Artur Queiroz*, Luanda
José Marcos Mavungo, funcionário da Chevron e professor da Universidade Lusíada em Cabinda, foi promovido na empresa. Até agora pertencia aos serviços financeiros. Com Alex Sambo, impedia que os angolanos que não apoiavam a FLEC fossem promovidos. Inclusive alguns eram vítimas de perseguição. Só os que declaravam e assumiam apoio à FLEC eram promovidos e tinham facilidades.
Quando Alex Sambo foi transferido
para Luanda, em
José Marcos Mavungo tinha como capa oficial o lugar de vice-presidente da MPALABANDA. Quando o Tribunal extinguiu a organização, em 3 de Julho de 2007, por ter sido dado como provado que apoiava e fomentava ao terrorismo na província, todos os seus dirigentes passaram a constituir a chamada FLEC do Interior. Mavungo é uma figura de proa da organização e disputa a liderança com Belchior Tati, professor da Universidade 11 de Novembro.
Belchior é neste momento o homem de confiança de Nzita Tiago, que depositou nele a liderança da FLEC do Interior. Mavungo quer o lugar. Quem o conhece diz que é capaz de tudo para atingir os seus fins. E ele está apostado em ser o líder.
No final do ano passado, José Marcos Mavungo foi promovido na Chevron. Mas não é uma promoção qualquer. Foi guindado para o topo e com acesso à mais exclusiva informação da empresa. Ele tem acesso autorizado ao núcleo duro do sistema informático. Nenhuma área lhe está vedada. A partir do seu computador pode aceder até à área da segurança estratégica.
Mavungo é membro da Information & Tecnology da CABGOC (Cabinda Gulf Oil Company). Toda a informação passa pelas suas mãos.
O director da segurança da empresa, Luís Clemente, manifestou grande preocupação com esta situação.
Outra questão que preocupa os angolanos que trabalham na Chevron tem a ver com a forma como José Marcos Mavungo usa os meios da empresa. A “carta aberta ao director do Jornal de Angola” por ele publicada no “Club K” foi enviada através do sistema informático da empresa. O seu escritório é uma espécie de delegação da FLEC. Para ele usar em proveito próprio os meios informáticos e outros da empresa, é porque tem total apoio dos seus superiores hierárquicos e concretamente do representante máximo da Chevron em Cabinda.
É este apoio que lhe dá a sensação de impunidade. Só quem pensa que está acima de tudo pode ameaçar jornalistas de morte e dizer que estão ao serviço “de um regime corrupto e sanguinário”, como fez no pátio da Universidade Lusíada, à equipa de reportagem do Jornal de Angola.
*Jornalista
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