Artur Queiroz*, Luanda
Angola tem um grande povo que ao longo de séculos lutou pela Liberdade e nesse percurso aprendeu a fazer das fraquezas forças. Das derrotas, o ponto de partida para novas vitórias. Do sofrimento, a procura permanente da felicidade. Das injustiças, a disposição para novos combates pela dignidade.
Este povo escreveu a sua História com sangue e sacrifícios sem nome. Ao longo dos anos tem conseguido tudo o que se propõe conquistar. Para este percurso não ser interrompido, as novas gerações têm de ir mais além do que foram as anteriores gerações de mártires, heróis anónimos e grandes dirigentes. Nos nossos dias temos de ser protagonistas das mais saborosas vitórias e conquistas. O 11 de Novembro é a maca indelével desse percurso vitorioso.
Os angolanos deram exemplos de coragem e abnegação ao mundo. Derrotaram o colonialismo. Destroçaram o “apartheid”. Ajudaram a subir bem alto as bandeiras do Zimbabwe, da Namíbia e da África do Sul. Sabem o que são povos irmãos e conhecem como ninguém os valores da solidariedade e da fraternidade. O 11 de Novembro que hoje comemoramos resulta dessa sabedoria colectiva.
Os angolanos têm mostrado que, apesar das insuficiências naturais de quem foi colonizado durante cinco séculos, jamais aceitaram a submissão. Grandes potências mundiais coligaram-se para nos submeter. Confiaram demasiado nas suas máquinas de guerra, nas suas armas sofisticadas, na sabotagem económica, na subversão interna, pagando a peso de ouro traições que eram apresentadas sob a bandeira da democracia. Até 2017 falharam estrondosamente. Os angolanos descobriram, nas palavras de Agostinho Neto, que contra milhões ninguém combate e se combate, perde. O 11 de Novembro é símbolo eterno desse combate.
Este povo grandioso e com uma História exemplar, que demonstrou ao longo dos séculos um amor acrisolado à liberdade e independência, está entre os primeiros na galeria dos construtores da democracia. Por isso não merece que no seu seio cresçam seres híbridos, inqualificáveis, aos quais não assenta um só adjectivo, mesmo negativo. O 11 de Novembro tem hoje e sempre teve muitos inimigos. E está sob fogo amigo há seis anos.
Falo dos que hipotecam os angolanos à causa da traição e da insídia. Dos que foram capazes de vender a terra que os viu nascer, os ventres que lhes deram o ser, os seios que os amamentaram. Sim estou a falar da UNITA e dos seus inesperados parceiros que se juntaram em bloco aos inimigos da democracia, ainda que se intitulem democráticos. A UNITA e o Bloco Democrático são inimigos do 11 de Novembro.
Este povo heróico não merecia que
tantos erguessem as suas armas de aluguer contra a Independência Nacional,
proclamada por Agostinho Neto faz hoje 48 anos. Angola não merece que alguns
dos seus filhos se juntem ao banditismo internacional e conspirem contra a
democracia angolana em sinédrios de deserdados da honra e seres humanos sem
coluna vertebral. Quando se juntam, viram mabecos. Mordem até a pátria se
esvair
Angola chegou à Independência Nacional e os seus dirigentes escolheram uma via de desenvolvimento. Adoptaram o projecto político que pensaram ser o que mais se adequava à felicidade dos angolanos, enfim, livres e independentes, depois de comerem, ao longo dos séculos, quase todo o pão que o diabo amassou, para com ele envenenar o quotidiano dos seres humanos que escolhem ser livres e dignos.
As potências ocidentais, com os EUA à cabeça, fizeram-nos uma guerra sem quartel, alimentando matilhas e mais matilhas recrutadas entre os que nunca conseguiram ver Angola para além dos horizontes estreitos do seu espírito pérfido e retardado. Usaram contra a Pátria Angolana todas as armas de destruição maciça: Tribalismos, regionalismos, traições, ambições desmedidas, ignorâncias amestradas.
Neste 11 de Novembro de 1975 custa ouvir na TPA Joe Biden dizer com ar de patrão: “Nós vamos construir Angola”. Ainda custa mais quando uma menina esganiçada lhe pergunta se vai receber João Lourenço. Resposta: um dia vai ser. O mundo ao contrário. O genocida de Washington é que fica na fila para ser recebido pelo líder dos Angolanos. E só pode ter essa benesse sefor absolvido no tribunal que julgará os seus crimes contra a Humanidade.
Alguém se esqueceu que a inteligência e o amor do Povo Angolano à Liberdade triunfaram sobre a sedição. Agostinho Neto e seus companheiros da direcção do MPLA ensinaram-nos a lutar, lutar sempre porque a vitória da honra e da dignidade é mais do que certa. Assim chegámos à paz, esmagando o regime racista de Pretória e seus sequazes internos mais os mentores em Washington, Paris, Londres,Berlim, Lisboa e outras capitais do ocidente. O Presidente José Eduardo dos Santos ganhou a guerra e arquitectou a paz e unidade nacional.
A chamada comunidade internacional disse que o preço que devíamos pagar pela paz era aderirmos ao sistema capitalista e à “democracia” que o sustenta. Por amor ao Povo Angolano, José Eduardo dos Santos e os seus companheiros da direcção do MPLA, aceitaram o desafio, mesmo sabendo que estavam a entrar num jogo onde quem ditava as regras eram os inimigos de Angola. Mas também nesse campo o Povo Angolano triunfou.
As eleições que coroaram o nascimento da democracia multipartidária e a economia de mercado ditaram uma vitória estrondosa dos obreiros da Independência, os soldados da Liberdade, que se bateram em todas as trincheiras onde foi preciso combater os racistas e seus aliados da UNITA.
A recompensa por essa vitória brilhante foi uma nova e mais cruel guerra. Mas a palavra dada foi honrada, contra tudo e contra todos. O Presidente José Eduardo dos Santos não permitiu que a democracia multipartidária fosse assassinada quando dava os primeiros passos e o seu governo manteve-se fiel a todos os compromissos internos e internacionais. Os angolanos lutaram e venceram estrondosamente. E foram tão generosos que sentaram os bandoleiros do Galo Negro à mesa do Orçamento Geral do Estado: Generosidade sem limites, à angolana!
Assinada a paz foi posto em marcha o processo de reconstrução nacional com o apoio da República Popular da China, que fez do Plano Marshal um projecto menor. No momento próprio foram convocadas novas eleições. O Povo Angolano deu aos combatentes da Liberdade e da democracia uma vitória extraordinária.
Os que tanto insistiram para que os angolanos seguissem a democracia multipartidária e abraçassem a economia de mercado, continuam a manipular os seus cães de palha, as suas marionetas. Sempre que podem soltam-nos os mabecos. Os libertadores da África Austral hoje foram enfeudados, atrelados ou vendidos ao estado terrorista mais perigoso do mundo (EUA). E os povos que ajudaram a libertar, olham para Angola como se fosse um pesadelo ou uma paródia do tempo em que era trincheira firme da Revolução em África.
Hoje Angola faz 48 anos. Os angolanos já fizeram mais do que muitos países com séculos de existência. Muito mais está por fazer. Se o MPLA conseguir desamarrar-se do estado terrorista mais perigoso do mundo ao qual foi amarrado levianamente por João Lourenço. Sem um MPLA autónomo nada feito. Sem uma direcção do MPLA comprometida com o programa fundador do movimento, estamos de regresso à opressão e ocupação estrangeira.
Aos 48 anos de vida, Angola está perante um desafio existencial. Se o nosso país é jovem somos jovens. Vamos lutar pela Liberdade até ao último alento. Para sermos dignos dos nossos antepassados. E particularmente daqueles que tiveram a coragem de pegar em armas contra o colonialismo.
Ontem foi a festa da inauguração do Aeroporto Internacional Dr. António Agostinho Neto. Deixei para hoje uma cena pícara, fora do cesto. A reportagem da TPA fez um “zoom” para apanhar o mobutista Tulinabo Mushingi, que o estado terrorista mais perigoso do mundo enviou como capataz para Angola. Outra câmara filmou de imediato João Lourenço. Uma “colagem” que merece o pagamento de um punhado de dólares ou uma dose de kabrité.
Altamente censurável foi a falta de sentido de Estado manifestada pelo ministro dos Transportes e pelo Presidente da República por nunca terem invocado o nome do Presidente José Eduardo dos Santos, durante a cerimónia da inauguração. O senhor Viegas de Abreu está desculpado, é apenas um kaxiko de estimação, bem domesticado, ainda que demonstrasse dificuldades em aprender a comer na mão do dono. Mas João Lourenço não tem desculpa. Ele próprio se incriminou.
Quando falou aos jornalistas,
disse que o projecto do Aeroporto Internacional Dr. António Agostinho Neto “foi
concebido naquele longínquo ano de
Ignorar o nome do Presidente José Eduardo dos Santos na festa da inauguração do Aeroporto Internacional Dr. António Agostinho Neto é uma baixeza tão rasteira que mais abaixo só há mesmo criadagem do Joe Biden. Os leprosos morais neste circo passam por virtuosos. Indesculpável. Quem assim procedeu tem reservado na História Contemporânea de Angola uma nota de pé de página, rasurada e com gralhas. Indignidade e ingratidão não batem certo com líderes políticos! Sobretudo se devem tudo o que são a quem excrementam.
* Jornalista
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