sexta-feira, 30 de setembro de 2022

A SANTA PEDOFILIA EM TIMOR-LESTE E A MEMÓRIA DOS ELEFANTES


A santa pedofilia foi ressuscitada acerca de Timor-Leste com a notícia de há dois dias quanto a atos relatados por vítimas timorenses a viver atualmente na Holanda. Vitimas do citado como abusador Ximenes Belo, assunto noticioso também referido no PG em Jornal holandês denuncia abusos sexuais do ex-bispo timorense de Díli, Ximenes Belo

Finalmente o assunto repugnante e frequente do abuso de menores por "santos" da igreja do Vaticano refere desta vez ter ocorrido em Timor-Leste... Mas, lamentavelmente, não foi novidade. Caiu foi com grande estrondo aos olhos da opinião pública mundial e permitiu que muitos milhões tomassem conhecimento do que há muito sabiam números reduzidos de indignados em Timor-Leste e por reduzidas partes do mundo. Finalmente aconteceu. Aleluia!

Também no Página Global podemos encontrar "pistas" sobre os abusos e os encobrimentos de alguns da elite timorense sobre o caso Ximenes Belo. Também anteriormente numa outra publicação dedicada a Timor-Leste, Timor Lorosae Nação, existia matéria que deixava "pistas" sobre o assunto. No PG recorremos à memória numa "concordata de elefantes" (porque dizem que tais avantesmas têm muito boa memória) e cá está algo que há mais de dez anos caiu no esquecimento dos que a tal lhes interessava. Bendita jornalista holandesa e as vítimas que corajosamente revelaram aquilo que aconteceu antes e que consubstancia para eles trauma, mágoa e repugnância. Mas devem estar aliviados e orgulhosos por denunciarem tal atropelo e ofensa à dignidade humana.

A verdade, como o azeite, veio ao cimo. Parece que nestes casos nem dinheiro nem pagamento de estudos em Portugal conseguiu fazê-la submergir. E além disto, deste hediondo caso, há mais? Perguntem. Perguntem à coragem que por enquanto não têm tido outras vítimas, até de outros abusadores sexuais de menores. 

Se bem aprouver continue a ler porque ainda há mais para dissecar. MM/PG

EMBAIXADA DE TIMOR-LESTE EM LISBOA “ESCONDEU” BISPO XIMENES BELO*

“Vaticano confirmou que tinha imposto sanções ao Nobel da Paz 1996, que incluíam a proibição do contacto voluntário com menores e de viajar para Timor” Porquê? O que pretenderam prevenir e ocultar durante décadas?*

Ximenes Belo saiu dos salesianos em carro da embaixada e tem sanções do Vaticano desde há dois anos

Mal se soube da notícia das acusações de abusos sexuais contra o bispo Ximenes Belo, a embaixada timorense em Portugal enviou um carro à casa dos Salesianos das Oficinas de São José (Campo de Ourique, Lisboa), para levar o bispo para lugar desconhecido. A informação foi dada ao 7MARGENS ao final da tarde desta quinta-feira por uma fonte eclesiástica da capital, no mesmo dia em que o Vaticano confirmou que tinha imposto sanções ao Nobel da Paz 1996, que incluíam a proibição do contacto voluntário com menores e de viajar para Timor. Já o Nobel da Paz que Ximenes recebeu não lhe será retirado – tal não está previsto nas regras do prémio, disse ao 7MARGENS uma fonte oficial do Comité Nobel.

Estas reacções seguem-se à publicação, na véspera, de uma investigação da revista neerlandesa De Groene Amsterdammer, segundo a qual pelo menos duas pessoas terão sido vítimas de abusos, na década de 1990, por parte do bispo. As vítimas, hoje com 45 e 42 anos, eram na altura adolescentes com 14-16 anos. Mas a investigação diz que pode haver mais pessoas abusadas e que os casos relatados terão começado ainda antes, quando o então padre Ximenes Belo era o superior nos Salesianos de Dom Bosco, em Fatumaca, na década de 1980.

Tendo em conta o adiantado da hora e o facto de a Embaixada de Timor-Leste em Lisboa estar já encerrada, foi impossível confirmar junto da representação diplomática timorense em Lisboa se a saída de Ximenes Belo da casa onde residia nos últimos tempos se deveu ao próprio ou a alguém da embaixada. Um responsável da Embaixada contactado pelo 7MARGENS escusou-se a comentar a informação, lembrando a necessidade de respeitar a hierarquia diplomática e pedindo um novo contacto esta sexta-feira.

Na véspera, no entanto, como referimos, o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros de Timor, José Luís Guterres – irmão da actual embaixadora de Timor em Lisboa, Isabel Amaral – ouvido pela Renascença, disse que nunca teve “conhecimento de que tenha havido algum inquérito ou alguma investigação da parte das autoridades, quer da procuradoria ou outros organismos da Igreja Católica” sobre a acusação que “estão a atribuir ao nosso querido bispo Ximenes Belo“.

Num comunicado divulgado também nesta quinta-feira, 29, a Província Portuguesa da Sociedade Salesiana admite que o bispo estava numa das casas da congregação.

O texto começa por dizer que foi “com profunda tristeza e perplexidade” que os salesianos tiveram conhecimento das notícias acerca “da suspeita de abusos sexuais de menores envolvendo” o bispo. Reitera depois a informação de que, desde que assumiu funções como responsável máximo da Diocese de Díli, Ximenes Belo “deixou de estar dependente da Congregação Salesiana.” No entanto, no Anuário do Vaticano de 2021, refere a Associated Press, Ximenes Belo aparece com as inciiais da congregação de origem à frente do seu nome: SDB, Sociedade de Dom Bosco.

No comunicado referido, os salesianos dizem que, “a pedido dos seus superiores hierárquicos” a província portuguesa “recebeu-o como hóspede durante os últimos anos”. E acrescentam que desde que o bispo está em Portugal “não tem tido quaisquer cargos ou responsabilidades educativas ou pastorais ao serviço” da congregação.

“O pedido de hospitalidade foi por nós aceite com toda a naturalidade por se tratar de uma pessoa conhecida e estimada por todos”, acrescenta o texto, publicado na página oficial dos Salesianos. “Sobre questões a respeito do conteúdo das notícias não temos conhecimentos para nos pronunciarmos, remetendo para quem tem essa competência e conhecimento”, conclui o texto.

Redes sociais timorenses são palco de debate sobre acusações contra Ximenes Belo

Tristeza, descrédito, declarações de apoio e exigência de justiça para as vítimas dominaram o debate nas redes sociais relativamente às acusações de abuso sexual de menores contra o ex-administrador apostólico de Díli, Ximenes Belo.

Depois de um silêncio inicial relativamente às notícias divulgadas pelo jornal holandês De Groene Amsterdammer, na quarta-feira, nas últimas 24 horas multiplicaram-se as publicações nas redes sociais sobre o caso.

Comentários e publicações que refletem as divisões no tratamento deste tema pela sociedade timorense, predominantemente conservadora, e que já se tinham evidenciado durante a investigação e julgamento do ex-padre norte-americano Richard Daschbach, condenado em dezembro a 12 anos de prisão por cinco crimes de abuso sexual de menores.

São várias as publicações em que são partilhadas notícias entretanto divulgadas sobre o assunto com a exigência de “justiça para as vítimas”.

A religião não é o problema, o problema são as pessoas que fazem o mal”, escreveu uma timorense no Facebook, a rede social mais usada no país.

Ao mesmo tempo, porém, são dominantes declarações de apoio “total” a Ximenes Belo e referências ao seu papel na luta pela independência de Timor-Leste, motivo pelo qual em 1996 lhe foi conferido o Prémio Nobel da Paz.

“Apoio sem reservas a Ximenes Belo”, escreveu uma timorense.

Inúmeros internautas, incluindo jornalistas timorenses, colocaram como foto de perfil uma imagem de Ximenes Belo, com muitos a questionarem a veracidade das notícias.

“Salvador e motivador do povo maubere na luta pela libertação da pátria. Respect”, escreveu um internauta.

“Coragem e força para o ‘Amo’ Carlos Filipe Ximenes Belo, que enfrenta agora uma situação difícil”, escreveu outro.

Muitos dos comentários sobre o caso questionam o facto de os alegados abusos só terem sido denunciados décadas depois de terem acontecido.

A maior parte dos comentários não faz qualquer referência às declarações entretanto proferidas pela hierarquia da Igreja, nomeadamente o anúncio da Santa Sé de ter imposto sanções disciplinares a Ximenes Belo nos últimos dois anos, após alegações de que o Nobel da Paz teria abusado sexualmente de menores em Timor-Leste nos anos 1990.

Em comunicado, o porta-voz do Vaticano disse que o gabinete que lida com casos de abuso sexual recebeu alegações “sobre o comportamento do bispo” em 2019 e, no prazo de um ano, tinha imposto sanções.

As sanções incluem limites aos movimentos do bispo e ao exercício do seu ministério, bem como a proibição de manter contactos voluntários com menores ou com Timor-Leste.

As medidas foram “modificadas e reforçadas” em novembro de 2021 e em ambas as ocasiões Ximenes Belo aceitou formalmente o castigo, acrescenta-se no comunicado, do porta-voz Matteo Bruni.

O assunto tem sido praticamente ignorado pela imprensa timorense, com os jornais em papel, portais online e a agência oficial timorense, Tatoli, sem publicar qualquer noticia sobre o assunto.

Destaca-se apenas a televisão GMN, que fez uma entrevista alargada com o representante máximo da Santa Sé em Díli, monsenhor Marco Sprizzi.

O quase silêncio da imprensa timorense prosseguiu na quinta-feira, quando o Presidente José Ramos-Horta proferiu comentários sobre o caso à chegada a Díli, numa conferência de imprensa com dezenas de jornalistas.

A imprensa publicou vários artigos sobre outros aspetos da conferência de imprensa, ignorando as declarações sobre o caso Ximenes Belo.

Observador | Lusa | Imagem: Hugo Delgado / Lusa

Guiné-Bissau | PARTIDOS POLÍTICOS DENUNCIAM IRREGULARIDADES DA CNE

Processo que deve conduzir às eleições tem sido marcado por "algumas irregularidades", afirmam sete partidos guineenses. "Não houve o respeito pela Constituição", diz Agnelo Regala, líder da UM.

Um grupo de partidos guineenses alertou esta quarta-feira (28.09) a comissão permanente do Parlamento sobre alegadas irregularidades no funcionamento da Comissão Nacional de Eleições (CNE), tendo em vista as eleições legislativas antecipadas de 18 de dezembro.

Segundo o porta-voz do grupo de sete partidos, Agnelo Regala, líder da União para a Mudança, o processo que deve conduzir às eleições tem sido marcado por "algumas irregularidades e inconstitucionalidade".

Entre outras forças políticas, fazem parte do grupo o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) e a União para a Mudança (UM), ambos com representação no Parlamento dissolvido em maio pelo chefe de Estado guineense, Umaro Sissoco Embaló.

Constituição "não foi respeitada"

O grupo defende que não houve respeito pela Constituição na marcação da data de eleições legislativas antecipadas, decretadas por Sissoco Embaló. A Constituição ordena que sejam 90 dias após a dissolução do parlamento, realçou Agnelo Regala, líder da UM.

"O segundo aspeto prende-se com a caducidade da Comissão Nacional de Eleições", desde abril, notou o dirigente guineense para salientar que o órgão "normalmente" é eleito para um período de quatro anos.

Agnelo Regala reforçou ainda a tese dos sete partidos para defender que a CNE "não tem quórum" para funcionar a partir do momento em que o seu presidente eleito, José Pedro Sambu, foi eleito líder do Supremo Tribunal de Justiça e um dos secretários-executivos adjuntos, Idriça Djaló, ter sido "eleito e tomado posse" como juiz do Tribunal de Contas.

"Isso marca a incompatibilidade dos dois", observou o porta-voz do grupo de partidos que entregou esta quarta-feira uma carta à segunda vice-presidente do Parlamento, Satu Camará.

Para os sete partidos, "não há quórum sequer" para que a CNE se possa reunir.

No passado dia 20, o presidente interino da CNE, o juiz Mpabi Kaby disse à agência Lusa que o órgão continua a ter quórum, negou que Idriça Djaló tenha assumido funções no Tribunal de Contas e avançou que escreveu uma carta a informar ao tribunal que não vai tomar posse nas novas funções até à realização de eleições em dezembro.

Deutsche Welle | Lusa

HOUVE FRAUDE NAS ELEIÇÕES EM SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE, DIZ PRESIDENTE DA CEN

Presidente da Comissão Eleitoral denuncia negócio partidário de compra de lugares nas mesas de votação

São-Tomé, 29 Set. 2022 (STP-Press) – O Presidente da Comissão Eleitoral Nacional, CEN, José Carlos Barreiros denunciou hoje que alguns partidos políticos se teriam envolvidos num alegado negócio eleitoral de compra e venda de lugares nas mesas de votação nas eleições são-tomenses de domingo.

Numa conferência de imprensa esta manhã face as eleições de domingo, o presidente da Comissão Eleitoral Nacional, José Carlos Barreiros, disse que “eu estava no meu gabinete, quando alguém veio ter comigo, Senhor Presidente, disseram-me que o partido A vendeu todos seus lugares [da mesa de voto] do distrito de Cantagalo para o partido B”.

José Carlos Barreiro acrescentou que “eu estive no dia das eleições, num lugar, foi para uma assembleia de voto em que detetei que quatro membros dessa mesa [de voto] eram todos afectos a um partido só”.

“E acontece que uma vez numa assembleia de votos os cinco membros são todos afetos a um partido, o que pode acontecer nesta assembleia de voto? Vocês sabem o que pode acontecer? Eu não sei. Vocês jornalistas têm de investigar para saberem,” questionou José Carlos Barreiros

“As candidaturas que não têm condições de meter pessoas nas mesas que lhes pertencem, vendem esses lugares da mesa”,- disse para depois acrescentar que “muitas candidaturas não têm condições de pôr as pessoas nas mesas”.

Reagindo as críticas, segundo, os quais, escusou-se de apresentar os resultados das eleições com as tradicionais projeções dos mandatos das candidaturas, José Carlos Barreiros voltou a sublinhar que “não da competência da CEN calcular os mandatos dos resultados provisórios”.

“Eu queria que soubessem que a competência legal do CEN é de elaborar e publicitar o mapa de resultados provisórios das eleições”, disse José Carlos Barreiros, sublinhando que quem tem a competência de calcular os mandatos é o Tribunal Constitucional.

“É o Tribunal Constitucional que tem a obrigação por lei calcular de apresentar a distribuição de mandatos das diversas candidaturas”, precisou José Carlos Barreiros

Ricardo Neto | STP Press | Foto: Lourenço da Silva

Trovoada é felicitado pelo mundo, e reafirma vitória eleitoral com maioria absoluta

ADI VENCEU AS ELEIÇÕES EM SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE

Em conferência de imprensa, na quarta – feira, Patrice Trovoada Presidente da ADI, reafirmou que ganhou as eleições legislativas com maioria absoluta. O líder da ADI, confirmou que já recebeu mensagens de felicitações de governos de África, Europa e América.

Primeiros-ministros de Portugal, de Cabo Verde, os governos da Guiné Bissau e dos Estados Unidos de América já felicitaram, o povo São-tomense, a ADI, e o próprio Patrice Trovoada pela vitória nas eleições legislativas.

«Recebi e falei obviamente, e várias vezes com o Primeiro-ministro de Cabo Verde e de Portugal», confirmou.  

Segundo Patrice Trovoada, por conversa telefónica também recebeu felicitações, do Presidente do Senegal e da União Africana Macky Sall, assim como dos Chefes de Estado da Guiné Bissau e do Gabão, respectivamente Umaro Sissokho Embaló e Ali Bongo.

ADI garante que os editais que estão a ser produzidos pela Assembleia de apuramento distrital dão vitória e com maioria absoluta.

«Se nada acontecer de relevante em Mé-Zóchi, estaríamos no figurino de ADI com 30 mandatos. Até agora o que está a acontecer em Mé-Zóchi, não parece que provocará grande alteração», declarou Patrice Trovoada.

O Presidente da Adi reforçou que «seja qual for o cenário, ADI tem maioria absoluta».

Muito importante para ADI, é a posição assumida por todos os observadores internacionais que já declararam que o processo eleitoral foi livre, transparente e que não se registaram problemas de maior durante todo o escrutínio.

Patrice Trovoada acredita que nada vai mudar, mesmo no apuramento geral dos resultados finais, que será feito pelo Tribunal Constitucional.

«ADI tem maioria absoluta, a eleição decorreu na normalidade, não houve fraude. Poderá ter havido erros e omissões, mas não são relevantes. Isso foi confirmado pela Comunidade internacional, e está a ser confirmado pelos magistrados que estão a testa das assembleias distritais de apuramento», repisou o líder da ADI.

Abel Veiga | Téla Nón

Contas equilibradas representam maior aptidão para absorção de investimentos

ANGOLA

A desaceleração da inflação que, em Agosto último, caiu para 19,7 por cento, diante dos 30 no período homólogo, e da dívida pública, que no primeiro trimestre baixou para 66 do PIB, representa o equilíbrio das contas e maior preparação do país para absorver investimentos.

Isso foi declarado pelo ministro de Estado para a Coordenação Económica, Manuel Nunes Júnior, ao discursar no acto de admissão de 25 por cento das acções representativas do Banco Caixa Geral de Angola (BCGA).

Manuel Nunes Júnior lembrou que de um pico de 41 por cento, em 2016, a inflação caiu para 30 por cento em Agosto de ano passado e para 19,7 por cento no mesmo mês do ano em curso, com expectativas de que venha a diminuir ainda mais, mantendo a tendência decrescente.

A dívida pública em percentagem do Produto Interno Bruto (PIB), prosseguiu, tem estado a diminuir, tendo o seu stock baixado de 128,7 por cento do PIB, em 2020, para 82,1, em 2021.

As contas internas e externas do país estão equilibradas, graças às medidas que foram tomadas nos últimos cinco anos, afirmou o ministro, notando que, no domínio das contas internas, de 2018 a 2022 (com excepção de 2020), os saldos orçamentais do país foram superavitários, quando, no período de 2014 a 2017, Angola enfrentou défices orçamentais sucessivos.

O indicador positivo das contas externas foi provocado pelo equilíbrio dos saldos conta corrente da balança de pagamentos de 2018 a 2021, "o que significa que os fluxos de moeda externa têm sido superiores à saída destes recursos do país”, garantindo a estabilidade das Receitas Internacionais Líquidas (RIL).

Manuel Júnior enfatizou ainda o facto de, desde Novembro do ano passado,  que a moeda nacional estar a seguir uma trajectória estável e a funcionar normalmente no mercado cambial.

"Nós agora estamos a viver um momento em que as taxas de inflação estão a diminuir. Graças às medidas que foram tomadas em tempo oportuno estamos a viver um momento positivo das contas externas e  externas que fazem com que tenhamos taxas de inflação a diminuir”, declarou.

Angola | JORNALISMO DE CARREGAR PELA BOCA

Artur Queiroz*, Luanda

A Presidência da República informou que o Presidente João Lourenço se ia deslocar a Espanha numa visita privada. Vou repetir: “visita privada”. A partir do momento em que o comunicado se tornou público, a viagem ficou absolutamente indisponível para os jornalistas e os Media. Um portal da UNITA e da Irmandade Afrikaner violou gravemente as regras do Jornalismo e decidiu especular criminosamente sobre a saúde do Chefe de Estado. E com pormenores!

Não vou repetir o abuso criminoso porque isso seria beneficiar o infractor. Antes, o jornal de sobrinhos e madalenos já tinha cometido o mesmo abuso de liberdade de imprensa. E em editorial, o que obriga todo um grupo de trabalho, que assim caucionou o crime, com o seu silêncio cúmplice. 

O Sindicato dos Jornalistas tem uma vertente de auto regulação que não pode nem deve ser negligenciada. Face à gravidade do crime de abuso de liberdade de imprensa, a direcção primou pelo silêncio. O senhor Teixeira Cândido ataca os seus colegas dos Media do sector empresarial do Estado a torto e a direito. Não se percebe tanta violência, tanto ódio, tal sanha persecutória. Se há alguém em Angola que devia pôr o sector público da comunicação social nos píncaros, é ele. Quando a Medianova lançou o jornal O País, ele foi “requisitado” do Jornal de Angola para aquele grupo privado. Caso único no mundo.

Uma empresa privada lançou um jornal concorrente do Jornal de Angola e do Jornal dos Desportos. Um jornalista desses títulos foi “requisitado” pelos privados. E ele aceitou porque ficou a ganhar nos dois carrinhos. Quando as vacas da Medianova emagreceram ele foi o primeiro a dar o salto e regressou ao tacho público. Onde ainda se mantém! Come no prato e diz mal da comida. Mais um leproso moral absolutamente insanável.

A facilidade com que Teixeira Cândido morde os calcanhares aos Media públicos não se vê quando os privados cometem gravíssimos crimes, abusando da liberdade de imprensa. Volto a repetir pela enésima vez. Os crimes por abuso de liberdade de imprensa são, antes de tudo, crimes contra os jornalistas e o Jornalismo. Neste caso do Novo Jornal e do Portal Clube Kwacha (Club K) a situação é ainda mais grave. 

O Presidente da República é uma figura pública, provavelmente a que tem maior exposição ao escrutínio público. Mas tomem nota. Ninguém é um Miradouro da Lua ou um ecrã de cinema que todos frequentam como e quando quiserem. Tem o direito às liberdades e garantias constitucionalmente consagrados. 

Como qualquer cidadão angolano, o Presidente João Lourenço tem direito à inviolabilidade pessoal, em todas as suas projecções: física (direito à imagem e à palavra escrita e falada), moral (direito à honra, bom nome e consideração social) e vital (esfera privada, esfera pessoal, esfera do segredo e história pessoal). O Artigo 31º da Constituição da República (Direito à Integridade Pessoal) protege “a integridade moral, intelectual e física. O Artigo 32.º garante o Direito à privacidade e à intimidade.

Uma visita privada a Espanha é isso mesmo, privada. Não está disponível para a comunicação social. Face às gravíssimas violações de direitos constitucionalmente protegidos, o Sindicato dos Jornalistas remeteu-se a um silêncio cúmplice, determinado pela direcção do partido UNITA. Teixeira Cândido serviu-se dos votos dos Jornalistas filiados na organização sindical a que preside, para fazer dela uma correia de transmissão do Galo Negro. No dia 24 de Agosto a derrota foi tão pesada que ele perdeu a voz. E nem é capaz de condenar quem especula criminosamente com a saúde de um cidadão angolano, no caso João Lourenço, que acabou de ser eleito Presidente da República.

O bêbado da valeta (Reginaldo Silva) e os kambas da estatura moral do soldado motorista do RI20 (Jacques dos Santos) gozam com a situação. Não mostram a mínima preocupação com tão graves violações que colocam o Jornalismo Angolano nas ruas da amargura. Afinal defendem ou não a Liberdade de Imprensa? Claro que não defendem. Pelo contrário, fazem tudo para que os abusos sejam regra e se tornem inócuos.

O Presidente João Lourenço, que eu saiba, tem uma ligação com Espanha há muitos anos. Depois de uma campanha eleitoral cansativa, extenuante, é normal que vá com a família descansar num país onde se sente bem. Qual o quê! Os falsos jornalistas e os abutres da estirpe de Teixeira Cândido põem a circular que está doente. Criminosos! Não se brinca com a saúde de ninguém. Não se especula com a saúde das pessoas, seja o mais humilde cidadão ou o Chefe de Estado.

E os partidos políticos ajudam à festa, atentando contra o prestígio e a dignidade dos órgãos de soberania e seus titulares. Enchem a boca com a Constituição da República mas a UNITA abandonou o plenário da Assembleia Nacional quando foi votada. A Lei Fundamental diz que os partidos devem participar “na vida política e na expressão do sufrágio universal, por meios democráticos e pacíficos, com respeito pelos princípios da independência nacional, da unidade nacional e da democracia política”. Isso aconteceu na campanha eleitoral? Mentira. 

A UNITA e seus apêndices serviram-se de marginais para perturbarem a paz e a estabilidade. Atentaram contra a independência e a unidade nacional. A Constituição da República exige que os partidos prestem contas do uso de fundos públicos. Até hoje a UNITA nuca prestou essas contas. 

Os partidos têm o dever da consolidação da nação angolana e da independência nacional. A salvaguarda da integridade territorial. O reforço da unidade nacional. A defesa da soberania nacional e da democracia. A UNITA e seus apaniguados passaram a campanha eleitoral a trocar votos pela integridade territorial. Foi assim que o Galo Negro ganhou as eleições nos círculos eleitorais do Zaire e Cabinda.

Estes deveres dos partidos são esquecidos ou simplesmente ignorados. Os seus megafones só falam no que lhes interessa na Constituição da República: “Os partidos políticos têm direito a igualdade de tratamento por parte das entidades que exercem o poder público, direito a um tratamento imparcial da imprensa pública e direito de oposição democrática, nos termos da Constituição e da lei”. Sim é verdade. E beneficiam largamente dessas prerrogativas. O tratamento imparcial na Imprensa Pública é notório. Os que duvidam, não sabem o que significa imparcialidade. Nem sequer sabem que o legislador fala de um critério que suporta os conteúdos comunicacionais. 

A imparcialidade de que fala a Constituição da República funciona. O MPLA atribui à UNITA, à CASA-CE, ao PRS ou à FNLA determinados comportamentos e práticas políticas. Os Media Públicos são obrigados a ouvir as outras partes com interesses atendíveis. Sabem qual é o problema? 

O MPLA nunca fez isso. Pelo contrário, os outros é que acusam falsamente o partido maioritário na Assembleia Nacional de práticas irregulares ou antidemocráticas. Por isso tem o direito a dar a sua versão. Mas a maior parte das vezes, remete-se ao silêncio. E a direcção do partido faz bem em não dar confiança energúmenos da política nem alimentar o banditismo político.

Tomem nota. A imparcialidade não é pegar num linómetro ou num cronómetro para medir o espaço ou tempo de antena atribuído a cada partido. Nem isso seria possível. Imparcialidade é dar voz a todas as partes quando for caso disso.

O bom jornalismo não se faz com maldade e rancor, faz-se com profissionalismo e rigor. Tirem os olhos do umbigo e olhem para Angola com honestidade. Esqueçam de uma vez por todas, os recados que recebem dos colonialistas que vos pagam!

*Jornalista

quinta-feira, 29 de setembro de 2022

Angola | EXPECTATIVAS E RECEIOS

Luciano Rocha* | Jornal de Angola | opinião

O tempo entre o anúncio da composição dos novos parlamento e Executivo, bem como dos governadores provinciais é curto para tirar grandes ilações, embora uma ou outra frase, mesmo palavra, ouvida ou lida, possam entreabrir portas de esperança.

As primeiras expectativas de eventuais ventos de mudanças foram criadas, uma vez mais, por João Lourenço, quando, implícita ou explicitamente,  referiu a necessidade de melhor comunicação, consciente de que a falta dela caracterizou os últimos tempos do anterior Governo,  com resultados nefastos, designadamente para ele próprio, o partido a que preside, acima de tudo e todos, o país.

A alguns dos mais atentos ao que lhes é dado observar ao escutarem ou lerem as frases do reeleito Chefe de Estado e Executivo veio à memória o discurso que fez na tomada de  posse do mandato anterior, que provocou onda de esperança renovada entre a esmagadora maioria dos angolanos. Foi, na altura, mais do que um toque do render da guarda. Constituiu o anúncio de novo renascer da alvorada tingida, durante excessivo período, pelo cinzento das noites cacimbentas e frias que atingem, principalmente, aqueles cujos salários - os que os tinham e recebiam - não permitiam "luxos”. de aquecedores, sequer atear fogueiras.

Verdade é que, por causas conhecidas, a esperança da nação angolana voltou a esmorecer. Umas vezes previsivelmente, pois conhecidas a tempo pelos exemplos vindos de fora, mas inevitáveis num país falho, em quantidade e qualidade, de serviços e servidores. Alguns exemplos? Desvalorização do petróleo - uma das riquezas da nossa desgraça -, logo, por arrastamento, da moeda; surgimento da Covi-19, com efeitos evidentes que se juntaram às do paludismo, atulhando cemitérios; instalação de unidades sanitárias, aquisição de fármacos e material para as tornar eficazes; crise económica e financeira que varreu o Globo de um extremo ao outro. A  lista podia continuar, mas não cabia no espaço da crónica.

Todo aquele amontoado de desditas pode ter feiro abrandar o cerco aos responsáveis pelo desbaratamento da coisa pública, que o tomavam como deles, iniciado logo a seguir à primeira tomada de posse de João Lourenço como Chefe de Estado e do Executivo, quando a preocupação imediata era apanhar "os cacos”, que restavam da "grande farra”, para os tentar colar.

 Aquela atitude surpreendente - coroada com as primeiras detenções pouco tempo após a posse de há cinco anos - redobrou a confiança do angolano comum em mudanças reais neste país adiado, que, contudo, parece terem abrandado ainda antes  da Covid-19.  Talvez por ter perdido o impacto da novidade, o que não tem de reflectir falta de investigação. Outra hipótese a considerar é a tal falta comunicação - ou deturpada, acrescentamos nós - na verdadeiro sentido significação, ventilada, agora, por João Lourenço . Causas à parte , ressurgiu a desvergonha, a destapar trunfos viciados de baralhos batoteiros dos mesmíssimos jogos, especialidades, em Angola e fora dela, da pequena burguesia impreparada e derivados incapazes de esconderem vaidades bacocas.

O momento que vivemos não é de euforias devido às perseverantes debilidades e causas que as mantêm, mas, outrossim, pelas que podem estar para vir. É que Angola, estranhamente ao que alguns demonstram, não é bolha isolada do Mundo, logo da turbulência que o sacode. Fossemos o país que já podíamos ser e as consequências do que aí vem não eram tão espinhosas. Mas, não somos e se a solução dispensa choros sobre "leite derramado”, jamais será procurar esconder verdades, enfeitá-las com ramos de bajulice. O combate à corrupção e nepotismo está acima de tudo, é umas das pedras dos alicerces da Verdade, que dispensa o culto de quem é medíocre.

As expectativas de mudanças recentemente lançadas reanimam expectativas, mas também receios fundamentados.   

*Jornalista

A Organização de Cooperação de Xangai satisfaz a aspiração de cooperação global

Martinho Júnior, Luanda

QUANDO A CONFIANÇA É A INTELIGÊNCIA DOS BURROS…

… HÁ QUE ACABAR COM A ONU, PORQUE ESTÁ CONTAMINADA PELA HEGEMONIA UNIPOLAR E POR ISSO NÃO MAIS RESPONDE PELA SUA PRÓPRIA CARTA.

NÓS, OS POVOS DAS NAÇÕES UNIDAS, DECIDIDOS: 

A preservar as gerações vindouras do flagelo da guerra que por duas vezes, no espaço de uma vida humana, trouxe sofrimentos indizíveis à humanidade; 

A reafirmar a nossa fé nos direitos fundamentais do homem, na dignidade e no valor da pessoa humana, na igualdade de direitos dos homens e das mulheres, assim como das nações, grandes e pequenas; 

A estabelecer as condições necessárias à manutenção da justiça e do respeito das obrigações decorrentes de tratados e de outras fontes do direito internacional; 

A promover o progresso social e melhores condições de vida dentro de um conceito mais amplo de liberdade…

Carta das Nações Unidas – https://iusgentium.ufsc.br/wp-content/uploads/2016/08/CARTA-DA-ONU.pdf

ATO DE GUERRA CONTRA A UNIÃO EUROPEIA?

O presidente Biden ordenou o ataque terrorista contra o Nord Stream?

Michel Chossudovsky* | Global Research, 28 de setembro de 2022

A sabotagem é a causa mais provável de vazamentos em dois gasodutos do Mar Báltico entre a Rússia e a Europa, disseram líderes europeus, depois que sismólogos relataram explosões em torno dos gasodutos Nord Stream.”

#Traduzido em português do Brasil

De acordo com a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen  , “os vazamentos” no mar Báltico foram devidos a “sabotagem”: 

“ Qualquer interrupção deliberada da infraestrutura energética europeia ativa é inaceitável e levará à resposta mais forte possível” , alertou ela, e instou uma investigação para obter total clareza sobre os “eventos e por quê”.

A primeira-ministra dinamarquesa Mette Frederiksen os descreveu como “atos deliberados” , acrescentando: “Não estamos falando de um acidente”.

Von Der Leyen não detalhou quem poderia estar por trás desses “atos deliberados” de sabotagem. 

Bombshell

Em uma entrevista televisionada em 7 de fevereiro de 2022, o presidente dos Estados Unidos reconheceu que os Estados Unidos agiriam contra o Nord Stream, se necessário. Esta declaração foi feita 3 semanas antes da invasão russa:

Presidente Joe Biden: “Se a Rússia invadir, isso significa que tanques e tropas cruzando a fronteira da Ucrânia novamente, não haverá mais um Nord Stream 2”.

Repórter : “Mas como exatamente você fará isso, já que o projeto está sob controle da Alemanha?”

Biden: “Nós vamos, eu prometo a você, seremos capazes de fazer isso.”  (enfase adicionada)

Joe Biden: “Não haverá mais um Nord Stream 2”

As evidências sugerem que esse ataque terrorista havia sido contemplado pela Administração Biden antes da invasão russa. Foi realizado pela CIA? “Seremos capazes de fazer isso” , disse Joe Biden.

Ato de Guerra dos EUA contra a União Europeia

O Nord Stream, que se origina na Rússia, passa pelas águas territoriais de quatro estados membros da UE, incluindo Finlândia, Suécia, Dinamarca e Alemanha. A permissão foi fornecida e aprovada pelos parlamentos desses países antes da construção.

Além disso, os gasodutos Nord Stream também exigiram a aprovação da Estônia, Letônia, Lituânia e Polônia, que fizeram parte do processo consultivo antes da construção.

Bombshell: Do ponto de vista legal, este não foi um ataque contra a Rússia, conforme sugerido por Joe Biden.

Foi um ato de guerra dos EUA contra a União Européia.

A fonte original deste artigo é Global Research

Copyright © Prof Michel Chossudovsky , Global Research, 2022

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Rússia diz que vazamentos de oleodutos Nord Stream estavam na zona dos EUA

As alegações de Moscovo surgem quando a Suécia relata um quarto vazamento

#Traduzido em português do Brasil

Os oleodutos ligam a Rússia à Alemanha e estão no centro das tensões geopolíticas, já que Moscou cortou o fornecimento de gás para a Europa em suspeita de retaliação às sanções ocidentais após a invasão da Ucrânia.

Washington rejeitou insinuações anteriores de Moscou de que estava por trás dos vazamentos, chamando-os de “ridículos”.

A Rússia disse que as sugestões de autoridades europeias de que Moscou sabotou os oleodutos eram previsivelmente “estúpidas”.

Sobre um quarto vazamento detectado, a Guarda Costeira sueca disse na quinta-feira, depois que três vazamentos foram confirmados no início desta semana: “Há dois vazamentos no lado sueco e dois vazamentos no lado dinamarquês”.

O funcionário acrescentou que os dois vazamentos do lado sueco estão “próximos um do outro”.

A Guarda Costeira sueca não disse por que o último vazamento apareceu dias após as violações iniciais.

A mídia informou que o último vazamento foi detectado no oleoduto Nord Stream 2, mas a guarda costeira não confirmou isso.

A Suécia havia relatado anteriormente um vazamento no oleoduto Nord Stream 1 a nordeste de Bornholm, enquanto a Dinamarca confirmou um vazamento no Nord Stream 2 a sudeste da ilha e outro a nordeste acima do Nord Stream 1.

Os grandes vazamentos causam borbulhamento significativo na superfície do mar com várias centenas de metros de largura, impossibilitando a inspeção imediata das estruturas.

Embora os oleodutos, operados por um consórcio de propriedade majoritária da gigante russa de gás Gazprom, não estejam atualmente em operação, ambos ainda contêm gás.

O serviço de segurança russo FSB está investigando os danos aos oleodutos como "terrorismo internacional", segundo a agência de notícias Interfax, citando o gabinete do procurador-geral.

Falando na quarta-feira, a primeira-ministra sueca Magdalena Andersson disse que seria necessário um grande dispositivo explosivo para causar os danos.

O Conselho de Segurança das Nações Unidas se reunirá na sexta-feira para discutir o incidente.

Al Jazeera com agências

Imagem: Bolhas de gás do vazamento do Nord Stream 2 atingem a superfície do Mar Báltico em uma área mostrando uma perturbação de mais de um quilômetro de diâmetro perto de Bornholm, Dinamarca, em 27 de setembro de 2022 [Comando de Defesa Dinamarquês/Folheto via Reuters]

OS EUA PRESSIONAM PARA COMPRAR AS ILHAS DO PACÍFICO POR UMA NINHARIA

EUA concordaram com acordo com as Ilhas do Pacífico, oferecendo 'grandes números em dólares'

#Traduzido em português do Brasil

Os EUA estão procurando se reengajar em uma região onde a China vem expandindo constantemente sua influência.

Os EUA dizem que concordaram com uma parceria com as ilhas do Pacífico que oferece a perspectiva de uma ajuda de “grande dólar” a uma região onde a China vem expandindo sua influência.

O presidente dos EUA, Joe Biden, está recebendo líderes e representantes de 14 nações insulares para uma cúpula de dois dias na Casa Branca , enquanto o país intensifica o envolvimento na região.

O Washington Post citou autoridades dos EUA dizendo que o governo Biden anunciaria que investiria mais de US$ 860 milhões em programas expandidos para ajudar as ilhas, além dos mais de US$ 1,5 bilhão fornecidos na última década.

Ele acrescentou que todos os líderes visitantes, incluindo o presidente das Ilhas Salomão, Manasseh Sogavare, concordaram com a declaração de 11 pontos. Reportagens na quarta-feira sugeriram que Sogavare, que se mudou para mais perto da China nos últimos meses, não estava preparado para assinar .

A Casa Branca não fez comentários imediatos sobre o valor do financiamento, mas uma autoridade dos EUA disse à agência de notícias Reuters que o relatório era preciso.

Os EUA estão cortejando as nações insulares do Pacífico em um momento em que Pequim está cada vez mais ativa na região, oferecendo novos investimentos e, no caso das Ilhas Salomão, um pacto de segurança . Alguns dos líderes estão cautelosos com a China, mas também com o fato de serem pegos no meio das duas superpotências.

Um funcionário que informou os jornalistas antes da reunião reconheceu que Washington não deu atenção suficiente ao Pacífico e apresentaria novas iniciativas com "grandes números".

Entre as medidas, os EUA planejam expandir sua presença diplomática na região – abrindo três novas missões e criando um novo posto de embaixador no Fórum das Ilhas do Pacífico, o principal órgão regional. Também planeja restabelecer uma missão da Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional em Fiji.

Os líderes estão sendo homenageados em Washington, DC, e na quinta-feira almoçarão no Congresso dos EUA e jantarão com o presidente na Casa Branca.

Falando aos líderes das ilhas do Pacífico antes do início da cúpula, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse que eles “se uniram em torno de uma declaração de parceria entre os EUA e o Pacífico”, que forneceria um “roteiro” para seu futuro relacionamento.

Segurando um documento, ele disse que mostrava que os EUA e as ilhas do Pacífico têm uma “visão compartilhada para o futuro e a determinação de construir esse futuro juntos”.

Blinken disse que a visão compartilhada “reconhece que somente trabalhando juntos podemos realmente enfrentar os maiores desafios do nosso tempo, que confrontam todos os nossos cidadãos”.

Ele citou a crise climática, as emergências de saúde, a promoção de oportunidades econômicas e a preservação de um “Indo-Pacífico livre e aberto”, onde cada nação, independentemente do tamanho, “tem o direito de escolher seu próprio caminho”.

A competição estratégica nas Ilhas do Pacífico intensificou-se dramaticamente este ano depois que a China assinou o acordo de segurança com as Ilhas Salomão. A nação insular do Pacífico mudou as relações diplomáticas formais de Taipei para Pequim em 2019, em um movimento que também aprofundou as divisões domésticas .

Para os líderes do Pacífico, a mudança climática é uma questão crucial e as negociações em Washington, DC, incluíram uma sessão organizada por John Kerry, o enviado especial presidencial para o clima.

Kerry elogiou os líderes regionais por uma meta climática global mais ambiciosa do que o acordado na cúpula climática de Paris em 2015.

“Realmente veio de sua persistência e compromisso, então quero agradecer por isso. Isso fez a diferença para o mundo”, disse.

Uma fonte familiarizada com as discussões disse à Reuters que um acordo sobre cabos submarinos também é provável.

Al Jazeera com agências | Título PG

Imagem: O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, deu as boas-vindas aos líderes das ilhas do Pacífico em Washington, DC. [Kevin Wolf/Piscina via Reuters]

Estudantes chineses nos EUA vêem primeiro declínio em 10 anos: think tank

Zhang Changyue | Global Times

Estudantes chineses podem optar por estudar em países europeus e asiáticos em vez de nos EUA ou Austrália no futuro devido a fatores geopolíticos, disse um relatório divulgado por um think tank chinês na quarta-feira, que também observou que o número de estudantes chineses no exterior voltando para A China após a formatura testemunhará um aumento contínuo. 

#Traduzido em português do Brasil

O relatório anual foi publicado pelo Centro para a China e a Globalização (CCG), um think tank com sede em Pequim, com um tema sobre o desenvolvimento de estudantes chineses que estudam no exterior, que analisa a escala, destinos de estudo e outros aspectos dos recém-formados.

O relatório apontou que, embora os EUA e a Austrália ainda estejam entre os cinco principais destinos para estudantes chineses, o número de estudantes chineses em ambos os países diminuiu devido ao agravamento das relações China-EUA, bem como às disputas comerciais e geopolíticas entre China e Austrália. .

De acordo com o relatório, o número de estudantes chineses nos EUA no ano acadêmico de 2020-2021 registrou o primeiro declínio em 10 anos, caindo 14,6% em relação a 2019-2020. O número de estudantes chineses na Austrália diminuiu por dois anos, com queda de 11,9% em 2021 e 9,9% em 2020.

O relatório disse que mais estudantes chineses podem mudar para países da Europa e Ásia onde os ambientes de estudo e as políticas de visto são mais amigáveis. "Enquanto países europeus como França e Alemanha continuaram a introduzir políticas para atrair ou tornar mais conveniente para os estudantes chineses estudar em seus países, países asiáticos como Japão, Coreia do Sul e Cingapura também se tornaram mais favoráveis ​​por sua proximidade geográfica, atributos culturais semelhantes e taxa de matrícula relativamente acessível", diz o relatório.

Como os estudantes chineses estrangeiros preferem estudar STEM (ciência, tecnologia, engenharia e matemática) e comércio, o relatório alertou que os estudantes estrangeiros podem enfrentar limitações em alguns assuntos de tecnologia-chave sensíveis em alguns dos países do Cinco Olhos.

O Senado dos EUA aprovou a Lei de Inovação e Concorrência em junho de 2021 para fortalecer a censura de projetos participantes da China em inteligência artificial, semicondutores, computação quântica e assim por diante. Cinco meses depois, a Austrália apresentou o Blueprint for Critical Technologies para aprimorar as proteções para 63 tecnologias-chave.

Além das possíveis restrições a estudantes internacionais em áreas sensíveis, os especialistas também apontaram que países como os EUA têm visto menos intercâmbios não oficiais com a China nos últimos anos. 

Zhou Mansheng, ex-vice-diretor do Centro de Pesquisa para o Desenvolvimento da Educação do Ministério da Educação, observou na conferência de quarta-feira que alguns projetos de intercâmbio entre acadêmicos americanos e chineses, que duraram muito tempo, foram suspensos nos últimos anos, pedindo a retomada e promoção de tais intercâmbios e comunicações. 

O relatório também destacou que a "taxa de retorno", que se refere à percentagem de estudantes chineses que voltam à China após a formatura, aumentou bastante. Isso é resultado do rápido desenvolvimento econômico da China e das políticas de atração de talentos, e também é influenciado pela complexa situação internacional, incluindo a mudança das políticas de vistos de países estrangeiros, disse.

De acordo com o National Bureau of Statistics of China, a taxa de retorno em 2019 foi de 82,5%, um grande aumento em comparação com 38,5% em 2008.

Apesar do COVID-19 e da mudança sem precedentes nas relações internacionais, a China continua sendo a principal fonte de estudantes internacionais, disse Zhang Ning, ex-vice-secretário geral do Conselho de Bolsas da China, na conferência.

Muitos desses estudantes chineses optam por voltar para a China com uma atitude mais confiante e racional. Com uma visão internacional, eles podem ter uma visão mais objetiva da China e do mundo, o que os ajuda a entender melhor os pontos fortes e fracos da China, disse Zhang.

Imagem: Cortesia do Center for China and Globalization

A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) na Ásia e Mar da China?

A OTAN aceita o pedido da Coreia do Sul para estabelecer uma missão;  aliança de segurança mais próxima 'arrisca exacerbar a divisão regional'

Fan Anqi e Du Qiongfang | Global Times

Em mais um passo que sustenta a aliança de segurança entre a OTAN e a Coreia do Sul, a Otan anunciou que aceitou o pedido de Seul de designar sua embaixada na Bélgica como sua missão diplomática na Otan, uma medida que especialistas disseram que, sem dúvida, exacerbaria o confronto e a divisão regional.

#Traduzido em português do Brasil

Descrevendo-o como "um passo importante na forte parceria da OTAN com a República da Coreia", a OTAN prometeu fortalecer o diálogo e a cooperação com parceiros novos e existentes no Indo-Pacífico para enfrentar os desafios inter-regionais. 

O anúncio veio depois que o presidente sul-coreano Yoon Suk-yeol, pela primeira vez na história, participou de uma cúpula da Otan em Madri em junho, para expressar o interesse do país em sustentar uma aliança de segurança com os aliados ocidentais dos EUA.

A Coreia do Sul teve envolvimento anterior com a OTAN em maio, quando participou do Centro de Excelência Cooperativa de Defesa Cibernética da OTAN, o primeiro país asiático a se juntar ao grupo. E desta vez, sem dúvida, é uma versão atualizada da cooperação entre os dois lados, observaram os especialistas. 

A parceria reforçada da Coreia do Sul com a OTAN visa principalmente a Península Coreana, à medida que as tensões aumentaram com seu vizinho do norte, Da Zhigang, diretor do Instituto de Estudos do Nordeste Asiático da Academia Provincial de Ciências Sociais de Heilongjiang, ao Global Times na quarta-feira.

Um dia depois de Pyongyang ter realizado um lançamento de míssil balístico no domingo, a Coreia do Sul e os EUA realizaram seu primeiro exercício naval combinado perto da Península Coreana em cinco anos na segunda-feira, envolvendo a participação do porta-aviões USS Ronald Reagan, de propulsão nuclear, segundo relatos da mídia. . 

Ao se aliar aos EUA, Seul pretende melhorar sua força de segurança e gradualmente formar uma dissuasão mais ampla para seu vizinho do norte, ao mesmo tempo em que busca uma posição mais favorável em grandes jogos de poder, disse Zha. 

Além disso, com a escalada das tensões na Ucrânia e a turbulência nos cenários geopolíticos, o atual partido conservador no poder vê a necessidade de se inclinar mais para os EUA, acrescentou o especialista.

No entanto, a escolha de introduzir a OTAN liderada pelos EUA em suas questões de segurança regional traria riscos e instabilidades ainda maiores para o Indo-Pacífico e o Nordeste da Ásia, disseram observadores, alertando que guiar o caminho para a OTAN à custa de uma autonomia diplomática diminuída não servirá aos interesses econômicos e de segurança de Seul a longo prazo e, sem dúvida, exacerbará o confronto e a divisão regional.

Imagem: Ilustração da OTAN: Chen Xia/Global Times

Horta esperançado em investimentos que maximizem potencial da adesão à ASEAN

O Presidente da República timorense disse hoje estar esperançado que a adesão de Timor-Leste à ASEAN, no próximo ano, atraia novos investimentos internacionais, capitalizando nas vantagens da comunidade de 700 milhões de pessoas.

Para José Ramos-Horta, que falava hoje no regresso a Díli depois de participar na Assembleia-Geral das Nações Unidas, a adesão à Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), combinada com as vantagens de Timor-Leste ser ainda considerado um país menos desenvolvido (LDC, na sigla inglês), cria grandes potencialidades.

"Timor-Leste tem o estatuo de LDC, tem privilégios sem tarifas no acesso ao mercado dos países industrializados e que nunca aproveitou durante 20 anos. Há oportunidades de atrair investimentos para aproveitar esse estatuto e esta grande economia regional de que Timor-Leste vai fazer parte", disse à Lusa.

José Ramos-Horta disse que promover essas oportunidades foi um dos temas na agenda de várias reuniões que manteve à margem da Assembleia-Geral com empresários e líderes de outros países, incluindo o primeiro-ministro português, António Costa.

"Falámos sobre ideias, que são ainda ideias, mas que espero aprofundar na minha visita a Portugal no início de novembro. Terei oportunidade de falar com empresários para trazer investimentos para Timor-Leste, para aproveitar esta grande economia regional", explicou.

O chefe de Estado timorense disse que essa é a motivação de um projeto da Indonésia, que quer criar um parque industrial na fronteira entre Timor-Leste e Timor Ocidental, bem como uma zona de comércio livre na fronteira do enclave de Oecusse.

"Com fábricas, `joint ventures` indonésias e timorenses, já podemos exportar e isso vai dinamizar as indústrias timorenses. E do lado indonésio querem apoiar os empresários timorenses, incluindo com formação", afirmou.

"É o mesmo princípio de trazer para cá empresas portuguesas: da indústria farmacêutica, de material e equipamento médico, calçado, conservas e até vinhos portugueses. Fazer aqui armazéns para reexportação para um mercado que já tem uma classe média de 200 milhões de pessoas com grande poder de compra", afirmou.

Igualmente importante nos contactos que manteve em Nova Iorque, disse Ramos-Horta, foi a reunião com Alexander Soros, vice-presidente da Open Society Foundation, fundada pelo pai, George Soros.

"O que pedi numa primeira fase é fazerem uma espécie de `blueprint`, estudando o nosso Plano Estratégico de Desenvolvimento Nacional, sobre como dinamizar, modernizar a nossa economia dentro deste novo quadro regional de que Timor-Leste vai fazer parte", afirmou.

"Perceber como Timor-Leste pode verdadeiramente tirar vantagens da adesão à ASEAN. Eles concordaram", disse Ramos-Horta, referindo que uma equipa da Open Society Foundation já esteve em Timor-Leste em agosto.

RTP | Lusa

Pedofilia: Ramos-Horta espera informação da Santa Sé sobre Ximenes Belo

O presidente da República timorense, Ramos-Horta, preferiu não comentar as suspeitas de abusos sexuais alegadamente cometidos pelo ex-administrador apostólico de Díli, Ximenes Belo, aguardando por informações da Santa Sé.

"Vi as declarações da Santa Sé, através da Nunciatura, à Lusa, e para já ficamos à espera dos próximos passos, dos próximos desenvolvimentos, por parte da entidade legitima, com credibilidade, que depois nos pode orientar sobre como gerir esta situação", disse José Ramos-Horta, à Lusa, à chegada a Díli, depois de participar na Assembleia Geral da ONU.

"Quero esperar até novos desenvolvimentos por parte da Santa Sé", reiterou o líder timorense, que em 1996 foi agraciado, ao mesmo tempo que Ximenes Belo, com o Nobel da Paz.

O chefe de Estado referia-se a declarações à Lusa do representante máximo do Papa em Timor-Leste, o monsenhor Marco Sprizzi, que na quarta-feira disse que o caso de Ximenes Belo está nas mãos dos órgãos competentes da Santa Sé, sem confirmar se o prelado foi ou não investigado por abusos de menores.

"Pessoalmente não posso nem confirmar nem desmentir porque é uma questão de seriedade da minha parte, visto a competência ser dos meus superiores na Santa Sé", disse Sprizzi.

"Esta questão deve ser dirigida diretamente à Santa Sé", referiu, quando questionado sobre a veracidade das denúncias de abusos de menores alegadamente cometidos ao longo de vários anos por Ximenes Belo, hoje a residir em Portugal.

Marco Sprizzi explicou que o caso "está à atenção dos Dicastérios competentes da Santa Sé e da Secretaria de Estado de sua Santidade o Papa Francisco", numa referência a estruturas que integram a Cúria Romana.

"Eles estão a examinar este artigo e o seu conteúdo e de outros que estão a ser publicados neste momento e a partir disto, qualquer resposta virá diretamente da Santa Sé", explicou. O assunto está diretamente com o Vaticano e a Santa Sé. A Igreja local e a Nunciatura não têm mais competência direta", enfatizou.

Os contornos da saída de Ximenes Belo de Timor-Leste, em novembro de 2002, nunca foram totalmente clarificados pelo Vaticano, com o assunto a tornar-se tabu no país.

RTP | Lusa | Imagem: Horta e Ximenes Belo, nobilíssimos / em East Timor Leste

quarta-feira, 28 de setembro de 2022

Jornal holandês denuncia abusos sexuais do ex-bispo timorense de Díli, Ximenes Belo

O jornal holandês "De Groene Amsterdammer" publicou testemunhos de alegadas vítimas de abusos sexuais, quando eram menores, crimes que terão sido cometidos durante vários anos pelo ex-administrador apostólico de Díli e Nobel da Paz Ximenes Belo.

Na sua edição online, o jornal explica ter ouvido várias vítimas e 20 pessoas com conhecimento do caso, incluindo "individualidades, membros do Governo, políticos, funcionários de organizações da sociedade civil e elementos da Igreja".

"Mais de metade das pessoas pessoalmente conhece uma vítima dos abusos e outros têm conhecimento do caso. O "De Groene Amsterdammer" falou com outras vítimas que recusaram contar a sua história nos media", refere a jornalista Tjitske Lingsma.

"O Paulo e Roberto", as duas alegadas vítimas entrevistadas para o artigo, "conhecem outras vítimas", refere o jornal, um dos principais semanários do país.

O jornal explica que as primeiras investigações a este alegado abuso remontam a 2002, quando um timorense denunciou que o seu irmão era vítima de abusos. Em novembro desse ano, Ximenes Belo anunciou a sua resignação do cargo.

Os alegados abusos terão começado ainda antes de Ximenes Belo ser nomeado bispo, quando ainda era superior nos Salesianos de Dom Bosco, na década de 1980.

Os timorenses citados no artigo referem alegados abusos cometidos na década de 1990. Hoje com 42 anos, Paulo, como uma das vítimas é identificada, alega que quando ainda era menor foi alvo de abusos sexuais na casa de Ximenes Belo, por troca de dinheiro.

Algumas primeiras denúncias dos alegados abusos foram dadas a conhecer a jornalistas no início do século, como nota o jornalista. Formalmente, porém, não há detalhes públicos sobre se as denúncias chegaram a ser formalizadas quer junto das autoridades policiais quer junto do Vaticano.

Ainda assim, os contornos da saída de Ximenes Belo de Timor-Leste, em novembro de 2002, nunca foram totalmente clarificados pelo Vaticano, com o assunto a tornar-se tabu no país.

"Estou a sofrer de fadiga mental e física, o que requer um longo período de recuperação", referiu Ximenes Belo num comunicado em que informava ter escrito à Santa Sé solicitando a renúncia do cargo de Administrador Apostólico de Díli, função que exercia desde 1983.

"Tenho vindo a sofrer de esgotamento, cansaço físico e psicológico, pelo que necessito de um longo período de repouso em vista de uma recuperação total da minha saúde", referia o comunicado, citado então pela Lusa.

Ximenes Belo, hoje com 74 anos, explicou que o seu pedido - escrito com base no Cânone 401 do código de direito canónico - foi aceite pelo então Papa João Paulo II.

Em entrevista à agência de notícias católica UCA News, em 2004, explicava que saiu do cargo em Díli para ser sacerdote assistente em Moçambique, estando atualmente a residir em Portugal.

A saída de Ximenes Belo de Timor-Leste causou grande surpresa na sociedade timorense, porque, até então, o bispo nunca havia indicado essa vontade de abandonar o cargo.

Em 2020, em declarações à Lusa, um elemento superior da Igreja Católica em Díli, que solicitou o anonimato, escusou-se a revelar se houve ou não uma demissão formal de Ximenes Belo pelo então Papa João Paulo II.

A mesma fonte referiu-se, porém, ao que disse serem "instruções" para "ter um perfil baixo, não viajar, não mostrar insígnias episcopais, ter uma atitude modesta".

Parte do silêncio sobre o Nobel da Paz deve-se, admitiu a mesma fonte, ao facto da postura do Vaticano relativamente a abusos sexuais na Igreja ter mudado com os dois últimos papas, com a adoção de uma política de "tolerância zero".

"Houve esta progressiva consciencialização da Igreja sobre a gravidade do assunto e sobre a atitude, a reação que a Igreja deve ter para expulsar e corrigir ao máximo possível este crime dentro da igreja, especialmente dentro do clero", afirmou a mesma fonte.

"Isso foi particularmente assim, especialmente com o Papa Bento XVI e com o Papa Francisco. E a tolerância zero vale em todos os casos, e também em Timor", explicou.

Neste tipo de crimes, disse, independente do que possa ocorrer na legislação criminal dos vários países, para a Igreja "não há prescrição, e mesmo anos depois de investigados recebem a sanção jurídica e penal" da Santa Sé.

Jornal de Notícias, com agências | Imagem: Amin Chaar/Arquivo Global Imagens

Guiné-Bissau | Liga dos direitos humanos diz que Estado está a sequestrar pessoas

A Liga Guineense dos Direitos Humanos diz que a Guiné-Bissau está a sequestrar 17 pessoas detidas por alegado envolvimento na tentativa de golpe de Estado de 1 de fevereiro já mandadas libertar pela justiça.

"Estamos perante uma situação de sequestro. Estas pessoas estão sequestradas em diversas celas de Bissau sob pretexto de uma suposta ordem superior", afirmou esta terça-feira (27.09), em conferência de imprensa, o presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH), Augusto Mário Silva (foto). 

Na sequência da tentativa de golpe de Estado de 1 de fevereiro várias pessoas foram detidas, mas entre abril e julho foram emitidos vários despachos, quer do juiz de instrução criminal, quer do Ministério Público, a ordenar a libertação das pessoas ou impor medidas de coação menos gravosas.

"Isto leva o Estado da Guiné-Bissau a incorrer em responsabilidades civis e criminais. O Estado não pode continuar a sacrificar os direitos fundamentais das pessoas em nome de interesses ou ordens pouco claras", avisou Augusto Mário Silva, salientando que o Estado tem de adequar a sua conduta aos padrões internacionais dos direitos humanos, cujas convenções subscreveu.

O presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos considerou também que o incumprimento das decisões judiciais também está a contribuir para a "desconstrução do Estado".

"Foram várias decisões emitidas que até hoje não foram cumpridas e as autoridades judiciais estão completamente impotentes. Estamos a desconstruir o Estado de Direito. Quando as decisões da justiça não são cumpridas significa que não estamos num Estado de Direito democrático", afirmou, pedindo ao Estado guineense que adeque a sua conduta aos princípios legais e constitucionais.

Deutsche Welle | Lusa

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