Segundo os dados divulgados esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística, a estimativa para a inflação homóloga de Agosto (variação em relação ao mesmo mês do ano anterior) é de 9,0%.
AbrilAbril | editorial
Os dados do INE demonstram igualmente que a inflação acumulada desde o início do ano atingiu já os 6,9%. Estes dados dão expressão estatística, por um lado, ao aumento dos preços e a uma acelerada perda de poder de compra da população. Por outro, a uma rápida desvalorização dos salários e das pensões e ao empobrecimento dos trabalhadores e dos reformados.
Sucedem-se os anúncios de aumento dos preços, nomeadamente os mais de 30 euros de aumento para o gás canalizado a partir de Outubro, o apelo do Governo, a pretexto da seca, para o aumento do preço da água, o agravamento em 17% do preço do material escolar, para além da escalada dos preços de um conjunto de bens alimentares essenciais.
A inflação está a crescer vertiginosamente, mas não só. Também os lucros dos grupos económicos ligados à energia, à grande distribuição, à banca e às telecomunicações, entre outros, estão a atingir níveis elevadíssimos à custa da especulação e do agravamento da exploração.
Entretanto, o Governo do PS e os partidos à sua direita, nomeadamente o Chega e a Iniciativa Liberal, sustentam os interesses desses grupos económicos recusando, designadamente, o aumento de salários e pensões e a regulação dos preços. Todavia, não serão medidas paliativas e assistencialistas, como por exemplo as que o PSD apresentou na sua rentrée política no Pontal, no chamado plano de emergência, que resolverão os problemas do aumento das desigualdades sociais e do agravamento da pobreza.
Trata-se, isso sim, de aumentar salários e pensões de forma a permitir recuperar o poder de compra, regular preços e impedir a especulação, e taxar os lucros desmesurados dos grandes grupos económicos.
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