quarta-feira, 19 de abril de 2023

Guerra do Sudão pode ter consequências geoestratégicas de longo alcance se continuar

A Guerra do “Estado Profundo” do Sudão pode ter consequências geoestratégicas de longo alcance se continuar

Andrew Korybko* | Substack | opinião | # Traduzido em português do Brasil

Vendo como o Egito, a Etiópia, a Rússia, os Emirados Árabes Unidos e os EUA têm interesses importantes no Sudão, fica claro que este último conflito africano pode realmente ter consequências de longo alcance se continuar e especialmente se sua guerra de “estado profundo” se transformar em uma guerra civil. Nesse caso, este país geoestratégico pode repentinamente tornar-se objeto de intensa competição na Nova Guerra Fria, o que pode catalisar processos incontroláveis que culminam na desestabilização de toda a África. Todas as partes interessadas responsáveis devem, portanto, fazer o possível para evitar que isso aconteça.

Combates ferozes eclodiram em todo o Sudão neste fim de semana entre as Forças Armadas Sudanesas (SAF) e as Forças de Apoio Rápido (RSF), cada uma culpando a outra por iniciar isso. Visto que este conflito permanece limitado por enquanto a duas facções militares, pode ser descrito como uma guerra de “estado profundo” e não civil como o conflito que acabou resultando na independência do Sudão do Sul. Isso não significa que não se transformará em uma guerra civil, mas apenas que ainda não havia ocorrido no domingo à noite.

A guerra do “estado profundo” do Sudão era inevitável, já que essas facções têm competido entre si sobre quem continuará sendo a força mais poderosa do país em meio à transição continuamente atrasada para a democracia que começou após o golpe militar de 2019. O SAF é liderado pelo chefe-general Abdel Fattah Al-Burhan, enquanto o RSF é dirigido pelo general Mohamed Hamdan Dagalo, também conhecido como Hemedti. Ambos fazem parte do Conselho Soberano de Transição, o primeiro como presidente e o segundo como vice-presidente.

LULA CRUCIFICADO NO OCIDENTE ALARGADO – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, disse que “para ganhar a paz na Ucrânia é preciso ganhar a guerra”. E explicou porquê: “Vitória russa é uma ameaça à segurança europeia”. Com excesso de Pedro Domeq no bucho, o caricato senhorito disse no Parlamento Europeu, dominado pelos nazis perfumados do partido PPE (os outros cheiram mal e os socialistas têm saudades do Hitler): “A Europa não pode ser ingénua e pensar que a paz virá mais depressa se parar de apoiar a Ucrânia. O que virá é uma vitória russa, uma ameaça à segurança europeia”.

A apoteose final do senhorito Borrell face aos seus capangas nazis do Parlamento Europeu foi assim: “A União Europeia já fez muito na ajuda à Ucrânia, mas não fez o suficiente. É necessário apoiar Kiev mais do que nunca para acabar com a guerra derrotando Putin”. Mais tarde o grande diplomata europeu voltou a falar de faca nos dentes e arma apontada: “ Eu e o ministro Dmytro Kuleba (ucraniano) vamos falar com o secretário-geral da OTAN (ou NATO), Jens Stoltenberg, para combinarmos como fornecer mais rapidamente armamento à Ucrânia, sobretudo munições”.

O Presidente Lula da Silva disse em Pequim que os EUA, a OTAN (ou NATO) e a União Europeia só falam de guerra, estão envolvidos directamente na guerra da Ucrânia e é preciso parar a guerra. Para isso há que encontrar países que não estejam envolvidos directamente no conflito para servirem de mediadores. A guerra da Ucrânia tem de acabar. E nomeou países que não querem a guerra: Brasil, China, Índia, Indonésia. Mas também falou do cartel de Bruxelas: “A União Europeia tem sido pela paz. Ao longo de décadas assumiu posições equilibradas. Agora entrou directamente na guerra. Perdeu condições para mediar o conflito.”

O chanceler da Alemanha Olaf Scholz foi de mansinho ao Brasil. Os Media do ocidente alargado anunciaram que a visita tinha a ver com a paz, a promoção de políticas ambientais, reforço da amizade entre os dois povos. Lula da Siva disse em Pequim que afinal o neonazi envergonhado se deslocou a Brasília para comprar armas e munições que depois iria enviar aos nazis de Kiev. O Presidente brasileiro recusou: “Nós não queremos entrar na guerra. Não vamos vender armas para a guerra”.

Angola | AS VOZES DA RÁDIO – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Hoje é o Dia Mundial da Voz e vou aproveitar a data para responder ao desafio de um amigo. Ele acha que devia escrever as minhas memórias. Se ousasse ir por esse caminho, o livro ia ser proibido até no Inferno ou queimado pela associação das viúvas e mal-amadas. Mas não custa nada falar das minhas memórias da Rádio, até para desfazer um equívoco. Um amigo do antigamente ficou com a sensação de que sou contra a distinção atribuída pelo Presidente da República ao meu amigo e colega Francisco Simons. Vou esclarecer tudo.

Ainda estudante finalista do Liceu Salvador Correia fui trabalhar na Emissora Oficial de Angola (RNA) como “assistente literário” que é como quem diz, noticiarista. Na época os radialistas achavam que eram uma casta à parte dos jornalistas. Gostei muito da experiência e mais tarde trabalhei com dois monstros sagrados da Rádio, Pedro Moutinho e Paulo Cardoso, na Voz de Luanda. O meu parceiro principiante era Horácio da Fonseca. 

Os dois conseguimos convencer Paulo Cardoso a admitir o luís Filipe Mota Veiga, mais conhecido por Moninhas e na poesia David Mestre. O senhor Pedro Moutinho era homem de nenhumas falas fora do microfone. E não nos dava a mínima confiança. Mas um dia ouviu o poeta dizer qualquer coisa e foi o fim. Não quero gajos com defeitos de dicção na minha estação! O David Mestre depois apanhou boleia com o Bobela Mota e entrou para a Redacção do ABC. Um dia aziago Paulo Cardoso e Pedro Moutinho zangaram-se e lá se foi a Voz de Luanda, quando batia recordes de audiências! 

Mais tarde trabalhei com os geniais realizadores e produtores independentes na antena da Rádio Eclésia-Emissora Católica de Angola, superiormente dirigida pelo Padre José Maria. Eram eles Sebastião Coelho (Café da Noite), Brandão Lucas (Equipa) e Zé Maria (Luanda) que, juntamente com Artur Neves e João Canedo foi o maior construtor de edifícios sonoros de todos os tempos. Com este lastro fui contratado pela Emissora Oficial de Angola (RNA) como chefe de Redacção, cargo que assumi em paralelo com a realização dos programas A Voz Livre do Povo e Contacto Popular, na Voz de Angola.

Angola | DIRIGENTE DA FLEC NO NÚCLEO DURO DA CHEVRON – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

José Marcos Mavungo, funcionário da Chevron e professor da Universidade Lusíada em Cabinda, foi promovido na empresa. Até agora pertencia aos serviços financeiros. Com Alex Sambo, impedia que os angolanos que não apoiavam a FLEC fossem promovidos. Inclusive alguns eram vítimas de perseguição. Só os que declaravam e assumiam apoio à FLEC eram promovidos e tinham facilidades.

Quando Alex Sambo foi transferido para Luanda, em 2009, a situação mudou e os angolanos que não apoiavam a FLEC viram a sua vida mais facilitada. Pelo menos deixaram de ser perseguidos. Sambo foi retirado de Cabinda porque a administração da Chevron descobriu que ele foi o organizador da greve dos trabalhadores que paralisou a produção de petróleo. 

José Marcos Mavungo tinha como capa oficial o lugar de vice-presidente da MPALABANDA. Quando o Tribunal extinguiu a organização, em 3 de Julho de 2007, por ter sido dado como provado que apoiava e fomentava ao terrorismo na província, todos os seus dirigentes passaram a constituir a chamada FLEC do Interior. Mavungo é uma figura de proa da organização e disputa a liderança com Belchior Tati, professor da Universidade 11 de Novembro.

Belchior é neste momento o homem de confiança de Nzita Tiago, que depositou nele a liderança da FLEC do Interior. Mavungo quer o lugar. Quem o conhece diz que é capaz de tudo para atingir os seus fins. E ele está apostado em ser o líder.

No final do ano passado, José Marcos Mavungo foi promovido na Chevron. Mas não é uma promoção qualquer. Foi guindado para o topo e com acesso à mais exclusiva informação da empresa. Ele tem acesso autorizado ao núcleo duro do sistema informático. Nenhuma área lhe está vedada. A partir do seu computador pode aceder até à área da segurança estratégica. 

Mavungo é membro da Information & Tecnology da CABGOC (Cabinda Gulf Oil Company). Toda a informação passa pelas suas mãos.

O director da segurança da empresa, Luís Clemente, manifestou grande preocupação com esta situação. 

Outra questão que preocupa os angolanos que trabalham na Chevron tem a ver com a forma como José Marcos Mavungo usa os meios da empresa. A “carta aberta ao director do Jornal de Angola” por ele publicada no “Club K” foi enviada através do sistema informático da empresa. O seu escritório é uma espécie de delegação da FLEC. Para ele usar em proveito próprio os meios informáticos e outros da empresa, é porque tem total apoio dos seus superiores hierárquicos e concretamente do representante máximo da Chevron em Cabinda.

É este apoio que lhe dá a sensação de impunidade. Só quem pensa que está acima de tudo pode ameaçar jornalistas de morte e dizer que estão ao serviço “de um regime corrupto e sanguinário”, como fez no pátio da Universidade Lusíada, à equipa de reportagem do Jornal de Angola.

*Jornalista

Angola | TS MANDOU DESBLOQUEAR CONTAS DE HIGINO CARNEIRO

O presidente do Tribunal Supremo (TS) de Angola ordenou o desbloqueio das contas do general Higino Carneiro, quando este estava a ser investigado por peculato e branqueamento de capitais, denuncia Rafael Marques.

Este é um dos factos apresentados pelo ativista e jornalista angolano Rafael Marques de Morais, numa denúncia criminal contra o presidente do Tribunal Supremo, Joel Leonardo, entregue esta quarta-feira (19.04) na Procuradoria-Geral da República de Angola.

O jornalista e diretor do ‘site' Maka Angola referiu, na sua denúncia, que o processo contra o ex-governador provincial de Luanda, Higino Carneiro, por alegada prática de crimes de peculato, nepotismo, tráfico de influências, associação criminosa e branqueamento de capitais, foi arquivado "de forma até hoje não esclarecida publicamente" por aparente ordem expressa de Joel Leonardo.

Segundo a queixa apresentada à PGR, o presidente conselheiro do Tribunal Supremo (TS) terá orientado e pedido sigilo ao juiz presidente da câmara criminal daquela instância judicial, Daniel Modesto Geraldes, para que pusesse fim ao caso.

O juiz Daniel Geraldes teria encontrado nos factos constantes do processo indícios da prática de ilícitos criminais à data em que Higino Carneiro, ex-deputado e dirigente do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) foi governador de Luanda, entre 2016 e 2017.

MOBILIDADE NA CPLP: DOCUMENTOS FALSOS AINDA SÃO ENTRAVE

À DW, secretário executivo da CPLP, Zacarias da Costa, diz que a organização está a debruçar-se sobre o tema da segurança dos documentos para se avançar na implementação do Acordo de Mobilidade.

A próxima cimeira dos chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) realiza-se em São Tomé, a 8 de agosto, sob o lema "juventude e sustentabilidade". O fórum ao mais alto nível fará, entretanto, um balanço do Acordo de Mobilidade, segundo adianta Zacarias da Costa.

Em entrevista exclusiva à DW, o secretário executivo da organização sublinha o empenho de Portugal e Moçambique, que já ajustaram as respetivas leis de estrangeiros para facilitar a circulação dos cidadãos entre os países lusófonos.

DW África: Como avalia o cumprimento pelos Estados-membros do acordo aprovado em Luanda em julho de 2021?

Zacarias da Costa (ZC): Portugal e Moçambique já alteraram a Lei de Estrangeiros. Na lei moçambicana, já foram consagrados os ajustamentos necessários, tendo em conta o Acordo de Mobilidade. Eu sei que Cabo Verde também está a terminar este processo. O Brasil, como sabemos, já tinha uma lei datada de 2017 que, de alguma forma, consagrava já algumas regalias, situações especiais para os cidadãos da CPLP. Portanto, os outros países estão também a seguir [os procedimentos]. Mas nós sabemos que é preciso que cada um avance de acordo com a sua velocidade, de acordo com as suas especificidades, e estou em crer que, a muito breve trecho, todos os países possam ajustar os normativos regionais por forma a poderem também avançar para parcerias adicionais, conforme prevê o próprio Acordo de Mobilidade.

DW África: E há um encontro previsto no próximo mês para fazer uma avaliação deste acordo?

ZC: Será já o segundo encontro da equipa técnica, que irá precisamente debruçar-se sobre o tema da segurança documental. Nós sabemos que temos este problema nos nossos Estados-membros, mas vamos certamente olhar para problemas que são comuns por forma a termos também respostas comuns e avançarmos nesta agenda da mobilidade. 

DW África: Isto quer dizer que tem havido recurso a documentos ilícitos? Por exemplo, em Portugal já foram apreendidos documentos suspeitos de passageiros provenientes de São Tomé e Príncipe.

ZC: Tem a ver com essa segurança, tem a ver também com o facto de, na CPLP, não haver ainda uma base de dados que consiga, com a certificação naturalmente de cada Estado-membro, dizer com clareza se esse documento é ou não fiável.

Brasil | LULA ENTRE A SELIC E O CALABOUÇO FISCAL

Em seu início, governo entra num labirinto de juros elevados e “austeridade suave”, quando precisaria elevar despesa pública para a reconstrução do país. É preciso enfrentar o financismo, que tenta capturar a política econômica através da monetária

Paulo Kliass* | Outras Palavras | # Publicado em português do Brasil

Dentre as inúmeras aberrações que marcam o processo de tomada de decisões do Banco Central (BC) encontra-se a famosa pesquisa Focus. A cada segunda-feira, as páginas da instituição divulgam um relatório contendo as chamadas “expectativas de mercado” a respeito de algumas das variáveis mais relevantes para a conformação dos cenários macroeconômicos futuros. O “pequeno detalhe” é que os questionários elaborados pelo órgão responsável pela regulação e fiscalização do sistema financeiro só são respondidos por pouco mais de uma centena de pessoas. Trata-se de um seleto grupo escolhido a dedo, formado por dirigentes e integrantes do alto escalão de bancos e de empresas que atuam no financismo.

Assim a direção do BC ausculta apenas o que esse pessoal tem a dizer sobre o crescimento do PIB, sobre os níveis de inflação, sobre a taxa de câmbio e sobre a própria taxa oficial de juros. E a partir de tais opiniões nada descomprometidas e tampouco ancoradas em alguma neutralidade técnica, os nove membros da diretoria do BC se travestem de membros do Comitê de Política Monetária (Copom) a cada 45 dias e definem o patamar da Selic. O nível de captura do órgão regulador é absolutamente flagrante e não apresenta a menor cerimônia em revelar a que tipo de interesse se prestam seus dirigentes.

Nunca são ouvidos ou chamados a debater e emitir opiniões aqueles economistas e/ou profissionais que não rezem fielmente pela cartilha do dogma conservador. As posições de professores universitários ou pesquisadores não são levadas em consideração, pois talvez incomodem ao questionarem os fundamentos da política monetária equivocada e contrária aos interesses da maioria da população. Tudo se passa como se não houvesse alternativa à ortodoxia e ao arrocho da taxa de juros. Trata-se de um enorme engodo, pois é mais do que sabido que a economia não é uma ciência exata. É um campo do conhecimento que pertence ao ramo das ciências humanas e sociais. Sempre existem diferentes opções, em especial quando se trata de decisões de política econômica e de políticas públicas a serem adotadas pelos governos.

Portugal | LULA NÃO DEVIA IR AO PARLAMENTO?

Pedro Tadeu* | Diário de Notícias | opinião

A ideia de convidar chefes de Estado estrangeiros para as comemorações oficiais do 25 de Abril não me parece feliz. Contraditoriamente, a ideia de Marcelo Rebelo de Sousa em convidar Lula da Silva para inaugurar esse precedente não podia ser melhor - é totalmente adequado ligar o atual presidente brasileiro, que lutou pela liberdade no seu país, à conquista da liberdade em Portugal.

Argumenta a Iniciativa Liberal que Lula da Silva não é bem-vindo porque, e cito o líder deste partido, Rui Rocha, pertence "ao lóbi putinista". É uma factual mentira.

No passado dia 10 de fevereiro Lula da Silva esteve na Casa Branca, a sede do governo do regime que Rui Rocha tanto admira.

Lula foi recebido pelo presidente norte-americano como uma vedeta e apresentado como um representante digno do seu país, depois do período "ultrajante" liderado por Jair Bolsonaro (expressão usada por Joe Biden no dia 8 de janeiro).

No final da visita, o presidente do Brasil assinou com o presidente dos Estados Unidos uma declaração onde ambos escrevem que lamentam "a violação da integridade territorial da Ucrânia pela Rússia e a anexação de partes de seu território como violações flagrantes do direito internacional".

A 23 de fevereiro de 2023, há menos de dois meses, o Brasil votou na ONU a favor de um texto que exigia a retirada da Rússia da Ucrânia, ao contrário da China, da Índia, da África do Sul, de Moçambique e de Angola, entre 35 países que se abstiveram nessa votação, para além de outros cinco que votaram contra.

É isto que é servir Vladimir Putin?... Não, e Rui Rocha sabe-o bem.

Na visita da semana passada à China o que Lula disse sobre o apoio em armas à Ucrânia por parte da União Europeia e dos EUA é factual, tal como é verdade que esse apoio só tem aprofundado a guerra, em vez de a aliviar - lemos isso nas notícias, todos os dias. Listar isso não é ser putinista, é ser realista.

Mais de um milhão vivem sozinhos em Portugal. Metade tem mais de 65 anos

A Pordata, responsável pela análise dos resultados, considera que o elevado número de pessoas que vive sozinha é "preocupante" devido à idade.

Com base nos dados obtidos através dos Censos 2021, a Pordata publicou, esta quinta-feira, uma nota nas redes sociais acerca das famílias unipessoais.

"O número de pessoas que vivem sozinhas em Portugal atingiu o maior valor de sempre", começam por escrever os responsáveis pela base de dados numa publicação partilhada no Facebook, considerando que este é "um facto ainda mais preocupante porque metade destas tem mais de 65 anos".

Os dados indicam que há 1.027.871 de famílias compostas por uma pessoa, um aumento que faz com que desde 2011, altura em que se fez a análise anterior, se ultrapassasse a marca do milhão. De acordo com a base de dados, nesses dez anos houve um aumento de 161.044.

O número de famílias unipessoais tem vindo sempre a aumentar desde os primeiros Censos, realizados em 1981.

A par deste aumento, também o número de pessoas com mais de 65 anos que vivem sozinhas tem vindo somar-se. Do total destas pessoas que vivem sozinhas,  517.146 pessoas têm mais de 65 anos. 

Ainda esta semana o cadáver de uma mulher que vivia sozinha foi encontrado em Linda-a-Velha, depois de os vizinhos terem estranhado o cheiro que vinha do apartamento. A situação tornou-se macabra quando os bombeiros entraram na casa e descobriram para além do corpo que estava a criar o cheio, um outro cadáver. Segundo as autoridades apuraram, tratava-se do corpo do pai, que não era visto desde 2015.

Já em fevereiro, o corpo de um adulto, de 60 anos, foi encontrado em casa. Quando as autoridades chegaram ao local, em Viana do Castelo, já os familiares da vítima estava na residência.

Há também casos que os idosos que vivem sozinhos acabam por ficar desorientados e sair de casa. Uma situação destas aconteceu no mês passado em Borba, no distrito de Évora, quando um homem, de 91 anos, e com Parkinson, esteve várias horas desaparecido. Apesar de nem todos estes casos terem este final, o homem acabou por ser encontrado. 

Notícias ao Minuto | Imagem: Reuters

O PS faz hoje 50 anos. Será que está cansado depois de mais de sete anos no poder?

PORTUGAL

 Martim Silva, diretor-adjunto | Expresso (curto)

Bom dia,

(Antes do mais um convite: Junte-se à Conversa com a equipa do Expresso, desta vez sobre "O Governo aguenta o TAPgate?". Hoje, quarta-feira, dia 19 de abril, às 14h00. Inscreva-se aqui.)

Venha daí comigo,

Ontem foi o Dia 1 do IVA 0 mas as reacções e comentários políticos à redução do imposto nos produtos alimentares parece mais ter-se saldado por um empate, entre os que acham que tem efeitos e os que entendem que a propaganda e os anúncios não passaram mesmo de… propaganda e anúncios.

Este Expresso Curto desta sua manhã de quarta-feira, dia 18 de abril de 2023, podia abrir por este tema. Mas a minha escolha é outra: é que hoje, hoje precisamente, se assinalam os 50 anos de vida do PS. Há meio século, Mário Soares e mais dezenas de compagnons de route fundavam na Alemanha o Partido Socialista. Aquele foi o Dia 1 do PS.

50 anos depois, liderado por António Costa, o partido governa o país com uma maioria absoluta no Parlamento, está no poder desde 2015. Mas os sinais de desgaste, a erosão e o cansaço são evidentes.

-No podcast Expresso da Manhã de hoje olhamos precisamente para os 50 anos do PS. Paulo Baldaia conversa com David Dinis em "Depressão em dia de festa: o poder faz mal ao PS?"

-No podcast Perguntar não ofende, recebemos a segunda figura da hierarquia do Estado. A poucos dias de mais um aniversário do 25 de abril e exatamente cinquenta anos depois da fundação do Partido Socialista, Daniel Oliveira recebe o Presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva

-Os problemas do PS aos 50 anos: uma "relação sindical esdrúxula" e "dificuldade em atrair voto jovem"
Com 50 anos completos esta quinta-feira, o PS consagra-se como um caso raro na Europa. Politólogos apontam as “especificidades” do partido, as razões de um desgaste “pouco surpreendente" e os “desafios” que esperam o futuro

-50 anos depois, PS mantém-se “fiel aos princípios" ou não tem “qualquer semelhança”’? Dois fundadores, duas opiniões
Apesar das “prioridades políticas" e o “contexto social” terem mudado, Alberto Arons de Carvalho, um dos fundadores, considera que o PS "permanece fiel aos princípios”. Já Alfredo Barroso, ex-militante número 15, defende que não há “qualquer semelhança” nem na "convicção" nem nas “políticas”

Vamos agora a um outro tema forte da atualidade, já por mim aqui referido, o do IVA ZERO

Eis alguns dos melhores trabalhos do Expresso nas últimas horas:

Supermercados cumprem, mas há dúvidas por esclarecer (Expresso em reportagem de norte a sul)
Alguns produtos alimentares básicos chegaram esta terça-feira alguns cêntimos mais baratos às prateleiras dos supermercados. Não houve corrida às compras e o dia foi tranquilo, de norte a sul, com alguns consumidores indiferentes às alterações impostas pelo Governo

Costa nos supermercados a torcer para que inflação desacelere. Se não…mais apoios virão

Neste vídeo do Economia Dia a Dia tentamos explicar se os produtos vão mesmo ficar mais baratos.

IVA zero entra em vigor: saiba como vai funcionar a fiscalização e o Observatório de Preços

GUERRA DA UCRÂNIA - Cartoon Movement


Guerra: Bombardeamentos prosseguem na Ucrânia. Há mortos e dezenas de feridos

Odessa, Kharkiv, Donetsk, Lugansk e Kherson foram as regiões visadas pelos ataques.

Drones russos atacaram, durante esta noite, a região ucraniana de Odessa, provocando um incêndio em infraestruturas locais, segundo revelou, esta quarta-feira, o chefe do comando militar da região, Yuri Kruk.

A mesma fonte revelou ainda, citada pelo Guardian, que as equipas de emergência estão no local do ataque, embora não tenham sido reportadas vítimas até ao momento.

Entretanto, a emissora estatal ucraniana Suspilne deu ainda conta, na sua mais recente atualização sobre os bombardeamentos das tropas russas na última noite, que para além de Odessa, outras localidades do país foram atacadas: a cidade de Vovchansk, na região de Kharkiv; Druzhkivka, em Donetsk; Nevske, na região de Lugansk; e a cidade de Kherson.

Há a lamentar, segundo os dados da Suspilne, quatro vítimas mortais e mais de duas dezenas de feridos.

Desde o início da guerra, a 24 de fevereiro do ano passado, os países da NATO e da União Europeia apressaram-se a disponibilizar apoio financeiro, militar e humanitário para ajudar a Ucrânia a fazer face à invasão da Rússia. O país invasor, por outro lado, foi alvo de pacotes de sanções consecutivos (e concertados) aplicados pelos parceiros de Kyiv.

As infraestruturas energéticas ucranianas têm sido um dos principais alvos dos ataques comandados pelo Kremlin, alegadamente com o intuito de dificultar os esforços de defesa de Kyiv - e, também, de 'quebrar' a determinação do povo nacional.

Até agora, cerca de 8.500 civis já morreram, ao passo que mais de 14 mil ficaram feridos na sequência dos combates no terreno, segundo os cálculos da Organização das Nações Unidas (ONU).

Notícias ao Minuto | Imagem: Reuters

Washington alimenta a crise da Ucrânia. Pequim propõe plano de paz - enviado chinês

O lado chinês sempre adota uma abordagem equilibrada e responsável para a exportação de produtos militares, disse o Representante Especial do governo chinês para Assuntos da Península Coreana, Liu Xiaoming

# Traduzido em português do Brasil

MOSCOU, 19 de abril. /TASS/. Os Estados Unidos têm alimentado o conflito na Ucrânia, enquanto a China apresentou um plano de paz, disse um diplomata chinês sênior em entrevista à TASS.

"O lado chinês sempre adota uma abordagem equilibrada e responsável para a exportação de produtos militares. Ao contrário dos Estados Unidos e de outras nações ocidentais, que vêm colocando lenha na fogueira na crise ucraniana, apresentamos um plano de paz para resolvê-la, " disse Liu Xiaoming, representante especial do governo chinês para assuntos da península coreana.

No final de fevereiro, o Ministério das Relações Exteriores da China publicou um documento de posição sobre uma solução política para a crise na Ucrânia. O documento de doze pontos inclui apelos a um cessar-fogo, respeito pelos interesses legítimos de todos os países no domínio da segurança, resolução da crise humanitária na Ucrânia, troca de prisioneiros de guerra entre Moscovo e Kiev, bem como o cancelamento de sanções unilaterais impostas sem uma decisão correspondente do Conselho de Segurança da ONU.

No documento publicado, a China descreveu o diálogo e as negociações como a única forma de resolver a crise na Ucrânia e pediu a todas as partes que apoiem Moscou e Kiev no "avanço mútuo", pedindo a retomada do diálogo direto o mais rápido possível. A comunidade mundial deve criar condições e fornecer uma plataforma para a retomada das negociações, enfatizou o documento.

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KIEV ESTÁ JOGANDO POEIRA NOS OLHOS, PREPARANDO-SE PARA ATACAR

Assim como no início de 2022, Kiev e a mídia ocidental previam as datas exatas do início das operações militares russas na Ucrânia semanalmente, hoje toda a grande mídia está se afogando em suposições sobre o início da contra-ofensiva ucraniana.

South Front | # Traduzido em português do Brasil    » ver vídeo «

A Newsweek afirmou que a contra-ofensiva das forças de Kiev estava marcada para 30 de abril, o que significa que definitivamente não haverá nada em 30 de abril. Há rumores de que a contra-ofensiva pode ser programada para coincidir com o Dia da Vitória em 9 de maio.

Por sua vez, a mídia e as autoridades ucranianas estão jogando poeira nos olhos e relatam que o clima ainda não permite o uso total de todo o potencial militar, e pesadas perdas prejudicam sua capacidade de iniciar uma operação em grande escala.

Todos os comentários em andamento sobre as operações ofensivas ucranianas nada mais são do que parte da guerra de informação.

Enquanto isso, os preparativos para uma ofensiva em larga escala das forças ucranianas continuam nas frentes.

O exército ucraniano provavelmente lançará operações ofensivas em várias direções ao mesmo tempo. Muito provavelmente, as estepes na região de Zaporozhye se tornarão o principal campo de batalha. As forças ucranianas continuam as operações de reconhecimento de combate perto de Pologi, e seus grupos de reconhecimento estão ativos ao longo de todas as linhas de frente na região. Espera-se que as forças ucranianas tentem invadir Melitopol e o Mar de Azov para capturar o porto de Berdyansk e ameaçar a Ponte da Crimeia.

Ao mesmo tempo, outro ataque pode ameaçar a direção de Ugledar para cortar a rodovia Mariupol e complicar a logística russa.

No sul, as forças ucranianas também aumentaram sua atividade na margem ocidental do Dnieper. Eles estão equipando as posições de tiro com artilharia de longo alcance. Os civis estão sendo evacuados à força de Stanislav. Colunas militares estão se movendo à noite de Krivoy Rog na direção sul para Berislav.

A travessia do rio é uma etapa necessária para uma ofensiva bem-sucedida em frente ampla. A tarefa do ataque da margem ocidental do Dnieper é desviar a atenção e imobilizar as unidades russas.

Na direção de Donetsk, ações ofensivas em larga escala são improváveis. No entanto, com certeza, os militares ucranianos aumentarão a intensidade do bombardeio da população civil na aglomeração urbana de Donetsk para sobrecarregar as defesas aéreas russas.

As ruínas de Bakhmut podem se tornar um campo para a tentativa de vingança ucraniana. A derrota de dezenas de milhares de militares ucranianos pelas unidades de Wagner foi um grande golpe para o comando militar ucraniano. O Exército Ucraniano pode tentar dividir as unidades Wagner e as Forças Armadas Russas em uma tentativa de cercar a cidade.

Os militares ucranianos também estão acumulando forças na região de Kharkiv, nas frentes de Kupyansk e Svatovo. Em caso de sucesso nesta área, os ucranianos terão a oportunidade de cercar a aglomeração Lisichansk-Severodonetsk.

Por sua vez, os militares russos estão observando de perto as manobras inimigas, destruindo colunas e efetivos militares ucranianos, fortalecendo as defesas e lançando ataques aéreos maciços contra posições militares ucranianas.

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