Os portugueses interessados, ontem, apanharam novo cagaço com o desmaio do presidente Marcelo. Que se saiba, oficialmente, é o segundo. Primeiro no Minho e ontem na Costa da Caparica, na Universidade daquele burgo às portas de Lisboa. Grande alarido mas afinal foi Nada - como disseram. É isso que abre o Curto de hoje de que temos andado arredados para fazer o gosto aos "enjoados".
Dito isto só resta abordar pela rama de que trata este Curto do prestimoso Expresso do tio Balsemão Bilderberg à Força Toda que nos faz o ninho atrás das orelhas. Pois. Adiante.
Adiante-se ainda sobre o "badagaio" do presidente Marcelo que ficámos a saber que ele não pode continuar a andar a meter-se nos copos. Não vai mais moscatel para a mesa do presidente. Cumpra-se o chavão: "Se presidir não beba!". As melhoras, caro "conservador", "moderador", "comentador". Saúde.
Lá vai a lista indiciativa:
Badagaio com todos, subida de juros nos EUA... Pois. Médicos em greve mas à prova de badagaios do presidente. Se for gente perrapada é que já não será bem assim. Pois. Pois. A direita em força por esta Europa dita da união (dos mais ricos), em Espanha também é o caso. Direita volver 'hermanos'. Conho. Portugal e o Relatório CPI à TAP, mais uma distração para este verão. Pode ser que assim os portugueses não sintam tanto a fome nem a miséria, nem que se lembrem que os ricos mais energúmenos estão ainda mais ricos, mais salafrários, mais prejudiciais à justiça que devia ser direito de todos mas que é só de uns quantos... A vida custa, Costa. Mas não para ti nem para esses tais energúmenos que apaparicas. Adiante.
Depois, neste Curto ainda vai poder conhecer: vem aí nova rede social, que é como quem diz Nova Lixeira e novo pivete à Elon Musk/Mark Zuckerberg, salafrários de primeira apanha. Ainda há mais. Vá ler.
Bom dia e bom quase fim-de-semana ou boas férias. Feliz natal. Boas misérias... E continuem a balir todos juntos mas cada um a pensar no seu umbigo. O costume.
Curto a seguir. Já! Vá ler.
MM/PG
Fortimel e um copo de moscatel: receita total de um “badagaio” presidencial
João Miguel Salvador, jornalista | Expresso (curto)
Olá,
E obrigado por começar o dia connosco.
Quando a notícia começou a circular, muito pouco se sabia sobre o que realmente
tinha acontecido ao Presidente da República. O tom geral era de preocupação ao
início da tarde - a saúde de Marcelo é considerada um assunto de
Estado - e apenas estava confirmado que este tinha desmaiado na
Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova, na Caparica. Como
aconteceu? O Presidente sentia-se bem até este episódio em que perdeu os
sentidos? O que se seguiu? Nada.
O evento não estava na agenda pública, a comunicação social não se encontrava
no local, e a sua falta teve o efeito contrário ao esperado. É que, quando não
há ninguém a reportar a realidade, é como se ela não existisse e apenas sobra
lugar para as suposições. Felizmente, rapidamente se emendou a mão e o
prognóstico era positivo. A comunicação da Presidência geriu a informação
médica à medida que esta era conhecida e em menos de nada se percebeu
que Marcelo não inspirava tantos cuidados como se supôs num primeiro
momento. Na verdade, ainda o Presidente não tinha chegado ao Hospital de
Santa Cruz, em Carnaxide, e já as televisões se encontravam em direto junto
à entrada.
Costa rapidamente veio garantir que o Presidente estava “bem disposto” e Montenegro descansou a direita
- ao falar de um Marcelo “tranquilo, sereno, apenas a aguardar o resultado dos exames” -,
mas isso não bastava. Era preciso uma voz que deitasse por terra quaisquer
preocupações. Eduardo Barroso, médico e amigo de uma vida que conhece desde os
16 meses, foi essa voz: tratava-se afinal de uma“crise vagal” num homem que é “um bocadinho
médico de si próprio”, disse no seu tom bem disposto sobre o chefe de Estado e
o seu “badagaio”.
Agora, o país mediático já só esperava pelas palavras de Marcelo sobre o
dia em que, por razões de saúde, todos falavam mais do que ele. Mas elas
chegaram e só faltou parafrasear Mark Twain para dizer que as notícias sobre a
sua morte eram manifestamente exageradas. De resto, Marcelo Rebelo de
Sousa fez o pleno e nem se coibiu de dizer o habitual “ainda não é desta
que eu morro” ao primeiro-ministro. Num dia em que a sua saúde pregou uma
partida, o chefe de Estado também não resistiu a comentar que “calhou num mau dia” - tratava-se do primeiro de dois
dias de greve, convocada pela Federação Nacional dos Médicos (Fnam)
-, mas no qual o SNS não falhou.
A única coisa a falhar ontem foi mesmo a digestão presidencial. “Tomei aquilo
que tomo normalmente e fui a conduzir bem (…) Antes da parte dos discursos da
cerimónia tinham-me proposto um brinde com moscatel e eu disse não, porque vou
falar. Com isto, acabei por beber o moscatel quente, mais tarde. Acho que
deve ter interagido, provavelmente, com a digestão”, justificou. O melhor é não arriscar.
Outras notícias
A ver no que dá. A Reserva
Federal norte-americana decidiu fazer uma pausa pontual na subida de juros em
junho, confirmam as atas agora conhecidas. De acordo com os
documentos, o objetivo da paragem no mês passado é “permitir ter mais tempo
para avaliar a evolução da atividade económica”. À exceção de um restrito grupo
que defendia nova escalada, a maioria dos banqueiros centrais norte-americanos levantaram
dúvidas sobre quais seriam os efeitos da política de aperto monetário até ao
final de 2023. Já em solo europeu há boas notícias: os preços na produção desceram 1,5% na zona euro em maio. É a primeira vez
em mais de dois anos, mas a luta contra a inflação continua a fazer vítimas: em
Portugal, a taxa de juro média nos novos contratos de crédito à habitaçãojá passa os 4%.
A adivinhar o que virá. De Espanha, os ventos políticos parecem não ser os
melhores, com a direita a normalizar o partido Vox, com vista a um
casamento pós-eleitoral à escala nacional (depois dos matrimónios regionais entre o PP e o Vox).
Estará em causa um Governo de coligação após as legislativas, segundo apontam
os dados mais recentes - que tornam mais plausível um executivo conjunto depois
da ida às urnas no dia 23. Aconteça o que acontecer, Sánchez garante e Von der
Leyen acredita que o processo eleitoral em Espanhanão vai atrapalhar as decisões à escala europeia -
numa altura em que o país assume a presidência da UE.
A ver no que deu. O final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) à TAP
não ditou o fim das polémicas. É que no relatório sobre a TAP ficaram de fora os desacatos com Frederico Pinheiro e
atuação das secretas de fora, mas não é esta a única questão a justificar a
estupefação da oposição. Segundo o mesmo relatório, não foram encontradaspressões do Governo sobre a TAP; nem é feita qualquer
crítica a Pedro Nuno Santos - agora regressado ao Parlamento - na indemnização
a Alexandra Reis. A relatora da CPI à TAP defende-se, negando ser voz do PS,
recusa estar a desresponsabilizar Pedro Nuno Santos edeixa 13 recomendações a empresas públicas, aos
governantes e ao funcionamento das comissões de inquérito. Ainda assim, não faltam críticas vindas dos partidos, que consideram
“feito à medida de Galamba e Costa”: é “parcial”, “levezinho”, “um embaraço”.
Se não teve tempo para acompanhar tudo, o Expresso preparou um resumo das
conclusões da CPI da TAP, para perceber tudo em dois minutos.
Deu no que se vê. Elon Musk desafiou Mark Zuckerberg para um duelo corpo a
corpo, mas a verdadeira batalha não será travada no ringue. O criador do
Facebook lança hoje uma nova rede social e depois de meses de desenvolvimento não há margem para dúvidas: é
mesmo para competir com o Twitter - que no final da semana passada restringiu o número de tweets que podiam ser vistos
por cada utilizador. Chama-se Threads e funciona assim, mas ainda não está disponível
Frases
“Há coisas que vi nesta comissão
de inquérito que me inquietam como cidadão"
Pedro Adão e Silva, ministro da Cultura, sobre o caso TAP.
“A única coisa que é para sempre é a vida. Não os humanos, mas a natureza”
Ailton Krenak, líder indígena, na conferência Futuro ancestral: conversa para adiar o fim
do mundo,
“Já
Adele, cantora, sobre os recentes casos de objetos arremessados contra artistas
“Há
Anselmo Mendes, enólogo que se dedicou à casta alvarinho, diz ainda que o maior problema do vinho não são os
sulfitos, mas sim o álcool.
O que eu ando a ver
Lembro-me de começar a ver “Black
Mirror” e desde logo tornar-me fã, ainda antes de a série original do
britânico Channel 4 ganhar distribuição mundial na Netflix. Mas esse terá
sido o momento em que tudo mudou para Charlie Brooker, o criador da
distópica produção televisiva que também criou “O Nosso Mundo, Segundo Philomena Cunk”.
Entrevistei-o na altura em que deu esse salto e desde aí que nunca mais parou.
Agora, voltou à carga com a sexta temporada - onde projeta o
medo no passado e não põe de parte o sobrenatural.
A questão impõe-se: para onde nos levas, Charlie Brooker? Veremos,
enquanto aproveitamos outros conteúdos também disponíveis em streaming.
Não é novidade para quem já aderiu há muito ao plano premium da Opto,
mas agora está disponível gratuitamente para todos - e é essa a razão
para regressar ao tema de “O Clube”. A primeira temporada da polémica
série sobre a noite lisboetajá pode ser vista sem custos na plataforma de
streaming, pelo que agora não há qualquer desculpa para não conhecer a produção
portuguesa, internacionalmente premiada.
Se já viu a primeira temporada e quer saber o que reserva a segunda, o melhor é seguir por aqui. Se já estiver viciado na história da
“melhor casa noturna da capital”, há três temporadas para ver. E eu estou à
espera da quarta, entretanto confirmada.
Podcasts
Henrique Monteiro e Lourenço
Pereira Coutinho conversam sobre a independência dos EUA declarada a 4 de julho
de 1776. O que a motivou? Quais os princípios políticos em que se baseou? Quais
os desafios e contradições do jovem estado que, no século XX, ascenderia a
superpotência? Ouça onovo episódio do podcast A História Repete-se.
Daniel Oliveira, Pedro Delgado Alves, Francisco Mendes da Silva e José Eduardo
Martins passam pela realidade francesa, onde cinco noites de distúrbios
abalaram as instituições republicanas e expuseram as fraturas sociais do país.
Ouça o Sem Moderação desta semana.
Corte de cabelo “à tigela”, “cara redonda” e tantas vezes “sozinho a inventar
brincadeiras”: assim era João Miguel Tavares nos seus primeiros anos. O
conhecido cronista veio ao Geração 70 contar a sua história. “Eu não
sou de direita, sou um centrista radical. Quero políticas moderadas, mas que
aconteçam com grande intensidade”, comenta na conversa com Bernardo Ferrão. Ouça o episódio.
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