sexta-feira, 26 de janeiro de 2024

MADEIRA. JARDIM DE CORRUPÇÃO E COIO DE QUASE CINCO DÉCADAS DO PSD

Governo 'por um fio' na Madeira? PAN pede "novo titular", Albuquerque não sai. Detidos ouvidos hoje

PAN pede "novo titular". Albuquerque não se demite e quer "esclarecer

Depois de ter recusado demitir-se, o presidente do governo regional da Madeira, Miguel Albuquerque, disse, na quinta-feira, que pedirá o levantamento da imunidade de que usufrui enquanto membro do Conselho de Estado, uma vez que pretende “esclarecer tudo o que tem de ser esclarecido”. Por seu lado, a Comissão Política do PAN considerou, no mesmo dia, que o responsável "não tem condições para se manter no cargo", tendo ressalvado que o partido "se encontra disponível para continuar a viabilizar o acordo de incidência parlamentar", mas só "caso seja indigitado, e aceite, um novo titular” para liderar o governo regional.

Reiterando a intenção de se manter no cargo de presidente do governo regional da Madeira, Albuquerque garantiu, ontem, não necessitar "de imunidade nenhuma".

"Neste momento, vamos aguardar que o processo corra e que as coisas sejam organizadas. À medida que o processo e o tempo da justiça for o tempo da justiça, vamos esclarecer tudo o que é preciso esclarecer", disse, ao mesmo tempo que anunciou pretender pedir o levantamento da sua imunidade enquanto membro do Conselho de Estado.

Entretanto, e após o movimento 'Mais PAN' ter defendido que o partido liderado por Inês de Sousa Real deveria “exigir a demissão” do líder do executivo regional, a Comissão Política do PAN declarou que “Miguel Albuquerque não tem condições para se manter no cargo”, piscando, assim, o olho à queda do governo regional, depois do sufrágio de setembro que elegeu o executivo composto pela coligação PSD/CDS-PP e suportado por um acordo parlamentar com o PAN Madeira.

A entidade disse ainda ter informado o responsável que de o PAN Madeira "se encontra disponível para continuar a viabilizar o acordo de incidência parlamentar com o PSD Madeira”, apenas “caso seja indigitado, e aceite, um novo titular para o cargo de presidente do governo regional da Madeira e estejam reunidas as condições para a estabilidade governativa na região e para a continuação do cumprimento do acordo celebrado entre o PAN Madeira e o PSD Madeira”.

Mais tarde, o líder do Partido Socialista da Madeira (PS Madeira), Paulo Cafôfo, anunciou que o socialistas darão entrada na Assembleia Legislativa Regional a uma moção de censura ao executivo de Miguel Albuquerque, esta sexta-feira, uma vez que o responsável "tem o desplante de não se demitir".

Na ótica do socialista, "a cegueira pelo poder está a sobrepor-se a qualquer valor de decência democrática", tendo ressalvado que "um dos partidos que suporta a atual coligação que governa a Madeira retirou a confiança política” ao líder do executivo.

Também o Chega deverá avançar com uma moção de censura, segundo avançou a SIC Notícias. Por seu turno, o BE/Madeira desafiou o PS e o Juntos pelo Povo (JPP) a apresentarem uma moção de censura.

É que, recorde-se, o presidente do governo regional da Madeira é suspeito de corrupção, prevaricação, abuso de poder e atentado contra o Estado de Direito, entre outros crimes, segundo documentos judiciais. O responsável foi constituído arguido na quarta-feira na operação levada a cabo pelo MP e pela Polícia Judiciária (PJ) na Madeira, nos Açores e em várias zonas do continente.

Detidos interrogados hoje em Lisboa

A operação, no âmbito da qual foram feitas cerca de 130 buscas domiciliárias e não domiciliárias, levou à detenção do presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado (PSD), do líder do grupo de construção AFA, Avelino Farinha, e do CEO e principal acionista do grupo ligado à construção civil Socicorreia, Custódio Correia, que é sócio de Avelino Farinha em várias empresas, segundo disse à Lusa fonte da investigação.

Os três detidos deverão ser presentes a juiz para primeiro interrogatório judicial e para aplicação das medidas de coação no Tribunal Central de Instrução Criminal, em Lisboa, esta sexta-feira.

No entanto, fonte judicial alertou que para hoje está prevista uma greve de funcionários judiciais, sem serviços mínimos, o que poderá comprometer a realização das diligências.

Notícias ao Minuto

Ler/Ver em NM:

Detidos por suspeitas de corrupção na Madeira interrogados hoje em Lisboa

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