Os EUA mandaram o maior porta-aviões do mundo para o Mediterrâneo Oriental e uns tantos “rambos” para apoio a Israel no extermínio de Palestinos. O Reino Unido anunciou hoje que mandou navios de guerra e aviões espiões para ajudarem os sionistas a exterminar Palestinos. Leiam o que escrevi há muitos anos sobre este tema:
Artur Queiroz*, Luanda
A tragédia humanitária que hoje se vive na Europa começou no início dos anos 90 com a primeira guerra do Golfo. Eu vi bombardear Bagdade e assisti, ao vivo, à explosão dos mísseis “cruzeiro” e outras bombas de muitas toneladas, disparadas a partir dos barcos de guerra norte-americanos, contra a capital do Iraque.
Os responsáveis pela tragédia no Médio Oriente, Norte de África e Europa têm nome, endereço e bandeiras. Um dos políticos que assinou a declaração de guerra do Iraque chama-se Durão Barroso. Feito de um material moldável e viscoso, foi ele o mordomo na Cimeira das Lajes, onde Bush, Blair e Aznar resolveram destruir um país soberano e impor a guerra numa região altamente instável, devido ao conflito entre Israel e a Palestina.
Britânicos e norte-americanos já reconheceram o erro que foi plantar a guerra no Médio Oriente. Aznar não reconhece nada porque foi apagado da História e hoje vale menos que um iraquiano anónimo torturado pelos especialistas da CIA nas prisões do Iraque.
Durão Barroso prosseguiu a sua carreira de títere e passou vários anos à frente da Comissão Europeia. Bastava este facto sinistro, para justificar a saída de Portugal da União Europeia, de uma forma inopinada e totalmente desorganizada. Os credores que apresentassem a factura ao mordomo das Lajes que, no auge da irresponsabilidade e falta de carácter, declarou com ar de chico-esperto que viu as provas da existência de armas de destruição maciça no Iraque, durante a cimeira na Base das Lajes.
O antigo líder do PSD declarou recentemente que foi aos Açores participar na declaração de guerra no Iraque, com o apoio de Jorge Sampaio, então presidente da República. A falta de carácter tem limites! O farsola continua a gozar com a cara dos portugueses e é incapaz de reconhecer que a Guerra do Iraque agravou o conflito entre Israel e a Palestina, deu força inusitada ao fundamentalismo islâmico, foi o sopro vital do Estado Islâmico (DAESH), alimentou terroristas suicidas, levou a guerra a países do Norte de África fundamentais no equilíbrio geoestratégico na região do Mediterrâneo.
Durão Barroso, Aznar, Bush e Blair são responsáveis pela destruição da Tunísia após a deposição de Ben Ali, do Egipto, depois da queda de Hosni Mubarak, do fim da Líbia após o assassinato, pela NATO, do presidente Kadhafi, da guerra sem fim da Síria que já causou milhares de mortos e milhões de refugiados.
Os que se serviram de Durão
Barroso hoje chamam “migrantes ilegais” aos que fogem das guerras que EUA e
União Europeia atearam no Norte de África e Médio Oriente. O Iraque é uma
sombra da grande potência regional que foi, quando Saddam Hussein presidia ao
país e travou o regime do Irão. Grupos terroristas põem e dispõem no país. Há
alguns dias, combatia-se para expulsar de Ramadi as tropas do “Estado
Islâmico”. Acontece que essa cidade era uma espécie de fortaleza militar de
Saddam Husseim e fica a pouco mais de
Agora anunciaram que as forças governamentais lutam para “reconquistar” Rutbah. Mais uma cidade fortaleza, junto da fronteira com a Jordânia. Era lá que estava a principal linha de defesa antiaérea de Saddam Husseim, durante a guerra desencadeada por Washington, Londres e países da União Europeia ou da NATO.
Um país que está a disputar aos rebeldes cidades estratégicas como Rutbah, Ramadi ou Mossul, não existe. Tal como a Síria está em desintegração e os sírios, escorraçados pela guerra, se lançam ao Mediterrâneo em tentativas desesperadas de se salvarem. Do lado da Europa, dirigentes políticos da estirpe de Durão Barroso, assinam acordos com a Turquia para que esses refugiados sejam tratados como “migrantes ilegais”, pelos esbirros de um regime sanguinário e violento, sem qualquer respeito pela democracia.
O que custa é a impunidade com que Durão Barroso, Aznar, Bush ou Blair lançaram o Ocidente na maior tragédia humanitária, depois da II Guerra Mundial. O antigo primeiro-ministro português ainda se apresenta em público como pessoa de bem, quando faz parte do banditismo político que domina a Europa, com o apoio implícito ou explícito (pelo menos na Líbia e na Síria) do famigerado Estado Islâmico (DAESH). Desta aliança assassina, ninguém pode esperar nada de bom.
*Jornalista
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