sexta-feira, 6 de janeiro de 2023

O EFEITO GUAIDÓ – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Ngola Nobre, secretário-geral da Brigada Jovem de Literatura de Angola, publica hoje um texto de opinião no Jornal de Angola onde contei 37 erros de ortografia, acentuação e sintaxe. Uma sacanice do copidesque que tem o dever de limpar os textos jornalísticos de erros e gorduras. Da responsabilidade do autor é meter no mesmo saco obras de Nietzsche, Marquês de Sade, Hitler ou José Saramago. Uma desgraça nunca vem só.

Eis um exemplo fabuloso da Liberdade de Imprensa. Leiam o que foi publicado num Media da nossa praça: “O líder angolano (Presidente João Lourenço) avistou-se apenas com Joe Biden em broco e depois pousou para uma fotografia durante um jantar oferecido pelo anfitrião americano”. 

Eles lutam estrenuamente contra a Liberdade e para acabar de vez com a Imprensa. Vão conseguir.

No pico da guerra do estado terrorista mais perigoso do mundo (EUA) e seus aliados regionais ou mundiais contra a Venezuela, o Congresso norte-americano recebeu com pompa e circunstância um tal Juan Guaidó, como presidente da república. Nanci Pelozi aplaudiu freneticamente a entrada triunfal do rapazola naquele antro de genocidas. 

Mike Pence telefonou ao Guaidó e ordenou: A partir de hoje vais ser o presidente da Venezuela. Abaixo o Maduro e venha daí o petróleo. E ele respondeu: Sim patrão!

O eleito era chefe de um pequeno gangue de extrema-direita, que destruía e matava nas ruas das principais cidades venezuelanas. Mas foi o que se arranjou para destabilizar o país com mais reservas de petróleo no mundo. 

O ministro português dos negócios com os estrangeiros, senhor Silva, hoje líder da Assembleia da República, começou logo a fazer vénias ao Guaidó, a chamar-lhe senhor presidente. Mandaram um moço de recados da RTP à Venezuela e ele ficou na zona fronteiriça da Colômbia, dando visibilidade ao banditismo do títere. A democracia deles é uma coisa assombrosa e altamente perigosa. Nem os fascistas do Salazar eram tão estúpidos e seguidistas.

O Guaidó está hoje num aterro sanitário a céu aberto, na periferia de Caracas. Nem os bandidos da extrema-direita lhe dão confiança. E a Nanci Pelozi rasgou a fotografia que tirou com ele. Espero que o Presidente João Lourenço não tenha de rasgar a fotografia que publicou no Ckub K, onde está muito sorridente ao lado de Joe Biden com as respectivas primeiras-damas. À cautela já guardei a foto no meu arquivo implacável.

O estado terrorista precisa permanentemente de um Guaidó onde lhe dá jeito. A Venezuela hoje já fornece petróleo aos EUA e aos países da União Europeia. O Presidente Maduro já não é para derrubar. O Grupo de Lima está morto e enterrado. Os seus mentores mais influentes foram todos para casa depois de perderem estrondosamente eleições nos seus países: Argentina, Brasil, Colômbia e Peru.

O efeito Guaidó repetiu-se com Zelensky. Agora não se trata de roubar o petróleo da Venezuela mas a jogada é infinitamente mais arriscada. O nazi de Kiev faz a guerra contra a Federação Russa, por procuração dos EUA, seu pseudónimo OTAN (ou NATO) e serventes da União Europeia. Atirou todo um povo para a morte. Destruiu o seu país. 

Por isso, os Media ocidentais chamam-lhe herói global. A carneirada acredita e nem quer saber da inflação galopante, dos preços extra terrestres nos produtos essenciais, da crise energética e do desastre económico que se avizinha. Estão falidos mas em compensação têm um herói que é nazi. O que podiam esperar mais? Nada.

Zelensky entrou no Congresso disfarçado de militar ante os aplausos, de pé, dos genocidas. Nancy Pelozi, coitadinha, dava saltinhos num frémito de orgasmo tardio e falso. Foi apenas mais uma perda urinária. A vice-presidente Kamala Harris apalpou o rapaz para se certificar que não era um insuflável equipado com vibrador. Olhos em alvo, comilona, piscou-lhe o olho e o rapazito: Heil Ucrânia!

O estado terrorista mais perigoso do mundo aposta tudo na extrema-direita nazi. Guaidó e Zelensky são apenas a montra. Nem imaginam o que vai no armazém. Israel acaba de formar governo com a extrema-direita nazi. A Suécia igualmente. A extrema-direita espanhola alojada no Poder Judicial dá ordens ao poder legislativo. 

Portugal está quase a fazer maioria fascista associando o Chega ao PSD e franjas do PS, lideradas por Sérgio Sousa Pinto, Ana Gomes e Álvaro Beleza. Os países nórdicos, baluartes da social-democracia, têm governos de extrema-direita. Bélgica e Holanda igualmente. Os EUA estão nas mãos de traficantes de armas e genocidas. Para enganar os tolos, atiram com tudo para cima do Trump. 

E Angola? O Presidente José Eduardo dos Santos sempre que fazia um discurso de fundo, recordava aos seus camaradas que o MPLA é um partido de esquerda. Somos de esquerda! Mas ninguém lhe dava importância. Depois de 2017, aí está o efeito Guaidó mas de uma forma humilhante. O Presidente João Lourenço não foi recebido em apoteose no Congresso nem teve uma conversa de pé de orelha com Biden na sala oval da Casa Branca onde Clinton aviava estagiárias. 

Ainda bem. Porque um dia destes, quem vai ter de mendigar uma audiência ao Chefe de Estado Angolano é Biden, suspeito de promover laboratórios de armas biológicas na Ucrânia. A hora da verdade vai chegar, quando se calarem os mísseis. Não há “patriots” que lhes valham.

*Jornalista

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