Artur Queiroz*, Luanda
Ano de 1961, Fevereiro, quarto dia. Começou a Luta Armada de Libertação Nacional sob a bandeira do MPLA. Nesse ano nasceu em Belgrado o Movimento dos Não Alinhados com o objetivo de promover a paz mundial, a independência e a autodeterminação dos povos. Eis os pais fundadores: Presidentes Nehru, da Índia, Sukarno, da Indonésia, Nasser, do Egipto, Nkrumah, do Gana, Sékou Touré, da Guiné e Josip Broz Tito, da Jugoslávia.
O Marechal Tito deu a mão ao Povo Angolano. Uma coligação que incluía os esquadrões da morte dos independentistas brancos, a CIA, as tropas do ditador Mobutu, militares fascistas portugueses agrupados no Exército de Libertação de Portugal (ELP) e unidades militares da África do Sul racista invadiram Angola, rasgaram o Acordo de Alvor e tentaram pôr o MPLA fora do processo de descolonização. A Jugoslávia mandou um navio carregado com material de guerra para Agostinho Neto e seus companheiros organizarem a resistência armada, poucos meses depois de terem assinado o cessar-fogo com Portugal, pondo fim à Guerra Colonial.
Nesta altura a parte portuguesa estava no Governo de Transição e tinha a responsabilidade da defesa das fronteiras. Invasores estrangeiros entraram à vontade e ocuparam o Norte de Angola. Mas o navio jugoslavo foi impedido de atracar no porto de Luanda. Aristófanes Couto Cabral e Vieira Mendes organizaram o desembarque, clandestinamente, a Norte da capital. Assim foi possível resistir até chegar a ajuda cubana.
O Comandante Ingo (Benigno Vieira Lopes) testemunhou este episódio que muitos anos depois revelou: Mário Pinto de Andrade e Viriato da Criz visitaram a União Indiana em 1961, com o fim de garantirem apoios à Luta Armada de Libertação Nacional. O Presidente Neru perguntou-lhes o que era preciso. E os dois dirigentes do MPLA disseram que uma ajuda preciosa à causa de Libertação do Povo Angolano era acabar com a colónia portuguesa da Índia. Isso iria abalar o regime colonialista e fascista de Lisboa.
No dia 18 de dezembro de 1961 forças indianas entraram em Goa, Damão e Diu (Estado da Índia), com 45.000 homens. O ditador Salazar ordenou ao comandante militar, General Vassalo e Silva, para resistir até ao último homem. Não foi obedecido. Assinada a rendição, acabou a colónia de Portugal na Índia. O Movimento dos Não Alinhados ajudando a luta do Povo Angolano!
O Presidente Sékou Touré foi o esteio da luta de libertação da Guiné Bissau liderada pelo PAIGC. Os Presidentes Nkriumah e Nasser foram verdadeiros heróis da resistência anti-colonialista. O Presidente Fidel Castro, ao ordenar a Operação Carlota, garantiu a Independência Nacional mas também a vitória na Guerra pela Soberania Nacional e a Integridade Territorial, destroçando o regime racista de Pretória. O Povo Angolano deve muito ao Movimento dos Não Alinhados.
O General Alvarado liderou a
organização no processo de transição
Por isso, o Presidente Agostinho Neto e o seu ministro das Relações Exteriores, José Eduardo dos Santos, imediatamente anunciaram a adesão de Angola ao Movimento dos Não Alinhados, após o dia 11 de Novembro de 1975. Gratidão. Decência. Política com valores.
Antes da cimeira do G77 + China decorreu em Kampala a 19ª Cimeira do Movimento dos Não Alinhados. O Jornal de Angola, no dia 15 de Janeiro, noticiou a presença de Angola na “preparação técnica” com o embaixador no Uganda, Sianga Abílio. A Presidência da República ignorou. Mas os Estados participantes aprovaram medidas para garantir a segurança global, combater as crises humanitárias e o terrorismo. Tema da cimeira: “Aprofundar a Cooperação para uma Riqueza Global Partilhada”. Esta parte afastou Angola. Estamos atrelados ao estado terrorista mais perigoso do mundo e maior ladrão de riquezas alheias, os EUA.
No encerramento da cimeira, os líderes do Movimento dos Não Alinhados exigiram “uma reforma global de organismos como a ONU e as instituições financeiras internacionais para que representem melhor os países do Sul”. Angola já está lá no Norte, entre o Alasca a lareira do Biden na Casa Branca.
O Movimento dos Não Alinhados é a
maior organização de Estados (120 membros) depois da ONU. São 53 países de
África, 39 da Ásia, 26 da América Latina e das Caraíbas e dois da Europa. Esta
vizinhança não interessa à Angola de João Lourenço. Atrelou o país a ladrões e
salteadores especialistas
O Presidente João Lourenço não
achou importante estar presente em Kampala nas duas cimeiras. À do Grupo 77 +
China mandou o ministro das Relações Exteriores, Tete António, que leu um
discurso enrolando as palavras, claramente não estudado nem preparado. Mas Tete
António é o contrário disso. Cuidadoso nas palavras que diz, ponderado. Foi a
Kampala
O senhor Guterres, rato de sacristia, é insuspeito de ser contra o estado terrorista mais perigoso do mundo. Na declaração final da cimeira, os Estados presentes defendem “o reforço do multilateralismo como fundamental. Precisamos de uma reforma global da arquitetura da governação mundial multilateral, incluindo as Nações Unidas”.
A Cimeira do G77 + China começou
e no noticiário das 20 horas da TPA o alinhamento foi este: Abertura, uma
reportagem sobre a confecção de chouriços na Huíla. A seguir apresentaram a
pesca artesanal
* Jornalista
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