segunda-feira, 27 de novembro de 2023

Portugal | CONGRESSO MONTENEGRO COM MÁS COMPANHIAS?

Cavaco e os belos tempos da trupe do BPN&Associados e Mais Além

Bom dia, se conseguirem. Neste Curto de hoje, em baixo, há badana para toda a semana por via do Congresso PSD em Almada neste passado fim-de-semana. As assombrações do antigamente desfilaram, de facto e em corpos de múmias putrefactas assim como em palavras que fariam inveja aos vendedores de banha da cobra com que antigamente nos deparávamos nas ruas. Foi o Congresso Montenegro como negro é o historial do PPD/PSD dos tempos de Cavaco, de Oliveira Costa, da batota BPN, da fome e desemprego em Portugal apesar de ao país, nesse tempo, chegarem paletes de dinheiro provindo da União Europeia. E para onde é que ele foi? Para onde? Para onde? Sumiu-se. Por obra e graça de uma crença do ao estilo de "sou muito honesto" ou "nunca me engano e raramente tenho dúvidas". Há muito portugueses que ficaram com dúvidas e que as terão sempre. Lamentável.

Oh diabo. Melhor é fazer constar imediatamente que a própria autora do Curto do tio Balsemão Bilderberg Impresa, no Expresso, dá título a "más companhias perigosas"... E sim. Corresponde à realidade. Mas isso, por si só, à partida, não nos influencia. Múmias do passado a desfilar em palavras e em corpo é que foram como dinamite que despertou os mais adormecidos e conhecedores dos passados nebulosos dos anos do cavaquismo e das trafulhices. Montenegro 'brilhou' com promessas de fartum e com apelos a fantasmas passados do antigamente (só faltou afirmar que os socialistas comiam criancinhas ao pequeno almoço como Salazar e a Igreja dizia sobre os comunistas). Exagerou nas mentiras prometidas e que sabemos que não é tradição nas governanças PPD/PSD, antes pelo contrário. Portanto abriu a boca repleta de promessas-mentira. Estilo quem vier atrás que feche a porta. Homem sapiente no desenrasque de pechisbeque. Montenegro também teve sabedoria doentiamente grosseira a falar de adversários políticos. Ele próprio, para ele, configurou uma má companhia.

O que referir mais por aquela parte antes do Curto? Lástima. Ordinariamente ridículo. Ponto.

Passem ao Curto e às más companhias salientadas por uma profissional de peso. Editora de política no burgo do simpático tio Balsemão. Longa vida é o que desejamos a tudo e a todos. Boa semana. Se conseguirem. Certo é que 'isto' está mesmo difícil, mas já esteve muito pior nos tempos das más companhias e dos fantasmas visitados por montes de negritudes... Para não fazer constar outras coisas bem mais desagradáveis aos próprios. Ofensas zero. Pois.

Bom dia. Saltem para o Curto a seguir. Não dói nada.

AV | Redação PG

Uma relação complicada e os perigos de más companhias

Eunice Lourenço, editora de política | Expresso (curto)

Bom dia

Há relações assim, umas vezes entre pessoas, mesmo até entre irmãos e até entre partidos: desiguais, desequilibradas em tamanho e meios, com invejas desencontradas, com competição onde devia haver colaboração, mas com uma dependência que ninguém quer cortar. A relação entre o PSD e o CDS tem quase 50 anos e, nem por isso, amadurece. Por vezes parecem irmão mais velho, maior, já com vida feita e casa posta, e irmão mais novo, pequeno, mas talentoso, capaz de brilhar na festa que o outro está a dar. Outras vezes, o irmão mais velho desdenha do mais novo, achando que não precisa dele para nada. E também têm momentos em que o mais novo acha que pode ultrapassar o mais velho.

O CDS tem quadros, ambição, história, mas não tem tamanho. Perdeu o lugar no Parlamento e, embora governe com o PSD na Madeira e nos Açores (e já lá vamos), parece em fase de extinção na vida política nacional. Mas, tenta sobreviver e esta semana quer mostrar o que vale, fazer ver que conseguir unir antigos líderes (mesmo aqueles que, durante anos recusaram-se cruzar-se, como Portas e Monteiro), recuperar ex-militantes e ainda juntar caras novas. Ou seja, aquilo que o PSD não conseguiu fazer no seu congresso de sábado, ainda que tenha feito um comício mobilizador em Almada.

Cavaco apareceu e levantou o congresso, Montenegro fez um primeiro discurso de ataque a Pedro Nuno Santos, o adversário que parece desejar, mas que ainda não foi eleito, e um segundo discurso que misturou promessas eleitorais e um tom intimista de aluno esforçado que promete fazer melhor. Mas, na Cidade dos Deportos de Almada, suspirou-se por algo mais, que Nuno Morais Sarmento terá sido o melhor a verbalizar. É preciso, disse, “uma base comum que possa dar o tal élan que permita acrescentar ao que o nosso líder tem feito”.

Os liberais já disseram que não, tal como o PSD já disse que não ao Chega (ainda que figuras como Alberto João Jardim achem que, neste momento, vale tudo para ganhar). Então, com quem fazer essa “base comum”? Sobra o CDS e alguns independentes ou descontentes socialistas que alguns no PSD pensam que ainda podem recrutar entre os moderados que não se revejam numa liderança de Pedro Nuno Santos.

Na direção do PSD considera-se que ainda é cedo para conversas com eventuais parceiros, enquanto no CDS há vontade, mas lamenta-se ainda não haver contactos. E há, no meio do Atlântico, uma outra crise política que não conta uma boa história de “base comum” de direita. Nos Açores, PSD, CDS e PPM (os velhos parceiros da AD de Sá Carneiro) governam em conjunto, depois de umas eleições vencidas pelo PS e em que José Manuel Bolieiro fez o que Costa tinha feito, mas à direita: acordos separados com o Chega e com a IL para apoio parlamentar. Contudo, os parceiros mostraram não ser companhia fiável: o Chega dividiu-se (um dos deputados desvinculou-se do partido, passando a independente) e a Iniciativa Liberal decidiu romper acordo em março.

Na votação do Orçamento regional para 2024, o deputado liberal votou contra, o deputado sobrante do Chega absteve-se e o independente ex-Chega absteve-se. O Presidente da República recebe os partidos regionais na quinta-feira: pode decidir convocar eleições antecipadas ou dar uma segunda oportunidade como o governo regional pede. Se assim for, o Parlamento açoriano pode estar a discutir em fevereiro uma nova proposta que será, ao mesmo tempo, uma nova tentativa de entendimento geral à direita. E estará a enviar sinais que terão necessariamente leituras nacionais para as legislativas de 10 de março. No sábado, em Almada, Bolieiro discursou como se nada se passasse na região autónoma, mas o que se passar nos Açores não ficará só nos Açores.

Outras notícias

Trégua. A trégua entre Israel e o Hamas entra hoje no último dia, mas aumentam os sinais (e as esperanças) de que seja prolongada. Siga aqui a situação minuto a minuto

Negociações. Zelensky terá feito diminuir o apoio à Ucrânia com as suas declarações sobre Israel e pode ter chegado a hora de negociar. É o que defende Gerard Toal, professor de Assuntos Internacionais no Instituto Politécnico e Universidade de Virgínia, analisa em que ponto está a guerra na Ucrânia

Críticas. O líder do CDS, Nuno Melo, está em grande destaque no El Mundo, porque é o responsável do Partido Popular Europeu nas negociações de uma nova diretiva anticorrupção, mas também pelas críticas que faz ao primeiro-ministro espanhol.

Concorrência. A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa comprou o Hospital da Cruz Vermelha em 2020 sem pedir autorização à Autoridade da Concorrência e agora contesta a multa de 25 milhões de euros.

Imigração. Os grupos anti-imigração estão a crescer em Portugal e esse é o assunto do Expresso da Manhã de hoje. André Ventura recuperou a teoria racista da substituição na reunião dos radicais europeus que decorreu em Lisboa. E ainda sobre este assunto vale a pena ouvir Quim Albergaria, que considera Portugal “estruturalmente racista”

Medalhas. As celebrações do 25 de Novembro marcadas por Carlos Moedas continuam a dividir a Câmara de Lisboa, agora com os socialistas a devolver ao autarca as acusações de “radicalismo” que o presidente da Câmara lhes fez no sábado.

Taça. O fim-de-semana foi de Taça de Portugal e o Sporting goleou, mas a surpresa foi Luís Neto ter voltado a marcar um golo.

Frases

“Deveríamos educar as crianças para saberem lidar com a adversidade e regressar a um modelo educativo em que o objetivo não seja proteger emocionalmente os estudantes, mas torna-los mais fortes aos sujeitá-los a ideias exigentes, provocativas e até ofensivas”

Patrícia Fernandes, no Observador

"Nas relações internacionais não existem amizades e inimizades eternas, apenas os interesses são eternos”.

Rajko Petrovic, cientista político e investigador associado do Instituto de Estudos Europeus de Belgrado, no Público

O que ando a ler

A crise política tem atrasado a leitura, mas, entre as iniciativas partidárias e o Orçamento do Estado, vou tentar continuar a ler a “Leonor de Aquitânia” de Alison Weir. Leonor foi “a rainha que revolucionou dois impérios quando o mundo pertencia aos homens”, como se lê na capa. Nascida no século XII, Leonor foi herdeira por direito próprio de um território que hoje é parte da França, mas na altura era maior do que o Reino de França. Foi rainha de França e, depois, rainha de Inglaterra. Participou numa cruzada, viajou, governou, exerceu o poder e viveu uma vida inusitadamente longa (82 anos), o que a torna uma figura tão especial quanto interessante. Baseado em documentos históricos e em crónicas medievais, mas fazendo também referência a lendas e mitos que acompanharam a vida de Leonor, Alison Weir escreve uma biografia que se lê como um romance.

Para ouvir

Deixo as sugestões de podcasts do Rúben Tiago Pereira:

Esta semana, Luís Marques Mendes começa por aquelas que considera serem as “questões centrais”, como o aumento do preço do cabaz alimentar. Sobre a crise política, o comentador intui que António Costa está arrependido de se ter demitido. “Foi uma decisão precipitada. Anda furioso, de cabeça perdida”. Marques Mendes considera que o Primeiro-Ministro deveria obrigar Vítor Escária a fazer declarações: “De onde vem o dinheiro, porque não foi declarado ao fisco, porque não foi depositado num banco, porque estava escondido em São Bento?”.

Programa Cujo Nome Estamos Legalmente Impedidos de Dizer faz a análise de uma semana de intensa intriga política. Só com uma dedicação a tempo inteiro é possível seguir a par e passo os episódios da zaragata inxiunal, para citarmos o ainda Primeiro-Ministro, entre Belém e São Bento. Apanhada no furacão da intriga, a Procuradora-Geral da República quebrou finalmente o silêncio. Mas foi mais o que deixou por dizer do que aquilo que esclareceu. Enquanto isso, os socialistas, em campanha para a escolha de um novo líder, têm pelo menos o conforto de uma sondagem segundo a qual qualquer dos dois principais candidatos à liderança do PS tem condições para derrotar Montenegro e o PSD.

Agasalhe-se e proteja-se porque estamos quase em dezembro e os dias são de chuva e frio. Tenha um bom dia e mantenha-se sempre informado com o seu Expresso

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