quinta-feira, 21 de abril de 2022

A Batalha de Mariupol foi sangrenta, mas estrategicamente benéfica para a Rússia

# Traduzido em português do Brasil

Andrew Korybko* | One World

A libertação desta cidade é realmente um divisor de águas no conflito, e é por isso que o presidente Putin disse ao ministro da Defesa Shoigu que “quero que todos (que participaram desta batalha) saibam que todos são heróis para nós e para toda a Rússia”.

O anúncio do ministro da Defesa russo, Shoigu, na quinta-feira, de que as Forças Armadas Russas (RAF) libertaram toda Mariupol, exceto a usina de aço Azovstal , na qual alguns neonazistas permanecem, marca o fim da batalha mais famosa até agora da operação militar especial da Rússia. na Ucrânia. O principal oficial militar do país explicou a destruição da cidade dizendo ao presidente Putin que “em seus esforços de resistência, os nacionalistas usaram quase todos os edifícios residenciais como locais fortificados. Veículos blindados e artilharia foram colocados nos andares térreos, e atiradores de elite assumiram posições nos andares superiores. Havia unidades separadas armadas com ATGMs também. Os moradores foram levados para os andares intermediários e porões e usados ​​como escudos humanos. Foi feito em quase todos os blocos de apartamentos.”

No entanto, Shoigu também reafirmou que “Ao libertar Mariupol, o exército russo e as unidades da milícia popular da RPD tomaram todas as precauções para salvar vidas civis”. Ele então passou a explicar esses esforços em detalhes e o número de pessoas que foram salvas. Considerando a conclusão de fato da batalha, o ministro da Defesa aconselhou o presidente Putin a cancelar a planejada invasão da siderúrgica Azovstal, com a qual o líder russo concordou para não colocar em risco a vida de seus militares. Em vez disso, ele ordenou que o local fosse completamente selado e aqueles dentro dele mais uma vez ofereceram a chance de se render, prometendo que receberão cuidados médicos adequados conforme necessário e serão tratados de acordo com a lei internacional.

Este marco no conflito ucraniano é uma ocasião perfeita para refletir sobre a Batalha de Mariupol, que desencadeou uma intensa guerra de informações da mídia tradicional ocidental (MSM) liderada pelos EUA contra a Rússia. Esta cidade não é apenas uma cidade aleatória nas margens do mar de Azov, mas é a sede do infame batalhão neonazista Azov. Isso explica por que Shoigu informou ao presidente Putin que “uma grande quantidade de armamento pesado e equipamentos militares foram implantados na cidade, incluindo tanques, os sistemas de lançadores de foguetes múltiplos Smerch e Uragan, sistemas de artilharia pesada e os complexos de mísseis Tochka-U… A cidade foi abastecido com mísseis, munições, combustível e lubrificantes, e provisões de alimentos para longas hostilidades”. Assim, um grande número de mercenários estrangeiros também se reuniram lá.

A libertação de Mariupol pela RAF e seus aliados do Donbass marca um ponto de virada nos esforços da Rússia para desnazificar a Ucrânia, que está entre um dos objetivos mais importantes de sua operação especial. O Batalhão Azov não poderia entregar a cidade sem lutar até ao fim, já que sua perda de controle sobre ela representa o início do fim de seu movimento nacional etnofascista apoiado pelo Ocidente . Há duas outras razões pelas quais eles lutaram tão ferozmente e em completa violação das leis internacionais que regulam a guerra além da simbólica, e isso se deve ao significado geoeconômico e geoestratégico da cidade. A siderúrgica Azovstal é um importante motor econômico que pode rejuvenescer a região depois que o conflito finalmente terminar.

O Batalhão Azov e seus patronos conjuntos de Kiev Ocidental não queriam que os moradores libertados o utilizassem depois que a batalha terminasse. A todo custo, eles não poderiam entregar à Rússia e seus aliados o que eles consideram uma vitória econômica, mas que é simplesmente permitir que os habitantes locais reconstruam sua economia e a da região em geral. É por isso que eles queriam que a RAF e seus aliados invadissem o local em uma batalha final épica que provavelmente resultaria em sua destruição completa, o que o presidente Putin sabiamente decidiu contra. Independentemente do futuro físico da siderúrgica Azovstal, não há como negar que a grande maioria de Mariupol foi destruída devido ao Batalhão Azov usando quase todos os edifícios residenciais como locais fortificados exatamente como Shoigu disse.

ANGOLA E OS VENTOS FAVORÁVEIS -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

O mundo está feito num oito, o dólar vai a caminho de valer tanto como o leone da Serra Leoa, a União Europeia caiu nas mãos do senhor Zelensky, um actor que os eleitores elegeram para presidente da Ucrânia, o estado terrorista mais perigoso do mundo já começou a vender os anéis para pagar a astronómica dívida soberana. E eu hoje vou falar de ninharias mas com alguma piada.

Fernando Pacheco, na sua Conversa na Mulemba, episódio III, pergunta: Pode Angola Melhorar? Desculpem-me o atrevimento mas penso que sou o único ser humano que sabe a resposta. E antes que seja tarde, respondo. Pode, sim! Antes que o inigualável colunista do Novo Jornal lance nova pergunta (Como?) eu respondo imediatamente.

Angola pode melhorar kiavulu se Fernando Pacheco for presidente da república, primeiro, segundo, terceiro, quarto e quinto ministro, chefe das forças armadas, chefe das forças de segurança. Gerente das fazendas de milho, arroz, mandioca, café, algodão, capim e gado. Líder do Banco Nacional de Angola e de todos os bancos privados ou a privatizar. Director técnico e financeiro de todas as fábricas, desde as cervejeiras às dos tractores. Grande chefe das empresas de telecomunicações. Director geralíssimo do Jornal de Angola, Rádio Nacional, TPA e ANGOP.

Em nome da nossa velha amizade vou deixar-lhe um conselho. Fernando, não escrevas mais. Não tens a mínima noção da gramática da linguagem jornalística. E eu já encaixotei os livros que usava na formação. Mais ninguém te pode valer. Fala apenas do que sabes. Naqueles encontros no Quintal da Tia Guida aprendi imenso contigo. E lá está. Na tua área não conheço em Angola quem saiba mais do que tu. Esquece o resto. 

Para não parecer injusto, tenho para ti uma boa notícia. Os colunistas todos do Jornal de Angola são tão maus como tu. Das traves mestras do jornalismo sabem tanto como tu. Alguns deviam saber e muito, mas quando me esforcei por ensiná-los, eles tinham a cabeça nos dólares e nas mordomias. Andavam a conspirar contra o director do Jornal de Angola para o MPLA lhes entregar o lugar. Deu o que está à vista e me escuso de qualificar porque há amigas e amigos que não gostam que introduza palavrões nos meus arrazoados. Têm razão mas às vezes não me contenho. 

Fernando, em vez de conversas à sombra da mulemba, debaixo da sua copa frondosa tira uma soneca, bebe um dedal de maruvo, namora uma donzela gentil mas não mostres de uma forma tão evidente a tua incompetência para a escrita nos jornais. Repara bem: Nos jornais. Para livros, artigos científicos, mukandas, cartas de amor, estás à vontade. Escreve no teu jeito balbuciante e a arranhar as mudanças, que ninguém te leva a mal.

Um conselho de amigo verdadeiro: Na política não queiras mais do que já tens. O Conselho de Estado fica-te bem, apesar de não teres as mínimas condições para a vida política. Como ficou demonstrado ao longo der todos os anos em que te meteste nisso. Há gente das nossas relações que além de grandes técnicas e técnicos fizeram maravilhas na política. Ainda fazem. Mas tu esquece. Serás sempre um derrotado e com as derrotas políticas vem o ressentimento e com o ressentimento os raciocínios obtusos. 

CONTOS POPULARES ANGOLANOS -- A Mariposa e as Asas de Txikungulo *

Seke La Bindo

O sol chegou às terras entre Longa e Mavinga quando o Fogo teve pena dos rastejantes e cegos que rasgavam trilhos nos areais. A primeira luz solar era tão intensa que ao dardejar nas pedras criou o Txikungulo, pássaro com cabeça de homem. Mas não tinha asas nem cantava, apenas soltava silvos, às vezes ais e suspiros.  Para que um pássaro quer a vida se não tem asas para voar nem canto para amar? Era preciso um novo poder que aperfeiçoasse a obra moldada pelos raios luminosos à flor das pedras. 

Txikungulo rastejou pelos areais e um dia, quando os raios de sol queimavam impiedosamente as suas penas, decidiu repousar à sombra de um imponente pau de Girassonde. Silvava e gemia, como um tristíssimo bastardo da sorte. As abelhas casavam com Nhumbe, a essência do mel. E carregadas de pólen voavam até à colmeia, no ramo mais alto da árvore preciosa. 

- Quando chegarei às alturas dos favos de mel, quando?

Assim suspirava Txikungulo. 

Nas suas deambulações entre Longa e Lupire, o pássaro com cabeça de homem encontrava as mais prodigiosas criações, mas nunca viu nos seus caminhos umas asas que lhe servissem e o elevassem às nuvens ou aos ramos mais altos das árvores. Percorreu matas e chanas, colinas e pântanos, desde Mavinga até às terras do Cuchi. 

Um dia, perto da aldeia de Chilandangombe, viu uma belíssima mariposa, batendo as asas pintadas, num voo suave e lento. Subiu, subiu, até aos ramos mais altos de uma gigantesca Mucibe, a árvore dos deuses. Era tão formosa, aquela mariposa!

Portugal | Lisboa dá 'luz verde' a transportes gratuitos para jovens e idosos

A proposta de Carlos Moedas prevê um acordo entre o município e a empresa TML - Transportes Metropolitanos de Lisboa, que será válido "até 31 de dezembro de 2025"

A Câmara de Lisboa aprovou, esta quinta-feira, a proposta do presidente do município, Carlos Moedas, para tornar gratuitos os transportes públicos dentro da cidade para jovens e idosos que tenham residência fiscal no município. Em conferência de imprensa, Moedas sublinhou que se trata de um "dia histórico".

A proposta de Carlos Moedas, que governa a Câmara Municipal de Lisboa (CML) sem maioria no executivo, prevê um acordo entre o município e a empresa TML - Transportes Metropolitanos de Lisboa, que será válido "até 31 de dezembro de 2025" e estabelece a gratuitidade para jovens entre os 13 e os 18 anos, estudantes do ensino superior até aos 23 anos, incluindo a exceção dos inscritos nos cursos de medicina e arquitetura até aos 24 anos, e maiores de 65 anos, em que o requisito comum para todos é ter residência fiscal no concelho.

Desde 2017, as crianças até aos 12 anos já beneficiam de transportes públicos gratuitos em Lisboa, nas redes do Metropolitano e da Carris.

Notícias ao Minuto | Imagem: © Shutterstock

Zelensky | MEDIOCRIDADE NO PARLAMENTO E DESGRAÇAS COM CULPA PRÓPRIA

Do Expresso:

Zelensky pede a Portugal que passe a mensagem e que apoie aproximação da Ucrânia à UE. Parlamento aplaude de pé

Zelensky pede a Portugal que espalhe a mensagem junto de paíes falantes de português, como os países do continente africano. "Lutem contra a propaganda russa junto dos países que sao proximos de vocês. Apoiem a Ucrania junto da União Europeia", disse.

"Porque somos livres e os países livres devem apoiar-se. Acredito que em breve teremos o estatudo de candidato a membro da UE: por favor, apoiem-nos nesse caminho. Vocês que estão mais a Oeste e nós mais a Leste, os direitos e os valores devem ser iguais, sem qualquer ditadura", disse por fim. Liberdade e saudade foram as últimas palavras de Zelensky.

Termina a intervenção. O Parlamento aplaude de pé.

Rita Dinis | Expresso

Um Zelensky medíocre falou. Está falado

Toda a panóplia de propaganda com o cunho habitual de Zelensky a fazer-se de coitadinho (pode ler no Expresso) quando afinal tem responsabilidades em se ter envolvido nas razões e consequências da guerra por procuração delineada pelos EUA, ter pactuado e estar a pactuar com neonazis que condecorou e integrou nas Forças Armadas ucranianas. Porém isso não é dito nem convém referir quando Zelensky fala aos povos europeus via Parlamentos dos governos do Ocidente neoliberal e neocolonialista. Esses mesmos que tantas vezes fazem perigar a democracia já deficitária que se vive (mal) em tantos países do Ocidente.

Desgraçado e a sofrer terríveis consequências estão as imensas populações ucranianas manipuladas desde há cerca de uma década. Que já assim sobrevivem na guerra da Ucrânia desde 2013. Essas são as vítimas dos neonazis ucranianos, dos corruptos que por lá abundam e dos Zelenskys que servem de capachos das políticas dos EUA. Os ucranianos, assim como tantos outros povos, onde os EUA geram guerras, são quem sofre. São os que merecem todo o apoio, mas não a aceitação de que os Zelenskys deste planeta se sirvam dos povos como escudos humanos.

Repare-se num pormenor importante: Zelensky nunca fala em paz naquela "atuação". O comediante fala até à exaustão em desgraças, em guerra, em "armamento pesado" - tanques e etc. Armas, armas, armas, mais gasolina para a fogueira. Nunca em paz, em enveredar por negociações de paz. Podemos deduzir que Zelensky, o capacho dos EUA, o que quer é guerra e que se tramem os ucranianos? Visto assim podemos. Está a ser usado pelos EUA-NATO e a União Europeia também. São evidências.

Falou, está falado. A desnazificação continua. Ouvido Zelensky no Parlamento de Portugal conclui-se que afinal o comediante até nem é o grande comunicador que querem promover. É medíocre e meteu-se na política nem sabe bem porquê. Ou sabe-se: quer tacho e mordomias, como tantos outros que na política europeia e do mundo o fazem.

Redação PG | Fotografia: Paulo Spranger/ Global Imagens

PORTUGUESES ESTÃO À ESPERA DE ZELENSKY...


 ...QUE ESTÁ QUASE A CHEGAR. Faltam poucos minutos.

Portugal | ALQUEVA: A REGA DE LUCROS E DIVIDENDOS

Num tempo em que o dinheiro parado no banco vale zero (ou menos), não há dúvida de que devemos agradecer à empresa eléctrica, e, talvez até, propô-la para uma medalha presidencial.

Demétrio Alves | AbrilAbril | opinião

A comunicação social informou que, no recente leilão de fotovoltaica flutuante, um dos lotes relacionado com a albufeira de Alqueva resultou num preço negativo de 4,13 euros/MWh (ou seja, um pagamento ao SEN – Serviço Eléctrico Nacional), num contrato «por diferenças» (CfD). Ou seja, que a EDP, neste caso a EDPR (Renováveis), vai pagar para produzir electricidade durante 15 anos.

O secretário de Estado da descarbonização enfunou as suas ambiciosas velas com verdes ventos.

Mas, perguntarão os simples, por que motivo a empresa se presta a tal sacrifício?

Façamos um esforço para entender o negócio.

A EDP promoverá este «grande» projecto híbrido num aproveitamento que envolve a albufeira do Alqueva – que já é uma sua concessão num referencial de algumas dúvidas levantadas ao tempo – integrando diferentes tecnologias de ponta na produção renovável, envolvendo uma central solar fotovoltaica flutuante de 70 MW.

Portugal | Novo Banco: Governo prepara-se para injetar mais 133 milhões de euros

Em conferência de imprensa, Mariana Mortágua reagiu à auditoria ao Novo Banco efetuada pela Deloitte. O Bloco defende que esta deve ser pública e quer saber se o Orçamento de Estado para 2022 inclui a injeção adicional de 133 milhões de euros referida nesta auditoria.

A deputada bloquista Mariana Mortágua realizou esta quarta-feira uma conferência de imprensa na Assembleia da República para reagir ao relatório da auditoria ao Novo Banco, efetuado pela empresa Deloitte. Estes relatórios, entregues anualmente sempre que há injeção de fundos públicos no Novo Banco, estão previstos na lei. 

Mariana Mortágua considera que “não há qualquer razão para esta auditoria ser confidencial", uma vez que se trata de "matéria de interesse público". A deputada entregou um requerimento na Comissão de Orçamento e Finanças (link is external) “para que seja retirada a classificação de confidencialidade deste documento” e foi também efetuada uma diligência junto da Conferência de Líderes(link is external) pelo líder parlamentar do Bloco de Esquerda para que esta auditoria seja divulgada publicamente.

A deputada bloquista referiu ainda que “todos os nomes” patentes no relatório “estão codificados, acrescentando que “a Assembleia da República não recebeu ainda a nova lista dos devedores”, pelo que se desconhece se esta é ou não a mesma do ano anterior.

A TAREIA MILITAR E AS MENINAS DA UCRÂNIA -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Hoje é o dia da ira. Estou encolerizado, abespinhado, impróprio para falinhas mansas. Nem imaginam o que me aconteceu. Estava posto em sossego, colhendo doce fruto por nada fazer, quando recebi um telefonema desafiante: Kitó! Vamos ao boteco do costume, chegaram umas meninas novas, eslavas, mais loiras do que a Marilyn Monroe e boazonas de verdade! Nunca disse não a um amigo, salvo ao poeta Álvaro Novais que prisioneiro de sucessivos acessos de asma me pediu para matá-lo. Obriguei-o a viver mais uns anos.

Vesti um casaco grená de abas brilhantes, calcei sapatos de bico fino, calças justas e boina preta. Quando entrámos no antro sagrado, pressenti uns risinhos de escárnio mas fui superior a essas aleivosias. Sentámo-nos e instantaneamente fomos assediados por duas loiras esbeltas e altas como as colunas da porta de Rodes. Agitavam a cabeça em gestos suaves e a cabeleira loiríssima ondulava. Pela forma como pronunciavam os erres percebi que eram ucranianas. 

Eu e o meu amigo somos repórteres há tanto tempo, como anos tem Adalberto da Costa Júnior. Em meia dúzia de perguntas obtivemos os fragmentos de informação necessários para a construção da mensagem informativa. Ambas tinham chegado naqueles aviões que o Zé das Moedas e o Marcelo foram esperar ao aeroporto. As colegas de trabalho foram da Ucrânia para Portugal naqueles carrinhas que até levavam uma repórter da CNN Portugal. Tráfico de seres humanos, prostituição em alta escala, mas tudo oficial e sem custos para as máfias.

Minto. À Judite de Sousa tiveram de arranjar um coronel brasileiro alto e espadaúdo. As outras meninas, coitadas, contentaram-se com uns cossacos façanhudos padecentes de ejaculações precoces. A minha saudosa amiga Helena de Tróia dizia-me com alguma graça: Detesto esses gajos que eu começo a dizer ai é tão bom e logo a seguir tenho de perguntar: não foi? (Não comecem já a dizer que estou a ser ordinário).As 300 crianças ucranianas que chegaram a Portugal sem os pais ou representantes legais, também foram incluídas nessas viagens mágicas e abençoadas pelo poder do torrão lusitano. Parece que o Zelensky facturar uns trocos com o tráfico de seres humanos. Mas não tenho a certeza.

QUO VADIS ONU?

Noémia Malva Novais* | Jornal de Notícias | opinião

É de António Guterres a afirmação "o mundo não tem de ser assim" e os seus biógrafos - Pedro Latoeiro e Filipe Domingues - elegeram-na para título da sua biografia. E é verdade, o mundo não tem de ser assim, mas, para o mundo ser de outra maneira, as pessoas e as instituições têm de desempenhar o seu papel de acordo com as suas obrigações, os estatutos dos organismos mundiais e os princípios do direito internacional em nome da paz universal.

Ora, sucede que se soube, há dois dias, que o Secretário-Geral da ONU António Guterres não falou com o Presidente russo Vladimir Putin desde o início da invasão da Ucrânia. Este é o 56.º dia de guerra e, de acordo com os números da própria ONU, mais de dois mil civis já perderam a vida neste conflito. Aliás, a Organização admite que o número real seja muito maior. O regime ucraniano fala em 20 mil civis mortos só na cidade costeira de Mariupol, cerca de 3 mil soldados ucranianos mortos e mais de 10 mil feridos. Desde que a Rússia começou esta guerra, a 24 de fevereiro, o governo de Moscovo admitiu a morte de 1350 dos seus soldados, enquanto o governo da Ucrânia indica que quase 21 mil militares russos já morreram neste conflito bélico.

Os números desta guerra são, a todos os níveis, impressionantes, sobretudo quando sabemos que aos números correspondem pessoas: homens, mulheres e crianças mortas, feridas, violadas, deslocadas, refugiadas... Esta guerra já provocou o maior êxodo de civis desde a segunda guerra mundial. Segundo os números da ONU, mais de 5 milhões de ucranianos deixaram o país desde o início da invasão russa, tendo a maioria ficado nos países vizinhos da Ucrânia, sobretudo na Polónia, com uma fé inabalável no fim da guerra e no regresso possível ao que então sobrar do seu país.

Nesse longo caminho pela sobrevivência, durante o percurso a pé, nas viagens rodoviárias, nas estações de comboio ou de metro, em locais de alojamento temporário, em abrigos para refugiados, os milhões de pessoas, na sua maioria mulheres e crianças, estão expostos a todos os perigos, enfrentam todo o tipo de violência, havendo já provas, por parte de organizações humanitárias, de pessoas desaparecidas, de mulheres e crianças violadas, de tentativas de rapto, de aliciamento por redes de tráfico de seres humanos disfarçadas de entidades empregadoras.

ASSIM VAI A GUERRA DA UCRÂNIA, ANUNCIADO PELO JORNALISMO DO OCIDENTE

Rússia anuncia tomada da cidade estratégica de Mariupol

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, fala ao Parlamento português esta quinta-feira. Enquanto a Rússia controla 80% do território de Lugansk, segundo o Governador local, e Moscovo anuncia que tomou a cidade de Mariupol. Da China chegam notícias de que Pequim não é favorável às sanções impostas pelo Ocidente ao regime de Putin. Entretanto a Turquia acusa membros da NATO de quererem prolongar guerra para debilitar Rússia.

Separatista diz que bloqueio de Mariupol exige reforços

Um líder separatista ucraniano disse, esta quinta-feira, que bloquear o reduto da resistência na vasta zona da fábrica metalúrgica Azovstal em Mariupol, tal como ordenou o presidente russo, vai exigir o reforço das milícias pró-russas de Donetsk.

"Vamos necessitar de reforçar o nosso pessoal (efetivo militar) porque se trata de uma extensa rede de comunicações subterrâneas", disse o chefe da Administração da autoproclamada república popular de Donetsk, Alexei Nikanorov, ao canal de televisão estatal Rossia-24.

"Vai ser necessário reforçar o nosso pessoal, de modo que não passe 'nem uma mosca', tal como disse o presidente (Vladimir Putin)", acrescentou.

Negociadores ucranianos prontos para conversações com a Rússia sobre Mariupol

O chefe da delegação de negociadores ucranianos, David Arakhamia, anunciou que está pronto, juntamente com o assessor presidencial e negociador Mykhailo Podoliak, para viajar até Mariupol e iniciar rapidamente as negociações com a Rússia, disseram hoje os media locais.

"Nem uma mosca" entra na fábrica de Azov, diz Putin

O presidente russo já terá felicitado o ministro da Defesa pela tomada de Mariupol. Citado pela Interfax, Vladimir Putin terá dito que não há necessidade de tomar a fábrica metalúrgica Azov, onde está refugida a resistência ucraniana, mas terá dado ordens para um bloqueio total àquelas antigas instalações siderúrgicas.

"Nem uma mosca pode passar", terá dito Putin, reafirmando as garantias de que serão poupadas as vidas aos que se renderem.

Rússia diz que capturou cidade de Mariupol

O ministro da defesa da Rússia, Sergei Shoigu, disse, esta quinta-feira, que as tropas russas controlam Mariupol, cidade estratégica do leste ucraniano que recusou ultimatos para se render nos últimos dias.

Segundo o ministro, citado pela Reuters, que está a revelar deflações alegadamente feitas por Shoigu à agência Interfax, 1478 combatentes ucranianos depuseram as armas, mas mais de dois mil continuam a defender a antiga fábrica metalúrgica de Azov onde se concentrou a resistência nas últimas semanas.

China reafirma oposição às sanções ocidentais à Rússia

O presidente chinês, Xi Jinping, reafirmou a oposição de Pequim às sanções impostas pelo Ocidente à Rússia.

Xi Jinping condenou "as mentalidades da guerra fria", o unilateralismo e a hegemonia - termos frequentemente usados pela China para criticar as políticas dos EUA - e evitou condenar a invasão da Ucrânia e apelou à continuidade das relações comerciais com a Rússia, que considerou um parceiro estratégico, adianta a BBC.

Ao falar num fórum económico local, Xi Jinping disse que a China é contra táticas de extrema pressão e considerou que o corte de abastecimentos não vai funcionar.

Turquia acusa membros da NATO de quererem prolongar guerra para debilitar Rússia

O ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Mevlut Çavusoglu, disse esta quarta-feira que alguns Estados membros da NATO querem prolongar a guerra na Ucrânia para enfraquecer a Rússia.

"Há alguns países no seio da NATO que querem que a guerra na Ucrânia continue. Eles pensam que, se a guerra continuar, a Rússia ficará enfraquecida. A situação na Ucrânia pouco importa para eles", disse o ministro, numa entrevista à CNN turca.

Çavusoglu lamentou o sucesso até agora limitado das tentativas de mediação turcas, ao reunir os ministros dos Negócios Estrangeiros ucraniano e russo.

"Esperávamos que algo saísse da reunião em Antalya. Foi uma reunião importante para ambas as partes. Após as conversações em Istambul, a nossa esperança aumentou, mas quando chegaram as imagens do massacre [em Bucha], afastaram-se do acordo de Istambul. Por agora ainda estão a negociar", disse Çavusoglu.

Augusto Correia, Sandra Alves | Jornal de Notícias

A LEGIÃO INTERNACIONAL DE DEFESA DA UCRÂNIA

– Ou como estender a guerra

Karine Bechet-Golovko [*]

A Ucrânia pôs em acção uma Legião Internacional de Defesa Territorial, a qual permite atrair soldados-voluntários estrangeiros, sem que formalmente os seus países de origem sejam implicados. Portanto, sem que estes países – essencialmente os Estados Unidos, o Canadá e a Polónia, membros da NATO – tenham necessidade de formalmente declarar a guerra à Rússia … para fazer guerra à Rússia. Assim, a Ucrânia formalmente desmilitarizada continuará realmente o combate.

Os media, nomeadamente os franceses, falam disso há algum tempo: ocidentais partiram para se baterem ao lado da Ucrânia contra a Rússia, ainda que o quadro jurídico desta implicação permaneça muito frouxo. Um número da ordem das 20 mil pessoas é avançado, “veteranos” das guerras do Iraque, do Afeganistão, da Síria, dos Balcãs ou mesmo da América do Sul. Logo, para além do discurso suave que nos dizem, cito o Sud Ouest, esta “multidão de homens que se puseram espontaneamente ao serviço da Ucrânia”, trata-se efectivamente de recrutamento de pessoas tendo uma experiência militar.

Além disso, o contrato efectuado é surpreendente, pois não tem data fixa:   os alistados devem servir até ao fim da lei marcial. Estranha formulação, uma vez que as obrigações dos “voluntários” são sem limites precisos:

Mas o que se pretende transmitir como mensagem é que a Ucrânia está em guerra e que é um país com muito poucos recursos a utilizar para aqueles que subitamente mudam de opinião.

“Portanto, se já pensa:   'pois bem, talvez eu vá actuar durante um período de tempo limitado', pense nos recursos que o país aplicará em si e se poderá ou não contribuir em contrapartida ao menos com a mesma coisa ou mais”, diz ele.

“E se tu sabes que vens só por uma semana ou duas, então não vale a pena”, completou.

Consta que 1500 canadianos querem juntar-se a esta Legião.

PÉNIS PIANISTA MOSTRA A PERFORMANCE DO SR. ZELENSKY

Nesta quinta-feira o sr. Zelenski dirigir-se-á à maioria dos deputados portugueses (aquela que o convidou). O seu discurso, a ser transmitido por vídeo, poderá ser utilmente completado com outras actuações anteriores da sua lavra. Um bom exemplo é esta performance do presidente ucraniano a tocar piano com o pénis. Se quiserem apreciá-la, a maioria dos ilustres deputados portugueses confirmará a extrema versatilidade do seu convidado.

Resistir.info

É HOJE | Portugal à espera da visita virtual de Vladimir Zelensy a falar ao Parlamento

Que não falte papel higiénico, muitas descargas de autoclismos e lixivia forte. Lamente-se que as vítimas possam vir a ser a integridade dos canos de esgoto, mas fazemos votos encarecidos para que as estações de tratamento demonstrem as suas boas competências e operacionalidades na defesa dos rios, dos solos e dos mares.

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