O ex-primeiro-ministro afirmou, perante uma plateia de alunos do Secundário, que o partido de André Ventura " tem toda a legitimidade de existir"
O ex-primeiro-ministro participava, na manhã desta quarta-feira (7.11), numa sessão englobada na iniciativa “Dia da Democracia – Oeiras, o lugar da liberdade!” quando uma jovem, presente numa plateia de alunos do Secundário, lançou a pergunta: “Acha que eleições antecipadas podem dar força a partidos que ameaçam a democracia, como o Chega?”. Pedro Passos Coelho foi claro: “O Chega não é um partido antidemocrático e tem toda a legitimidade de existir”.
A opinião do antigo presidente do PSD, que continua a ser uma voz influente dentro do partido, choca com a posição assumida por Luís Montenegro, ainda no rescaldo das eleições regionais na Madeira. Perante um (possível) cenário de legislativas antecipadas, mantêm-se as dúvidas sobre a relação entre o PSD e o partido de André Ventura, no quadro pós-eleitoral.
No final da sessão, que decorreu na Escola Secundária Luís Freitas Branco, em Paço de Arcos (Oeiras), Pedro Passos Coelho foi interpelado por Duarte Costa, líder do partido Volt, que considerou “muito graves” as palavras de Pedro Passos Coelho, para mais, “perante uma audiência de jovens do ensino secundário”.Em declarações à VISÃO, Duarte Costa confirma que perguntou “que visão tem [Passos Coelho] do Chega, das suas políticas e da proximidade com forças políticas europeias iliberais, como o Fidesz [do húngaro Viktor Órban], que colocam em causa as democracias europeias”, mas o ex-primeiro-ministro rejeitou preocupações e comparações. “Reforçou o que já tinha dito anteriormente, no interior do auditório, afirmando que o Chega foi eleito democraticamente” e que é “um partido como os outros que estão presentes na Assembleia da República”.
Face à curiosidade de alguns dos presentes, de câmaras (de telemóvel) apontadas para os dois protagonistas, Passos Coelho, antes de abandonar o local, referiu ainda que não autorizava a gravação ou transmissão de vídeos deste diálogo. A conversa foi acompanhada de perto pelo presidente da Câmara de Oeiras, Isaltino Morais.
João Amaral Santos | Visão
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