segunda-feira, 3 de janeiro de 2022

A CONSOLIDAÇÃO DE UMA NOVA FASE DO CAPITALISMO

# Publicado em português do Brasil

Paula Giménez e Matías Caciabue* | Carta Maior

Estamos nos habituando a ouvir, através das nossas múltiplas telas, declarações de grandes milionários afirmando que o mundo mudou para sempre. Bill Gates, fundador da Microsoft, prevê para 2022 a realização de “reuniões por meio de avatares digitais em espaços 3D”. Marck Zuckerberg, CEO do Facebook, apresentou o Metaverse, um conglomerado de serviços digitais cujo desenvolvimento significaria uma “encarnação da internet”.

Também Elon Musk, o CEO da Tesla e SpaceX, projeta uma “cidade do futuro, Starbase, desde a qual será possível viajar a Marte”, enquanto Larry Fink, CEO do poderoso Fundo Financeiro de Investimento Global BlackRock, nos avisa que as mudanças climáticas devem trazer uma “reformulação fundamental das finanças”.

Para onde eles estão indo? Qual é a ligação entre a nova era digital e as finanças? Por que a mudança climática é uma variável em jogo?

Há anos, os capitais que controlam o sistema econômico mundial vêm conduzindo um processo de digitalização e financeirização da economia. A crise de 2008 revelou os níveis de concentração e centralização do capital mundial em um punhado de bancos e fundos de investimento, controlando a rede financeira transnacional.

Esses mesmos atores financeiros fomentaram a criação de “indústrias intensivas em conhecimento”, desencadeando a chamada quarta revolução industrial. Tudo isso foi acelerado com o isolamento causado pela pandemia de covid-19. A partir daí, grande parte de nossas relações (econômicas, políticas e sociais) passaram a ser mediadas pela virtualidade.

O mundo está, portanto, passando por uma transformação estrutural. Esses mesmos bilionários chamam isso de “transição tecnológica, climática e socioeconômica”. Ninguém pode negar que essa transição decorre do vertiginoso desenvolvimento das forças produtivas da nascente revolução tecnológica e do surpreendente salto na composição orgânica do capital, que permite a digitalização, a virtualização e a automação dos processos econômicos. Em suma, o salto na escala científico-tecnológica promoveu um processo que está transformando profundamente as relações sociais de produção.

Segundo um infográfico elaborado em 2020 por Andrés Llorente, acadêmico que analisa o mercado financeiro, três grandes fundos de investimento globais (BlackRock, State Street e Vanguard) representam, juntos, 19,81% do índice de ações industriais (Dow Jones) de Wall Street. O estudo mostra, por sua vez, a presença de cada um desses fundos, em proporções semelhantes, nas principais empresas de setores estratégicos da indústria mundial.

Articulados em uma complexa rede financeira, esses fundos concentram o controle de setores estratégicos, como a conectividade 5G e 6G, inteligência artificial, chips, semicondutores, dispositivos, plataformas de serviços de internet, indústria aeroespacial, bio e nanotecnologia, energia de transição e agricultura tecnológica (AgroTech).

Este emaranhado financeiro e tecnológico configura um sistema baseado em transformação digital, hiperconectividade, sistemas ciberfísicos, além de robótica colaborativa e sensível. Todos esses desdobramentos são decisivos para definir quem conformará a fração do capital que acumula e detém o poder econômico no século XXI, já iniciado.

UE QUER ROTULAR GÁS E ENERGIA NUCLEAR COMO FONTES “VERDES”

Comissão Europeia afirma que a energia nuclear e a gás podem ajudar o bloco a alcançar sustentabilidade e quer facilitar financiamento dessas centrais. Alemanha está entre os poucos países que se opõem ao plano.

A Comissão Europeia apresentou um projeto para rotular como "verdes" as centrais nucleares e a gás com o objetivo de facilitar o financiamento dessas instalações. O objetivo, segundo os autores do projeto, é contribuir para o combate às mudanças climáticas.

O texto proposto, debatido durante meses e ainda provisório, foi enviado aos Estados-membros entre sexta-feira (31/12) e sábado (01/01).

O documento estabelece os critérios que permitem classificar como "sustentáveis" os investimentos em centrais nucleares ou a gás para a produção de eletricidade, com o objetivo de orientar as "finanças verdes" para atividades que contribuam para a redução dos gases com efeito de estufa.

A França — que pretende aperfeiçoar a sua indústria nuclear, uma fonte de eletricidade estável e que não libera carbono — e países da Europa Central, como a Polônia ou a República Tcheca — que tentam substituir as suas centrais de carvão altamente poluentes —estão entre as principais promotoras do plano.

Tanto os pró-gás quanto os estados pró-nuclear avaliam que as energias renováveis (eólica, solar etc.), já rotuladas como energia verde pela Comissão, sofrem de produção intermitente e não permitirão nos próximos anos fornecer eletricidade a baixo custo e com uma produção que possa ser controlada.

Essa mudança de classificação permitiria uma redução dos custos de financiamento.

EUROPA ULTRAPASSA 100 MILHÕES DE CASOS DE COVID-19

Número representa mais de um terço do total de infecções em todo mundo. Continente é o atual epicentro da pandemia. Apesar do crescimento das infecções, no entanto, número de mortes é menor que no começo de 2021.

Atual epicentro da pandemia de covid-19, a Europa ultrapassou a marca de 100 milhões de casos identificados de covid-19 desde a descoberta do novo coronavírus em dezembro de 2019, segundo contagem da agência de notícias AFP realizada neste sábado (01/01).

Os 100.074.753 casos identificados na região europeia, que inclui 52 países e territórios que vão da costa do Atlântico ao Azerbaijão e Rússia, representam mais de um terço das mais de 289 milhões de infecções detectadas em todo.

Com mais de 4,9 milhões de contágios nos últimos sete dias (59% a mais do que na semana anterior), a região enfrenta atualmente níveis de contaminação sem precedentes, impulsionados pela variante ômicron do coronavírus, com países relatando recordes de casos diários. 

Excluindo os países de menor dimensão, as 10 nações com maior incidência (número de casos nos últimos sete dias por 100.000 habitantes) no mundo são todas europeias. Os três primeiros colocados são Dinamarca (incidência de 2.045), Chipre (1.969) e Irlanda (1.964).

Somente na França, mais de um milhão de casos (1.103.555) foram contabilizados nos últimos sete dias. Isso representa quase 10% do número total de contágios registados no país desde o início da pandemia.

Entre os 52 países e territórios que compõem a região europeia, 17 deles bateram o recorde de casos em uma semana nos últimos dias.

Os valores apresentados pela AFP têm como base os relatórios diários das autoridades sanitárias de cada país.

Apesar dos altos números, especialistas acreditam que uma parte importante dos casos menos graves, sobretudo os assintomáticos, continua sem ser detectada apesar da intensificação do rastreamento. Por essa razão, o número real de infecções deve ser muito maior.

A DISTRAÇÃO DA CHINA E A DESESTABILIZAÇÃO DOS EUA

# Publicado em português do Brasil

Joaquim Flores* | Strategic Culture Foundation

A guerra de hoje é uma guerra de classes das superelites e pode ser travada e vencida pelas grandes massas contra seus próprios oligarcas.

O profundo estado americano está jogando com a repulsa do público pela China para seus próprios fins e, assim como acontece com a atual doença misteriosa global, eles culparão a China por um sistema de crédito social que na realidade foi feito nos EUA. Podemos desconstruir a anatomia desse golpe por meio do manejo da Covid e da guerra biológica em geral.

Este mesmo estado profundo está tentando trampolim ou de outra forma utilizar o mau comportamento incessante de sua própria oligarquia gananciosa, a quem deve servir, uma oligarquia presa em um sistema de acumulação de capital a todo custo, até mesmo suicídio coletivo, em algum tipo de controle controlado colapso do paradigma. O incentivo para destruir a sociedade é muito grande em comparação com os custos de mantê-la unida. As próprias superelites, como alguns supervírus, podem sempre simplesmente desocupar as instalações e encontrar algum outro hospedeiro para infectar. Esta é uma pandemia de especulação, usura e ganância.

Uma reviravolta interessante que o senador Rand Paul expôs em audiências públicas no plenário do senado foi que o romance Corona virus foi produzido a critério do Dr. Anthony Fauci. Este foi um projeto do estado corporativo dos EUA, de uma agência de inteligência dos EUA corrompida, concluímos das descobertas do senador Paul.

Isso também é tão conhecido agora que atingiu o nível de conhecimento comum. Mas dizemos de novo agora, não para pregar sobre isso, mas para conectá-lo a um problema mais amplo com o crédito social e a China.

Indo mais longe, vemos que tudo foi baseado em planos de longa data para distribuir riqueza para cima e retirar direitos constitucionais dos cidadãos, concentrar ainda mais o poder socioeconômico e destruir médias e pequenas empresas. Por qualquer definição do termo, esta é uma guerra de classes aberta sendo travada pela classe dominante contra todas as outras classes.

E então esta mesma classe dominante usou a política da guerra de classes normalizada para dividir e conquistar os cidadãos ao longo das linhas de raça e gênero, usando tropos de nova esquerda, para mudar o foco das questões econômicas reais para questões abstratas de identidade. Uma parte da intelectualidade e dos estudantes / jovens são transformados em uma falsa militância 'progressista' contra o 'Trumpismo', Antifa e BLM e o complexo industrial sem fins lucrativos, todos conectados à Ação Democrática e às maravilhas Sorosianas.

O não-evento que era 06 de janeiro th é usado como uma espécie de newfangled atentado de Oklahoma City que só encoraja as tendências parasitárias dos fetichistas de energia acusação e investigação, que o autoritarismo americano permitiu a apodrecer em suas fendas. Bem, um não-evento, exceto para o assassinato injustificado de Ashli ​​Babbitt pela Polícia do Capitólio. Quatro policiais que morreram, na verdade morreram "por suicídio" uma semana após o evento. O que eles sabiam? Por que eles se 'suicidaram'?

A SOBERBA DE ISRAEL ATENTA CONTRA A PALESTINA E O MUNDO

Cinco anos após a Resolução 2334 do CS-ONU, a responsabilização internacional pelo fim da ocupação israelita é mais importante do que nunca

O Conselho de Segurança da ONU aprovou há cinco anos uma Resolução apelando ao fim de todas as actividades de instalação de colonatos israelitas nos territórios palestinianos. O balanço actual é o do total desrespeito por essa resolução por parte do Estado ocupante. Para Israel, tal como para os seus patronos internacionais – a começar pelos EUA – o direito internacional é letra morta, e o direito do povo palestiniano à terra (e à própria vida) é inexistente. A cumplicidade da “comunidade internacional” garante a impunidade da criminosa e genocida ocupação sionista.

GENEBRA (23 de Dezembro de 2021) - A comunidade internacional deve responsabilizar Israel por 54 anos de ocupação da Palestina, disse hoje um especialista da ONU em direitos humanos, cinco anos depois de o Conselho de Segurança da ONU ter aprovado uma resolução apelando ao fim de todas as actividades de instalação de colonatos nos territórios palestinianos.

“No quinto aniversário da adopção da Resolução 2334 pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, a comunidade internacional tem que levar a sério as suas próprias palavras e as suas próprias leis”, disse Michael Lynk, o Relator Especial da ONU para a situação dos direitos humanos no Território palestiniano ocupado desde 1967.

“Sem uma decidida intervenção internacional para impor responsabilização sobre uma irresponsável ocupação, não há esperança de que o direito palestiniano à autodeterminação e ao fim do conflito seja alguma vez concretizado no futuro previsível”, disse Lynk.

Portugal | A GERINGONÇA PEDE QUE O PS PERCA

Paulo Baldaia* | Diário de Notícias | opinião

Começaram os debates, num ponto em que as sondagens mostram que é possível a vitória do PS (mais provável) ou a vitória do PSD, mas em que a maioria absoluta para qualquer um dos dois partidos é praticamente impossível. Assim sendo, a previsibilidade de que fala Marcelo Rebelo de Sousa está ligada à geometria da maioria a formar no parlamento.

O povo já sabe que António Costa, vencendo, não quer acordos que não cubram a legislatura inteira, embora os tenha recusado em 2019 propostos pelo Bloco de Esquerda, e sabe também que recusa dizer se apoiará um governo do PSD, em caso de vitória de Rui Rio, porque nos anuncia que deixa a política se perder as próximas eleições. A questão é que, quando olhamos para 2015, a definição de derrota e vitória ganharam novos significados. Não faltará quem, entre os dirigentes socialistas, considere que a grande vitória do PS é perder as eleições com uma maioria parlamentar formada à esquerda.

António Costa tem um problema difícil de resolver mas já deixou alinhavado o seu futuro ao admitir que é difícil, com ele e com os atuais líderes do PCP e do BE, refazer a geringonça. Ou lhe dão a maioria absoluta ou ele terá de ceder o lugar a Pedro Nuno Santos (preferido dos militantes socialistas), mais bem colocado para fazer uma geringonça de segunda geração. O eleitorado terá ido ao engano, numa campanha que o PS quer centrada na escolha entre Costa e Rio, e terá de ser o Presidente da República a travar esta deriva parlamentarista. Para os que gostam de lembrar que o povo elege deputados e não um governo, podendo o parlamento decidir a seu belo prazer quem governa o país, convém chamar a atenção para o facto de vivermos num regime semipresidencialista.

PORTUGAL REGISTA HOJE 10 MORTES E 10.554 CASOS DE COVID-19

Incidência e internamentos sobem em dia com mais 10 554 casos e 10 mortes

Os dados sobre a situação nos hospitais indicam que há agora 1167 internados (mais 86 que ontem), dos quais ​​​​​​​147 estão em unidades de cuidados intensivos - menos uma pessoa internada do que ontem. Portugal atingiu hoje os 19 mil mortos desde o início da pandemia.

oram confirmados, em 24 horas, 10554 novos casos de covid-19 em Portugal, de acordo com o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS). Há a registar mais 10 mortes associadas à doença, refere o relatório desta segunda-feira (3 de janeiro).

Os dados sobre a situação nos hospitais indicam que há agora 1167 internados, dos quais 147 estão em unidades de cuidados intensivos.

A nível de incidência, existem agora, a nível nacional, 1805,2 casos de infeção por SARS-CoV-2/ COVID-19 por 100 000 habitantes (eram 1182,7 na sexta-feira, data da última contagem dos valores da incidência). No continente o número é hoje de 1817,3 casos de infeção por 100 000 habitantes, era de 1188,4 na última sexta-feira.

O R(t) está em 1,43 tanto a nível nacional como no continente. Na passada sexta-feira era de 1,35 a nível nacional e 1,36 no continente.

Ao dia de hoje, Portugal contabiliza 207 859 casos ativos de covid-19, informa também a DGS no dia em que o secretário de Estado Adjunto e da Saúde revelou que quase 90% dos internados em cuidados intensivos não receberam a vacina.

António Lacerda Sales indicou também que cerca de 60% dos internados nas enfermarias dos hospitais nacionais também não foram vacinados.

Também esta segunda-feira reabriram os 11 postos móveis de testagem à covid-19 da Câmara Municipal de Lisboa, após dois dias encerrados.

Entre segunda-feira e sábado, o posto localizado no Cais do Sodré é o único a funcionar desde as 09:00 até às 22:00, enquanto os postos de Martim Moniz, Restauradores, Belém (Praça Afonso de Albuquerque), Campo Pequeno e Parque das Nações (Gare do Oriente) vão estar a funcionar entre as 09:00 e as 18:00.

Em exclusivo no horário noturno, das 18:00 às 22:00, estarão abertos os postos do Largo de Santos, da Praça de Luís de Camões e do Príncipe Real, mantendo esse horário entre os dias 3 e 8 de janeiro.

De acordo com o 'site' oficial da autarquia, há ainda um reforço de testagem na terça-feira, com o funcionamento de postos de testagem entre as 09:00 e as 13:00 nos mercados da Ajuda, de Benfica, da Ribeira e de Campo de Ourique, além dos locais já referenciados.

Portugal | O REI VAI NU

Rui Sá* | Jornal de Notícias | opinião

Mão amiga fez-me chegar uma cópia da revista "Correio Real", de novembro de 2021, que se define como "Boletim da causa real editado pela Real Associação de Lisboa". Na revista, vem noticiada a apresentação do livro "Memórias de um roialista", de Tomás Moreira, feita pelo seu irmão, Rui Moreira, presidente da Câmara Municipal do Porto.

O autarca fez uma interessante intervenção, explicando as razões por que aderiu à causa monárquica e onde deu pistas para aquilo que considera ser o caminho para a restauração da monarquia em Portugal.

Mas os editores da revista consideraram como trecho de maior relevo desta intervenção o seguinte: "Rui Moreira, explanando sobre as razões da sua adesão à tradição monárquica, recordou o episódio ocorrido em 2012, aquando da decisão tomada com o seu amigo Manuel Sampaio Pimentel [infelizmente já falecido e que evoquei aqui nessa altura], também ele monárquico, de concorrer à Câmara Municipal do Porto, em que pediu autorização ao Senhor Dom Duarte para essa empresa, questão a que SAR [Sua Alteza Real] prontamente respondeu recomendando que a ganhasse".

Confesso que soltei uma gargalhada. Não pelo facto de Rui Moreira ser monárquico, um direito que naturalmente lhe assiste. Mas por, proclamando-se "independente", ter de pedir autorização ao pretendente ao trono para se candidatar. E acabei por dar comigo a pensar que, se fôssemos uma monarquia (e felizmente não o somos), Rui Moreira, com o simbolismo deste "pedido de autorização", talvez não fosse um convicto regionalista, contentando-se com o lugar de vice-rei do Norte. Aqui estabelecido, mas para defender os interesses centrais da coroa. É caso para dizer: afinal o rei vai nu...

*Engenheiro

Portugal | Covid-19: Metade dos professores continua sem ser vacinado

A Fenprof lamenta que metade dos professores continue sem a dose de reforço da vacina contra a covid-19, considerando que voltar a adiar a reabertura das escolas será sinónimo do "fracasso das decisões e medidas tomadas".

No dia em que começa o prolongamento da interrupção letiva de Natal, decidido pelo Governo para tentar conter o aumento de novos casos diários de covid-19, a Federação Nacional dos Professores defendeu que um novo adiamento "seria o reconhecimento do fracasso das decisões e medidas do Governo relativamente às escolas".

Para a Fenprof este "fracasso" é resultado de, pelo menos, duas medidas que o Governo não pôs em prática apesar de ser reivindicado pela federação: a testagem generalizada e regular nas escolas e a integração dos trabalhadores das escolas no grupo prioritário de vacinação contra a covid-19.

Sobre a vacinação dos professores, segundo contas da Fenprof, cerca de metade continua a aguardar para ser chamada para a dose de reforço: "Por força do envelhecimento da profissão docente, cerca de metade dos professores e educadores poderá já ter sido vacinada ou agendado a vacinação, porém, todos os outros continuam a aguardar".

A Fenprof volta por isso a reivindicar que professores e restantes trabalhadores das escolas sejam chamados para a vacinação antes do início das aulas, que está marcado para 10 de janeiro.

António Costa: "A ESCOLHA É ENTRE MIM E RUI RIO"

Costa bipolariza e defende que só o PS "livra o país da direita"

No primeiro debate antes das legislativas, o secretário-geral do PS debateu com o Livre, que pede convergências à esquerda. Costa admite que "uma maioria não significa governar sozinho".

António Costa diz que a única forma de Portugal ter estabilidade é com uma maioria no Partido Socialista, e bipolariza o voto entre o secretário-geral do PS e o presidente do PSD, Rui Rio. No debate frente ao cabeça de lista do Livre por Lisboa, Rui Tavares, o secretário-geral do PS afirmou que o país não pode estar dependente "do humor" de outros partidos.

Na entrada para o debate, António Costa e Rui Tavares, cabeça de lista do Livre por Lisboa, mostraram uma posição comum: as eleições não são desejáveis. Ainda assim, divergem na solução de Governo.

Rui Tavares começou por dizer que o país já experimentou "maiorias absolutas e blocos centrais no passado, que seriam indesejáveis". António Costa, no entanto, entende que "uma solução estável e progressista só é possível com uma maioria do Partido Socialista".

O candidato do Livre respondeu: "No país do 25 de Abril, que é o meu, o povo é quem mais ordena, e o povo há de escolher a maioria".

EXPRESSO – LIBERDADE PARA INFORMAR CONTINUA

Bom dia, é o que veremos. Pelo menos é o que desejamos.

Por certo que têm conhecimento do ataque via net ao grupo Impresa. É disso que aqui tratamos e manifestamos o nosso repúdio pelo ataque que desde ontem, domingo, retirou o Expresso e muitos dos sites do grupo Impresa da net. Nada mais nada menos que um aviltante e cobarde ataque à liberdade de informação, à democracia, aos trabalhadores daquele grupo com a missão de valorizar a liberdade de expressão, de cumprir com denodo a liberdade de informação, de exercer com liberdade o serviço à democracia que é informar e opinar de acordo com regras democráticas e no combate aos extremismos, às acções terroristas e antidemocráticas de que agora está a ser vítima. Registe-se que indubitavelmente o Página Global reprova a hedionda ação que está a pretender silenciar o Expresso, a Impresa, a atividade normal dos seus colaboradores.

Sabemos que na redação do Expresso, assim como em todo o grupo Impresa, a lufa-lufa para superar as dificuldades faz com que todos se superem e desdobrem-se para cumprir a sua nobre função, esclarecer, informar, proporcionar conhecimento e sustentar o pilar da democracia que lhes compete por via das suas profissões, dos seus cargos profissionais e de cidadãos. Hão-de vencer.

Uma vez mais reiteramos aqui, no PG, que estamos solidários com o Expresso e todos os seus trabalhadores, com o grupo Impresa e os seus trabalhadores. Também com todos aqueles que estão a ser privados da informação normal que caracteriza os vários sites do grupo.

Exatamente por isso trazemos ao PG o Expresso Curto que tantas vezes usamos para divulgar com o propósito de proporcionar a saberes e pontos de vista, com o convite para que valorizem a informação que melhor ou pior os meios de comunicação social nos oferecem. Hoje é um dia muito especial para o fazer porque querem cortar as asas ao passarinho – como canta Fanhais – algo próprio de ditaduras, de extremistas, de terroristas, de inimigos da democracia e dos povos.

Eis, pois, o Curto de hoje, pela lavra do seu diretor-adjunto, Martim Silva, a seguir. E ainda a recomendação de que o acesso ao Expresso no Facebook está garantido aqui:  EXPRESSO NO FACEBOOK

Amanhã logo veremos se tudo estará normalizado ou não. Por nós, pelo menos, envidaremos esforços para voltar a trazer um pouco do Expresso Curto como tantas vezes fazemos, com ou sem as nossas considerações sobre isto ou aquilo, sobre os mais variados temas que nos bailam na nossa real gana.

O Curto, a seguir.

Força, tio Balsemão e trabalhadores Impresa! Cumpra-se a LIBERDADE PARA INFORMAR. Pois.

MM | Redação PG


Bom dia, este é o seu Expresso Curto

#liberdadeparainformar (não nos vão calar!)

Martim Silva -- diretor-adjunto

Expresso, 3 de Janeiro de 2022

Bom dia,
Seja bem-vindo ao primeiro Expresso Curto de 2022.

Cabendo-me a mim a tarefa de entregar a primeira newsletter do ano deste seu jornal, gostaria que a mensagem fosse mais positiva. Mas infelizmente este Expresso Curto é escrito em circunstâncias particularmente delicadas para o jornal. Este domingo o site do Expresso, bem como as suas redes sociais, e os demais sites do Grupo Impresa (SIC, Blitz, Boa Cama Boa Mesa, etc) foram alvos de um ataque informático, perpetrado por criminosos.

Aqui lhe deixo o comunicado que emitimos:
"Num atentado nunca visto à liberdade de imprensa em Portugal na era digital, os sites do EXPRESSO e da SIC, bem como algumas das suas redes sociais, foram alvo de um ataque informático.

Os jornalistas dos dois meios da IMPRESA continuam a noticiar o que de mais relevante acontece no País e no Mundo através das páginas que permanecem ativas do EXPRESSO (#liberdadeparainformar) e da SIC, no Facebook, no Linkedin e no Instagram.

O grupo IMPRESA tem trabalhado com as autoridades competentes, nomeadamente com a Polícia Judiciária e com o Centro Nacional de Cibersegurança, e apresentará uma queixa-crime".

Tentam impedir-nos de informar mas não vão conseguir.

Há 49 anos (vão ser assinalados precisamente esta quinta-feira, 6 de janeiro) Francisco Pinto Balsemão fundava este jornal. Jornal que nasceu nos tempos da ditadura e da censura prévia. Mais de 1482 artigos do Expresso foram visados pela Censura entre 1973 e 1974. Mas o Expresso resistiu. Resistiu, cresceu e vive até hoje. Por si e para si, caro leitor. Vamos continuar a produzir o melhor jornalismo que conseguirmos.

Dada a limitação, e sem o site a funcionar, a informação recolhida pelos jornalistas do Expresso está para já a ser veiculada pela página do jornal no Facebook, com o hashtag #liberdadeparainformar.

E porque o nosso dever primeiro e último é sempre para com os

nossos leitores, aqui ficam algumas das mais relevantes notícias nas últimas horas, que podem ser consultadas na referida página do Facebook:

(começo naturalmente pelas referências ao início dos frente-a-frente televisivos neste período de pré-campanha, entre os líderes dos principais partidos. A maratona de 30 debates começou domingo com dois confrontos e prolonga-se pelas próximas duas semanas – as duas que se seguem serão de campanha eleitoral propriamente dita)

- Costa perde a vergonha das três palavras: “Maioria do PS”. Rui Tavares desafia para acordo escrito

Ao contrário do que tinha feito nos últimos meses, António Costa apareceu no primeiro debate pré-legislativas sem medo de pedir uma maioria absoluta. Não o disse por estas palavras, mas repetiu várias vezes com outras três: “Maioria do PS”. “Precisamos de uma solução estável e progressista, que só é possível com uma maioria do PS”, disse primeiro.

-Neste debate de estreia, António Costa ganha, mas com nota média de 6 (numa escala de zero a 10). Rui Tavares fica por perto, também com nota positiva (5,3 valores). Aqui em baixo, fica a nota e avaliação dos comentadores do Expresso (no Facebook pode ler os comentários completos).

João Vieira Pereira

António Costa 5 - Rui Tavares 5

Martim Silva

António Costa 7 – Rui Tavares 5

David Dinis

António Costa 7- Rui Tavares 7

Eunice Lourenço

António Costa 5 - Rui Tavares 4 

João Silvestre

António Costa 6 - Rui Tavares 5

Vítor Matos

António Costa 6 - 6 Rui Tavares

Paula Santos

António Costa 6/ Rui Tavares 5

-Neste domingo teve ainda lugar um segundo debate: Catarina foi ao Papa para debater com Ventura

Era um debate sem ponto de contacto possível e, por isso, ao contrário do primeiro, entre PS e Livre, no frente a frente entre a coordenadora do Bloco de Esquerda e o líder do Chega pouco se falou de governabilidade, de convergência ou de propostas comuns para o país.

No segundo debate das legislativas, as notas dos comentadores do Expresso dão negativa a André Ventura: o líder do Chega não passa a médio dos 3,8 valores, contra 5,5 da líder do Bloco. Veja porquê, aqui em baixo, lendo a avaliação dos comentadores do Expresso.

Daniel Oliveira

Catarina Martins 7 - 5 André Ventura

Martim Silva

Catarina Martins 4 – 2 André Ventura

David Dinis

Catarina Martins 4 – 1 André Ventura

Cristina Figueiredo
Catarina Martins 7 – 7 André Ventura

Eunice Lourenço

Catarina Martins 4 – 2 André Ventura

-Hoje os debates prosseguem, com o confronto Rui Rio – André Ventura , na SIC

Sobre estes debates, Marques Mendes afirmou: “A Iniciativa Liberal e o Chega vão ganhar visibilidade com estes debates. O BE e o PCP não têm muito a ganhar”

NOTÍCIAS COVID

- Houve reforço da testagem no Aeroporto de Lisboa? Sim. Mas a ANA recomenda que faça o teste noutro lugar

-O cruzeiro “Aida Nova” já não vai a lado algum

- Mais de 3800 voos foram cancelados

- Portugal registou 11.080 novos casos, somou mais 14 óbitos e assistiu a um aumento de pessoas internadas: são agora 1.081 (mais 58 do que no sábado), 141 das quais em unidades de cuidados intensivos.

- Postos de testagem gratuitos em Lisboa reabrem segunda-feira (saiba onde ficam e em que horários pode testar)

- Israel deteta primeiro caso de infeção simultânea de gripe e covid-19. Chamou-lhe “Flurona”

As regras para esta semana:

1. Encerramento de creches e ATL (aulas retomam a 10 de janeiro).

2. Encerramento de bares e discotecas.

3. Teletrabalho obrigatório em todo o país, “independentemente do vínculo laboral e sempre que as funções o permitam”.

4. Obrigatória a apresentação de Certificado Digital Covid no acesso a: estabelecimentos turísticos e de alojamento local; restaurantes e similares (exceto em esplanadas abertas); eventos com lugar marcado; ginásios.

5. Obrigatório apresentar teste negativo (mesmo os vacinados) no acesso a: estruturas residenciais, como lares, unidades de cuidados continuados integrados e outras estruturas residenciais dedicadas a crianças, jovens e pessoas com deficiência; visitas a pacientes internados; casamentos e batizados; eventos de grande dimensão sem lugares marcados ou recintos improvisados e recintos desportivos.

5. Redução de lotação em lojas e espaços comerciais: 1 pessoa / 5 m².

6. Testes gratuitos nas farmácias passam de 4 a 6 por pessoa (por mês), em todo o país.

OUTRAS NOTÍCIAS

- EUA: Operadoras de comunicações recusam adiar 5G

- Primeiro-ministro do Sudão apresenta demissão. Protestos contra o golpe de estado tornam-se mais violentos

-França retira bandeira da UE do Arco do Triunfo após queixas da extrema-direita

- Tesla alcançou novo recorde de vendas no quarto trimestre

-Desertor cruza a fronteira da Coreia do Norte com a Coreia do Sul

- Real Madrid perdeu no campeonato espanhol

O QUE ANDO A LER

O final de 2021 e início de 2022 têm sido particularmente frutuosos em termos de leituras por estes lados. Partilho consigo estas três sugestões, as duas primeiras já lidas e a terceira ainda

em andamento, mas claramente a merecer recomendação. Três nomes fortes: Juan Gabriel Vazquez, Jonh Le Carré, Javier Marias.

Vazquez foi provavelmente para mim a grande descoberta do último ano. Depois de A Forma das Ruínas e dos Informadores, li agora Olhar Para Trás e uma vez mais encantei-me com a história. O relato da vida da família Cabrera, entre a América Latina e a luta revolucionária na China é imperdível!

Do maior escritor de policiais que conheço, falecido em 2020, li o póstumo Silverview, uma história de espiões e sobre espiões, passada em solo britânico.

Sobre o último, o aclamado escritor espanhol Javier Marias, trago o mais recente e ainda agora editado Tomas Nevinson. Lembra-se do fim de Berta Isla? Pois, tem mesmo que pegar neste livro.

No início desta newsletter, referi que o Expresso faz 49 anos esta semana. E na primeira edição do semanário, que agora passa a sair às sextas-feiras, já vai poder contar esta semana com a colaboração de Ricardo Araújo Pereira, colunista na Revista, e do Inimigo Público, que se muda do Público para o Expresso.

Por hoje é tudo. Obrigado pelo tempo despendido. E pode contar connosco.
Bom ano

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Mais lidas da semana