuma, a nossa única perspetiva é descobrirmos a verdade e depois então dizermos alguma coisa. Estamos a trabalhar para descobrirmos a verdade", afirmou hoje Hélder Pitta Grós, questionado pela agência Lusa.
O procurador-geral angolano, que preferiu não entrar em detalhes, assegurou que o trabalho decorre em conjunto com a entidade congénere são-tomense, referindo não poder descrever "o que está a ser feito de concreto".
"Estamos a trocar informações [com a Procuradoria de São Tomé e Príncipe]. A perspetiva de arquivar ou não, não lhe posso dizer porque estamos a trabalhar", frisou.
Hélder Pitta Grós disse também que, em relação a este caso, a PGR angolana "ainda não constituiu arguidos", salientando que decorrem trabalhos com todos os países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) sobre casos análogos.
"Nós estamos a trabalhar com todos os países da CPLP para podermos ver alguns factos que têm a ver connosco. Vamos vendo, cada caso é um caso, e vamos agindo em conformidade com isso", assegurou.
Pitta Grós falava aos jornalistas à margem da conferência internacional sobre "Recuperação de Ativos", que decorre hoje, em Luanda, no âmbito das celebrações dos 43 anos da PGR de Angola.
A Justiça são-tomense arquivou o processo de alegada corrupção envolvendo o atual Presidente, Carlos Vila Nova, e o ex-ministro Américo Ramos, no âmbito de um crédito de 30 milhões de dólares, enquanto decorrem trâmites em Angola, esclareceu esta terça-feira (26.04) fonte judicial.
No seu blogue 'Maka Angola',
Rafael Marques - que esteve recentemente
Deutsche Welle | Lusa
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