Artur
Queiroz*, Luanda
O fenómeno começa a ser
inquietante e exige uma resposta universal. Em tempo de eleições, o espaço
mediático fica saturado de leprosas e leprosos morais em adiantado estado de
podridão. Mas isso ainda é pouco. Aparecem seres humanos que nasceram com o
intestino grosso ligado ao cérebro e, por isso, das suas bocas só sai porcaria.
Algumas e alguns são académicos de papel passado. Outras e outros não passam de
mendigos, sempre de mão estendida a quem tem as chaves dos cofres públicos.
Manipulam, aldrabam, marcam ciosamente o lugar debaixo da mesa, para
abocanharem as migalhas que sobram dos banquetes. É uma forma de estar na vida.
Paulo Inglês, vice-reitor da
Universidade Piaget, é gordo e luzidio. Explicou à empregada de limpeza que a
RTP enviou a Angola para “cobrir” as eleições e ser coberta por algum incauto
(a sífilis não tem cura…), que “o partido no poder não está preparado para a
alternância”. Se eu fosse o privado dono da escola superior, o sujeito passava
logo a servente ou, no máximo, a faxina das latrinas. Este tem o intestino
grosso ligado ao cérebro e pensa com a cabeça do dedo pequenino do pé direito.
Um fenómeno que ganhava uma fortuna no circo.
O aborto não explicou a sua
afirmação. Mas também não disse à empregada da limpeza armada de microfone,
quem está preparado para a alternância. O líder da UNITA só fala em fraude
eleitoral. É alternância a quem? Se por distracção do acaso ganhasse as
eleições, milhões de angolanos gritavam em coro: Ele tem razão, houve fraude
eleitoral! E era recambiado para a Jamba onde fazia o seu governo de alterne.
Mas tinha de jurar a pés juntos e pelo sangue de boi que não ia queimar as
meninas nas fogueiras.
O chefe do Galo Negro prometeu um
salário mínimo de 150 mil kwanzas. Se o fenomenal aborto Paulo Inglês acha que
essa promessa é de quem está no seu perfeito juízo, então o dono da
Universidade Piaget tem de retirá-lo da serventia e da faxina às latrinas. O
homem não serve para nada, nem para apanhar restos de comida nos contentores do
lixo.
O gerente da Sociedade Civil em
consórcio com a UNITA promete fazer das Lundas um sobado de kamanguistas e
entregar Cabinda aos abutres do petróleo. Anda a vender, por um punhado de
votos, a Integridade Territorial e a Soberania Nacional. Se Paulo Inglês acha
que esta besta insanável está preparada para governar, enlouqueceu. A UNITA é
um gangue de traidores, assassinos, criminosos de guerra, vigaristas e
arruaceiros. Os melhores que existiam no partido abandonaram a política. Outros
estão na CASA-CE, no Partido Humanista, no Njango ou até no MPLA. Ninguém
governa com criminosos de guerra e vigaristas vulgares.
A UNITA, até 2022 só matou e
destruiu. Claro que está diferente dos tempos tenebrosos do Jonas Savimbi. Hoje
a direcção apenas expulsa quem pensa. No tempo do criminoso de guerra, os
contestatários eram assassinados a tiro ou à paulada. As elites femininas do
Galo Negro eram imoladas nas fogueiras da Jamba, algumas com os bebés ao colo.
Os maridos delas, os pais dos bebés, corriam à procura de lenha para o fogo!
Adalberto tratava dos diamantes de sangue. Sem sangue, estes sicários não
vivem. São piores do que vampiros.
Entre 2002 e 2017, a UNITA apenas
traficou diamantes e custou milhares de milhões aos cofres públicos. Ficam mais
caros do que todas as obras. Do que todas as prestações sociais. Do que o
Orçamento da Saúde e da Educação juntos. É o preço que temos de pagar pela
reconciliação nacional. A rebelião de Jonas Savimbi acabou há 20 anos e eles
ainda não se reconciliaram com Angola! Odeiam a democracia. Não são capazes de
viver em paz. Nasceram
belicistas e assim vão morrer. Depois da tremenda tareia eleitoral que vão
sofrer em 24 de Agosto, as instituições democráticas têm de obrigar os sicários
da UNITA a fazerem alguma coisa de útil por Angola. Porque, até agora, só
mataram e destruíram. Basta! Kuabo maka!
Um jovem da Universidade Piaget
disse à empregada da limpeza da RTP que “cobre” as nossas eleições: “ Sou
pela alternância. O carro é o mesmo, temos de mudar o motorista”. Um bom aluno
do Paulo Inglês. Caro jovem, um país não é um carro e não pode ser governado
por motoristas. A governação exige inúmeros quadros bem preparados. Sábias e
sábios. Com muita experiência ao serviço da causa pública. Temos poucas e
poucos, é certo. Mas 99 por cento são do MPLA.
Esqueçam, jovens! Um país não se
governa com lunáticos, traidores, vigaristas, vândalos e assassinos. Mas se
quiserem experimentar, estão à vontade. Damos uma palavrinha ao governador do
Cuando Cubango e ele deixa-vos recriar a Jamba savimbista. Antes temos de
evacuar todas e todos que lá vivem. Já sofreram quanto baste. Não recomendo a
experiência às nossas jovens. Por favor, não se metam nessa.
Vou contar-vos uma estória real.
Um inútil aperaltado recebeu uma tonelada de dinheiro para brincar aos jornais.
Criou um em Benguela e aquilo era abaixo de péssimo. Poucos números depois
aquilo foi à falência. Não sei em quem ele votava nessa altura. Esse mesmo
artista foi acomodado num instituto público para formar técnicos da
Administração local. Sem concurso, apenas por afinidades partidárias. Acaba de
revelar que vai votar no MPLA porque agora os ministros não são criados, a
corrupção acabou, os empregos não se conseguem por pedidos e os altos cargos
são ocupados por concurso. Viva o MPLA. Mas não disse em quem votava antes de
2017. Só recebia as benesses do partido que fez dele gente.
O voto é secreto, por isso eu não
voto. Votei muitas vezes mas de braço no ar, nas assembleias do Sindicato dos
Jornalistas nos plenários da Emissora Oficial de Angola (RNA) para toda a gente
saber que eu era do MPLA. Receber um boletim de voto, esconder-me numa cabina,
colocar um xis no MPLA e em
João Lourenço, dobrar o papel e introduzi-lo na urna, não contem
comigo. Mas sei por que razão, todas as angolanas e angolanos devem votar no
MPLA.
Vamos votar no MPLA (eu é de
braço no ar) porque uniu, nos anos 50, todas as forças nacionalistas contra o
colonialismo. Vamos votar no MPLA porque em 4 de Fevereiro de 1961 moldou a
nossa Matriz Revolucionária que nos trouxe até hoje. Vamos votar no MPLA porque
conquistou a Independência, de armas na mão, enfrentando a tenebrosa máquina
repressiva colonial. Vamos votar no MPLA porque sob a sua bandeira ganhámos a
Guerra pela Soberania Nacional e a Integridade Territorial. Vamos votar no MPLA
porque é o único partido que tem quadros para governar Angola. Vamos votar no
MPLA porque nos próximos 50 anos não tem alternativa credível. E a culpa é dos
que não são capazes de conquistar credibilidade. Uma corja de Incompetentes,
impotentes e incapazes não dá alternância.
*Jornalista