terça-feira, 15 de fevereiro de 2022

ENTROU EM PRIMEIRA ERUPÇÃO O VULCÃO GLOBAL…

A IIIª GUERRA MUNDIAL NÃO DECLARADA INTENSIFICA-SE

Martinho Júnior, Luanda 

A CONTRADIÇÃO PRINCIPAL ENTRE O CAMPO DO “HEGEMON” UNIPOLAR DE CULTURA ANGLO-SAXÓNICA E O CAMPO DAS EMERGÊNCIAS CULTORAS DE MULTILATERALIDADE, GERA UMA CONSTELAÇÃO DE CONTRADITÓRIOS, ENCADEADOS E CORRELACIONADOS.

Este é um momento singular que se vai distender ao longo da primeira metade do século XXI: à bárbara tese feudal do “hegemon” unipolar, responde a civilização possível com a emergência multilateral ávida de paz, pelo que se está longe dum horizonte sinónimo da síntese, a tão desejada síntese conforme à vida e a uma racional estabilidade global!

Deste modo, com a síntese numa incógnita essencial carregada de horizontes que são autênticos pré-avisos de tempestades abissais, o vulcão global entrou numa primeira erupção e por todo o planeta azul irrompem sequelas telúricas!

É todo o planeta que estremece no momento em que a humanidade está refém!

Entre as sequelas telúricas, o campo de manobra europeu é por ora a escapatória principal da lava e por isso quer a União Europeia, quer a Organização do Tratado do Atlântico Norte, NATO, quer todo o arsenal de instituições e organizações associadas, estão a sofrer telúricas tensões e inusitadas pressões.

Guiné-Bissau | Envolvidos na tentativa de golpe de Estado são reincidentes

Quem o diz é o chefe das Forças Armadas do país, que acrescenta que os responsáveis pelos atos do passado dia 1 de fevereiro em Bissau já "estiveram envolvidos noutras tentativas".

Em declarações em crioulo aos jornalistas, esta terça-feira (15.02), no aeroporto internacional de Bissau, o chefe das Forças Armadas da Guiné-Bissau, o general Biagué Na Ntan Na Ntan, que esteve quase três semanas em tratamento em Barcelona, afirmou que os envolvidos na alegada tentativa de golpe de Estado do passado dia 1 de fevereiro são pessoas reincidentes em atos do género, e que por duas vezes, as Forças Armadas detiveram aquelas pessoas.

"O tribunal disse que não havia provas, aliás, que, no meu caso particular, como não fui assassinado, não havia crime e caso tivesse sido assassinado por eles, então, aí sim, essas pessoas seriam julgadas", afirmou Biagué Na Ntan.

O general disse que não se tratou de novidade para si a tentativa de golpe de Estado do passado dia 01 de fevereiro.

"Não é nada de novo, é um ato preparado há muito tempo pelas mesmas pessoas que estiveram envolvidas noutras tentativas", sublinhou Na Ntan, para quem os envolvidos na conspiração "têm como objetivo desestabilizar" a Guiné-Bissau.

Moçambique | Polícia acusada de extorquir turistas nas praias de Inhambane

Os turistas das praias da província de Inhambane denunciam extorsão por parte da polícia. Para que os turistas acedam às praias, os agentes exigem contrapartidas.

Yassin Amuji, presidente da Associação de Turismo da cidade de Vilankulo, diz que a tentativa de extorsão acontece com muita frequência

"Até identificámos uma ou duas vezes os locais que ameaçavam os turistas", conta Amuji em entrevista à DW.

O responsável revela que alguns agentes da Polícia da República de Moçambique (PRM), acusados de extorsão, já foram identificados. 

"Meteu-se uma queixa e conseguimos identificar quem eram as pessoas que ameaçavam os turistas, e fizemos uma sensibilização a explicar importância do turismo", afirma.

Mesmo assim, o problema parece não ter solução. Acumulam-se as queixas de que, nas praias, vários agentes têm impedido o acesso ao areal. Para os turistas entrarem, os agentes estarão a pedir contrapartidas.

Estefânia Massigue, uma turista nacional, diz à DW que o fecho das praias "não é ordem do Presidente, mas sim de um e outro policial que enche a barriga levando coisas das pessoas. No caso destas praias, que estão em frente ao 'lodge', podem aproveitar para dizer 'aqui não é para vocês'. Eu sou contra isso, mas não sou ninguém."

O acesso esteve interditado por causa da pandemia da Covid-19, mas as praias foram entretanto reabertas.

Dívidas ocultas: Arquiteto recebeu 3 milhões de dólares de Carlos do Rosário

MOÇAMBIQUE

No julgamento das dívidas ocultas, o arquiteto Mahomed Fekih confirmou ao Tribunal de Maputo ter recebido três milhões de dólares sob ordens do réu António Carlos do Rosário para construir uma casa e dois hotéis em Tete.

Tribunal Judicial de Maputo ouviu nesta segunda-feira (14.02) o declarante Mahomed Fekih, arquiteto da empresa Walid Construções que executou uma casa e dois hotéis de António Carlos do Rosário, antigo dirigente dos serviços secretos moçambicanos e presidente das três empresas públicas - ProIndicus, Ematum e MAM - usadas como pretexto para contração das dívidas.

A partir da Argélia, numa vídeoconferência, o declarante confirmou ter recebido pelo trabalho três milhões de dólares vindos da Logistic para a empresa Walid Construções a mando do réu António Carlos do Rosário.

Segundo o declarante, o contrato de empreitada com António Carlos do Rosário "foi verbal". Questionado pelo Ministério Público, o arquiteto explicou: "Foi um acordo tácito porque já vínhamos trabalhando."

Mohamed Fekih confrmou igualmente à procuradora Ana Sheila ter recebido vários pagamentos da Privinvest autorizados por António Carlos do Rosário em momentos separados.

"Quem o orientou a escrever na fatura? São duas faturas que enviou para o senhor Jean Boustani", o negociador da empresa de estaleiros navais Privinvest, com sede em Abu Dabi, perguntou a procuradora. "Só tenho informação desde o e-mail do Jean Boustani aos montantes, ao conteúdo das faturas e tudo isso foi por orientação do cliente. Eu não conheço a empresa que pagou, nem o senhor Jean Boustani, nem o conteúdo que foi pedido para escrever", respondeu.

CONTOS POPULARES ANGOLANOS -- A Lua de Setembro e o Sábio dos Rios

Seke La Bindo

Entre Humbe e Gambos existem as grandes chanas da Matemba e Calué. Nem sempre há pasto ou água, mas naquelas terras existem os que amam a vida e contam o tempo pela gestação de uma vaca coberta. O sábio Omunongo diz que já se extinguiram muitas esperanças e alegrias, mas sempre sobreviveu a amizade. 

A enigmática Tungonkhe ilumina as águas do Cunene, Caculuvar e Tchimpumpumhime. Lança brilhos de prata sobre as mulolas de Setembro, grávidas das primeiras chuvas. Os jovens pastores pensam nas noivas ausentes e seus olhos choram tão secos como a terra sofrida.  

Omunongo conhece a casa do Sol e já levou o seu rebanho até à montanha que é mãe de rios. 

Tungonkhe é romântica como as luas que se espraiam nos vales abundantes de Calué. O sábio e a Lua tresmalhada encontram-se ao nascer o dia, por trás da Chela. 

Angola | CANAL ZAP RETOMA EMISSÃO EM BREVE

Num comunicado divulgado, esta terça-feira (15.02), o canal angolano fez saber que já cumpre todos os requisitos legais. Operadora foi suspensa em abril do ano passado pelo governo.

A operadora de telecomunicações angolana Zap anunciou, esta terça-feira (15.02), que o canal Zap Viva, suspenso pelo Governo em abril do ano passado por "inconformidades legais", já cumpre todos os requisitos legais e vai retomar a emissão "em breve".

Num comunicado, a Zap informa "que estão finalmente observados todos os requisitos legais junto da Direção Nacional de Informação e Comunicação Institucional, permitindo assim estarem reunidas as condições para a retoma em breve da emissão do Canal Zap Viva na grelha da ZAP em Angola", sem, no entanto, revelar a data.

No mês passado, a Procuradoria-Geral da República anunciou a entrega da gestão das empresas Zap Media SA e Finstar, pertencentes à empresária Isabel dos Santos, ao ministério que tutela a comunicação social em Angola, depois de ter sido anunciado que o canal iria encerrar e despedir centenas de funcionários.

Angola | DIABOS DE SAIAS E GALOS COM SOLIDÉUS ROXOS

Artur Queiroz*, Luanda

O cidadão angolano José Manuel Imbamba foi ordenado padre em 29 de dezembro de 1991. Em 2001 foi nomeado secretário-geral da Universidade Católica de Angola. Nem uma palavrinha disse quando no ano seguinte o criminoso de guerra Jonas Savimbi acabou a sua aventura belicista.

Um ano depois da ordenação de José Imbamba (1991) tivemos as primeiras eleições multipartidárias em Angola. A UNITA perdeu e Savimbi rejeitou os resultados eleitorais. O sacerdote da Igreja Católica em vez de falar ao coração dos cordeiros de Deus que rasgaram o Acordo de Bicesse, ficou calado. Nem uma palavra. O silêncio, nestas circunstâncias, é cumplicidade. Porque agora ele fala pelos cotovelos, logo apoia o lado dos infractores.

José Manuel Imbamba nunca abriu a boca entre 1992 e 2002, a década de guerra mais terrível para o Povo Angolano. Jonas Savimbi matou, torturou, destruiu. Entre as vítimas estão milhares de seguidores da Igreja Católica. Freiras foram raptadas ou barbaramente assassinadas. Com vários padres aconteceu o mesmo. José Manuel Imbamba disse nada. Cumplicidade vergonhosa que faz dele apoiante do terrorismo. 

Hoje José Manuel Imbamba fala em democracia e assume o discurso dos antigos chefes da rebelião sangrenta que tanta desgraça causou entre os mais pobres e vulneráveis. As suas palavras como presidente da Conferências Episcopal de Angola São Tomé e Príncipe são cumplicidade com o passado violento. Falta de respeito para com todos os bispos que o antecederam. Agressão covarde a todas as vítimas da guerra pós eleitoral capitaneada pelo criminoso Jonas Savimbi. O bispo Imbamba é mais um cúmplice dos bandoleiros que tudo fizeram para destruir Angola como estado soberano e atentar contra a integridade territorial.  Imbamba colocou-se propositadamente do lado do banditismo político.

Não pode falar? Pode. Não pode manifestar as suas opiniões? Pode. Não pode ser apoiante dos criminosos que fizeram a guerra pós eleitoral? Pode. Mas as angolanas e os angolanos de bem também podem considerá-lo um criminoso de guerra. Enquanto o povo morria às mãos dos sicários da UNITA, enquanto camponesas e camponeses eram mortos ou mutilados pelas minas que os bandoleiros da UNITA colocavam nos caminhos entre as aldeias e as lavras, o padre Imbamba fingia que era mudo. 

ANGOLA E NAMÍBIA PROCURAM NOVOS CAMPOS DE COOPERAÇÃO

O ministro das Relações Exteriores, Téte António, reconheceu, nesta terça-feira, em Luanda, que as relações económico-comerciais entre a Angola e a Namíbia oferecem um vasto campo por explorar.

O chefe da diplomacia angolana fez estas declarações no encontro bilateral entre as delegações de Angola e Namíbia, no quadro da visita  da vice-primeira ministra e ministra das Relações Internacionais e Cooperação namibiana, Netumbo Nandi-Ndaitwah. 

Por sua vez, a vice-primeira ministra e ministra das Relações Internacionais e Cooperação da Namíbia, Netumbo Nandi-Ndaitwah, que encabeça a missão empresarial do seu país à Angola, diz ser fundamental o estabelecimento e implementação de mecanismos jurídicos para intensificar e fortalecer as relações da cooperação já existentes.

A ocasião foi ainda aproveitada para as duas delegações ministeriais assinarem o "Memorando de Entendimento sobre a Cooperação no Domínio do Comércio, Investimento e Promoção da Cooperação Industrial” entre  Angola e a Namíbia.

Jornal de Angola

Nord Stream | E NO FIM DO JOGO PERDE SEMPRE A ALEMANHA

Esta guerra anunciada na Ucrânia só tem por objetivo impedir a exportação de gás russo para a Alemanha e, assim, reconfigurar o mapa europeu ao sabor do ditado de Washington. Antes mesmo da “guerra da quarta-feira” começar, se é que começa, o resultado fica sabido: o NordStream2 morreu

Francisco Louçã | Expresso | opinião

Um comentador com acesso aos palácios revelou que, durante a campanha eleitoral, Costa teria sigilosamente acordado com Rio o envio de tropas portuguesas para a Roménia, no contexto da escalada russo-ucraniana e seguindo o princípio de ter tropas próximo dos aliados para que sejam vistas, mas não demasiado próximas. Não passa despercebido que a exuberância desta comunicação, que o Governo assim anuncia por interposta pessoa, contrasta com a contenção pública de quem a teria que promover o envio dos soldados, o Presidente, que se limitou a repetir o apelo a soluções diplomáticas e mesmo a lembrar que a aprovação ainda não ocorreu. Qualquer que seja o significado destes percursos florentinos, em que até pode acontecer que nada seja o que parece, o Estado fala para já a duas (ou a três) vozes: o governo faz constar mas não diz, confirmando a fidelidade Nato a um pedido militar de que, aliás, o país não tem conhecimento, enquanto o Presidente, sem o qual a operação não é legal, sugere reservas em relação à corrida para a guerra.

Este jogo de sombras tem justificações e cálculos, diferentes para uns e para o outro. O Governo não quer enfrentar a desconfiança popular em relação a estas guerras por interposta pessoa, já tivemos a nossa dose neste século, mas não deixará de se mostrar fiel a Washington quando chegar o momento. Por isso, quer mandar tropa, mas pouca, para que os entusiastas da guerra não se sintam fora do mapa, mas esperando também que os opositores não se indignem demasiado, não chega a ser um regimento mas não é só uma patrulha. E nada diz sobre o assunto, até chegar o dia de repetir as suas juras à aliança militar, o que fará sem rebuço – mas o mais tarde possível. Entretanto, o Presidente, que pode estar a ver um pouco mais longe, talvez se interrogue sobre o futuro da Europa no novo tempo das botas cardadas.

Mais militares portugueses embarcam ao serviço da NATO/EUA. Até quando?

Tudo indica que Portugal vai para a guerra a reboque dos conflitos criados pelos EUA. Aos cowboys norte americanos e à sua indústria armamentista, aos seus magnatas criminosos causar guerras é a sua forma de estar, é aquilo para que vivem… e morrem. E também causam a mortandade de imensos povos por todo o mundo. Os EUA, desde que foram criados, são o Império da Morte. Matam-se uns aos outros e, não saciados, entretêm-se invadindo outros países e matando outros povos. Fazendo permanentemente a guerra, causando permanentemente vítimas, torturando, saqueando e assassinando outros povos noutros países.

Os EUA são férteis em pretextos e causa de crises que conduzem à guerra, à mortandade e aos consequentes avultados lucros da sua indústria de armamento. Fértil também é em causar a morte dos seus próprios cidadãos que, em busca de superar as suas dificuldades sócio-financeiras, se voluntarizam para embarcar em guerras por todo o mundo, contra todos os povos. Num tempo de pretexto contra determinados países e povos, para logo noutro encontrarem pretexto para aniquilar aqueles que anunciaram ir ajudar e ou libertar. Os EUA são um Império da Guerra, predominam primordialmente por isso e arregimentam outros países e povos por via de uma invenção chamada NATO-OTAN, algo que em principio já nem devia ter razão de existir se o respeito entre países e povos fosse efetivo. Se a gula gananciosa dos EUA e de outros criminosos do complexo de armamento internacional não fosse tão sequioso de lucros escandalosos, criminosos.

Os EUA-NATO levam Portugal e a UE para a guerra que a todo o transe ambicionam causar. Lá vão os jovens militares portugueses arriscar a vida em prol de interesses do império guerreiro e criminoso que permanentemente prefere estar em guerra, criar crises que conduzam à guerra. É a eterna vida de cowboys do faroeste imbuídos de personalidades criminosos, usem bons fatos e gravatas ou revolveres de vilões à cintura… São eles, são esses, ponto, os poderosos criminosos mundiais por excelência. Do mundo, dos seus próprios cidadãos, que por via do espírito guerreiro e carências, perecem aos milhares, aos milhões, desde sempre. Esquecendo-se que "quem vai à guerra dá e leva" - e isso também serve para os militares portugueses mobilizados ao serviço da NATO, dos EUA, do sistemático desprezo pela vida dos povos.

A seguir, sobre Portugal na guerra com que tanto acenam, um excerto da peça publicada no Diário de Notícias (Artur Cassiano) com declarações de dois diplomatas portugueses. Aparentemente assimilados norte-americanos, talvez por uma questão de melhor sobrevivência, posses e bem-estar. Que verdades dirão? Com que objetivos e perspetivas? Que confiança devemos ter em tais exposições? (MM / PG)

A UCRÂNIA É O PRETEXTO


Mariana Mortágua* | Jornal de Notícias | opinião

Em 1962, o Mundo viveu um impasse perigoso quando, em plena Guerra Fria, a União Soviética instalou mísseis nucleares na ilha de Cuba, recentemente libertada do ditador Fulgêncio Batista.

Perante a ameaça, Kennedy determinou o bloqueio naval da ilha, levantado quando os EUA se comprometeram a não invadir Cuba e ambas as potências retiraram os seus mísseis, a URSS de Cuba e os EUA da Turquia, perto da fronteira soviética.

Em 1991, com o fim da URSS, desfez-se o Pacto de Varsóvia, a aliança militar que juntava os países sob hegemonia soviética. Contra as promessas então feitas, a Aliança Atlântica (NATO), dominada pelos Estados Unidos da América, não se dissolveu. Pelo contrário, expandiu-se para vários países que antes tinham pertencido ao bloco soviético, levando a sua lógica militarista ao espaço de influência russo. Vladimir Putin, o autocrata que dirige a Rússia desde 2000, emerge deste caldo de humilhação económica e geopolítica que acompanhou o fim da URSS.

EUA CONFIRMAM MOVIMENTO EM CURSO PARA CONTER A CHINA

# Publicado em português do Brasil

EUA - Uma versão atualizada da Estratégia Indo-Pacífico da Casa Branca foi lançada. Em 11 de fevereiro, a administração da Casa Branca  publicou  uma nova versão da doutrina adotada por Donald Trump. 

Durante seus anos, tanto o Pentágono quanto a Casa Branca desenvolveram um novo termo - Indo-Pacífico e um conceito correspondente que abrange os oceanos Pacífico e Índico. No entanto, esta não é uma estratégia naval, portanto, estamos falando de toda a Ásia, Oceania e da costa da África Oriental.

A versão de Biden deste documento começa com uma declaração bombástica de que o governo fez avanços históricos para restaurar a liderança americana na região do Indo-Pacífico e adaptar seu papel às condições do século 21. Em 2021, diz-se que os Estados Unidos modernizaram suas alianças de longa data, fortaleceram parcerias emergentes e forjaram laços inovadores entre eles para enfrentar desafios prementes, desde competir com a China até mudanças climáticas e combater a pandemia. Sobre essa questão, há amplo acordo bipartidário nos Estados Unidos, o que confirma a trajetória anterior de confronto do governo Trump com a China. A liderança dos EUA afirma que a região do Indo-Pacífico é a região mais dinâmica do mundo, e seu futuro afeta pessoas em todo o planeta. É realmente em grande parte devido ao crescente poder da China. Mas os Estados Unidos não querem aceitar isso. Isso significa que é necessário impedir que Pequim assuma uma posição de liderança na região, embora os próprios Estados Unidos não tenham nada a ver com isso.

A Casa Branca está enfatizando os interesses vitais da América e seus parceiros mais próximos que exigem um Indo-Pacífico "livre" e "aberto". Além disso, o governo Biden acredita que “precisamos começar fortalecendo a resiliência tanto dentro de cada país, como é feito nos Estados Unidos, quanto entre eles”. Com a inflação dos EUA subindo no ano passado, falar de sustentabilidade é questionável. E se os americanos não conseguem lidar com os problemas econômicos (e políticos) em casa, como eles vão resolvê-los em outros lugares?

Geopolítica: Manter a Alemanha 'em baixo', a Rússia 'fora' e instabilidade na Ucrânia

NORD STREAM

# Publicado em português do Brasil

Alastair Crooke* | Strategic Culture Foundation

Parece razoável esperar que tenhamos essa crise conosco – em suas várias formas – pelo menos nos próximos dois anos, escreve Alastair Crooke.

Macron, em uma entrevista notavelmente franca a um jornal francês , apontou os principais problemas estruturais enfrentados pela UE: ele criticou o fato de o Conselho da UE (e outros estados da UE) terem vetado a proposta anterior franco-alemã de uma cúpula Rússia-UE . As consequências dessa omissão, disse ele com veemência, foram que: 'Outros' estavam falando com os russos em nome da UE . Não é difícil supor que ele esteja insinuando que os 'interesses' dos EUA (seja diretamente ou via ventriloquismo da OTAN) eram os que falavam. E essa 'Europa' havia perdido a voz.

Este não é simplesmente um caso de amour propre ferido pelo líder jupiteriano francês. Na verdade, alguns líderes da Europa Ocidental (ou seja, o Eixo Carolíngio), tardiamente, despertaram para a percepção de que todo o artifício falso da 'invasão russa iminente' da Ucrânia é sobre encurralar os estados europeus de volta à disciplina do bloco (OTAN). Macron – para dar-lhe o devido – mostrou por suas declarações na coletiva de imprensa em Moscou que entendia que o silêncio neste momento crucial poderia definir a Europa pelas próximas décadas – deixando-a desprovida da autonomia (e muito menos de um mínimo de soberania) que Macron tanto deseja para a Europa.

O relato da coletiva de imprensa de Macron após seu longo tête-à-tête com Putin representa o contorcionismo de um presidente francês incapaz de criticar explicitamente a narrativa anglo-americana dominante sobre a Ucrânia, enquanto dizia – em linguagem mal codificada – que estava de acordo com Rússia em todas as suas queixas sobre a arquitetura de segurança europeia fracassada e os riscos reais de sua toxicidade para a Rússia que poderia levar à guerra na Europa.

Macron disse explicitamente que novos arranjos de segurança na Europa são absolutamente necessários. (Apesar de seu cuidado em não cutucar os olhos dos EUA, ele estava claramente sinalizando um 'novo' arranjo não-OTAN ). Ele também contradisse categoricamente a narrativa de Washington, dizendo que não acreditava que a Rússia tivesse a intenção de invadir a Ucrânia. Acrescentando que em relação à expansão da OTAN, erros foram cometidos.

Exercícios militares russos estão chegando ao fim – ministro russo Shoigu

Em 14 de fevereiro, o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, anunciou que os exercícios militares nas frotas e distritos militares russos estão chegando ao fim.

Os exercícios dos militares russos foram realizados em quase todas as frotas e distritos militares. De acordo com o Sr. Shoigu, alguns deles estão chegando ao fim e alguns serão concluídos em um futuro próximo. Parte dos exercícios já foi concluída.

“Os exercícios são conduzidos pelo Distrito Militar Ocidental, praticamente em todas as frotas, inclusive no Mar de Barents, no Mar Negro, no Mar Báltico, na Frota do Pacífico. As tropas de quase todos os distritos militares participam deles”, disse o ministro.

Os exercícios programados dos militares russos e suas frotas no território russo e em suas águas inflamaram uma nova onda de acusações contra Moscou. Os Estados Unidos, outros países da OTAN e a Ucrânia anunciaram a concentração de tropas russas na fronteira ucraniana e a ameaça de uma invasão russa. Por sua vez, o Kremlin negou tais alegações, confirmando constantemente que a Rússia não tem planos agressivos contra outros países, incluindo a Ucrânia.

O fim dos exercícios militares deve acalmar a Ucrânia e seus parceiros. No entanto, a histeria contra a Rússia já atingiu o ponto sem retorno.

South Front

Ler em South Front:

Entendendo o impasse na Ucrânia

Guerra na Europa Oriental: da hipótese à realidade

Mais lidas da semana