Mais uma voltinha mais uma viagem no Expresso Curto, hoje com Raquel Moleiro, jornalista do burgo do tio Balsemão Bilderberg.
Nesta voltinha é evidente a lavagem ao cérebro que que afeta jornalistas e consequentemente os que pela sua dormência transmitida também afeta moles imensa dos que preferem falar de Futebol, de Fátima e de Fado - os três efes salazar-fascistas ainda em vigor na atual pseudodemocracia. É sempre útil saber como esses não pensam, talvez porque consideram que pensar e ver a realidade com olhos de ver dói muito. Pois não. Não dói nada.
Fiquem, na boa. Com um grande bom dia da nossa parte e a certeza de que face à realidade é indubitável que não vai ser um bom dia para a maioria dos portugueses e cidadãos do mundo. Mas isso a maioria já sabe, fazem-se é de parvos recorrendo ao faz de conta quotidiano. Sigam para o Curto do Expresso sorrindo. Perdoai aos senhores(as) que roubam, mentem, vigarizam, exploram e manipulam os trouxas que são realmente a maioria e cúmulo da estupidez: os que produzem e sobrevivem miseravelmente, a quem lhes falta tudo – inclusive consciência…
Leia. Leia sempre, porque é a melhor via para "aprender, aprender sempre!". Podem ser ou vir a ser feios, porcos e maus do imaginário logro do Ocidente Mas são gente vitimas do tão implantado ultraliberalismo rumo ao fascismo em curso no tão badalado Ocidente. (SG|PG)
O trabalho de uma geração
Raquel Moleiro | Expresso Curto
Nunca pensei voltar a ouvir
falar de Plano Marshall fora das aulas de História, em que os verbos eram
no passado, tão longínquos quanto a última guerra na Europa, que deixara o
velho continente em destroços, necessitado do apoio financeiro dos EUA para
reerguer economias e cidades. Hoje só mudam os lados do conflito e o tempo
verbal fez-se presente. É a Ucrânia que precisa de ajuda para se levantar.
Quando ainda concentra todas as forças nas zonas de batalha ativa contra o
invasor russo, mais de 40 países aliados, instituições internacionais e setor
privado, e uma delegação da própria Ucrânia, reuniram-se durante dois dias na
Suíça para traçar o plano de divisão de esforços para a reconstrução do
país liderado por Volodymyr Zelensky.
A Dinamarca deverá reconstruir Mykolaiv, o Reino Unido ofereceu-se para
recuperar as zonas destruídas da capital, a França destinará os esforços à
região de Tchernihiv. Haverá espaço para todos os que quiserem ajudar. Em mais
de quatro meses de guerra, foram destruídos, atingidos ou ocupados pelo menos
45 milhões de metros quadrados de habitações, 256 empresas, 656 instituições de
saúde, 1177 escolas. Orçamento: por alto, 730 mil milhões de euros, que a
Ucrânia defende que venha parcialmente dos bens russos congelados pelas sanções.
Portugal vai ajudar a reerguer escolas atingidas pelos bombardeamentos na
região de Jitomir, a
Mas mais do que um plano de obras, da conferência saiu ontem uma declaração de
princípios a que a reconstrução deve obedecer: o processo será liderado pela
Ucrânia em parceria com os parceiros internacionais; com foco
nas reformas, em linha com o caminho europeu; com transparência,
responsabilidade e reforço do Estado de direito; com participação
democrática da população; envolvimento de várias partes, nacionais,
internacionais, públicas e privadas; com respeito pela igualdade de género
e inclusão e também da sustentabilidade.
Na frente da batalha todos os dias são somadas novas baixas estruturais, para
não falar das humanas. O controlo russo do Donbass é quase total depois da
conquista de Lysychansk e as duas principais cidades de Donetsk ainda sob o
controlo de Kiev - Sloviansk e Kramatorsk -, tornam-se os novos alvos a
conquistar. O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, que
participou na conferência de Lugano através de um vídeo gravado, admitiu que a
reconstrução será uma empreitada para vários anos, o trabalho de uma
geração, cuja verdadeira dimensão só será conhecida quando terminar o conflito.
A guerra entra hoje no seu 133ª dia.
OUTRAS NOTÍCIAS
Há cinco dias que o aeroporto de Lisboa é campo fértil para o cancelamento de voos. As filas e
passageiros já não se fazem para passar a fronteira mas adensam-se junto aos
balcões das companhias que os deixam em terra, principalmente da TAP, a
companhia com mais voos cancelados no Humberto Delgado (porque tem o maior
número de slots). Ontem não se fizeram 28 viagens. No fim de semana houve 9 mil
malas perdidas. Há camas de campanha e passageiros a dormir no chão. O caos não
é exclusivo de Portugal ou da TAP, mas generalizado aos principais aeroportos e
companhias europeias. Hoje o presidente da ANA, José Luís Arnaut, e o
presidente executivo, Thierry Ligonnière, vão ao Parlamento falar aos deputados.
A moção de censura ao Governo apresentada pelo Chega vai ser hoje debatida na
Assembleia da República. No documento, o partido de André Ventura lembra Jorge
Sampaio e Santana Lopes e aponta o dedo aos ministros da Saúde, Finanças e
Infraestruturas. Mas o chumbo está garantido. Iniciativa Liberal e PSD já
anunciaram que vão abster-se e a Esquerda une-se no voto contra. A crise entre o primeiro-ministro e Pedro Nuno Santos será,
certamente, um dos temas principais do debate.
O FMI analisou a economia portuguesa e deixou ao Governo um roteiro de
recomendações, para consolidar as contas sem prejudicar o crescimento. Das
pensões aos impostos, da administração ao mercado de trabalho, do PRR aos
apoios às empresas, até ao mercado imobiliário, a lista de recomendações é
longa. A Economia do Expresso faz-lhe um resumo.
O Ministério Público vai investigar o professor da Universidade de Aveiro após comentários homofóbicos nas redes sociais e,
posteriormente, a órgãos de comunicação social. O inquérito foi aberto pelo
Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Aveiro na sequência de uma
denúncia contra Paulo Lopes, docente do departamento de Física. Está de momento
suspenso de funções. Governo diz que universidade tem autonomia disciplinar para lidar com
o caso.
Na saúde, se o caos nas urgências, principalmente de obstetrícia, já
estava instalado, com a instabilidade e os fechos a manterem-se por falta de
especialistas nas escalas, a situação tenderá a escalar amanhã com a greve
dos enfermeiros da região de Lisboa e Vale do Tejo. O sindicato exige, entre
outras medidas, a vinculação de todos os profissionais com vínculos precários.
Com os casos de varíola dos macacos em Portugal a ultrapassar os 400,
o país recebeu as primeiras 2.700 doses de vacinas contra a
doença, atribuídas pela Comissão Europeia aos estados-membros mais afetados
pela doença.
A Estrutura de Missão ‘Recuperar Portugal’ vai supervisionar a ajuda a Mário Ferreira, depois de ter
sido conhecido que as empresas turísticas do empresário tiveram um investimento
de 40 milhões de euros aprovado pelo Banco Português de
Fomento, financiados pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Bloco de Esquerda quer ouvir BPF sobre a aprovação.
Conselho Superior da Magistratura aprova proposta que impede juízes no
Governo de voltarem à magistratura. Mas há uma nuance.
Termina hoje a 1ª fase dos exames nacionais do ensino secundário, com os
testes de Geometria Descritiva A e História B.
Calendário da Liga já é conhecido. Saiba aqui quem joga com quem e em que jornada.
As temperaturas sobem a partir desta quarta-feira e podem atingir 40 graus em algumas regiões. Os
moradores de Sintra, onde me incluo, agradecem que o microclima também dê aqui
uma hipótese ao verão. No país, a seca agrava-se. O corte de água está a
ser ponderado no nordeste transmontano. Há cinco barragens em situação crítica. O governo reconhece a
gravidade da situação e o “risco extremo dos próximos dias”, mas garante água para consumo. Portugal e Espanha enfrentam o clima mais seco
dos últimos 1200 anos. Itália decretou estado de emergência.
Depois de dois anos de interrupção pandémica, o festival NOS Alive volta esta quarta-feira a Algés com um cartaz
encabeçado pelos Strokes (hoje), Florence The Machine (dia 7), Metallica (dia 8), Imagine Dragons, e os regressados
Da Weasel (dia 9). Veja aqui como chegar, horários, mapa e demais
informações úteis. Mais a sul, em Portimão, tem também hoje início a edição de estreia do Rolling Loud, um dos maiores
festivais de hip-hop do mundo. O desfile de concertos começa esta quarta-feira,
com o rapper norte-americano J. Cole em destaque, e prolonga-se até dia 8.
Lá fora
Governo britânico desmorona-se com a demissão dos ministros das Finanças e da Saúde, por falta
de confiança
A primeira-ministra francesa, Elisabeth Borne, vai ter hoje a sua prova
de fogo na Assembleia Nacional ao apresentar o programa do Governo. O
ministro da Solidariedade, Damien Abad, acusado de abusos sexuais saiu do Governo, no âmbito
da remodelação do executivo francês, que conta com novas caras na Saúde e no
Ambiente. Caso Borne não aproveite o momento para pedir um voto de confiança
aos deputados, a Esquerda já avisou que vai votar uma moção de censura.
Foram conhecidos nas últimas horas mais pormenores sobre o ataque no
desfile de 4 de Julho,
No Mediterrâneo central, o navio humanitário ‘Ocean Viking’ resgatou terça-feira mais 15 pessoas
que se encontravam num pequeno barco insuflável, transportando agora 306
migrantes a bordo e aguardando um porto seguro para desembarque.
FRASES
“Não havendo um referendo [à regionalização] em 2024, que aliás teria de se
conciliar com as eleições europeias e as regionais nos Açores, não é num ano
como em 2025, quando há autárquicas, ou em 2026, quando há presidenciais e
legislativas, que essa oportunidade se vai abrir.”
Luís Montenegro, líder do PSD, a atirar possível referendo à regionalização para lá de 2026.
“O processo de pesquisa do património dos devedores e avalistas [do Novo Banco]
apresenta limitações ao nível da sua abrangência e do seu timing de execução”
Relatório de auditoria da Deloitte, entregue no Parlamento, onde se conclui que
a entidade bancária falha na busca de património dos seus devedores.
"Tenho muito medo de ficar aqui para sempre. Não se esqueça de mim”
Brittney Griner, jogadora de basquetebol norte-americana, que está detida na
Rússia desde fevereiro, numa carta enviada a Joe Biden.
“[A detenção de menores] tem um impacto profundo e negativo na saúde e
bem-estar infantil e pode ter um impacto negativo duradouro no desenvolvimento
cognitivo das crianças”
Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR), o Fundo das Nações Unidas
para a Infância (UNICEF) e a Organização Internacional para as Migrações (OIM),
num comunicado conjunto divulgado terça-feira
O QUE ANDO A LER
Hoje é dia mundial das Zoonoses (doenças transmissíveis entre animais e seres
humanos), uma coincidência feliz que encaixa perfeitamente com o livro que
comecei a ler por estes dias. Chama-se Zoobiquidade (Ed. Pergaminho),
um palavrão que só chama à leitura pelas muitas recomendações que carrega antes
da sua edição para português - bestseller do The New York Times,
livro do ano da Discover magazine e da Smithsonian Institution – mas que
reserva apenas para o título o peso do aborrecimento escolástico.
Lá dentro, Barbara Natterson-Horowitz, cardiologista e professora do
departamento de Biologia Evolutiva Humana na Universidade de Harvard, e Kathryn
Bowers, jornalista de ciência na CNN International e editora na Atlantic
Monthly, contam histórias surpreendentes de como os animais e o seu reino podem
ensinar os humanos, principalmente a nível da saúde, pedindo-se uma maior
partilha de conhecimento entre médicos e veterinários, entre a medicina dos
homens e a dos bichos, que tem mais semelhanças que diferenças.
Uma sagui-imperador com problemas cardíacos, Spitzbuden de seu nome, residente
no zoo de Los Angeles, mostrou a Barbara que os animais podem sofrer das mesmas
doenças, ter as mesmas síndromes que os humanos, já identificadas e estudadas
pelos veterinários há vários anos, sem que haja partilha de conhecimento com os
médicos. Isso lançou-a numa inesgotável pesquisa sobre “Os animais têm________
(preencher com a doença)?”. E foi assim que descobriu jaguares sul-americanos
com cancro da mama, rinocerontes com leucemia, coalas na Austrália no centro de
uma epidemia de clamídia, polvos com comportamentos autodestrutivos, chimpanzés
selvagens com depressão, búfalos asiáticos toxicodependentes de bagas
psicotrópicas, dinossauros com artrite e até cancro.
“Kathryn e eu encontrámos, quase sem exceções, uma correlação animal para todas
as doenças humanas de que nos lembrámos. O que nos faltava era um nome para
esta nova fusão entre Medicina evolutiva, medicina veterinária e humana”, conta
a cardiologista. Chamaram-lhe Zoobiquidade.
PODCASTS A NÃO PERDER
Telma Monteiro: “Nós, mulheres, estamos sujeitas a um
escrutínio maior sobre o nosso corpo e a situações que tiram confiança e
auto-estima” Uma conversa com a melhor judoca portuguesa de sempre
sobre as exigências do desporto a alto nível, a preparação mental e o topo da
carreira no novo podcast do Expresso As Mulheres Não Existem.
João Pinto: “Prefiro ser aquela banda de garagem que ouvem de
vez em quando do que ser uma superestrela que tem de ser mais abrangente” No
último episódio desta temporada do podcast “Humor À Primeira Vista”, o
humorista João Pinto fala de “Mãe”, o novo espetáculo a solo em que vai falar
sobre a sua mãe, mas também sobre as de todos nós.
Tatanka: “Nunca tive problemas de dependência com nada, mas às
vezes perdes uma bocadinho a noção. Fazes coisas que não farias” Daniel
Oliveira recebe o músico e jurado do Ídolos Tatanka nesta emissão do Alta
Definição em podcast.
Este curto fica por aqui. Acompanhe toda a atualidade em expresso.pt. O semanário sai já sexta-feira
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