quarta-feira, 6 de julho de 2022

BOYZ GREGO DE NULAND-PYATT BRANQUEIA UCRONAZIS DE AZOV

Evans Aggelissopoulos* | One World

Tendo comprado a perna de Zelensky da turnê européia para a 3ª Guerra Mundial, o governo grego superou todos os outros promovendo a ala Azov do exército Ukronazi pouco antes de Mariupol cair para as forças combinadas russas e de Donetsk e suas principais unidades militares serem derrotadas.

#Traduzido em português do Brasil

Em uma daquelas ironias que a história gosta de jogar com os políticos, aqueles da autodenominada 'flecha democrática' (partidos gregos que fizeram campanha pela prisão dos retrofascistas Golden Dawn) trouxe Zelensky com um discurso pré-gravado ao Parlamento grego e ele por sua vez, trouxe um combatente Azov de suposta herança grega, provando além de qualquer dúvida razoável, como observado em um artigo anterior, que a Grécia é uma causa perdida da OTAN.

Quando Pyatt afirmou que a melhor coisa desde o pão fatiado é o primeiro-ministro grego Mitsotakis e ele deveria ser exportado para os EUA, o que me veio à mente foi justamente isso, quando outro ativo de política externa dos EUA Saakashvilli da Geórgia após ameaçar a Rússia durante as Olimpíadas de Pequim 2008 acabou exilado nos EUA e depois que o roadshow Pyatt-Nuland assumiu a Ucrânia mudou-se para Odessa para se tornar prefeito da cidade histórica. Obviamente Saakashvilli não tem o relacionamento de quase oito décadas como o clã Mitsotakis, mas não por não se esforçar o suficiente, é só que a era de ser um quisling dos EUA não é mais realmente benéfica e acaba criando mais problemas do que fornecendo soluções como ele agora está pedindo ajuda dos EUA para tirá-lo de uma prisão georgiana.

O conceito tradicional de república das bananas era o quintal dos EUA da América Central, ou seja, Honduras e Guatemala, mas a Grécia do pós-guerra é a república das bananas européia por excelência , tendo concordado em ambos serem o primeiro campo de testes para guerra química pelo napalm dos EUA durante a guerra grega. guerra civil no final da década de 1940, a saga chemtrail de nossa era e os experimentos covid da Big Pharmas na forma de jabs da Pfizer e Modena.

Tendo comprado a parte de Zelensky da turnê européia para a 3ª Guerra Mundial, o governo grego superou todos os outros promovendo a ala Azov do exército Ukronazi pouco antes de Mariupol cair para as forças combinadas russas e de Donetsk e suas principais unidades militares serem derrotadas. Quando Zelensky citou o canto "Liberdade da Morte" da Revolução Grega de 1821, deveríamos ficar impressionados como se um bantustão da OTAN tivesse alguma coisa a ver com liberdade e não simplesmente com a morte.

Angola | RECONHECIMENTO E GRATIDÃO -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

A construção de um país é permanente ao longo da sua existência e envolve todas as gerações. Hoje estamos a construir a Angola dos nossos filhos ao mesmo tempo que mantemos vivo o presente, para que a felicidade entre em casa de cada angolano, seja rico ou pobre. A riqueza que criamos paga as nossas contas mas garante às futuras gerações um país mais justo e solidário. Amanhã os nossos filhos fazem o mesmo pelas suas famílias e de geração em geração vamos melhorando as nossas vidas.

O país que hoje temos foi construído por milhões de angolanos durante séculos. Nesta corrente patriótica existe um elo muito importante: A geração dos que nos anos 50 ousaram sonhar uma Angola livre e independente. São aqueles que enfrentaram mil perigos, os campos de concentração e as masmorras, a mais selvática repressão. Os que fizeram frente ao colonialismo, sempre apoiado pelas grandes potências ocidentais e particularmente pela OTAN, já que Portugal é um Estado membro daquele bloco militar ofensivo, agressivo e profundamente reaccionário. 

Angola teve sempre na juventude a sua grande riqueza. Por isso o Povo Angolano hoje é livre e independente. Milhares de jovens ousaram fazer a guerra de guerrilhas para escorraçar os ocupantes e conquistar a liberdade. Sucessivas gerações foram obrigadas a consentir imensos sacrifícios para que Angola acedesse à Independência Nacional. Mas foi preciso ir ainda mais além e defender a soberania. Até que em 4 de Abril de 2002 chegou finalmente a paz. Tinha caído o pano sobre décadas de guerra, dor e luto.

A guerra, em todas as suas fases, foi imposta por forças estrangeiras, com o estado terrorista mais perigoso do mundo (EUA) ao comando. Não, nunca houve guerra civil em Angola. Foi mesmo uma guerra de agressão estrangeira. E a UNITA participou de armas na mão, contra o Povo Angolano. Primeiro, ao lado dos colonialistas, para impedir a Independência Nacional. Depois ao lado dos racistas sul-africanos, para destruir a soberania nacional. Em qualquer versão, o Galo Negro nunca hesitou em disparar contra o Povo Angolano. Grande parte dos nossos mortos foi da responsabilidade de Jonas Savimbi e seus sicários.

A paz é tão suave, que poucos se dão conta que já tem 20 anos. O maior troféu daqueles que tudo sacrificaram para hoje vivermos em paz, é termos uma geração que não sabe o que significa a guerra. Milhões de adolescentes e jovens angolanos nunca viram os deslocados que se refugiavam em Luanda e noutras cidades onde a guerra tinha ficado à porta. Temos uma geração que nunca ouviu troar os canhões. 

Sob mediação de João Lourenço, RDC e Ruanda acordam cessar-fogo

Após encontro com o Presidente angolano, João Lourenço, em Luanda, os líderes da RDC e do Ruanda concordaram em baixar as armas imediatamente no leste congolês. Também definiram um mecanismo de observação.

A República Democrática do Congo (RDC) e o Ruanda concordaram esta quarta-feira (06.07) em criar um mecanismo de observação 'ad-hoc' e um cessar-fogo imediato, para aliviar as tensões entre os dois países, após um encontro mediado pelo Presidente angolano.

O Presidente da RDC, Félix Tshisekedi, e o seu homólogo do Ruanda, Paul Kagame, encontraram-se hoje em Luanda para uma cimeira tripartida mediada por João Lourenço para discutir uma solução para o conflito armado na fronteira leste da RDC, cuja responsabilidade as autoridades congolesas atribuem ao Ruanda.

Os três chefes de Estado fizeram curtas declarações aos jornalistas, sem direito a perguntas, após a reunião, que durou mais de duas horas, mostrando-se satisfeitos com os avanços conseguidos e os resultados "satisfatórios" do encontro.

Em atualização

Deutsche Welle | Lusa

UMA VALA NA HISTÓRIA E CULTURA DE LUANDA – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Ceguinho seja eu. Surdo que nem um pneu. Maneta total e perneta absoluto. Descabeçado. Idiota. Mais burro do que o burrinho da Chicala e tão besugo como o senhor comendador do sisal lá para os lados do Cubal. Hoje vi com estes que a terra comeria se eu não fosse cremado, uma reportagem sensacional da TPA. Abertura das notícias na abertura da semana. O ministro da Injustiça e dos Atentados aos Direitos Humano foi à zona dos Ramiros, estrada da Barra do Cuanza, visitar a vala onde foram enterradas “as principais figuras do 27 de Maio de 1977”

O repórter da TPA garantiu-nos que “o espaço vai ser um marco de homenagem e respeito pelas vítimas”. Aquilo, há 45 anos, era um matagal. Como os exploradores de ossadas chegaram ali? O jornalista explica: “Existem provas escritas e orais que este é o ponto da execução dos principais rostos do 27 de Maio”. Os rostos. O resto nunca existiu. Aliás, dos 30, 40, 50 100 mil mortos está tudo reduzido a esta vala dos Ramiros. E o Executivo esconde quantas certidões de óbito foram emitidas. Quantas famílias procuram os desaparecidos. 

A TPA não tem dúvidas: “ As vítimas foram trazidas, mortas e enterradas nesta vala comum!” Está dito, redito e que ninguém se atreva a duvidar porque é logo apontado como sabotador da unidade nacional. Familiares das ossadas foram em marcha fúnebre até à vala dos Ramiros. Membros do Executivo também marcharam. Que remédio! Um padre deu uma palavra de conforto espiritual aos familiares das vítimas. Em nome do pai, do filho e do espírito de santo. O repórter, com ar de vendedor de caixões e ossadas, disse muito despachado: “Esta vala sinaliza as feridas abertas”.

Depois falaram familiares e membros do Executivo. Mas ninguém foi identificado. Nem a governadora provincial de Luanda que fez esta declaração bombástica, nada condizente com o momento de vender ossadas: “Este é um local voltado para a História e Cultura da cidade de Luanda”. Se me for permitida uma sugestão, no monumento que vão erguer, coloquem 13 tábuas, cada uma com as teses de Nito Alves, escritas pelo Rui Coelho.

O arquitecto que descobriu a vala também falou sob anonimato (a TPA não o identificou). E ele disse claramente: “Chegámos aqui porque seguimos o rasto de um tanque bebedouro para os animais”. O ministro coordenador das ossadas garantiu ao repórter: “Esta visita foi muito importante!”

IGREJA CATÓLICA VAI FISCALIZAR ELEIÇÕES EM ANGOLA

Igreja Católica lidera o Observatório Eleitoral Angolano. A missão constituída por grupos da sociedade civil é liderada por Dom Gabriel Mbilingui, ex-presidente da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST).

A Missão de Observação Eleitoral do Observatório Eleitoral Angolano (MOE-OBEA) já começou a ser apresentada às instituições que vão intervir no escrutínio do dia 24 de agosto.  

Os objetivos que passam pela promoção da educação cívica eleitoral e participação na observação das eleições gerais foram dados a conhecer esta terça-feira (05.07) à Procuradoria-Geral da República.

À saída do encontro, o chefe da missão de observação eleitoral, Dom Gabriel Mbilingui, deixou um recado aos atores políticos nesta época de pré-campanha eleitoral. 

"Esta pré-campanha, naturalmente, não é legal, porque a campanha eleitoral são 30 dias. E o período está bem estipulado e está dito quais são as normas. Como a lei é omissa, neste momento, em relação à pré-campanha, então as violações desta natureza não entram especificamente no quadro pré-eleitoral. São tratados como crimes comuns", defendeu o líder da missão eleitoral. 

Nesta quarta-feira (06.07), o Observatório Eleitoral Angolano vai apresentar-se ao Tribunal Constitucional e à presidência da UNITA.

ROUBINI: ASSIM SERÁ A PRÓXIMA CRISE CAPITALISTA

#Publicado em português do Brasil

O economista que primeiro previu 2008 lança um alerta. Para ele, arma-se uma combinação de preços ainda mais altos, recessão e falência de empresas, famílias e países. Em meio ao inferno, haverá desta vez alternativas antissistêmicas?

Nouriel Roubini, no Project Syndicate | em Outras Palavras | Tradução: Vitor Costa | Imagem: Julio de Diego

As perspectivas financeiras e econômicas globais para o próximo ano azedaram rapidamente nos últimos meses. Agora, os formuladores de políticas, investidores e famílias perguntam a si mesmos o quanto devem rever suas expectativas, e por quanto tempo. Isso depende das respostas a seis perguntas principais.

Primeiro, o aumento da inflação nas economias mais ricas será temporário ou mais persistente? Esse debate esteve presente no ano passado, mas agora chegamos a uma opinião unânime: os que imaginavam a inflação como algo persistente venceram; e os que acreditavam em sua transitoriedade – grupo que incluía a maioria dos bancos centrais e autoridades fiscais – deve admitir que se enganou.

A segunda questão é se o aumento da inflação foi impulsionado mais pelo excesso de demanda (políticas generosas de emissão de moeda, oferta de crédito e impostos) ou por choques que provocaram redução da oferta agregada (oslockdownsiniciais do COVID-19, os gargalos na cadeia de abastecimento, a redução na oferta de mão de obra, o impacto da guerra na Ucrânia sobre os preços das commodities e a política “zero-covid” da China). Embora os fatores de demanda e oferta estejam embaralhados, agora é amplamente aceito que a redução de oferta tem desempenhado um papel cada vez mais decisivo. Isso é importante porque a inflação impulsionada por queda da oferta é estagflacionária. Ou seja, aumenta o risco de um pouso forçado [hard landing] das economias; de desemprego e possível recessão, no momento em que a política monetária é apertada.

Isso nos leva diretamente à terceira pergunta: o arrocho na política monetária, promovido pelo Federal Reserve dos EUA e outros grandes bancos centrais, provocará um pouso forçado ou uma aterrisagem suave [soft landing]? Até recentemente, a maioria dos bancos centrais e a maior parte de Wall Street apostavam na segunda hipótese. Mas o consenso mudou rapidamente, inclusive com o presidente do FED, Jerome Powell, reconhecendo que uma recessão é possível e que produzir uma aterrisagem suave será “muito desafiador”.

Portugal | E QUALQUER COISA DE ESQUERDA PEDRO NUNO SANTOS?

Fernanda Câncio* | Diário de Notícias | opinião

Há uma semana, fiz uma experiência: perguntei no Twitter quem sabia o que é o programa de arrendamento acessível e o tinha já usado, como proprietário ou possível arrendatário.

Mais de metade das respostas identificaram o programa errado: acharam que a pergunta era sobre os programas autárquicos com o mesmo nome (foi uma ideia mesmo boa fazer coisas diferentes com nomes iguais, não foi?), nomeadamente da Câmara de Lisboa, que disponibilizam, por concurso, casas com renda controlada construídas com investimento público. Só meia dúzia de pessoas mostraram saber que estava a falar de um programa nacional lançado em 2019 no qual os proprietários beneficiam de desconto total do IRS relativo às rendas se aceitarem fixá-las, num contrato de cinco anos, até um determinado valor (indicado após fornecerem os elementos do imóvel), que será alegadamente 20% abaixo do praticado pelo mercado na zona.

Dessas pessoas que sabiam de que programa se tratava umas quatro, todas na situação de prospetivo inquilino, já tinham tentado a sua sorte - sem nenhuma, porém. Porquê, perguntei. Uma delas disse-me que quando se inscreveu no portal do arrendamento acessível, há um ano, encontrara apenas 13 casas disponíveis na região de Lisboa. Outro disse-me que neste momento a oferta subira um pouco; agora havia 20 e tal na mesma zona. Mesmo supondo que, de acordo com as características do programa, as casas que surgem a quem se inscreve são as de dimensão adequada ao agregado familiar do interessado (por exemplo, se se tratar de um T4, tem de ser constituído por quatro pessoas; se se tratar de uma pessoa só, apenas pode aceder a T1 ou T0), é obviamente muito pouco.

Não é uma surpresa: quando há pouco mais de um ano escrevi pela primeira vez sobre este programa, tinha sido anunciado pela então secretária de Estado da Habitação, Marina Gonçalves, que havia registo de apenas 335 contratos assinados por via dele. 335 contratos em todo o país.

A conclusão da governante foi de que não se tratava claramente de um sucesso, mas que não sabia como resolver: "Como é que consigo tornar mais atrativo um programa que dá isenção fiscal total?" Alguns meses depois, a Associação Lisbonense dos Proprietários afirmava que segundo um inquérito por si efetuado (não se lhe conhecendo o grau de fiabilidade) junto dos proprietários de imóveis de habitação, apenas 2,3% dos respondentes tinha aderido ao mesmo ou aos programas de arrendamento acessível das autarquias. A esmagadora maioria não aderente apresentava como justificação não confiarem na manutenção dos termos contratuais e dos benefícios fiscais concedidos.

FEIOS, PORCOS E MAUS DO IMAGINÁRIO LOGRO DO OCIDENTE

Mais uma voltinha mais uma viagem no Expresso Curto, hoje com Raquel Moleiro, jornalista do burgo do tio Balsemão Bilderberg. 

Nesta voltinha é evidente a lavagem ao cérebro que que afeta jornalistas e consequentemente os que pela sua dormência transmitida também afeta moles imensa dos que preferem falar de Futebol, de Fátima e de Fado - os três efes salazar-fascistas ainda em vigor na atual pseudodemocracia. É sempre útil saber como esses não pensam, talvez porque consideram que pensar e ver a realidade com olhos de ver dói muito. Pois não. Não dói nada.

Fiquem, na boa. Com um grande bom dia da nossa parte e a certeza de que face à realidade é indubitável que não vai ser um bom dia para a maioria dos portugueses e cidadãos do mundo. Mas isso a maioria já sabe, fazem-se é de parvos recorrendo ao faz de conta quotidiano. Sigam para o Curto do Expresso sorrindo. Perdoai aos senhores(as) que roubam, mentem, vigarizam, exploram e manipulam os trouxas que são realmente a maioria e cúmulo da estupidez: os que produzem e sobrevivem miseravelmente, a quem lhes falta tudo – inclusive consciência… 

Leia. Leia sempre, porque é a melhor via para "aprender, aprender sempre!". Podem ser ou vir a ser feios, porcos e maus do imaginário logro  do Ocidente Mas são gente vitimas do tão implantado ultraliberalismo rumo ao fascismo em curso no tão badalado Ocidente. (SG|PG)

O trabalho de uma geração

Raquel Moleiro | Expresso Curto

Nunca pensei voltar a ouvir falar de Plano Marshall fora das aulas de História, em que os verbos eram no passado, tão longínquos quanto a última guerra na Europa, que deixara o velho continente em destroços, necessitado do apoio financeiro dos EUA para reerguer economias e cidades. Hoje só mudam os lados do conflito e o tempo verbal fez-se presente. É a Ucrânia que precisa de ajuda para se levantar. Quando ainda concentra todas as forças nas zonas de batalha ativa contra o invasor russo, mais de 40 países aliados, instituições internacionais e setor privado, e uma delegação da própria Ucrânia, reuniram-se durante dois dias na Suíça para traçar o plano de divisão de esforços para a reconstrução do país liderado por Volodymyr Zelensky.

A Dinamarca deverá reconstruir Mykolaiv, o Reino Unido ofereceu-se para recuperar as zonas destruídas da capital, a França destinará os esforços à região de Tchernihiv. Haverá espaço para todos os que quiserem ajudar. Em mais de quatro meses de guerra, foram destruídos, atingidos ou ocupados pelo menos 45 milhões de metros quadrados de habitações, 256 empresas, 656 instituições de saúde, 1177 escolas. Orçamento: por alto, 730 mil milhões de euros, que a Ucrânia defende que venha parcialmente dos bens russos congelados pelas sanções.

Portugal vai ajudar a reerguer escolas atingidas pelos bombardeamentos na região de Jitomir, a 150 quilómetros de Kiev, onde há pelo menos 70 instituições de ensino destruídas, desde creches a liceus. O trabalho de mapeamento da intervenção já foi feito, garante o ministro da Educação, João Costa, que representou o país na Conferência de Lugano. Está agora a ser elaborado o projeto preparatório, que envolve o Governo, a Parque Escolar e e as autoridades ucranianas.

Mas mais do que um plano de obras, da conferência saiu ontem uma declaração de princípios a que a reconstrução deve obedecer: o processo será liderado pela Ucrânia em parceria com os parceiros internacionais; com foco nas reformas, em linha com o caminho europeu; com transparência, responsabilidade e reforço do Estado de direito; com participação democrática da população; envolvimento de várias partes, nacionais, internacionais, públicas e privadas; com respeito pela igualdade de género e inclusão e também da sustentabilidade.

Na frente da batalha todos os dias são somadas novas baixas estruturais, para não falar das humanas. O controlo russo do Donbass é quase total depois da conquista de Lysychansk e as duas principais cidades de Donetsk ainda sob o controlo de Kiev - Sloviansk e Kramatorsk -, tornam-se os novos alvos a conquistar. O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, que participou na conferência de Lugano através de um vídeo gravado, admitiu que a reconstrução será uma empreitada para vários anos, o trabalho de uma geração, cuja verdadeira dimensão só será conhecida quando terminar o conflito. A guerra entra hoje no seu 133ª dia.

A realidade está finalmente surgindo no gabinete: Boris Johnson NÃO é seu amigo

Marina Hyde* | The Guardian | opinião

Rishi Sunak e Sajid Javid decidiram que finalmente terminaram com a degradação em grande escala da vida pública em 2022. Quem é o próximo?

#Traduzido em português do Brasil

Ver Dominic Raab reagir à carta bombástica de Simon McDonald ao vivo esta manhã foi como assistir a um personagem de um filme descobrir que ele estava morto o tempo todo. Quando Rishi Sunak e Sajid Javid renunciaram esta noite, Boris Johnson deveria estar percebendo algo semelhante.

Um grande dia para Big Dog, então – que certamente teve seu dia. Mesmo enquanto Raab estava em turnê pelos estúdios empurrando a última linha monstruosa de Frankenstein sobre o que o No 10 sabia – e quando – sobre a peste sexual acusada de Chris Pincher , o ex-chefe do serviço diplomático estava lançando uma carta ao comissário de padrões parlamentares soprando o coisa toda à parte. Houve reclamações formais em 2019 sobre o homem que Johnson passou a promover; foram investigados e confirmados ; e Johnson foi informado pessoalmente sobre a investigação e o resultado. “Você chega ao ponto em que precisa fazer a coisa certa”, observou McDonald mais tarde, com suavidade mortal.

E ainda assim, você? A grande tragédia daqueles que trabalham para Boris Johnson é sua incapacidade de compreender remotamente o desprezo nu com que ele os mantém. Quando Johnson estava no hospital com Covid, Rishi Sunak fixou as câmeras com olhos grandes e tremeu : “O primeiro-ministro não é apenas meu colega e chefe, mas também meu amigo”. Eu me pergunto se ele ainda pensava isso depois que os acordos fiscais de sua esposa vazaram taticamente? Ele certamente parece ter desistido da ideia agora. Durante essa mesma internação, Dominic Raab substituiu Johnson, a quem Raab também se referia não apenas como seu chefe, mas como “ meu amigo”. Isso foi bastante comovente na época, mas sensacionalmente mais agora. Domingos, Domingos, Domingos... ACORDE. Uma vez que Johnson seja premiado no cargo, deixe-me assegurar-lhe que ele nunca escolherá ativamente vê-lo socialmente novamente. O primeiro-ministro não é seu amigo. O primeiro-ministro é o cara que enviou você em vários meios de comunicação esta manhã para avançar mais um pacote de mentiras para ele, deixando você mais uma vez ofuscado por sua própria veia latejante na testa. Raab não foi destaque nas imagens do gabinete desta manhã , reveladoramente apressadas por Il Johnson. Talvez ele estivesse com os nós dos dedos enfaixados depois de dar um soco na parede.

É realmente uma das ironias cósmicas mais grotescas da época que qualquer um deste gabinete tenha se sentido capaz de se pronunciar sobre qualquer coisa quando eles continuaram a permitir que esse show de merda acontecesse semana após semana. No entanto, eles sempre têm uma visão, não têm, sobre as posições corajosas que outras pessoas infinitamente menos favorecidas deveriam tomar. Leve Liz Truss. Este é um secretário de Estado que encorajou ativamente até britânicos sem treinamento militar a viajar para a Ucrânia e pegar em armasem uma guerra real – mas quem é de alguma forma covarde demais para sequer fazer um movimento contra Boris Johnson, não importa quais mentiras se acumulem, quais furões sejam revertidos e quais eleições sejam perdidas. Imagine pensar que jovens inexperientes deveriam entrar no fogo da artilharia russa, mas estar muito molhado para até mesmo chamar o tempo de um cara que atualmente está obtendo uma classificação de popularidade líquida de menos 21% . E ainda, aparentemente, alimentando ambições de liderar seu país em algum momento em um futuro não muito distante. Honestamente, o que há de errado com Liz? Definitivamente, não vamos torná-la primeira-ministra e sermos forçados a viver a resposta mais detalhada a essa pergunta.

Como qualquer um neste gabinete atual acha que deve ser levado a sério como um líder em potencial, tendo aguardado a degradação de espectro total da vida pública em 2022 por este primeiro-ministro, é uma incógnita - mas 80% de quaisquer futuros hustings deveriam estar perguntando a eles para explicar como isso tem a ver com “qualidades de liderança”. Spoiler: não há uma boa explicação, e eu já estou treinando meus globos oculares para que eles não fiquem tensos quando Ben Wallace ou quem quer que comece a reformar algumas besteiras sobre servir seu país, quem quer que você pergunte. Qualquer número deste lote o engarrafou uma e outra vez. O trabalho de resgatar a confiança na política da sarjeta para a qual Johnson a conduziu levará anos e provavelmente décadas. Se você ficou parado e ativou, é com você também.

Podridão do governo de Johnson fede, tanto quanto realeza e súbditos amorfos

Sajid Javid e Rishi Sunak desistem – colocando o futuro de Boris Johnson em dúvida

Heather Stewart Editora política, Rowena Mason e Jessica Elgot | The Guardian

Cartas condenatórias do secretário de saúde e do chanceler quando renunciam em poucos minutos um do outro

#Publicado em português do Brasil

O cargo de primeiro-ministro de Boris Johnson estava à beira do colapso depois que o chanceler, o secretário de saúde e uma série de assessores conservadores renunciaram dramaticamente, dando um golpe esmagador em sua autoridade após uma série de escândalos auto-infligidos.

Publicando cartas de demissão condenatórias com poucos minutos de diferença, Rishi Sunak e Sajid Javid apontaram para a falta de controle em Downing Street.

O primeiro-ministro tentou recuperar sua autoridade nomeando rapidamente Nadhim Zahawi como seu chanceler e Steve Barclay como secretário de saúde. Mas a credibilidade da medida foi prejudicada quando surgiram relatos de que Zahawi havia ameaçado sair a menos que ele conseguisse o emprego em vez da secretária de Relações Exteriores, Liz Truss.

As renúncias de Javid e Sunak, ambos considerados potenciais candidatos à liderança, ocorrem em um momento de grande perigo para o primeiro-ministro. As eleições para o executivo do Comitê de 1922 na próxima semana devem fortalecer a mão dos rebeldes que esperam convocar outro voto de desconfiança.

Há uma expectativa crescente entre os parlamentares de que haverá movimentos para mudar as regras para permitir um segundo voto de confiança antes do início do recesso de verão em 21 de julho, um feito anteriormente visto como administrativamente impossível.

EUA | O PROGRAMA DE AUSTERIDADE DO FED PARA REDUZIR SALÁRIOS

#Traduzido em português do Brasil

Michael Hudson [*]

Para a Wall Street e os seus apoiantes, a solução para qualquer inflação de preços é reduzir salários e gasto social público. O caminho ortodoxo para fazer isto é empurrar a economia para a recessão a fim de reduzir a contratação. A ascensão do desemprego obrigará o trabalho a competir por empregos que pagam cada vez menos quando a economia declina.

Esta doutrina da guerra de classe é a primeira diretiva da teoria económica neoliberal. É a visão em túnel de administradores corporativos e dos Um Porcento. O Federal Reserve e o FMI são os seus mais prestigiosos lobistas. Juntamente com Janet Yellen no Tesouro, a discussão pública da inflação de hoje está estruturada de um modo que evita culpar a ascensão de 8,2 por cento dos preços no consumidor às sanções da Nova Guerra Fria da administração Biden ao petróleo, gás e agricultura russa, ou às companhias petrolíferas e outros sectores que usam estas sanções como uma desculpa para cobrar preços de monopólio como se o EUA não tivessem continuado a comprar gasóleo russo, como se o fracking não se houvesse erguido e o milho não estivesse a ser transformado em biocombustível. Não houve interrupção no abastecimento. Estamos simplesmente a tratar de renda monopolista por parte das companhias petrolíferas que usam as sanções anti-russas como uma desculpa de que a escassez de petróleo em breve se verificará nos Estados Unidos e na verdade em toda a economia mundial.

O encerramento devido ao Covid tanto dos EUA como de economias estrangeiras e do comércio externo tão pouco é reconhecido como tendo perturbado linhas de abastecimento e elevado custos de frete e consequentemente preços de importação. Toda a culpa pela inflação é colocada sobre aqueles que ganham salários e a resposta é torná-los as vítimas da austeridade que está para vir, como se os seus salários fossem responsáveis por aumentar preços do petróleo, preços de alimentos e outros preços resultantes da crise. A realidade é que eles também estão muito endividados para serem gastadores.

A teoria económica lixo do Fed

A pretensão por trás do recente aumento do Fed na sua taxa de desconto em 0,75%, em 15 de Junho (numa faixa insignificante de 1,50% a 1,75%) é que elevar taxas de juro curará a inflação, dissuadindo tomadores de empréstimos a gastarem nas necessidades básicas que compõem o Índice de Preços no Consumidor e o seu correlacionado deflator do PIB. Mas os bancos não financiam muito consumo, exceto dívidas de cartão de crédito, as quais agora são menores do que as de empréstimos estudantis e empréstimos para automóvel.

Os empréstimos dos bancos são quase totalmente para compras imobiliárias, de ações e de títulos, não para bens e serviços. Cerca de 80 por cento dos empréstimos bancários são hipotecas imobiliárias e a maior parte dos empréstimos remanescentes são colaterizados por ações e títulos. Assim, elevar taxas de juro não levará os assalariados a tomarem menos empréstimos para comprar bens de consumo. O principal efeito sobre os preços de menos crédito bancário e mais altas taxas de juro é sobre os preços dos ativos – dissuadindo os tomadores de empréstimos de comprarem casas, bem como para arbitragens na compra de ações e títulos.

EUA | VIDA EXTREMA – o império desprovido de humanidade e de democracia

Ou III Guerra Mundial (IV e V), Estilo Climático

#Traduzido em português do Brasil

Nas últimas semanas, uma Suprema Corte de direita recentemente encorajada derrubou uma lei de Nova York com mais de um século que restringia o porte de armas escondidas e um precedente de quase 50 anos sobre o aborto .. Enquanto isso, o Comitê de 6 de janeiro está expondo em detalhes televisivos gráficos como nosso último presidente tentou subverter a eleição de 2020. A inflação, é claro, continua desenfreada; os preços do gás subiram para níveis recordes; a guerra brutal na Ucrânia prossegue sem parar; o governo Biden parece cada vez mais infeliz; e o próprio presidente cada vez mais velho e menos acertado. Em suma, nosso mundo parece estar em desordem nas manchetes, enquanto nosso destino aqui neste país - obrigado, (in)justiças Alito e Thomas, para não falar do Donald e sua equipe! -- permanece notavelmente em disputa pelo pior de todos nós.  

Há tanto calor, em outras palavras, que parecemos interminavelmente no fogo deste momento político. Não é de surpreender que, falando sobre calor, a história mais significativa de nosso tempo, sem dúvida de todos os tempos, mal esteja em nossas telas de radar. Quero dizer, vamos esclarecer uma coisa, se você ainda não percebeu: você e eu já estamos em um planeta diferente. E não, não estou pensando em estar em uma nova guerra fria, ou Donald Trump e a última eleição presidencial, ou Ron DeSantis e a próxima, ou mesmo a última rodada da interminável pandemia de Covid-19.

Tom Engelhardt | Tom Dispatch

O PROBLEMA DA RAIVA NOS EUA

Protestos contra o recisno nos EUA

Lidando com a ocupação de Trump de muitos corações e mentes americanas

#Traduzido em português do Brasil

Cada vez mais, parece, os americanos têm um problema de raiva. Muitos de nós agora temos o desejo de usar xingamentos, postagens violentas nas mídias sociais, ameaças, tacos de beisebol e armas para fazer o que fazíamos com persuasão e votação. Por exemplo, durante o ano após a entrada de Donald Trump no Salão Oval, as ameaças de violência ou mesmo de morte contra legisladores de ambos os partidos aumentaram mais de quatro vezes. E muitas vezes, o apelo à violência parece vir de cima. Recentemente, réus em casos envolvendo violência extremista alegaram que um líder eleito ou especialista "disse" a eles para fazer isso. Em um país onde um presidente em exercício  atacaria em sua própria equipe de segurança com raiva, acho que isso não é mais tão surpreendente. A emoção domina a cena política americana e muitos agora tendem a atirar sem saber por quê.

Um número cada vez maior de nós, no entanto, responde à crescente extremidade do momento evitando as últimas manchetes e engajamento cívico, temendo que algum trauma nos aconteça, mesmo por testemunhar "as notícias". Como psicoterapeuta que trabalha com veteranos e famílias de militares, costumo falar com pessoas que decidiram limitar sua ingestão de notícias ou pararam de acompanhar as notícias completamente. Repetidos tiroteios em massa em locais que vão de escolas a templos religiosos, combinados com o aumento da visibilidade e influência das milícias em manifestações teoricamente pacíficas, podem causar mais cicatrizes do que as feridas que os soldados sofreram em zonas de combate.

Andrea Mazzarino | Tom Dispatch

Mais lidas da semana