O Presidente da República timorense disse hoje estar esperançado que a adesão de Timor-Leste à ASEAN, no próximo ano, atraia novos investimentos internacionais, capitalizando nas vantagens da comunidade de 700 milhões de pessoas.
Para José Ramos-Horta, que falava hoje no regresso a Díli depois de participar na Assembleia-Geral das Nações Unidas, a adesão à Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), combinada com as vantagens de Timor-Leste ser ainda considerado um país menos desenvolvido (LDC, na sigla inglês), cria grandes potencialidades.
"Timor-Leste tem o estatuo de LDC, tem privilégios sem tarifas no acesso ao mercado dos países industrializados e que nunca aproveitou durante 20 anos. Há oportunidades de atrair investimentos para aproveitar esse estatuto e esta grande economia regional de que Timor-Leste vai fazer parte", disse à Lusa.
José Ramos-Horta disse que promover essas oportunidades foi um dos temas na agenda de várias reuniões que manteve à margem da Assembleia-Geral com empresários e líderes de outros países, incluindo o primeiro-ministro português, António Costa.
"Falámos sobre ideias, que são ainda ideias, mas que espero aprofundar na minha visita a Portugal no início de novembro. Terei oportunidade de falar com empresários para trazer investimentos para Timor-Leste, para aproveitar esta grande economia regional", explicou.
O chefe de Estado timorense disse que essa é a motivação de um projeto da Indonésia, que quer criar um parque industrial na fronteira entre Timor-Leste e Timor Ocidental, bem como uma zona de comércio livre na fronteira do enclave de Oecusse.
"Com fábricas, `joint ventures` indonésias e timorenses, já podemos exportar e isso vai dinamizar as indústrias timorenses. E do lado indonésio querem apoiar os empresários timorenses, incluindo com formação", afirmou.
"É o mesmo princípio de trazer para cá empresas portuguesas: da indústria farmacêutica, de material e equipamento médico, calçado, conservas e até vinhos portugueses. Fazer aqui armazéns para reexportação para um mercado que já tem uma classe média de 200 milhões de pessoas com grande poder de compra", afirmou.
Igualmente importante nos
contactos que manteve
"O que pedi numa primeira fase é fazerem uma espécie de `blueprint`, estudando o nosso Plano Estratégico de Desenvolvimento Nacional, sobre como dinamizar, modernizar a nossa economia dentro deste novo quadro regional de que Timor-Leste vai fazer parte", afirmou.
"Perceber como Timor-Leste pode verdadeiramente tirar vantagens da adesão à ASEAN. Eles concordaram", disse Ramos-Horta, referindo que uma equipa da Open Society Foundation já esteve em Timor-Leste em agosto.
RTP | Lusa
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