terça-feira, 31 de janeiro de 2023

PREVISÃO DO PENTÁGONO DE UM CONFLITO 'INEVITÁVEL' COM A CHINA EM 2025

A GUERRA É A PRINCIPAL 'MERCADORIA DE EXPORTAÇÃO' DOS EUA

Um general quatro estrelas da USAF enviou um memorando a seus oficiais que prevê que os Estados Unidos estarão em guerra com a China em 2025 e diz a eles para se prepararem disparando 'um pente' em um alvo e "apontando para a cabeça".

Drago Bosnic* | South Front | # Traduzido em português do Brasil

Para um país constantemente batendo no peito sobre o tamanho de sua economia, os Estados Unidos são extremamente dependentes de uma forma de “exportação” – a guerra. Durante décadas, o Ocidente político liderado pelos americanos usou guerras por procuração para prejudicar seus adversários geopolíticos. Embora a maioria deles não fosse uma ameaça existencial direta para os rivais dos EUA e fossem relativamente limitados em escopo, os anos recentes trouxeram uma grande mudança nessa abordagem estratégica.

Washington DC tornou-se mais belicista do que em qualquer outro momento de sua história, atacando agressivamente o coração de seus oponentes. No caso da Rússia e da China, a única razão pela qual os Estados Unidos não estão atacando diretamente nenhuma das superpotências é sua capacidade de “ retribuir o favor ” imediatamente. E, no entanto, os EUA continuam alimentando conflitos que estão empurrando o mundo cada vez mais perto de outro conflito global.

Ucrânia e Taiwan são os dois exemplos mais proeminentes da estratégia americana de “escalada acelerada”, obviamente projetada para causar “tomada de decisão irracional” tanto em Moscou quanto em Pequim, de acordo com a RAND Corporation, financiada pelo Pentágono.. Com a Ucrânia chegando ao ponto de ebulição e a Rússia forçada a intervir, Washington DC está determinado a fazer o mesmo com a China em Taiwan. Nos últimos anos, altos funcionários americanos, incluindo vários comandantes militares, alertaram sobre a “inevitabilidade da guerra com a China”. No entanto, a última declaração é bastante preocupante, emitida na forma de um memorando por um general de quatro estrelas ativo e distribuído com uma ordem oficial. Isso é particularmente perigoso, especialmente quando se leva em consideração o fato de que o general tomou a iniciativa de transmiti-lo através da cadeia de comando oficial. De acordo com a NBC News, o general Mike Minihan enviou a seus oficiais subordinados:

“Um general de quatro estrelas da Força Aérea enviou um memorando na sexta-feira aos oficiais que ele comanda que prevê que os EUA estarão em guerra com a China em dois anos e diz a eles para se prepararem disparando 'um pente' em um alvo, e 'apontar para a cabeça'. No memorando enviado na sexta-feira e obtido pela NBC News, o general Mike Minihan, chefe do Comando de Mobilidade Aérea, disse: 'Espero estar errado. Meu instinto me diz que vou lutar em 2025.'”

De acordo com várias fontes, o general da Força Aérea dos EUA comanda aproximadamente 50.000 militares americanos e quase 500 aviões, tornando seus comentários ainda mais preocupantes. Isso é particularmente verdadeiro quando se leva em conta que a USAF está no controle direto de dois braços da tríade termonuclear americana – seus ICBMs terrestres (mísseis balísticos intercontinentais) e bombardeiros estratégicos com armas nucleares. Talvez a parte mais alarmante da terrível previsão seja que ela instruiu os comandantes sob seu comando a “considerar seus assuntos pessoais e se uma visita deve ser agendada com o escritório jurídico da base de serviço para garantir que eles estejam legalmente prontos e preparados.

Ele ainda pediu “uma equipe de manobra de força conjunta fortificada, pronta, integrada e ágil, pronta para lutar e vencer dentro da primeira cadeia de ilhas”. Minihan também emitiu uma ordem para que todas as etapas de preparação para a guerra com a China fossem relatadas a ele diretamente até 28 de fevereiro.

“Minihan disse no memorando que, como Taiwan e os EUA terão eleições presidenciais em 2024, os EUA ficarão 'distraídos' e o presidente chinês Xi Jinping terá a oportunidade de avançar para Taiwan.”

A redação é bastante preocupante, especialmente quando vem de um comandante militar de alto escalão. O General Minihan instruiu todo o pessoal do Comando de Mobilidade Aérea a “disparar um pente em um alvo de 7 metros com o pleno entendimento de que a letalidade impenitente é o mais importante. Mire na cabeça.” Usar tais frases ao falar sobre a “guerra vindoura” com uma China com armas nucleares é imprudente, para dizer o mínimo, para não mencionar o completo desrespeito pela etiqueta diplomática mais básica. Além disso, as capacidades convencionais da China são muito diferentes em comparação com apenas uma década atrás. Pequim investiu pesadamente em avanços tecnológicos que rivalizam ou até superam os americanos, particularmente em armas hipersônicas, nas quais Washington DC fica significativamente atrás .

Ainda assim, a China passou décadas tentando resolver a questão de Taiwan pacificamente , especialmente por meio de laços econômicos estreitos com a ilha, mas os EUA têm prejudicado esses esforços , principalmente nos últimos anos. As tentativas de Pequim de alcançar a reunificação política não violenta com Taiwan foram severamente comprometidas pelas entregas de armas americanas, com Taipei gastando dezenas de bilhões em armas, a maioria das quais nem mesmo foi entregue devido ao atual foco dos EUA na Ucrânia. A China tem alertado Washington DC contra fomentar as ambições de independência de sua província insular separatista. No entanto, os EUA não apenas ignoraram isso, mas parecem já estar planejando outra guerra com outra superpotência.

Foto: Imagem Ilustrativa

* Analista geopolítico e militar independente

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AS DUAS PERCEPÇÕES DA GUERRA NA UCRÂNIA

Thierry Meyssan*

A intervenção militar na Ucrânia não é de todo interpretada da mesma maneira no Ocidente e na Rússia. É um caso de estudo. Esta diferença de representação não provêm de interesses materiais antagonistas, mas de diferentes concepções daquilo que é o Homem e do que a Vida é. Para uns, o inimigo tentaria restaurar a grandeza do Império czarista ou da União Soviética, enquanto para os outros, tratar-se-ia de incarnar o Bem.

o conflito opondo os partidários de « um mundo baseado em regras » aos que preconizam um retorno a « um mundo baseado no Direito Internacional » prossegue. Ele começou com a intervenção militar russa na Ucrânia e vai durar anos.

A situação militar no terreno está bloqueada, como sempre durante o inverno nesta região do mundo. Os partidários de « um mundo baseado em regras » continuam a recusar implementar a Resolução 2202 do Conselho de Segurança da ONU, enquanto os de « um mundo baseado no Direito Internacional » realizam uma operação militar especial para a pôr em prática. No fim de tudo, eles afastam-se progessivamente e estabilizam a situação das populações da Novorussia.

A passagem de uma guerra de movimento para uma guerra de posições permitiu a cada protagonista reflectir sobre as razões que o levaram ao combate. Agora, já não são duas visões das relações internacionais que se enfrentam, mas duas concepções do Homem.

Entre as tropas de Kiev, é preciso distinguir os « nacionalistas integralistas », sempre ardorosos no combate, dos soldados profissionais e dos cidadãos mobilizados para a ocasião. Os primeiros são homens formados ideologicamente que consideram que matar o Russo é um dever imemorial sagrado. Eles referem-se aos escritos de Dmytro Dontsov e ao exemplo de Stepan Bandera. O primeiro foi administrador do Instituto Reinhard Heydrich em Praga e, como tal, foi um dos ideólogos da « solução final das questões judaica e cigana », o segundo foi o chefe dos colaboracionistas ucranianos do nazismo contra os Soviéticos. O outro grupo de soldados de Kiev, que representava dois terços destes no início da intervenção russa, já não tem moral. Eles verificam que as armas ocidentais são entregues aos « nacionalistas integralistas », mas não a si. São considerados como carne para canhão e sofrem altíssimas perdas. As redes sociais estão cheias de mensagens vídeo de unidades protestando contra os seus oficiais. Houve uma primeira vaga de descontentamento no Outono. Agora a segunda. Se eles pensavam que estavam a defender a pátria face a um invasor, agora sabem que o seu país está nas mãos de uma clique que purgou as bibliotecas, tomou o controle de todos os média (mídia-br), proibiu 13 partidos políticos e a Igreja Ortodoxa, e, por fim, estabeleceu um regime autoritário. Na semana passada, o antigo Conselheiro de comunicação do Presidente Zelensky, o Coronel Oleksiy Arestovitch, disse-lhes que a Ucrânia travava o mau combate e que erradamente considerou seis milhões dos seus cidadãos como « agentes russos ». Eles sabem que a maior parte dos jornalistas foi presa e a maioria dos advogados fugiu para o estrangeiro. Portanto, sentem-se ameaçados tanto pelo Exército russo como pelo seu próprio Governo. Os múltiplos escândalos de corrupção, que eclodiram na semana passada, dão-lhes a confirmação que não são mais do que peões entre os Estados Unidos e a Rússia.

EUTANÁSIA E AS MORTES POR "CORTES" NO SERVICO NACIONAL DE SAÚDE

PORTUGAL

Coisa importante do Expresso Curto. Um assunto muito sério que parece argumento de telenovela intitulada "Sim, Não, Pois... Nim!", vulgarmente conhecida por Eutanásia... Sábios, doutores e engenheiros das legalidades divergem, os prováveis entendidos das humanidades também. Complicado, parece. Mas os legalistas são todos muito lentinhos e empatas. Pior: é o próprio Estado, os Governos e as tralhas todas das políticas e legislações, os deputados e os políticos que são quem condenam a eito à morte imensos portugueses jovens e nem por isso. Que o digam pais que perdem filhos jovens e muito jovens. Filhos que perdem pais pujantes. E ainda crianças ou cidadãos relativamente idosos e nem por isso porque situados na meia-idade... Que o digam, por exemplo, em casos de doenças oncológicas, que não iniciam atempadamente os tratamentos adequados para "matar" o cancro por via de quimioterapia e que meses depois tudo se complica e morrem. Jovens mortos (há casos comprovados) e de outros de várias faixas etárias porque não existiam (nem existem) vagas para atempadamente fazerem o tratamento de quimioterapia adequado que lhes devolveria a vida normal de cidadãos futuros que não o vão ser. Que não o são. Porquê? Devido aos "cortes" orçamentais na saúde! De quem é a responsabilidade pela falta de tratamento adequado - neste exemplo a falta de vagas para a salvadora quimioterapia? Sem dúvida que são os políticos nos governos. Nos maus governos recheados de incompetentes, de corruptos, de despesistas que se borrifam para a saúde e as vidas dos portugueses. 

É curioso que disso não se fale ou quase nem se fale, nem sejam apuradas estatísticas. Muito menos que sejam apontados os responsáveis pelo caos de tantas mortes causadas por falta dos tratamentos adequados. É claro que essa postura, essas decisões dos "cortes", desembocam no flagrante desprezo pela vida dos que dizem que governam, mas estão é com o fito de se governarem e ascenderem a nomeações que os transportem ao fausto quando afinal não o merecem. Nem como políticos, nem como detentores da sensibilidade para servirem o coletivo, a coisa pública. O que querem é servir-se, assim como aos seus familiares, amigos ou conhecidos à babuja de sobras de migalhas ou de uma qualquer "engenharia" corrupta. Os conluios que vimos anos depois expostos e que são coisa farta.

Mas não. Nem agora nem nunca se debate a sério as mortes de portugueses  causadas por incúria e desprezo de detentores dos poderes, os chamados governantes, os políticos que fartamente são sustentados pelos contribuintes, pelos portugueses em geral. Muito mais pobres que ricos, porque a esses - ricos - no privado não falta o tratamento adequado do exemplo de doença supra citado. E as suas vidas continuam. Ainda bem. Ainda mal, as desigualdades evidentes.

Eutanásia é o que se discute. E bem. Decisões demoradas mas que talvez se justifiquem. Assunto melindroso que merece cuidados muito especiais. Porém, pergunte-se se a vida e saúde dos portugueses também não merece cuidados muitos especiais. A realidade mostra-nos que não. E pior não acontece pela abnegação de imensos profissionais de saúde na generalidade e em particular no IPO nos casos que lhe cabem devido à sua especialidade.

Pena que as mortes por "cortes" no SNS, suas respetivas e terríveis consequências, não sejam criminalizáveis.

Mas isto afinal devia ser só a abertura habitual para o Curto do Expresso, as dores dos que perdem jovens filhos e filhas provavelmente não são para aqui chamadas. Vá para o Curto, não dói nada mas é de morte que trata. É que a vida madrasta por vezes não merece nem apetece ser vivida.

Curta o Curto. Vale.

MM | PG

Em Portugal 132 anos antes - REVOLTA DE 31 DE JANEIRO NO PORTO REPUBLICANO

Revolta de 31 de janeiro de 1891

A Revolta de 31 de Janeiro de 1891 foi o primeiro movimento revolucionário que teve por objectivo a implantação do regime republicano em Portugal. A revolta teve lugar na cidade do Porto.

As Causas

No dia 31 de Janeiro de 1891, na cidade do Porto, registou-se um levantamento militar contra as cedências do Governo (e da Coroa) ao ultimato britânico de 1890 por causa do Mapa Cor-de-Rosa, que pretendia ligar, por terra, Angola a Moçambique.

A 1 de Janeiro de 1891 reuniu-se o Partido Republicano em congresso, de onde saiu um directório eleito constituído por: Teófilo BragaManuel de ArriagaHomem CristoJacinto NunesAzevedo e SilvaBernardino Pinheiro e Magalhães Lima.

Estes homens apresentaram um plano de acção política a longo prazo, que não incluía a revolta que veio a acontecer, no entanto, a sua supremacia não era reconhecida por todos os republicanos, principalmente por aqueles que defendiam uma acção imediata. Estes, além de revoltados pelo desfecho do episódio do Ultimato, entusiasmaram-se com a recente proclamação da República no Brasil, a 15 de Novembro de 1889.

As figuras cimeiras da "Revolta do Porto", que sendo um movimento de descontentes grassando sobretudo entre sargentos e praças careceu do apoio de qualquer oficial de alta patente, foram o capitão António Amaral Leitão, o alferes Rodolfo Malheiro, o tenente Coelho, além dos civis, o dr. Alves da Veiga, o actor Miguel Verdial e Santos Cardoso, além de vultos eminentes da cultura como João ChagasAurélio da Paz dos ReisSampaio BrunoBasílio Teles, entre outros.

Portugal | UNS FAZEM SACRIFICIOS, OUTROS RECEBEM PRÉMIOS

Rosália Amorim* | Diário de Notícias | opinião

A presidente da TAP pode vir a receber um prémio de dois milhões de euros se os objetivos forem cumpridos. Na prática, os trabalhadores - e os portugueses, que se sentem acionistas da companhia, enquanto contribuintes - ficam com a clara sensação de que, quanto maiores forem os cortes e mais sacrifícios a líder pedir aos trabalhadores, melhor e mais gordo será o cheque com o bónus da presidente.

Quem fez e anuiu a este contrato? Numa empresa como esta, intervencionada e que suga dinheiro público, um bónus desta dimensão não pode ficar sem ser escrutinado, sem explicação aos contribuintes. O mesmo pode ser ofensivo tanto para estes como, em particular, para os trabalhadores da companhia.

Além do bónus, vamos aos salários: a administração executiva da TAP recebeu perto de 1,5 milhões de euros em salários no ano de 202. Nesta lista, estava ainda Alexandra Reis - que se sentou e levantou da cadeira de secretária de Estado do Tesouro, envolta em polémica, por ter auferido meio milhão de euros de indemnização -, que acabou por sair da TAP. Enquanto administradora, ganhou 245 mil euros em 2021, segundo o Relatório de Governo Societário desse ano.

Christine Ourmières-Widener, a presidente executiva, leva a maior fatia do bolo salarial, um terço do total: 504 mil euros anuais.

Os restantes quatro administradores arrecadaram, cada um, 245 mil euros. Nesse ano, segundo o documento, devido à difícil situação financeira da empresa, nenhum recebeu componentes variáveis ou prémios. Em plena pandemia, realmente era só o que faltava para ter mais uma cereja no topo do bolo.

Nascida em França e a trabalhar em Portugal, a presidente da TAP pode ainda receber até 30 mil euros de subsídio de residência.

O valor determinado para os administradores executivos é o que mais pesa no total de remunerações da transportadora, refletindo um corte de 30% devido à situação da empresa. Mas, entre os administradores executivos e não-executivos, o Conselho Fiscal e a Assembleia-Geral, a TAP pagou em 2021 quase dois milhões em remunerações. São 1,8 milhões.

Desse total, praticamente 353 mil euros foram pagos aos cinco administradores não-executivos.

Numa empresa privada, nada disto levantaria ondas. No privado são os acionistas que decidem e têm a faca e o queijo na mão e, para máximo desempenho e máxima meritocracia, deve mesmo haver retribuição e prémios a condizer. Numa empresa que ainda é pública, pede-se um pouco mais de decoro.

*Diretora do Diário de Notícias

A ALIANÇA E O ABRAÇO AMIGO DO PSD DE MONTENEGRO A VENTURA E AO CHEGA

PORTUGAL

Nogueira Pinto, um papa da extrema-direita “democrática”, dá o chuto de saída em declarações ao Diário de Notícias sobre a campanha de mentalização do abraço amigo do PSD, falso social-democrata, ao partido de Ventura chefe do Chega. A aliança do PSD ao Chega está mais perto de se concretizar que antes de Montenegro assumir a chefia do partido fundado por Francisco Sá Carneiro. Aliás, o namoro já vem desde a chefia de Rui Rio, tendo progredido em laços secretos que só passam despercebidos aos portugueses eleitores mais distraídos ou… tendencialmente neofascistas. A política portuguesa é o que é, a extrema direita ganha terreno no país, na Europa e no mundo. Parece que quase todos se esqueceram dos anos tenebrosos do hitlerismo, do holocausto, das desumanidades do nazi-fascismo… e em Portugal do salazarismo opressor, criminoso, ditatorial. A desumanidade e antidemocracia avança a passos largos nas suas botas cardadas. É o que se pode tirar por ilação nas declarações que se segue, hoje publicadas no Diário de Notícias. Vão ler e reparem que há outros que declaram que não estão nada de acordo com o namoro e futura aliança PSD-Chega. Além disso também existem os desonestamente declarados "ainda titubeantes" mas secretamente na linha do Chega. Chega? Pudera!  (PG)

PSD recusa dizer não ao Chega

Jaime Nogueira Pinto diz que se vive, nos sociais-democratas, um "dilema agudo" que prolonga a "ambiguidade". O cenário de um acordo de governação entre PSD e Ventura não é "pacífico" no partido de Luís Montenegro.

Artur Cassiano | Diário de Notícias

Admite negociar um acordo parlamentar ou de governo tal como sugere André Ventura? A pergunta dirigida a Luís Montenegro ficou sem resposta.

Marques Mendes, atual conselheiro de Estado, é claro: "A ideia ambígua de que, se ganhar eleições, o PSD pode fazer um acordo com o Chega só beneficia o partido de André Ventura. À direita, dá um sinal de que votar num partido ou noutro é irrelevante, retirando assim voto útil ao PSD. Ao centro, impede o PSD de conquistar eleitores moderados. O PSD tem vantagem em fazer o que fez a IL: "cortar" com o Chega."

Jorge Moreira da Silva, candidato derrotado por Luís Montenegro nas últimas diretas do PSD, em maio de 2022, é mais direto ainda: com o Chega "nunca, jamais, em tempo algum". "Viola os nossos valores e princípios. E nisso não se transige." E vai mais longe: "Considero lamentável a presença do PSD na Convenção do Chega. É uma inaceitável normalização de um partido racista, xenófobo, extremista."

Na direção de Luís Montenegro, pelo que apurou o DN, a questão de "clarificar a posição" do partido não é "pacífica" [há quem como Paulo Rangel já tenha dito que "acordos com o Chega são uma linha vermelha inultrapassável"] e nem a todos - e aqui o leque do desagrado estende-se a alguns deputados e dirigentes locais - agradou que Miguel Pinto Luz, um dos seis vice-presidentes, não tivesse afastado, depois de o PSD ter sido atacado "violentamente" durante três dias na Convenção Nacional do Chega, a ideia "criada" por André Ventura de que está "aberta a possibilidade de começarmos a criar a tal alternativa [um governo PSD/Chega] que o Presidente da República pediu, caso o governo socialista caia" - o cenário de eleições antecipadas depois das Europeias foi admitido por Luís Montenegro em entrevista ao jornal Eco.

Durante a disputa interna pela presidência do PSD, o antigo secretário de Estado de Durão Barroso, ex-consultor de Cavaco Silva e antigo ministro do Ambiente no governo de Passos Coelho, disse [frase agora sublinhada] não ter dúvidas de que "enquanto o PSD não for claro [recusando o Chega], estamos a encolher a nossas chances eleitorais".

Moçambique considera "complicada" situação após ataques armados na África do Sul

A ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Moçambique considerou hoje "complicada" a situação provocada por ataques a viaturas de moçambicanos na África do Sul, assegurando esforços entre os governos dos dois países para acabar com a insegurança.

"As medidas estão a ser tomadas para que aquilo não volte a acontecer, mas não é uma coisa simples, é complicado para nós", afirmou Verónica Macamo, em declarações aos jornalistas.

Macamo falava no final da acreditação em Maputo de novos embaixadores pelo Presidente moçambicano, Filipe Nyusi.

A chefe da diplomacia moçambicana avançou que decorre um trabalho com as autoridades sul-africanas para que os ataques a viaturas que atravessam a fronteira entre os dois países cessem.

"A nossa responsabilidade é tomar conta dos moçambicanos e evitar que os moçambicanos sejam assaltados e as suas viaturas ou os seus bens sejam danificados e furtados", acrescentou Verónica Macamo.

Alguns transportadores moçambicanos, a fazer a ligação entre Maputo e Durban, na África do Sul, suspenderam no domingo a atividade, na sequência de relatos de ataques e assaltos num troço sul-africano.

Jonas Fumo, membro da Comissão de Transportadores da Junta, um dos terminais de Maputo, disse que os motoristas "com chapas de matrícula nacionais receiam deslocar-se à África do Sul usando a fronteira da Ponta do Ouro", de acordo com a Agência de Informação de Moçambique (AIM). 

Juliana Mwuitu, administradora do distrito de Matutuíne, que faz fronteira com a África do Sul, referiu que houve viaturas incendiadas no sábado, a 90 quilómetros da fronteira, numa ação relacionada com conflitos locais com moçambicanos.

Não houve feridos, os passageiros foram assistidos pelas autoridades sul-africanas e escoltados de regresso a Moçambique.

O ataque do fim de semana segue-se a outros episódios que ocorreram no último ano, em que autocarros foram imobilizados por homens armados e os passageiros vítimas de roubo.

PMA (LFO) // VM - Lusa

Moçambique | MILHARES DE ALUNOS AO RELENTO NO NOVO ANO LETIVO

Bernardo Jequete (Manica) | Deutsche Welle

Arranca hoje (31.01) o ano letivo e continuam a faltar infraestruturas. Só na província de Manica, estima-se que mais de 24 mil alunos tenham de aprender ao ar livre. "É inconcebível", dizem encarregados de educação.

O novo ano escolar está a começar em Moçambique e ainda há problemas antigos por resolver. A Direção Provincial de Educação e Desenvolvimento Humano em Manica estima que 554 turmas deverão começar o ano com aulas ao livre, porque não há salas para todos os alunos.

Para o encarregado de educação Baptista José, é "inconcebível" que os alunos sejam obrigados a aprender debaixo de uma árvore e escrevendo sobre o joelho, sobretudo na época chuvosa.

"O Governo poderia preparar as salas e garantir que as crianças possam estudar em boas escolas. Agora, em baixo da árvore não vai aprender nada, porque, em tempos de chuva, a criança não vai à escola. Em tempo de frio, a criança não vai à escola. Isso não está correto", lamenta.

Pedro Primeiro, outro encarregado de educação em Manica, frisa que os alunos saem bastante prejudicados e levanta a questão: "É assim que Moçambique pretende educar os seus jovens?".

"Muitas das vezes somos obrigados, nós como pais, a comprar bancos para fazer com que os nossos alunos se sentem", conta. "Mas sentando debaixo de uma mangueira, por exemplo, e com essa chuva, como é que eles vão aprender? Quando chove será que vão à escola?", questiona.

“Relação Portugal-Angola entrou numa fase de maturidade” – embaixador luso

O embaixador português em Luanda considera que a relação Portugal-Angola é hoje pautada pela “maturidade”, depois de ultrapassados os “irritantes” e com a passagem do tempo a amenizar a “turbulência” recente entre os dois países.

Em entrevista à Lusa, divulgada ontem, Francisco Alegre Duarte, embaixador de Portugal em Angola, considera que as "relações hoje em dia são excelentes, sem os chamados irritantes, pautadas pela igualdade, fraternidade e acima de tudo maturidade”, reconhecendo que a passagem do tempo "ajudou”.

"Tivemos uma guerra colonial, houve uma revolução em Portugal, houve uma descolonização turbulenta, houve uma guerra civil e grandes mudanças em Angola, nomeadamente em termos demográficos, o que tem também repercussões políticas”, salientou, notando que a idade média da população angolana é de 17 anos, o que significa que a maior parte dos angolanos nasceu depois da guerra civil (que acabou em 2002) e da Independência, conquistada em 1975.

"Eu não sofro de complexos coloniais ou neocoloniais. Acho que é tempo de termos entre nós uma relação madura e exigente e esse tempo já chegou”, enfatizou o diplomata, sublinhando que as relações "são excelentes” e "cúmplices”, como comprova a relação entre os dois Presidentes, João Lourenço, e Marcelo Rebelo de Sousa, que esteve em Angola por duas vezes no ano passado.

Para Francisco Alegre Duarte, a "dita turbulência permitiu construir uma relação entre iguais” que tiveram, de certa forma, "uma libertação conjunta”.

"Gostaria muito que assinalássemos conjuntamente o 25 de Abril” que está prestes a celebrar o seu cinquentenário, em 2024, tal como acontece com Angola que comemora os seus 50 anos como país independente em 2025.

"Isto está tudo ligado”, comenta, assinalando que a aproximação de Portugal a Angola não se resume ao plano económico, estendendo-se às Artes e à Cultura, com destaque para artistas como o humorista Gilmário Vemba ou músicos como Matias Damásio, Paulo Flores, Yuri da Cunha que gozam de grande popularidade nos dois países.

"Há aqui um enorme manancial de oportunidades e não pode ser o Estado a fazer tudo”, prosseguiu, incentivando os grandes clubes portugueses a criar academias em Angola e as universidades a adoptarem um papel "mais agressivo” no que diz respeito, por exemplo, à captação de alunos.

Apesar do número de emigrantes ter vindo a diminuir desde 2015, Angola continua a atrair portugueses.

Segundo o último relatório do Observatório da Emigração, Angola encontrava-se no top 10 dos destinos favoritos - o único não europeu - existindo actualmente mais de 127.000 portugueses registados (dos quais 60% com dupla nacionalidade).

Uma atracção que se justifica, segundo Francisco Alegre Duarte, devido à "relação densa” e às ligações familiares com Portugal, bem como a História, a língua e as relações económicas.

"É uma comunidade diferente da que temos na África do Sul, Venezuela ou Brasil, é muito entrosada, muito ligada por laços familiares à sociedade angolana e que prefere pautar a sua presença pela discrição”, descreve o embaixador, apontando entre as suas prioridades o reconhecimento do "contributo que os portugueses dão para a economia e sociedade angolana”.

Angola | HONRA E GLÓRIA AO LIXO DESUMANO – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

A vida é bela e enquanto estamos vivos, adormecidos ou não, tudo o que vemos é um privilégio muito, muito especial. Eu vi coisas extraordinárias ao longo da minha ainda curta existência. Vi nascer cabritinhos no nosso curral da Kapopa. Vi actuar dona Carmélia Alves e seus Cangaceiros no Hotel Victória, do senhor Fernando Santos, rua principal e poeirenta do Negage. Vi morrer o Esticadinho. Vi aviões despejar bombas para cima das sanzalas em Março de 1961. Vi bombardear Bagdade. Vi nascer o Novo Jornal, há 15 anos. Vi possíveis e impossíveis. Vi alegrias e lágrimas. Vi.

O nascimento do Novo jornal. Vi sim. Mas não vou entrar em pormenores porque isso pode ser considerado infidelidade a quem confiou em mim e comigo compartilhou o projecto. Mas posso dizer que o jornal foi “oferta” a quem desejava muito a existência de uma Imprensa séria em Angola. 

A coisa nasceu logo sob o signo da vigarice. Os ofertantes apresentaram um plano de investimento que dava para fazer dois ou três New York Times. Avisei que um semanário com aquelas características custava dez mil vezes menos. E por aí fiquei. Quem recebeu a “oferta” ainda me disse: - Vamos ajudar a pôr de pé este peso que depois nos pode cair nos pés….  E caiu!

No número especial do 15º aniversário, o director do Novo Jornal, Armindo Laureano, gastou os adjectivos todos para se elogiar, elogiar o pasquim e seus fundadores, os que ofereceram um artefacto de latão dizendo que era de ouro maciço. Nos autoelogios está escrito que o aniversariante deu “contribuição notável para a democracia e o jornalismo sério”. Faz um “jornalismo livre e independente”. E tem como objectivo a “incessante busca da verdade”. Por fim rende homenagem a Hélder Bataglia, Álvaro Sobrinho e Eugénio Vale Neto, os que ofereceram latão como se fosse ouro fino.

Antes de mais conversa, começo a descascar o abacaxi. Tenho uma lista de leprosos morais que não cessa de crescer. Mas para entrarem lá têm de cumprir os mínimos olímpicos. Hélder Bataglia ainda não conseguiu. Portanto, estás abaixo de leproso moral.

MORTES POR TUBERCULOSE AUMENTARAM EM ANGOLA

Óscar Constantino (Sumbe) | Deutsche Welle

O número de mortes por tuberculose preocupa as autoridades angolanas. O país já encomendou medicamentos urgentes para tratar a doença. Os especialistas estão preocupados com as muitas pessoas que abandonam o tratamento.

Angola tem medicamentos e laboratórios para tratar a tuberculose, mas a doença é atualmente a terceira maior causa de mortalidade no país. O alerta é de Vita Vemba, consultor do Programa de Controlo, Prevenção e Combate à Tuberculose.

"Ela nunca ocupou esse lugar no passado. Já esteve em décimo lugar, mas rapidamente está a galgar essa supremacia na mortalidade dos angolanos", afirmou Vemba que defende ainda mais ações e intervenções em relação a tuberculose.

Angola deu recentemente "luz verde" à compra urgente de fármacos para tratar a doença. E, insiste Vita Vemba, há "laboratórios suficientes" para o diagnóstico e as condições necessárias para os pacientes.

"Hoje temos laboratórios de baciloscopia em vários centros de saúde. Com Unidades de Tratamento (UT) e Unidades de Diagnóstico e Tratamento (UDT) conseguimos tratar os pacientes junto à sua zona de residência, evitando que percorram longas distâncias para encontrar tratamento adequado", disse.

Mesmo assim, Angola é um dos 30 países do mundo com mais casos de tuberculose. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), o país registou 325 casos por 100 mil habitantes, em 2021. Estima-se 51 mortes por 100 mil habitantes.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2023

Angola | AFRICANOS ENFEITADOS COM PELE DE LEOPARDO – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Na Academia Militar do Lobito acabou mais um curso de oficiais. A cerimónia de final do curso estava muito concorrida, sobretudo com familiares das e dos cadetes. Eu estava lá porque o meu afilhado era um dos garbosos finalistas. A meu lado um casal babado. O seu filhote estava começando uma carreira militar. Quando a formatura passou à nossa frente reparei que um cadete levava o passo trocado. Era o único. A senhora a meu lado disse embevecida ao marido: - O nosso filho é um génio. Vê como ele é o único com o passo certo!

Qualquer semelhança entre este episódio e a política externa do Presidente João Lourenço é pura coincidência. A União Africana está contra o “ocidente alargado”. Namíbia, África do Sul, Zimbabwe, Tanzânia, Moçambique, Botswana, para só falar dos países da região também não aceitam as manobras dos EUA e seu “ocidente alargado”. Face a este quadro, o Presidente João Lourenço decidiu marchar ao contrário. Só mesmo os protectorados e os estados genocidas (colonialistas) acompanham a condenação da Federação Russa. 

Quando alguém está com o passo trocado nada melhor do que ajudá-lo a acertar. Vou recuar ao dia 26 de Fevereiro de 1885, data em que terminaram os trabalhos da criminosa Conferência de Berlim, onde as potências coloniais e imperialistas ditaram o maior genocídio da História da Humanidade. Mais de mil mosaicos culturais e regiões milenares foram esmagados. Milhões de seres humanos vendidos, traficados, mortos.

Na conferência dos genocidas participaram Áustria, Hungria, Bélgica, Dinamarca, França, Alemanha, Grã Bretanha, Itália, Holanda, Portugal, Rússia, Espanha, Suécia, Noruega, Turquia e Estados Unidos da América. Dos participantes, França, Alemanha, Grã-Bretanha e Portugal ocupavam praticamente todo o continente africano. Estamos a falar do “ocidente alargado”. 

No final de um dos mais terríveis crimes contra a Humanidade o rei dos belgas, Leopoldo II, ficou com o Estado Livre do Congo (Congo Belga hoje República Democrática do Congo) como sua propriedade pessoal. A Grã-Bretanha abocanhou uma faixa que ia do Cabo da Boa Esperança, na África do Sul, até ao Egipto. Tomem nota dos países transformados em colónias britânicas: Egipto, Sudão, Uganda, Quénia, África do Sul, Zâmbia, Zimbabwe, Botsuana, Nigéria e Gana. Londres é uma das capitais do “ocidente alargado”.

A França foi contemplada com as terras ao sul do Saara, quase toda a África Ocidental, da Mauritânia ao Chade, mais o Gabão e a hoje República Popular do Congo. Paris é a capital elegante do “ocidente alargado” mas tem as vestes de alta-costura manchadas com o sangue de milhões de africanos. E os crimes continuam. Mas Burkina Faso e Mali já se libertaram dos assassinos neocolonialistas. 

Portugal ficou com Moçambique mais Angola com a sua “dependência” São Tomé e Príncipe. Mais tarde abocanhou a Guiné-Bissau. Cabo Verde nunca esteve em disputa. Era uma espécie de extensão do território insular com os arquipélagos da Madeira e dos Açores.

Mnangagwa, do Zimbábue, dá as boas-vindas ao presidente da Bielorrússia, Lukashenko

O presidente da Bielo-Rússia, Alexander Lukashenko, chegou na segunda-feira ao Zimbábue para conversas com seu homólogo, no que analistas disseram ser uma tentativa dos dois líderes de "diversificar" seus laços diplomáticos.

The África Report | AFP | # Traduzido em português do Brasil

O gabinete do presidente bielorrusso disse que Lukashenko, 68, desembarcou na capital, Harare, onde foi recebido pelo presidente Emmerson Mnangagwa, 80, e milhares de partidários do partido ZANU-PF.

Cerca de 5.000 pessoas cantando slogans e canções convergiram para a pista do Aeroporto Internacional Robert Mugabe em Harare como parte das boas-vindas.

Os dois líderes, que enfrentaram sanções ocidentais, devem realizar uma reunião oficial na terça-feira.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Zimbabwe disse que as conversações visam fortalecer “as excelentes relações existentes” entre os dois países, em áreas como política, mineração e agricultura.

“A visita é histórica, pois é o primeiro empreendimento desse tipo a uma nação da África subsaariana, do presidente Lukashenko”, afirmou o ministério em comunicado.

Sua viagem segue uma visita de 2019 de Mnangagwa a Minsk, após a qual a Bielorrússia abriu uma embaixada em Harare. Ele vem com os dois países sob um grau de isolamento diplomático, seus líderes e funcionários do governo alvo de sanções ocidentais.

Lukashenko é um aliado próximo do presidente russo, Vladimir Putin, e apoiou a invasão da Ucrânia por Moscou.

“Ambos os países estão buscando diversificar suas relações internacionais – e ambos foram afetados pelas sanções dos EUA e da UE impostas por causa de seu histórico ruim de direitos humanos”, disse Alex Vines, que chefia o programa para a África no think tank britânico Chatham House.

“A Bielorrússia historicamente procura principalmente exportar sua experiência e kit militar.”

No poder por quase 30 anos, Lukashenko supervisionou uma repressão brutal aos protestos após uma eleição contestada em 2020.

Mnangagwa chegou ao poder em 2017, depois que os generais forçaram o governante de longa data Robert Mugabe a renunciar.

Ele está se candidatando à reeleição este ano em meio a acusações de corrupção e violações de direitos, incluindo repressão a oponentes políticos.

Em 2021, o Projeto de Reportagem sobre Crime Organizado e Corrupção (OCCRP), um consórcio de jornalistas investigativos, revelou ligações entre a família de Lukashenko e um empreendimento de mineração de ouro no Zimbábue.

Imagem: O presidente russo, Vladimir Putin (R), cumprimenta o presidente da Bielo-Rússia, Alexander Lukashenko, antes de uma reunião informal dos chefes de estado da Comunidade de Estados Independentes (CEI) na Biblioteca Presidencial Boris Yeltsin em São Petersburgo em 26 de dezembro de 2022. (Foto de Alexey DANICHEV / SPUTNIK / AFP)

Chefe da OTAN visita Ásia para trazer 'confronto bloco a bloco na Europa' para a região

O secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, e o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, iniciaram visitas separadas à Ásia recentemente, deixando os analistas chineses preocupados com o objetivo estratégico dessas visitas. Eles acreditam que os EUA e a OTAN estão tentando trazer para a Ásia o "confronto bloco a bloco", que já gerou conflitos militares na Europa, e alertaram que os EUA pretendem usar seus aliados na região para conter a China e interromper a integração regional e a recuperação econômica, espalhando sua perigosa "mentalidade da Guerra Fria".  

Yang Sheng | Global Times | opinião | # Traduzido em português do Brasil

Stoltenberg, que está visitando a Coreia do Sul e também visitará o Japão nesta viagem, disse em um evento em Seul na segunda-feira que, embora a China não seja adversária da OTAN, ela chegou "muito mais alto" na agenda da OTAN, citando as crescentes capacidades militares da China e " comportamento coercitivo na região", informou a Reuters. 

"Acreditamos que devemos nos envolver com a China em questões como controle de armas, mudança climática e outras questões", disse ele. "Mas, ao mesmo tempo, temos certeza de que a China representa um desafio para nossos valores, nossos interesses e nossa segurança."

Mao Ning, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, respondeu a uma pergunta relacionada aos comentários do chefe da OTAN na coletiva de imprensa de rotina de segunda-feira, dizendo que "Por um lado, a OTAN afirma que seu status como uma 'aliança defensiva regional' não mudou , mas, por outro lado, continua rompendo suas tradicionais zonas de defesa, ampliando e fortalecendo seus laços de segurança militar. Tais movimentos relacionados devem despertar a vigilância dos países da região", disse Mao.  

"Também esperamos que a OTAN possa abandonar sua mentalidade de Guerra Fria e o conceito de confronto bloco a bloco, e fazer mais coisas para beneficiar a segurança e a estabilidade da Europa e do mundo. Esperamos que os países da região possam manter o caminho certo da cooperação Ásia-Pacífico e trabalhar para manter e promover a paz mundial, estabilidade, desenvolvimento e prosperidade", observou Mao.

Analistas chineses disseram que desde a eclosão do conflito Rússia-Ucrânia no ano passado, a ambição de expansão da OTAN foi impulsionada e fortalecida, já que a organização militar liderada pelos EUA está buscando mais influência fora da região do Atlântico Norte.

“AMEAÇA CHINESA” – RAÍZES DE UM RACISMO COLONIAL

Desde o século XIX, os EUA alardeiam um “perigo amarelo”, mas preconceito recrudesceu (e ganhou o mundo) após a revolução de Mao. Por trás de paranoias anticomunista, está o temor que a China abale sua hegemonia — geopolítica e comercial

Diego Pautasso* | Outras Palavras

Nessa jornada de pesquisa e difusão científica sobre a temática da China, não raro encontramos todo o tipo de preconceito. Alguns são simples desconhecimento; já outros revelam xenofobia de graus variados. E se expressa das mais variadas formas, desde os clichês sobre as formas de governo, a desconfiança sobre quaisquer números oficiais, os preconceitos contra produtos até manifestações de hostilidade – que ficaram escrachadas no governo Bolsonaro.

A genealogia desse processo remonta ao século XIX. O Perigo Amarelo foi uma das facetas da expansão do capitalismo e de seus processos coloniais, cuja natureza incluiu sistemáticos processos de desumanização de raça, gênero e classe para permitir a livre exploração. O Perigo Amarelo é uma das consequências da supremacia branca e do seu fardo colonial.

Enquanto pilhava a China em seu Século de Humilhações (1839-1949), as potências capitalistas produziam acelerada diáspora chinesa. Milhares destes foram recrutados para trabalhar lado a lado com afro-americanos nas plantações de açúcar após a Guerra Civil. Muitos trabalhadores chineses (e indianos), os chamados coolies, acabaram servindo também como mão de obra servil para construir as ferrovias que integraram o território estadunidense no contexto da Far West. As tensões trabalhistas (e os salários mais baixos dos imigrantes) e mudanças nas identidades culturais-nacionais acabaram por reforçar a xenofobia do WASP (branco, anglo-saxão e protestante) contra negros, latinos e chineses, sobretudo. Os chineses também foram objeto de leis e políticas anti-asiáticas sobre imigração e naturalização por quase um século. As leis de exclusão codificaram a ideia de que os chineses eram inassimiláveis. Começou com o Ato de Exclusão de Chineses (1882) e chegou ao Ato de Exclusão de Asiáticos (1924), que vigorou até 1965. Sob a narrativa do American Way of Life e/ou do Self Made Man e ao som de Elvis Plesley, os EUA mantinham legislações segregacionistas contra negros e asiáticos.

Portugal | EMPAPADOS

Joana Amaral Dias* | Diário de Notícias | opinião

Portugal parece uma versão light e palhaça do filme Saló e os 120 dias de Sodoma, de Pasolini. O que esta Jornada Mundial da Juventude (JMJ) vem revelando é, de facto, a Pornografia do Poder num regime cada vez mais escatológico, dissoluto e perverso.

Ora, tudo junto e somado, antes que se meta Agosto e depois o Natal, a coisa deve custar uns 200 milhões. Mínimo. E é um Saló à portuguesa, com certeza; com muita porcaria. Procrastinação, défice de planeamento, desenrasca, descoordenação, chico-espertice, último-minuto, cunhas, amiguismos, desprezo pelos dinheiros públicos, parcerias lucrativas para os privados mas onerosas para os cidadãos, passa-culpas, opacidade, confusão, corrupção, muita excitação e depois, nada. Amanhã, daqui a uns meses, nada. O que será apurado? Que contas serão apresentadas? Que consequências serão tiradas? Sanções? Lições? Nada. Raspas. Zero. A próxima vaga de entulho virá.

Sim, neste país pequeno com a mania das grandezas, eis o papa-palco, mais um bicho feio e medíocre, estupidamente caro (já alguém percebeu a razão de custar tantos milhões?! ), inútil (que utilizações posteriores terá?), virado à nortada, cinzelado a soberba e estratificação social, um fartar vilanagem, ofensivamente opulento para cristãos, mau negócio para os agnósticos.

De resto, aliena crentes e laicos que, se criticaram os 7 mil milhões de euros gastos no Euro 2004, ou os 25 mil milhões de euros despejados para resgatar a banca privada, agora já não aguentam, não aguentam não, rejeitam mais um cêntimo incendiado na fogueira das vaidades ou no borralho dos conluios, fartos de tanta fajardice que começa a formar a gota que faz transbordar o copo, o sopro que rebenta a bolha, indisponíveis para continuar a tolerar estes assaltos à mão armada em plena luz do dia e que advêm ainda mais fartos quando não se trata de bola ou de betão, mas da espiritualidade. Milagre? Certo é que no país sem dinheiro para salários de jeito para médicos, professores, auxiliares, etc., afinal jorram euros para ostentações.

JMJ ou Faith Summit? Esta sociedade dos vendilhões do templo e tempo, onde sobra apenas o cidadão-audiência, o cristão-consumidor serve a quem? Estofa a conta da Mota-Engil, que tem como administrador o ex-líder de um dos partidos da coligação da actual Câmara (sendo a anterior, a da geringonça, que tudo aprovou), que é como quem diz - recheia também as bolsas da cúpula destes políticos de aviário e reforça ainda as portas giratórias. Realmente, ala esquerda e ala direita, asas do mesmo pássaro. Intactos ficam, claro, os privilégios da Igreja Católica Apostólica Romana em Portugal , desde os fiscais até à concordata, passando pelo mealheiro de Fátima, muito bem sumariados nesta frase de Carlos Moedas (e Milhões ): "Aquilo que for a vontade do Presidente e da Igreja eu farei". E assim se assume que a esta república basta ser apenas uma sacristia afinada por um papa-hóstias. "Num bosque florescente, os garotos só pensam no amor. Em ouvir a rádio, beber chá e para o inferno isso de ser livre. Eles não sabem que a burguesia nunca hesitou em matar seus filhos", diz o Duque no tal filme inspirado no Marquês de Sade. Que porca miséria.

*Psicóloga clínica. Escreve de acordo com a antiga ortografia

Portugal | Maiorias absolutas "podem muito pouco contra maiorias sociais"

A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, defendeu que as maiorias absolutas "podem muito pouco contra maiorias sociais", acusando o executivo de uma "absoluta arrogância de quem não ouve o país".

“As maiorias absolutas podem muito, mas podem muito pouco contra maiorias sociais. As maiorias sociais fazem mover montanhas, e até maiorias absolutas, fazem tremer o mundo e é para isso que aqui estamos", defendeu a líder bloquista.

Catarina Martins falava na sede do Bloco de Esquerda, em Lisboa, no encerramento do 'Inconformação', um encontro de jovens do partido, momento em que fez um balanço do primeiro ano desde que o PS venceu as eleições legislativas com maioria absoluta, que se assinala na segunda-feira.

"Por estes dias temos um ano de maioria absoluta, às vezes parece que foi muito mais tempo, eu bem sei. (...) Um ano de maioria e o que temos é a absoluta precariedade das vidas de quem vive do seu trabalho em Portugal. Um ano de maioria absoluta e o que temos é a absoluta arrogância de quem não ouve o país", criticou.

Catarina Martins continuou, dizendo que o Governo tem demonstrado "um absoluto desprezo pelas dificuldades de quem vive do seu trabalho", uma "absoluta cumplicidade com o privilégio da elite que fica sempre com mais" e ainda uma "absoluta incapacidade de responder ao país".

"Já quase dá vontade de lembrar ao PS o que dizia António José Seguro [antigo secretário-geral socialista]: que é mesmo obrigatório separar a política dos negócios", afirmou.

Portugal | A LINHA VERMELHA

Henrique Monteiro | Henricartoon

Potugal | PCP fala de "situação social explosiva". "Ou o Governo cede ou tem de sair"

No dia da abertura das jornadas parlamentares comunistas, em Beja, o secretário-geral Paulo Raimundo deixou alertas ao Governo.

Paulo Raimundo, secretário-geral do PCP, sustentou esta segunda-feira que a situação social é explosiva e afirmou que, caso o Governo não responda aos problemas, a maioria absoluta do PS nada garante porque as pessoas não vão esperar quatro anos.

"Nós estamos numa situação explosiva do ponto de vista social (...) e não são dadas respostas a isso. O problema é que a maioria absoluta do PS, por si só, não lhe garante chegar até ao fim porque, se estiver numa situação onde não haja correspondência aos problemas do país e aos problemas da sociedade, a sociedade encontrará as formas de resolver isso", declarou Paulo Raimundo.

O secretário-geral do PCP falava em Beja, pouco depois de ter discursado na sessão de abertura das jornadas parlamentares do PCP, que decorrem entre hoje e terça-feira naquele distrito alentejano.

O líder comunista sublinhou que a população não vai "ficar à espera quatro anos para se permitir uma mesma política que vai mandando para baixo cada vez mais".

Questionado se o povo tem na mão a possibilidade de deixar cair o Governo, Paulo Raimundo respondeu: "o povo tem sempre na mão tudo".

"Ou há resposta política por parte do Governo para resolver o problema da maioria das pessoas e, ao mesmo tempo, combater esta vergonha destes lucros acumulados na mão de muitos poucos, ou então as pessoas têm de agir de forma mais acentuada a esta política", reiterou.

"O Governo, das duas, três: ou cede, no bom sentido de dar resposta, ou então não tem alternativa senão sair", acrescentou.

PORTUGAL DE BOSTA A BOSTA

Bom dia. A seguir o Curto do Expresso por Miguel Prado. Do Página Global saiba que hoje não nos atrevemos a escrevinhar uma seca longa como outras que anteriormente já expusemos à prova da paciência dos leitores. Uff!

Dito isso vimos respeitosamente alertar para a ordinarice do título que nos atrevemos a inscrever acima e a razão de assim acontecer. Simples: com tanta agitação social, com tantas reformas de miséria, com tantos ordenados igualmente de miséria, com tanto desprezo e desrespeito aplicado pelo governo de António Costa pelos portugueses, com tantas tendências esclavagistas e antidemocráticas que os mesmos têm cometido, com tanta miséria crescente provocada pelo atual governo falsamente autodenominado socialista, etc., etc., por isso legitimamente indignados, considerámos 'mexer' no título do Curto e adaptá-lo à realidade desta Lusitânia tão desesperada, tão miserabilizada, tão mal governada e onde os ricos estão a ficar muito mais ricos e os pobres mais pobres. O costume feito dos governos para ricos, para esclavagistas soberbos e saudosistas antidemocráticos... Por tudo isso o Costa passou a Bosta, um trocadilho sem intenção ofensiva mas antes um grito de alerta à realidade com que os portugueses vão descobrindo e suportado nefastamente o dia-a-dia. O falso socialismo do autodenominado PS não é mais nem menos senão um xuxialismo desbragado que governa à direita em tirocínio ditatorial... Importa saber que este terrível regime imposto desde há cerca de 5-6 anos quando fôr substituído, dará lugar a uma governação ainda muito mais à direita caso os eleitores portugueses continuem a eleger a direita ressabiada do costume ou a ainda mais extrema direita, dita nova no quadro parlamentar. 

Caminhamos para uma loucura pseudo democrática? Tudo indica que sim. De Bosta a Bosta, sem ventania mas sim com pezinhos de lã eis para onde Portugal e os portugueses cegamente estão a caminhar. Por favor, não atirem mais bosta para as ventoinhas. Apesar disso tenhamos cuidado com a ventania que só não derruba as elites já enraizadas e bem seguras, fixas no conforto proporcionado pelas falsidades, corrupções, conluios, nepotismos e atropelos aos justos direitos e respeito devidos a milhões de cidadãos portugueses explorados e cada vez mais oprimidos. De Bosta em Bosta a democracia, a justiça e a liberdade democrática estão a voar para outras paragens que não Portugal.

O Curto a seguir. Curta. Vá ler.

MM | PG

AÇÕES DOS EUA PRODUZIRAM A MAIORIA DOS REFUGIADOS DO MUNDO

Segundo dados da agência de refugiados das Nações Unidas, a maioria dos refugiados no mundo hoje – e desde o início deste século – foge de países que foram sancionados, golpeados e/ou invadidos pelo governo dos EUA.

Eric Zuesse* | South Front | # Traduzido em português do Brasil

O último relatório anual do ACNUR é  “Tendências Globais de Deslocamento Forçado 2021”, e indica que “69% se originaram de apenas cinco países” que foram: Síria (6,9 milhões), Venezuela (4,6 milhões), Afeganistão (2,7 milhões), Sudão do Sul (2,4 milhões) e Mianmar (1,2 milhão). A “Figura 7” do relatório “Pessoas deslocadas através das fronteiras por país de acolhimento | final de 2021” mostra que os principais países receptores naquele ano foram: Turkiye (3.759.800), Colômbia (1.843.900), Uganda (1.529.900), Paquistão (1.491.100), Alemanha (1.255.700), Sudão (1.103.900), Bangladesh (918.900), Líbano (845.900), Etiópia (821.300) e Irã (798.300). O relatório observa que houve “72% hospedados por países vizinhos”, mas as exceções também foram notáveis. Por exemplo: “Figura 13” “Principais países para o registo individual de novos requerentes de asilo | 2021” mostrava o número 1 nessa lista (e esses números indicam APENAS os refugiados que foram oficialmente registrados nessas nações como refugiados que chegaram lá durante aquele ano, NÃO o total que de alguma forma se tornou “deslocado” e que agora estava lá) como sendo EUA, 188.900. O segundo lugar foi a Alemanha, 148.200. O terceiro lugar foi o México, 131.400. Alguns outros entre os 10 primeiros foram: França, Espanha, Reino Unido e Itália.

“Figura 14” “Principais países de origem de novos pedidos de asilo | 2021” mostra, como sendo o top 10: Afeganistão (125.600), Nicarágua (111.600), Síria (110.000), Venezuela (92.400), Haiti (67.000), Honduras (59.800), República Centro-Africana (47.800), Iraque (37.700 ), República Democrática do Congo (34.500) e Somália (32.100).

“Figura 16” “Principais fluxos de novos pedidos de asilo individuais registados e reconhecimentos de refugiados em grupo | 2021” mostra que a maioria dos novos refugiados da América naquele ano era da Venezuela e de Honduras; da Alemanha, da Síria; do México, do Haiti e de Honduras; da França, do Afeganistão; da Espanha, da Venezuela; e do Reino Unido de “Outros” (países que não estavam perdendo muitos refugiados).

O RESTAURANTE DA UNIÃO EUROPEIA

Resistir.info

A Finlândia deixará a Suécia em apuros e seguirá sozinha para ingressar na OTAN?

Andrew Korybko* | Substack | # Traduzido em português do Brasil

Ao aceitar publicamente o cenário de dissociar a candidatura de seu país à OTAN da Suécia, apesar de recuar sob pressão apenas um dia depois, o principal diplomata da Finlândia sinalizou fortemente que não espera que o impasse sueco-turco seja resolvido tão cedo. O gato já está fora do saco e a Finlândia provavelmente tem de fato esse “plano B”, porém, cuja motivação estratégica e consequências de soft power serão agora analisadas.

O ministro das Relações Exteriores da Finlândia, Pekka Haavisto, revelou na segunda-feira que seu país pode considerar dissociar sua candidatura à OTAN da Suécia, à luz da raiva de Ancara com os “protestos” anti-turcos e islamofóbicos de Estocolmo. Turkiye exigiu que a nação nórdica cumprisse seus pedidos antiterroristas contra a Organização Terrorista Fethullah Gülen e grupos curdos como o PKK-YPG, apenas para este candidato à OTAN desafiar descaradamente sua vontade, hospedando seus “protestos” e até mesmo uma queima do Alcorão.

A última provocação mencionada ocorreu neste fim de semana em frente à Embaixada da Turquia em Estocolmo e levou o presidente Recep Tayyip Erdogan a declarar que “a Suécia não deve esperar nosso apoio à OTAN. É claro que aqueles que causaram tamanha desgraça diante da embaixada de nosso país não podem mais esperar nenhuma benevolência de nossa parte em relação ao seu pedido”. “Não é grande coisa se Turkiye atrasar indefinidamente a candidatura da Suécia à OTAN”, mas ainda parece ruim para aquele bloco e para o Ocidente de forma mais ampla.

Afinal, o Bilhão de Ouro do Ocidente, liderado pelos EUA, alardeou prematuramente a candidatura conjunta da Finlândia e da Suécia como um fato consumado quando ambos foram apresentados oficialmente pela primeira vez em maio passado. Agora, no entanto, este bloco de fato da Nova Guerra Fria está embaraçosamente embaraçado depois que o segundo deles falhou em cumprir os pedidos antiterroristas da segunda maior potência militar desta aliança anti-russa. Muito claramente, a verdadeira unidade da OTAN/Ocidente não é tudo o que foi pensado para ser na primavera passada.

Foi provavelmente em resposta a essas previsíveis consequências do soft power que Haavisto voltou atrás um dia após sua declaração original, quase certamente sob pressão da OTAN. Ele agora afirma que a Finlândia “não tem um plano B” como “no momento não há necessidade disso”, pois insiste que ambos os países “atendem aos critérios da OTAN e parece que ambos devem aderir”. No entanto, o gato já saiu do saco e a Finlândia provavelmente já tem esse “plano B”, que agora será analisado.

Ao aprovar publicamente o cenário de desvinculação da candidatura de seu país à OTAN da Suécia, o principal diplomata da Finlândia estava sinalizando fortemente que não espera que o impasse sueco-turco seja resolvido tão cedo. É também mais uma ruptura não apenas na unidade OTAN/Ocidente, mas também na unidade nórdico-escandinava (para aqueles que consideram a Finlândia como parte dessa sociedade mais ampla, o que é reconhecidamente discutível), ou pelo menos na unidade do norte da Europa.

Não é grande coisa se a Finlândia permanecer indefinidamente fora da OTAN ao lado da Suécia, uma vez que ambos já são membros sombra dessa aliança anti-russa devido à sua estreita cooperação militar com ela. De fato, com isso em mente, pode-se até dizer que a Finlândia esnobou a Suécia de certa forma, ameaçando dissociar suas propostas. Ele não precisa se apressar para ingressar na OTAN, mas, ao mesmo tempo, tolerar publicamente o cenário de fazê-lo despejando a Suécia e fazendo isso unilateralmente nos faz pensar sobre suas intenções maiores.

Pode muito bem ser que a Finlândia espere tirar o máximo proveito do que seria, nesse caso, seu novo papel como o estado de linha de frente número um da OTAN contra a Rússia, visto que terá a fronteira mais longa do bloco com a Rússia. Embora a Suécia não seja contígua à Grande Potência alvo dessa aliança, suas capacidades econômicas e militares são geralmente consideradas muito mais desenvolvidas do que as da Finlândia, embora isso não queira dizer que as últimas já não sejam impressionantes por si mesmas.

Em vez disso, é simplesmente para apontar que a Finlândia poderia acumular quaisquer benefícios econômico-militares que sua liderança visse (independentemente de serem realmente facas de dois gumes, como muitos observadores não ocidentais argumentariam) sem ter que compartilhar nenhum deles com a Suécia. É por isso que a potencial separação da Finlândia de sua candidatura à OTAN da Suécia é um mau presságio para Estocolmo, pois sugere que Helsinquia tem ambições maiores em mente relacionadas a finalmente ficar totalmente à frente de seu vizinho em todos os aspectos.

*Andrew Korybko -- Analista político americano especializado na transição sistêmica global para a multipolaridade

domingo, 29 de janeiro de 2023

QUE OS NAZIS PAREM DE ATENTAR CONTRA A DIGNIDADE DE TODA A HUMANIDADE!

“Angola acaba de perder a oportunidade de, em nome da paz, dissuadir a hegemonia unipolar no sentido de não injectar mais armamentos que agora podem conduzir à catástrofe nuclear, a única forma de não serem mais derrotados”…https://frenteantiimperialista.org/medianoche-nuclear-martinho-junior/   

CARTA DAS NAÇÕES UNIDAS

Martinho Júnior, Luanda

Combater o nazismo é recorrente para todos os que respeitem a Carta das Nações Unidas e não só uma obrigação para os 4 signatários da Declaração das 4 Nações, assinada em Moscovo a 30 de Outubro de 1943 ainda a IIª Guerra Mundial estava em curso!

Quando os estados individualmente assinam seu compromisso com a Carta da ONU, é para a honrar, substancialmente honrar com determinação em relação às ideologias e práticas nazis, mesmo que alguma das 4 Nações signatárias (actuais membros do Conselho de Segurança), venha a acobertar essas ideologias e essas práticas, como acontece hoje com todas as evidências com os Estados Unidos e o Reino Unido “providenciando” uma hegemonia unipolar que usa a força eminentemente anglo-saxónica!…

São essencialmente os anglo-saxónicos que disseminam as ideologias e práticas de conspiração neonazis, esquecendo da raiz do seu próprio papel na IIª Guerra Mundial, quando reconheciam que todo o peso da “desnazificação” recaía sobre a União Soviética!

É o que nos indica sem margem para dúvidas (num condensado com raízes histórias), os artigos 106 e 107, do Capítulo XVII, no que toca às Disposições Transitórias sobre Segurança:

“Artigo 106. Antes da entrada em vigor dos acordos especiais a que se refere o artigo 43, que, a juízo do Conselho de Segurança, o habilitem ao exercício de suas funções previstas no artigo 42, as partes na Declaração das Quatro Nações, assinada em Moscou, a 30 de outubro de 1943, e a França, deverão, de acordo com as disposições do parágrafo 5 daquela Declaração, consultar-se entre si e, sempre que a ocasião o exija, com outros membros das Nações Unidas a fim de ser levada a efeito, em nome da Organização, qualquer ação conjunta que se torne necessária à manutenção da paz e da segurança internacionais.

Artigo 107. Nada na presente Carta invalidará ou impedirá qualquer ação que, em relação a um Estado inimigo de qualquer dos signatários da presente Carta durante a Segunda Guerra Mundial, for levada a efeito ou autorizada em consequência da dita guerra, pelos governos responsáveis por tal ação.”

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