PORTUGAL
Amnistia Internacional vai pedir explicações sobre revista "minuciosa, humilhante e só a raparigas"
Ativistas pelo clima terão sido obrigadas a despir-se para serem revistadas depois de uma ação de protesto que bloqueou o viaduto Duarte Pacheco, em Lisboa.
O diretor executivo da Amnistia em Portugal, Pedro Neto, exige explicações, até porque este tipo de denúncia tem sido frequente, lamenta, em declarações à TSF.
"Infelizmente, os relatos disto mesmo têm sido recorrentes nos últimos tempos, esta questão dos ativistas climáticos. Temos percebido que há um relato consistente de alguns abusos e é isso que queremos perceber, o que é que está de facto a acontecer e porquê e com que justificação."
Pedro Neto defende que a atuação da polícia foi "desproporcional", por isso quer esclarecer os motivos invocados pela PSP para obrigar as ativistas a despir-se para serem revistadas.
"Não consigo imaginar nenhuma razão para revistar só raparigas e não rapazes", aponta, questionando ainda se se podiam aplicar os motivos que habitualmente justificam este tipo de revistas.
"Suspeitam que eles tragam o quê? Bombas, armamento, pistolas, armas de fogo? Não há qualquer razão, dentro da informação que temos acesso, que possa explicar o porquê desta revista tão minuciosa, humilhante, e só a raparigas".
Os representantes da Amnistia Internacional em Portugal reúnem-se daqui a uma semana com o ministro José Luís Carneiro e também com a direção nacional da PSP.
Segundo a edição deste domingo do Diário de Notícias, onze ativistas - seis mulheres e cinco homens - foram detidos em 14 de dezembro, durante uma manifestação que bloqueou o viaduto Duarte Pacheco, tendo as mulheres sido obrigadas a despir-se totalmente para serem revistadas.
As revistas, denunciadas por uma das ativistas, foram feitas apenas às mulheres e por duas vezes - a primeira vez na esquadra do Calvário, em Alcântara, e depois no Comando Metropolitano de Lisboa (COMETLIS), em Moscavide.
De acordo com a mesma fonte, os 11 detidos estiveram também algemados mais de 10 horas.
O ministro da Administração Interna determinou esta segunda-feira a abertura de um inquérito urgente pela Inspeção Geral da Administração Interna ao caso.
O ministro da Administração Interna determinou esta segunda-feira a abertura de um inquérito urgente pela Inspeção Geral da Administração Interna ao caso.
Cristina
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