domingo, 7 de agosto de 2022

JORNALISMO ANGOLANO CORRE PERIGO DE MORTE – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

A queixa dos accionistas da Sociedade Civil em consórcio com a UNITA entrou hoje no Tribunal Supremo. Os visados são o titular do poder Executivo, João Lourenço, a Entidade Reguladora para a Comunicação Social Angolana (ERCA) e os conselhos de administração da TPA, RNA e Jornal de Angola. Também foi metida a administração da TV Zimbo no pacote, ainda que não pertença ao sector empresarial do Estado. A ANGOP ficou de fora porque os queixosos não podiam invocar os mesmos argumentos mentirosos e falaciosos contra a agência noticiosa.

Motivos da queixa: Actuação desequilibrada dos Media do sector empresarial do Estado e “desinformação desenfreada que prejudica a consolidação de um Estado Democrático e de Direito”. Os Media públicos “são instrumentos de propaganda política do MPLA” E ainda a “Violação do dever de isenção, já que nem todos os intervenientes têm a mesma oportunidade de se pronunciarem sobre os factos, mediante contraditório”. Os accionistas da Sociedade Civil em consórcio com a UNITA dizem que “os Media públicos demonstram de forma inequívoca e assustadora a violação de todos os princípios consagrados na Constituição”. E são “um sepulcro das normas de ética e deontologia próprias da profissão jornalística”.

Ponto prévio. Nas eleições de 2017 o MPLA teve 61,05 por cento dos votos e elegeu 150 deputados. O maior partido da Oposição, UNITA, teve 26,7 por cento dos votos e elegeu 51 deputados. Esta realidade política e social tem obrigatoriamente de ser reflectida nos Media angolanos. Salvo os confessionais ou partidários.

Hoje escrevo para as minhas e os meus camaradas de profissão. Por dever de ofício. Por respeito à classe da qual faço parte há mais de 55 anos. Em solidariedade com todas e todos que começaram comigo a dar os primeiros passos no Jornalismo. Alerta, camaradas! Os accionistas da Sociedade Civil em consórcio com a UNITA revelaram-se perigosas e perigosos adeptos da censura. A sua atitude é, sem dúvidas, terrorismo censório. Intimidação. Falta de respeito pelos profissionais da comunicação social. Desprezo pelas instituições democráticas.

O terrorismo censório das e dos signatários da “acção popular” sim, é assustador. Se a UNITA ganhar as eleições já sabem o que aí vem: Um polícia por trás da secretária de cada jornalista. Invocando argumentos falaciosos, vão impor a cada profissional a sua agenda. Vão transformar as Redacções em sepulcros de notícias. Vão meter na cadeia quem não obedecer ao Carlos Rosado de Carvalho, ao Teixeira Cândido, ao Reginaldo da Silva e outros polícias do consórcio. Vamos ser submetidos ao pensamento único.

TERRORISMO IMPUNE DE ISRAEL-EUA ASSASSINA DEZENAS NA FAIXA DE GAZA

Sobe para 32 número de mortos de ataques israelitas na Faixa de Gaza

O balanço de mortos nos ataques israelitas na Faixa de Gaza subiu para 32, informou hoje o Ministério da Saúde do enclave palestiniano.

O anterior balanço apontava para 24 mortos. A mesma fonte contabilizou 215 feridos desde sexta-feira, quando tiveram início os ataques contra o grupo palestiniano Jihad Islâmica.

As autoridades israelitas contrariam este abalanço, garatindo que as crianças palestinianas morreram no sábado, vítimas do disparo falhado de um foguete da Jihad Islâmica que tinha Israel como alvo.

Cinco países do Conselho de Segurança da ONU já solicitaram uma reunião face à escalada das tensões na Faixa de Gaza após ataques israelitas e a resposta do grupo palestiniano Jihad Islâmica, anunciaram os Emirados Árabes Unidos (EAU).

"Os EAU, como membro do Conselho de Segurança da ONU, apresentaram um pedido juntamente com a China, França, Irlanda e Noruega para realizar uma reunião fechada do Conselho na próxima segunda-feira para discutir a situação atual e formas de apoiar os esforços internacionais para alcançar uma paz abrangente e justa", informou no sábado à noite a agência de notícias Emirati WAM.

Entre o total de mortos até ao momento, o PIJ contou seis dos seus membros, incluindo Taysir al-Jabari, o seu número dois em Gaza, líder da ala armada na parte central e norte do enclave e vítima de um ataque israelita seletivo que iniciou a atual escalada.

Já exército israelita disse na noite de sábado que tinha "neutralizado" os líderes "militares" do grupo da Jihad Islâmica em Gaza.

O que começou na sexta-feira como uma "ofensiva preventiva" israelita com ataques aéreos na Faixa de Gaza tornou-se no pico mais grave de violência na área desde 2021.

Desde que os primeiros projéteis foram disparados na sexta-feira em resposta ao ataque israelita, estima-se agora que o grupo islâmico tenha lançado mais de 350 foguetes, a grande maioria dos quais atingiu áreas abertas ou foram intercetados pelo sistema de defesa aérea de Israel.

RTP | Lusa | Título PG

Especialistas chineses desvendam cálculos dos EUA ao jogar "carta de Taiwan"

Beijing, 7 ago (Xinhua) -- A tentativa dos EUA de obstruir a reunificação completa da China e o rejuvenescimento da nação chinesa jogando a "carta de Taiwan" está fadada ao fracasso, disseram especialistas chineses.

Considerando a China como o principal adversário e o desafio de longo prazo, os EUA vêm exaltando a questão de Taiwan nos últimos anos, e seu real objetivo é conter a China, disse Wang Shushen, pesquisador do Instituto de Estudos de Taiwan, Academia Chinesa. de Ciências Sociais (CASS).

Os Estados Unidos têm jogado a "carta de Taiwan" com frequência e de várias maneiras, desde visitas e vendas de armas à região de Taiwan da China até movimentos que instigam Taiwan a "se dissociar economicamente do continente chinês", disse Wang.

Os Estados Unidos nunca agem no interesse de Taiwan, mas, ao contrário, estão espremendo Taiwan para obter benefícios políticos e econômicos, observou Li Haidong, chefe do Centro de Estudos Americanos da Universidade de Relações Exteriores da China.

Especialistas disseram que, sabendo que as autoridades do Partido Democrático Progressista (DPP) confiam nos Estados Unidos para buscar a "independência de Taiwan", o lado dos EUA usa Taiwan como um "caixa eletrônico", fazendo com que Taiwan gaste muito na compra de armas e compre aeronaves de passageiros dos EUA, entre outros. Também exigiu que a Taiwan Semiconductor Manufacturing Company Limited construísse fábricas nos Estados Unidos e compartilhasse documentos comerciais, incluindo inventário e listas de clientes, com o objetivo de aliviar sua própria escassez de chips.

As autoridades do DPP só conseguiram alguns benefícios políticos ilusórios a um alto custo econômico, destacou Zhang Guanhua, vice-chefe do Instituto CASS de Estudos de Taiwan. As consequências estão destinadas a ser suportadas pelo povo de Taiwan, disse Zhang.

Os atos das autoridades do DPP de apostar o futuro de Taiwan em alguns políticos gananciosos e egoístas dos EUA anti-China são extremamente irresponsáveis ​​e perigosos, disse Zeng Runmei, pesquisador do Instituto CASS de Estudos de Taiwan.

Ecoando Zeng, Zhu Songling, professor de estudos de Taiwan da Beijing Union University, disse que agindo como peão das forças anti-China dos EUA e buscando imprudentemente a "independência de Taiwan", as autoridades do DPP julgaram mal a situação e fizeram cálculos errados. "Eles nunca terão sucesso", disse Zhu.

Fonte: Xinhua | Editor: Huaxia

Na imagem: A ilha de Taiwan pertence ao território da China, um dado histórico inquestionável e afirmação irrebatível.

Usar Taiwan para conter a China está prestes a falhar -- comentário da Xinhua

Beijing, 7 ago (Xinhua) -- Como a China demonstrou a forte determinação e capacidade de salvaguardar a soberania nacional e a integridade territorial, os políticos anti-China que usam Taiwan para conter a China não passarão de "um louva-a-deus tentando parar uma carruagem". como diz o provérbio chinês.

A presidente da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi, visitou a região chinesa de Taiwan no início desta semana, apesar da forte oposição da China. Sua viagem foi feita para buscar ganhos políticos pessoais, construir seu chamado "legado político" e desviar a atenção do público de seu escândalo familiar.

É também a mais recente demonstração de que os políticos anti-China nos Estados Unidos estão usando Taiwan como um peão para conter a China estrategicamente. O povo chinês e a comunidade internacional há muito vêem as intenções sinistras de Pelosi e outros, que estão destinadas a ser destruídas.

Em resposta à visita de Pelosi a Taiwan, a China tomou uma série de contramedidas firmes e vigorosas contra as ações separatistas da "independência de Taiwan" e a interferência externa.

A China anunciou na sexta-feira sanções contra Pelosi e seus familiares imediatos e outras oito contramedidas. O Exército de Libertação do Povo Chinês organizou exercícios conjuntos de combate e treinamento nas águas e no espaço aéreo de Taiwan.

Olhando para o século passado, sob a liderança do Partido Comunista da China, a China não recuou diante da opressão e intimidação de potências estrangeiras nem cedeu a interferências externas. Qualquer tentativa de obstruir a reunificação completa da China, retardar ou mesmo bloquear o processo histórico de grande rejuvenescimento da nação chinesa só tornará o povo chinês mais unido. Olhando para o futuro, a China enfrentará todos os obstáculos com a máxima determinação, confiança e resistência.

A China deve ser reunificada, e certamente será reunificada, conforme determina a tendência histórica da nação chinesa. A questão de Taiwan, que surgiu da fraqueza e do caos nacional, será resolvida em meio ao rejuvenescimento nacional. Todos os chineses do Estreito de Taiwan compartilharão a glória do grande rejuvenescimento da nação chinesa. Ninguém e nenhuma força pode parar isso.

A história provará que as ações desprezíveis tomadas por políticos anti-China e as tentativas de confiar nos Estados Unidos para buscar a "independência de Taiwan" são contra a tendência geral da história. Isso é equivalente a um louva-a-deus tentando parar uma carruagem.

Fonte: Xinhua | Editor: Huaxia

Comando do Teatro Oriental continua exercícios conjuntos em torno de Taiwan

Nanjing, 6 ago (Xinhua) -- O Comando do Teatro Oriental do Exército de Libertação do Povo Chinês (PLA) continuou seus exercícios conjuntos de combate e treinamento, conforme programado no sábado, nas águas e no espaço aéreo ao redor da ilha de Taiwan.

Os exercícios ocorreram nas águas e no espaço aéreo nas costas norte, sudoeste e leste da ilha.

O Comando testou sua capacidade de atingir alvos em terra e no mar com o apoio de um sistema militar integrado.

A marinha do Comando desdobrou navios de guerra em exercícios de ataque e defesa com unidades de mísseis terra-navio envolvidas em ataques estimulados direcionados a grandes alvos marítimos e unidades de aviação naval envolvidas em treinamento de combate.

As unidades da marinha e da força aérea do Comando também cooperaram em exercícios de reconhecimento e assalto.

Fonte: Xinhua | Editor: Huaxia

Imagem: Soldados da marinha do Comando de Teatro Oriental do Exército de Libertação do Povo Chinês (PLA) realizam operações durante exercícios de combate e treinamento conjuntos em torno da ilha de Taiwan, em 6 de agosto de 2022. O Comando continuou seus exercícios de combate e treinamento conjuntos conforme programado no sábado nas águas e espaço aéreo ao redor da ilha de Taiwan. O Comando testou sua capacidade de atingir alvos em terra e no mar com o apoio de um sistema militar integrado. (Foto de Xu Chen/Xinhua)

ESCRIBAS E PAPAGAIOS DOS EUA-UE AO SERVIÇO DA PROPAGANDA UCRONAZI

Para quem procura estar devidamente informado e cruza as informações disponíveis sobre a Ucrânia sabe há imenso tempo, desde os primeiros dias de guerra, que as tropas nazis de apoio a Zelensky/EUA-UE utilizam habitações e instalações civis (escolas, hospitais, etc) para se abrigarem e atacarem as forças russas e populações civis antagónicas, o que redunda no desprezo que têm pelos ucranianos ao pô-los em perigo. Sobre isso, na média corporativa e de propaganda tal informação foi escamoteada, e/ou manipulada assim como a presença e os crimes dos batalhões nazis que Zelensky abraça, promove e condecora.

Veio esta semana a Amnistia Internacional (AI) revelar isso mesmo em relatório e comunicado que expõe essa verdade tão bem “escondida” pelos jornalistas do Ocidente dedicados, zelosos e cúmplices da propaganda enganosa que enxameia e intoxica os cidadãos do Ocidente (EUA/EU). O resultado da denúncia da AI foi a contestação de Zelensky e seu séquito, foi a demissão de responsáveis da AI na Ucrânia e foi o reiterar dessa mesma AI de que “mantém a 100%” o que afirmou e afirma.

Felizmente a notícia em Portugal foi divulgada. Foram desfeitas as dúvidas sobre certos e incertos “papagaios made in USA-UE”, meros escribas que como noutros tempos de fascismo-salazarismo abundavam em algumas redações propalando de acordo com a voz do dono e demonstrando não merecerem o mínimo de crédito nem de  consideração pelo seu desempenho profissional.

Tão zelosos têm sido esses tais escribas e “papagaios” (há portugueses incluídos, claro) que os crimes de guerra por parte das tropas nazis ucranianas têm sido cuidadosamente ocultados aos cidadãos da União Europeia, dos EUA e do Ocidente…

Tudo indica que a propaganda implantada se vai manter, apesar do revés da mostra da realidade dos factos que a AI trouxe a público ao Ocidente. Também se mantém a existência dos que perguntam “afinal quem paga a estes escribas e “papagaios”?

Por reportar ficam os inúmeros crimes ucronazis e os meandros da existência  de facto das suas presenças nas forças militares e suas ações hediondas contra as populações de aldeias, vilas e cidades ucranianas. Já chega. Basta de manipulação.

A notícia, a seguir. Divulgada já há uns dias mas merecidamente recordada – para que não existam sombras de dúvidas sobre quem é quem. (PG)


Amnistia Internacional "mantém a 100%" relatório criticado pela Ucrânia

Em relatório, a Amnistia Internacional disse que os militares ucranianos colocaram civis em perigo ao estabelecer bases militares em áreas residenciais.

A Amnistia Internacional (AI) indicou esta sexta-feira (5) que "mantém totalmente" o seu relatório, duramente criticado pelas autoridades de Kiev, segundo o qual a Ucrânia põe em risco a vida de civis ao estabelecer instalações militares em escolas e hospitais.

A Amnistia "mantém plenamente as nossas conclusões", disse à AFP por e-mail a secretária-geral da ONG, Agnes Callamard. "As conclusões (...) são baseadas em evidências recolhidas no final de extensas investigações que seguiram os mesmos padrões rigorosos e diligentes aos quais todo o trabalho da Amnistia Internacional é realizado", acrescentou.

Num relatório publicado na quinta-feira (4) após uma investigação de quatro meses, a AI disse que os militares ucranianos colocaram civis em perigo ao estabelecer bases militares em áreas residenciais e lançar ataques a partir de locais povoados para impedir a invasão russa.

Segundo a ONG, essas práticas violam o direito internacional humanitário. Pouco depois, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou a AI de apologia do "Estado terrorista" da Rússia.
Poucas horas antes, o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, afirmou estar "indignado" com as acusações "injustas" da ONG.

No relatório, a AI enfatiza que as táticas ucranianas "não justificam de forma alguma os ataques indiscriminados da Rússia" contra a população civil. Callamard disse que o governo ucraniano não respondeu aos pedidos da AI para comentar as alegações da organização.

Por outro lado, lembrou que a Amnistia divulgou inúmeros relatórios "documentando crimes de guerra cometidos por forças russas na Ucrânia".

Por sua vez, a responsável da AI na Ucrânia, Oksana Pokalchuk, indicou numa nota no Facebook que a Amnistia ignorou os pedidos para não publicar o relatório, que não será traduzido para o ucraniano.

Callamard disse que este não é o momento de comentar as "imprecisões" na declaração de Pokalchuk, mas insistiu que o relatório passou por um "processo de revisão interna completo".

Diário de Notícias | AFP

A UNIÃO EUROPEIA MORREU E NINGUÉM A INFORMOU

A arrogância, o autoconvencimento suicida e a subserviência doentia dos dirigentes da União Europeia perante o diktat norte-americano transformou a guerra na Ucrânia no acontecimento fatal para a comunidade.

José Goulão* | opinião

"A Europa Ocidental tem apenas mais 20 a 30 anos de democracia; depois disso deslizará sem motor e sem leme sob o mar envolvente da ditadura (…)"
                      Willy Brandt, chanceler da República Federal da Alemanha, 1974

Willy Brandt, polémico mas suficientemente lúcido para não fechar pontes em plena guerra fria, era um estadista, espécie entretanto desaparecida como os dinossauros. Governou nos tempos em que se pensava existir uma coisa chamada «social-democracia», que durante as últimas décadas também «deslizou sem motor e sem leme» para a selvajaria neoliberal, a ditadura da economia sobre a política, passo decisivo para a extinção da democracia – como estamos a perceber.

Brandt não era um bruxo; limitou-se a reflectir sobre perspectivas a médio prazo com base na percepção, leitura objectiva das realidades, experiência e intuição que não lhe faltavam porque era um praticante de política, actividade que é um direito geral de cidadania entretanto «promovida» a uma espécie de «ciência oculta» actualmente apenas ao alcance de uma seita de predestinados com capacidade para governar, dominada pela arrogância, a frieza desumana, a irresponsabilidade e a mediocridade, particularidades afinal essenciais num regime autoritário.

As palavras do antigo chanceler alemão, proferidas pouco antes de deixar o cargo, projectam-se na actualidade de maneira tão evidente como inquietante. Acertam em cheio no «deslizamento» da Europa para a ditadura política, completando-se assim o cenário aberto pelo totalitarismo da economia (ditadura do mercado), embora mantendo aparências formais em matéria de direitos cívicos, entretanto ferozmente vigiados e combatidos passo-a-passo por meios antidemocráticos.

Esta Europa, desde que assumiu a forma dominante de União Europeia como expressão do poder oligárquico e braço político da NATO, reforça a visão etnocentrista de uma pax imperial assente em nações «aliadas» orientadas pelo dogma mítico segundo o qual a paz generalizada será encontrada como resultado final de múltiplas guerras «defensivas» e «humanitárias». O chamado Ocidente criará assim as condições propícias para a implantação do globalismo neoliberal, de preferência gerido por um governo único e obviamente totalitário tal como postulam há muito o veterano guru imperialista Henry Kissinger, o conspirativo Grupo de Bilderberg e mais recentemente o Fórum Económico Mundial, instrumento das oligarquias sem pátria que representam menos de um por cento da população mundial e dos expoentes políticos que as servem.

Os fundamentos deste modelo imperial pressupõem a continuação do funcionamento inquestionável de uma ordem unipolar mundial, ou «ordem internacional baseada em regras» dirigida de Washington e contornando o direito internacional reconhecido pela esmagadora maioria das nações do mundo. Para a garantir existem 800 bases militares norte-americanas distribuídas pelo mundo, reforçadas com o policiamento permanente dos mares, uma estrutura que tem um papel indispensável na pretendida «globalização da NATO».

Apesar disso, essa ordem sente-se ameaçada. A guerra na Ucrânia, efectivamente travada entre a NATO e a Rússia, contribuiu para trazer à superfície os sinais inequívocos da ascensão da ideia de um mundo polifacetado no qual direitos nacionais plenos até agora violentamente reprimidos pelos poderes coloniais e imperiais do Ocidente se afirmam de modos bastante concretos, operacionais e explícitos.

Esse é o combate existencial do nosso tempo, em que a ideia do «fim dos Estados-nação» de que se apropriou a oligarquia globalista sem pátria se confronta com a crescente afirmação de relações mais justas e igualitárias entre nações soberanas, independentemente dos seus sistemas políticos. E não, soberanismo não se confunde com nacionalismo e muito menos com populismo.

Como é próprio dos conflitos existenciais, sobretudo este que envolve capacidades e estratégias de extermínio global, a situação actual é aterradora. As declarações de um e outro lado encarando a hipótese «limitada» de recurso a esse tipo de armas revelam a irresponsabilidade, a inconsciência e até a loucura sociopata de quem as profere. Sabendo nós que não se trata de casos isolados e de simples ameaças, mas de balões de ensaio induzindo a ideia de que as partes em confronto estão indisponíveis para comprometer-se com a rejeição do uso desses «argumentos» fatais para a humanidade.

Daí os esforços necessários para criar e aproveitar cada oportunidade de paz. Embora a «paz» esteja proscrita e os seus defensores sejam olhados como perigosos dissidentes da narrativa única própria de uma ditadura como a que, há quase meio século, o ex-chanceler alemão Willy Brandt anteviu para a Europa.

As ditaduras, porém, são absolutistas mas não absolutas. Existem sempre meios de as driblar e derrotar se houver vontade e união para isso.

UCRÂNIA: AS DÔRES QUE O OCIDENTE NÃO VÊ

Relatos de habitantes do Donbas, a região de maioria russa massacrada por Kiev ao longo de oito anos. Ruínas, bombas repressão à cultura local: o horror normalizado. Porque invasão por Moscovo é esperança de paz para muitos

Loic Ramírez, no El Salto | em Outras Palavras | Tradução: Rôney Rodrigues

À medida que nossa entrevista avança, a onda de choque desencadeada pelas explosões sacode as janelas. “Não se preocupe, é muito longe”, diz Dimitri Chevchenko. Com um sorriso, ele acrescenta: “E hoje as coisas estão tranquilas”. Nosso interlocutor é o responsável pela gestão administrativa da cidade de Yasinovátaya. Ele é uma espécie de prefeito, embora ele mesmo admita que não foi eleito. “Fui nomeado para o cargo há três anos e já estou contando os dias porque você tem que ter muita sorte para continuar vindo trabalhar aqui”.

#Publicado em português do Brasil

Localizada no leste da Ucrânia, a cidade de Yasinovátaya é certamente um lugar pouco seguro. O município faz parte da República Popular de Donetsk (RPD), uma entidade separatista nascida após o golpe de 2014 em Kiev. Há oito anos, a cidade tem sido um dos territórios mais impactados pelo conflito. “25 mil pessoas viviam aqui antes do Maidan, agora são menos de 10 mil”, diz Dimitri. Naquela época, a ofensiva era liderada pelo exército ucraniano, por meio de sua “operação antiterrorista”, que visava aniquilar o movimento separatista nascido no leste do país. Durante várias semanas de intensos combates, os dois lados disputaram o controle da cidade. Alguns a ocuparam, depois outros a ocuparam, até que no final a bandeira preta, azul e vermelha de Donetsk acabou tremulando. E ficou. No entanto, a guerra nunca terminou. Localizada a poucos quilômetros de distância, nos arredores da cidade de Avdéyevka, a linha de frente tem sido uma zona de troca de tiros ininterrupta. “O nosso povo tem avançado”, acrescenta o dirigente, “a frente está agora a apenas 4 quilômetros, antes estava mais perto”.

Em uma das ruas de Yasinovátaya, dois varredores de rua fazem uma pausa, sentados em um banco. Eles trabalham apesar dos tiros que continuam a ser ouvidos. Em algumas partes há buracos no asfalto, sinal de que aqui também caem mísseis. “O que? O que vocês acham daqui? Oito anos aguentando isso!”, grita uma mulher para nós, saindo de casa. De baixa estatura, cabelos curtos e sorriso educado, a senhora, chamada Lilia, vem para desabafar. “Ninguém nos ajuda! O [Denis] Pushilin [presidente da República Popular de Donetsk] não faz nada! Eu não tenho medo de dizer isso! Ele é incompetente!” Com raiva, ela aponta o dedo para as diferentes fachadas dos prédios ao nosso redor, mostrando as marcas deixadas pelas explosões. “Só queremos paz, espero que essa intervenção russa traga, é a única coisa que queremos!”, conclui Lilia, enxugando as lágrimas.

“A verdade é que a operação russa intensificou o conflito, mas não havia outra opção”, assegura Dimitri. Lançada em 24 de fevereiro de 2022, a invasão russa do território ucraniano — chamada de “operação militar especial” pelo Estado russo — causou uma crise internacional ao mesmo tempo em que provocou um terremoto midiático. Seus objetivos anunciados são vários: “proteger o povo de Donbass do ‘genocídio’”, “desnazificar” e “desmilitarizar” o Estado ucraniano e “executar” aqueles que cometeram crimes contra civis ucranianos e russos. Essa intervenção brutal do Kremlin ocorreu após vários anos de imobilidade diplomática.

A ATUAÇÃO DOS EUA NO CAMPO DAS ARMAS BIOLÓGICAS

– Os EUA mataram Hugo Chávez

Tenente General Igor Kirillov [*]

O Ministério da Defesa da Federação Russa continua a analisar as atividades militares e biológicas dos EUA e seu aliados na Ucrânia e em outras partes do mundo à luz da nova informação obtida nos territórios libertados.

O trabalho continua com o estudo de amostras biológicas dos soldados ucranianos que voluntariamente depuseram suas armas. Como observado anteriormente, foram descobertas altas concentrações de antibióticos no seu sangue, bem como marcadores biológicos indicadores de exposição ao síndrome renal e patogénicos do Nilo Ocidental (West Nilo), os quais estão a ser estudados pelo Pentágono como parte dos projetos ucranianos UP-4 e UP-8.

Deveria ser prestada atenção particular à descoberta de drogas narcóticas, incluindo opiáceos tais como metadona, codepsin, codeterp, bem como substâncias tipo efedrina: t-phedrine e tri-phedrine, em posições abandonadas pelo pessoal militar ucraniano.

A droga sintética metadona é utilizada no tratamento de adição à droga como uma terapia substitutiva.

Recorda-se que na Alemanha nazi durante a II Guerra Mundial, especialmente entre 1943 e 1945, tablets de pervitin, uma anfetamina derivativa, eram dadas aos soldados a fim de reduzir a carga psico-emocional, primariamente para as tropas SS.

A droga também foi utilizada em massa pelas tropas estado-unidenses nas guerras do Vietname e da Coreia.

Um efeito colateral de tais drogas aditivas é primariamente a agressão excessiva, o que explica a extrema crueldade em relação a civis demonstrada por alguns soldados ucranianos, bem como o bombardeamento de cidade no Donbass.

Em vista da informação disponível sobre a utilização de estimulantes potentes pelos soldados das Forças Armadas da Ucrânia (FAU), estamos a estudar amostras recebidas para [verificar] a presença desta classe de compostos. Seus traços persistem em órgãos e tecidos humanos durante longo tempo (exemplo, no cabelo – até seis meses).

Os resultados serão entregues ao Comité de Investigação e usados como prova em investigações sobre crimes de guerra cometidos pelo regime de Kiev.

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