Artur Queiroz*, Luanda
A Agência da ONU para os Refugiados Palestinos (UNRWA) tem 13.000 funcionários quase todos recrutados localmente. São cidadãos da Palestina. É esta instituição que garante a existência dos milhares de seres humanos expulsos à força das suas terras de origem, pelos nazis de Telavive. Muitos ficaram recentemente sem as suas casas e as suas propriedades agrícolas na Cisjordânia, para os sionistas criarem colonatos ilegais.
A ajuda humanitária aos palestinos passa em grande parte pela UNRWA. Há mutos anos. Desde que Israel ocupa ilegalmente a Palestina. É natural que dos milhares de funcionários palestinos da instituição, alguns sejam apoiantes do HAMAS. Por afinidade ideológica ou simplesmente porque o governo na Faixa de Gaza é do HAMAS.
As Organizações Não Governamentais (ONG) que actuam em Angola têm funcionários angolanos. Entre eles é natural que alguns sejam militantes, amigos ou simpatizantes do MPLA. Mais natural ainda é que tenham ligações estreitas às estruturas do Executivo, que é apoiado pelo MPLA na Assembleia Nacional.
Os nazis de Telavive tiveram o cuidado de divulgar falsas notícias sobre os acontecimentos de 7 de Outubro em Israel, quando combatentes do HAMAS atacaram instalações militares e militarizadas, fazendo um elevado número de reféns civis e militares. A maior parte dos mortos israelitas foi feita pelas tropas de Israel!
Os serviços secretos israelitas difundiram fotos de “massacres” que eram simplesmente falsidades. Foi montado um cenário falso no sentido de convencer a opinião pública mundial de que o estado judaico foi vítima de um “holocausto”. Prenderam centenas de palestinos, entre eles, funcionários da UNRWA.
Os serviços secretos dos nazis de
Telavive arranjaram 12 palestinos funcionários da agência da ONU (em 13.000)
“implicados” nas acções do 7 de Outubro. Provas? Ninguém as viu. Mas como já
estava combinado com o estado terrorista mais perigoso do mundo, os Media dão a
notícia como verdadeira. A ONU despediu os suspeitos, mesmo antes de existir um
julgamento com uma sentença transitada
O castigo colectivo aos palestinos na Faixa de Gaza, donde partiram os operacionais do HAMAS, chamados “terroristas” por ordem dos EUA e da União Europeia, estava organizado para arrancar no dia 8 de Outubro. O governo de extrema-direita anunciou imediatamente que ia cortar à população alimentos, água, energia, combustíveis e medicamentos. O chamado ocidente alargado fingiu que não percebeu a enormidade. Mas António Guterres (inspirado pelo seu Deus?) imediatamente disse que isso era inaceitável e configurava um castigo colectivo ao povo palestino. A ONU marcou inequivocamente a sua posição. Os EUA e a União Europeia, tiveram que fazer marcha atrás.
O “Eixo da Resistência”
manifestou imediatamente apoio aos milhões de palestinos vítimas dos nazis de
Telavive há pelo menos 50 anos. O castigo colectivo passou rapidamente a
limpeza étnica e daí saltou para o genocídio que está
Nunca a Humanidade assistiu nas televisões, em directo, a tal horror. Habituados a dominar pelo medo, os dirigentes do estado terrorista mais perigoso do mundo e seus comparsas não perceberam que desta vez a guerra não ia ser de seis dias. E ao não perceberem, também lhes escapou que a agressão ia ter a oposição de toda a região, desde a Turquia ao Iémen. O trio assassino Biden, Blinken e Austin mais os seus sócios da União Europeia arranjaram um novo Vietname. O problema é que este tem implicações directas no comércio mundial!
Olhem para Angola. Sempre que os angolanos oprimidos perderam o medo, os opressores fugiram a correr. Os exemplos mais gritantes são a Guerra do Libolo e a Guerra dos Dembos. Lá nas terras de Nambuangongo, no ninho da águia, que era a cidadela real do dembo Cazuangongo, os ocupantes levaram uma tareia militar tão grande que o comandante das tropas, Gomes da Costa, chegou a Luanda roto e descalço, com meia dúzia de soldados que sobreviveram! Mais tarde o derrotado comandou o golpe militar de 28 de Maio de 1926, que instaurou o regime fascista (Estado Novo) em Portugal.
A guerra contra os ocupantes
colonialistas baixou de intensidade mas nunca parou. Até que os camponeses do
algodão perderam novamente o medo. E depois os revolucionários do 4 de
Fevereiro de 1961, não só perderam o medo como abalaram definitivamente as
estruturas repressivas do colonialismo. A Grande Insurreição do 15 de Março foi
a prova real. Os fascistas mandaram para Angola milhares de militares depressa
e
Os combatentes do MPLA fizeram uma guerra de guerrilha (também lhes chamavam terroristas, de Washington a Lisboa, Bona e Bruxelas) que durou até ao 25 de Abril de 1974. Se os nazis de Telavive e os terroristas de Washington tivessem estudado a Revolução Angolana, não estavam hoje metidos no Vietname do Médio Oriente, que ameaça a “civilização ocidental” assente no esclavagismo, no colonialismo, no genocídio. Desta vez a guerra não é nas selvas vietnamitas, longe dos olhares “civilizados” do ocidente alargado.
Hoje o muindo sabe que EUA e Alemanha, motor da União Europeia, dirigem o genocídio na Faixa de Gaza. Justificam os seus crimes com uma suposta intervenção de 12 palestinos, funcionários locais da ONU, nas operações do HAMAS em 7 de Outubro passado. Estão mesmo borrados de medo. Pensavam que em seis dias arrumavam mais uma guerra mas os miúdos das sandálias chupa cócó, das motorizadas e dos parapentes encostaram-nos às cordas!
Até os iemenitas lhes paralisam a navegação marítima! Má altura para João Lourenço se ajoelhar ante o estado terrorista mais perigoso do mundo. Um dia destes vamos ter de receber e alimentar refugiados norte-americanos. Já estamos habituados. Tivemos que fazer o mesmo com a turma predadora de Mobutu. E muitos estrão instalados no mais alto nível do Poder!
O mundo já mudou. Esperamos que a mudança seja para melhor.
* Jornalista
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