Artur Queiroz*, Luanda
“Um dos mais visíveis ‘méritos do curriculum da governação’ do único partido que governou Angola desde a independência é o acesso condicionado”. Esta frase abre um texto publicado no Novo Jornal assinado por Alexandra Simeão. Os sicários da UNITA mentem porque além de torturar, matar e destruir os bens do Povo, não sabem fazer mais nada. Esta gente que agora come na capoeira do Galo Negro, pelos vistos, tem de fazer prova de que também é capaz de mentir, matar e destruir. Só assim se compreendem as palavras da menina que é filha do meu amigo Carlos Simeão (Manolo) e da minha amiga desde os tempos da infância, Anália Vitória Pereira.
O único partido que governou
Angola desde a independência (MPLA), ganhou as eleições em 1992, com maioria
absoluta. Apesar deste desfecho, todos os partidos que elegeram deputados foram
convidados a fazer parre do executivo liderado por Marcolino Moco. Todos. Um
deles, o PAI, chefiado por Adriano Parreira, não elegeu deputados. Mesmo assim,
o líder foi nomeado embaixador de Angola
Alexandra Simeão fez parte desse governo de unidade nacional sendo vice-ministra da Educação para a Acção Social. Ocupou o cargo durante 12 anos em representação do Partido Liberal Democrático (PLD), depois extinto por falta de votos. Sobre a sua passagem pelo Governo Moco e depois pelo Governo de Unidade e Reconciliação Nacional (GURN), a filha do Manolo e da Anália (líderes do PLD) disse o seguinte:
“Foi uma fase positiva do ponto de vista da minha contribuição dentro do GURN, da forma como fui tratada por toda a gente. Não tenho uma reclamação a fazer em termos de tratamento e convivência com todas as pessoas. Era um dream team. Dávamo-nos mesmo bem. O GURN foi criado em 1997 e integrou todos os partidos com assento no parlamento”.
Hoje, atrelada à UNITA, escreve que o MPLA é o único partido que governou Angola! Já fez a prova de mentirosa. Pode ir para a bicha do dinheiro dos diamantes de sangue. Porque, minha filha (andei com ela ao colo!), não levas mais nada. A tua UNITA vai à vida no dia 24 de Agosto. Saca o mais que puderes porque a mama seca no dia 25 de Agosto.
Os bandoleiros armados de Jonas Savimbi decidiram destruir Angola e matar milhares de angolanos, quando perderam as eleições de 1992. Um caso de polícia que exigiu a intervenção das Forças Armadas Angolanas (FAA) porque eram muitos milhares! Apesar da tentativa de matar a democracia ainda no ovo, a UNITA não foi excluída. Marcolino Moco destinou algumas pastas a ministros do Galo Negro. Mas não compareceram. Savimbi não deixou.
Para viabilizarem a democracia, os vencedores das eleições não desistiram do partido que ficou em segundo lugar, a UNITA. E assim se chegou à assinatura do Protocolo de Lusaka, a 20 de Novembro de 1994. Foram signatários do histórico documento, o então ministro das Relações Exteriores, Venâncio de Moura, e o secretário-geral da UNITA, Eugénio Ngolo Manuvakola. Uma das figuras centrais deste passo gigantesco foi o general Higino Carneiro. O único chefe militar que teve uma carreira brilhante na diplomacia e na política. Foi o ministro da Reconstrução Nacional.
Depois de mil vicissitudes, chegámos à tomada de posse do Governo de Unidade e Reconciliação Nacional (GURN), em 11 de Abril de 1997. Durou até 2008 e só acabou porque a UNITA decidiu sair! Foram chefes destes governos, França Van-Dúnem e Fernando da Piedade Dias dos Satos (Nandó).
A UNITA tinha no GURN ministros, vice-ministros, secretários de Estado, governadores, vice-governadores, administradores municipais e comunais, além de vários embaixadores.
Eugénio Manuvakola, líder da UNITA pacífica, sobre o GURN fez esta declaração histórica: “A UNITA passa a ser um factor de estabilidade no xadrez político angolano e a guerra que vivemos será a última fomentada pelo savimbismo”. Será verdade? Atenção ao dia 25 de Agosto! O savimbismo está aí, liderado por Adalberto.
A Alexandra Simeão passou com distinção no teste da mentira. Pena ter chegado tão tarde às fileiras do Galo Negro. Depois do dia 24 de Agosto acaba a ameaça existencial para Angola. Mas se a menina for habilidosa, ainda consegue um lugar debaixo da mesa do poder e apanha no ar umas migalhas.
Hoje a RTP África entrevistou Adalberto da Costa Júnior. A Peça foi repetida na RTP 3. Angola deve agradecer aos portugueses esta oportunidade para os angolanos conhecerem a dimensão deste psicopata e mentiroso compulsivo.
Como é público, o actual chefe do Galo Negro colocou-se sempre contra a democracia angolana, contra o GURN e a favor do banditismo armado liderado por Jonas Savimbi. Já o chefe estava morto e Adalberto ainda dizia aos Media internacionais que isso era invenção do MPLA! Na entrevista ele disse que “os do MPLA Não estão preparados para o sistema democrático”. Ele é que disparou e minou a democracia e os outros não estão preparados!
O discurso da fraude foi uma constante na entrevista à RTP África. Adalberto Disse que “a UNITA ganha as eleições se as regras democráticas forem todas garantidas”. Mas depois garantiu que estão todas as ser violadas! Esqueceu o que tinha dito antes e rematou: “Seguramente a UNITA ganha as eleições”. Ao mesmo tempo revelou que no dia da entrevista (sábado) “íamos fazer uma manifestação a favor de eleições livres”. Em plena campanha eleitoral o chefe do Galo Negro quer fazer manifestações por eleições livres.
Depois explicou ao atarantado perguntador, aquilo a que chamou “a grande fraude”. O que é? Milhões de mortos nas listas. E fez uma afirmação que devia exigir a intervenção imediata da Comissão Nacional de Eleições (CNE). Adalberto afirmou isto, sem gaguejar: “Descobrimos que quem morreu em Luanda vai votar em Cabinda! Há dolo e má-fé do ministro e da CNE”.
O lunático chefe do Galo Negro disse que “João Lourenço, na campanha, só faz promessas, não faz balanços porque em cinco anos não fez nada”. Esta declaração devia passar, de manhã à noite, nos Media angolanos. Para todos perceberem o que é um mentiroso compulsivo. O cabeça de lista do MPLA, João Lourenço, não tem feito outra coisa que não seja o balanço das muitas obras realizadas nos últimos cinco anos. Mentir é a profissão dos dirigentes da UNITA.
Por fim, o ponto mais grave. Adalberto da Costa Júnior disse que se a UNITA ganhar as eleições, “Angola entre no Ciclo Constituinte. A maioria vai servir para rever a Constituição da República! Vamos adoptar a eleição directa do Presidente da República porque hoje é eleito à boleia. Vamos reduzir os poderes do Presidente da República. Vamos criar o Tribunal Eleitoral. E garantir a paz em Cabinda através de uma autonomia negociada. Acabar com a guerra”.
O candidato da UNITA abriu o jogo. Se ganhar as eleições parte para um golpe de estado constitucional. Como isso é ilegal e atenta contra o essencial da democracia, as instituições republicanas têm que se opor. Vem aí nova guerra, se ninguém travar estes psicopatas sedentos de vingança.
Adalberto diz que “sou especializado no combate à corrupção!” Mas os diamantes de sangue passam-lhe ao lado. E sobre o empresariado nacional, o chefe do Galo Negro disse esta barbaridade: “Os empresários angolanos estão falidos”.
Se votarem no Adalberto e no filho do Gentil Viana, os votantes vão ter um futuro muito triste.
*Jornalista
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