sábado, 30 de julho de 2022

Angola | JUVENTUDE LIVRE E INTELIGENTE – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

O mundo desenvolvido está em crise profunda. O caminho traçado pelo sistema de economia de mercado (capitalismo) levou os povos a um beco com saída para a pobreza e em vez da felicidade encontraram a angústia e o sofrimento. No lugar da prosperidade está instalada a penúria. No fim da viagem, com o paraíso à vista, surgiu uma ideologia que aposta tudo na debilidade dos Estados e o esmagamento dos mais vulneráveis. Os defensores deste mundo retrógrado estão a sacrificar aqueles que mais precisam de protecção: Os idosos, os pobres e os jovens que chegam ao mercado de trabalho e não têm saídas. 

Países desenvolvidos estão a viver autênticas catástrofes sociais. Os EUA entraram em recessão ao mesmo tempo que despejam triliões de dólares na guerra contra a Federação Russa por procuração passada à Ucrânia. No chamado mundo ocidental, os que chegaram ao fim da sua vida activa estão a perder boa parte das suas pensões de reforma devido a uma inflação galopante que já atingiu números muito próximos dos que causaram a Grande Depressão de má memória. 

O neoliberalismo reinante não dá o mínimo espaço à esperança. O Estado Social, construído ao longo de décadas para eliminar graves convulsões sociais e o perigo de guerras mortíferas e destruidoras, está a ser friamente desmantelado, deixando sem protecção milhões de seres humanos. Angola vive neste quadro planetário as mesmas dificuldades de todos os países que lutam pela paz e o progresso. As economias emergentes tentam a todo o custo libertar-se do garrote da pobreza e remam contra a maré, dando cada vez mais força ao Estado Social, multiplicando os investimentos públicos, como forma eficaz de criar riqueza.

O Executivo, ao longo da legislatura, multiplicou os investimentos públicos, alargou cada vez mais a protecção social às franjas mais vulneráveis, universalizou o direito à Educação, à Saúde, à Habitação. Lançou políticas que multiplicam os postos de trabalho. Criou condições para a criação da própria empresa, a formação profissional, o acesso ao crédito bonificado. A crise global causou grandes dificuldades ao Executivo, mas no meio da tempestade, ninguém fica para trás. Nenhuma angolana, nenhum angolano é descartável. 

Angola adoptou, há muitos anos, políticas arrojadas e inovadoras para a Juventude. Ainda na vigência do regime revolucionário, jovens do MPLA protagonizaram a abertura política que desembocou no pluripartidarismo e na economia de mercado. Desde então, todos os governos têm a marca da juventude, nos conteúdos e nas estruturas. O MPLA teve sempre o cuidado de lançar pontes para que as novas gerações tivessem uma importante palavra a dizer nas decisões políticas e nos grandes desígnios nacionais. A renovação dos quadros políticos é uma evidência, desde que assumiu a liderança do nosso país, em 11 de Novembro de 1975.

A grande riqueza de Angola é a sua Juventude. Temos uma população cada vez mais jovem e, na última década, a mais qualificada. Ainda temos um longo caminho a percorrer até que essas qualificações atinjam o nível ideal. Mas é inquestionável que existe uma explosão da população escolar a todos os níveis e o Ensino Superior está a refinar a qualidade, depois da sua expansão a todas as províncias e até aos mais importantes municípios do interior. Nestas eleições, mais de 60 por cento dos eleitores são jovens! Vão seguramente votar no partido da Juventude, o MPLA. 

Todos gostávamos que as nossas Universidades estivessem nesta altura a contribuir decisivamente para a investigação e desenvolvimento de que Angola necessita. Mas duas décadas de paz não são suficientes para atingir o nível ideal. O nosso país tem um défice de massa crítica. Mas não é em 20 anos que se criam elites nas Ciências, na Economia, no Empresariado, nas Artes. 

Ainda é necessário o trabalho árduo de muitas gerações para recuperarmos das destruições e malefícios da guerra de agressão estrangeira. Uma tarefa ainda mais difícil de realizar porque temos de partilhar o quotidiano com aqueles que se colocaram ao lado dos agressores e continuam a agredir, sabotar, impedir, destruir. Não sabem fazer mais nada. Nem querem aprender a viver em democracia. Sim, a UNITA disparou contra o Povo Angolano. A UNITA partiu tudo em nome do regime racista da África do Sul. A UNITA alugou as suas armas a quem fez tudo para atentar contra a Soberania Nacional e a Integridade Territorial. 

A missão ficava simplificada e facilitada se os actores que se associaram ao regime de apartheid da África do Sul na guerra de agressão contra Angola, agora ajudassem a limpar os escombros e as ruínas, contribuíssem para o curar das feridas, ajudassem os jovens e encontrar o rumo do progresso e da felicidade, em vez de andarem a manipulá-los para a violência, com falsas promessas e recorrendo a argumentos xenófobos e racistas. 

Mas a democracia tem esta grandeza, aceita e acolhe mesmo os que todos os dias atentam contra os seus princípios. Os democratas aceitam pacientemente os que nunca reconhecem as derrotas eleitorais. Aceitam no seu seio quem estando na política, lança ataques violentos contra a Justiça Eleitoral e o Poder Judicial, pondo em causa a sua credibilidade, competência e independência, só porque não se submetem aos seus anseios. A democracia aceita no seu seio mesmo os que se servem da política para satisfazer as ambições golpistas.

A Juventude é a maior riqueza de Angola e por isso tem uma via sempre aberta no MPLA. Num momento em que pela manipulação e a demagogia certas forças políticas tentam lançar os jovens contra o seu futuro, o diálogo permanente está a ser reforçado. Nenhum país do mundo dá aos jovens tanta atenção como Angola. Em nenhum país os jovens têm tantas facilidades de acesso ao ensino técnico e profissional, à constituição das suas próprias empresas, ao crédito, ao apoio institucional permanente. Nenhum país do mundo coloca os seus jovens no centro de todas as políticas de Estado. O poder político em Angola cuida bem dessa grande riqueza que é a Juventude Angolana. E essa opção política é permanente. 

Há muito por fazer, é verdade. Ainda existem muitas lacunas, é certo. É urgente responder às necessidades dos jovens nas áreas do Emprego e da Educação. As respostas estão a ser dadas com a urgência possível. Um país que foi destruído durante décadas de guerra, precisa de pelo menos um século para regressar à normalidade. As e os jovens que nasceram depois de 2002, o ano mágico da Paz, votam em Agosto. Os profetas da desgraça vão ter uma grande surpresa. Criticar o MPLA não significa votar na UNITA. Significa apenas independência e inteligência. Nunca premiar os que dispararam contra o Povo Angolano e destruíram Angola.

*Jornalista

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