Artur Queiroz*, Luanda
O Presidente João Lourenço visitou uma escola superior de agronomia na República Popular da China que tem 795 Doutorados. Em Portugal só a Universidade do Porto tem mais. O ministro Tete António demonstrou logo ali a sua relevância política e elevado gabarito intelectual. Ante as câmaras da TPA fez esta declaração abracadabrante: “Parafraseando sua excelência João Manuel Gonçalves Lourenço, a visita foi um sucesso”.
Por favor levem este pensamento profundo às escolas de todos os graus de ensino. Escrevam-no nas paredes de todos os lares, nas empresas, nas ruas, nos corações. Obrigado senhor ministro por tanto que nos deu. Tanto sucesso!
O Bureau Político do MPLA, pela
voz de Esteves Hilário, manifestou solidariedade para com os trabalhadores. Mas
cuidado! Isso da greve geral é à parte. Pagar 100 mil Kwanzas como salário
mínimo pode ser o fim do mundo. Falências
O neoconservadorismo importado dos EUA tem as suas contradições. O movimento que liderou a Luta Armada de Libertação Nacional, que conduziu o Povo Angolano na Guerra pela Soberania e a Integridade Territorial assume integralmente o discurso fascizante e elitista. Entre os trabalhadores e os patões, viva o patronato! Entre o capital e o trabalho venham daí mais milhões nem que seja do estado terrorista mais perigoso do mundo.
Os entendidos dizem que a greve é o último recurso. Discordo. No regime da economia de mercado os trabalhadores devem estar permanentemente em greve com ou sem pré-aviso. Greves de braços caídos. Greves selvagens. Greves ocupação. Greves com manha. Estas foram ensinadas por António Jacinto no seu Comboio Malandro: Finjo que empurro mas não empurro!
O MPLA está solidário com os trabalhadores mas não está. Uma palavra de louvor e reconhecimento à franqueza do Bureau Político do NPLA. O partido dos trabalhadores, o partido do trabalho, o partido da Internacional Socialista apoia a política de salários baixos. Rastejantes. Toma lá 48 mil Kwanzas e vais com sorte. Se houver greve no dia 20, estou lá. Não há crónica para ninguém. Avisei.
O senhor Procurador-Geral da República, Pita Grós, é General. Recentemente afirmou, com a arrogância própria de quem quer, pode e manda, que o Estado Angolano não foi notificado do parecer emitido pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU, que declarou arbitrária a prisão do empresário angolano Carlos São Vicente. Que Exige a sua libertação imediata. Ouvidas as partes conclui que o julgamento está contaminado com gritantes ilegalidades.Os advogados suíços de Carlos São Vicente acabam de informar que o Embaixador de Angola na ONU foi notificado em Novembro, antes da própria vítima e dos seus mandatários.
Pita Grós mentir vá que não vá. Mas um General ter este comportamento rastejante deixa mal toda a sociedade castrense. O pouco de excelente que construímos nestes 49 anos de Independência Nacional! Esta fauna perde o pé no mar alto das lixeiras humanas. Qualquer dia, parafraseando João Lourenço, fecham os Tribunais e começam a fazer os julgamentos no Largo do Pelourinho sob ameaça da forca.
Israel continua o genocídio na Faixa de Gaza e Cisjordânia com o apoio dos EUA e a cumplicidade de todo o ocidente alargado mais os seus serventes em todos os continentes. Al Shifa, o maior complexo hospitalar da região ainda em funcionamento, foi cercado por tanques de guerra e atacado por forças especiais sob o mando do estado terrorista mais perigoso do mundo. Dezenas de mortos entre refugiados e doentes. Mais 80 prisioneiros médicos, outros técnicos de saúde e refugiados. Os nazis de Telavive dizem que a unidade hospitalar era uma “base militar do Hamas”.Ninguém diz basta ao genocídio. Pelo contrário, nos EUA continuam as manobras para os massacres irem até à solução final. Agora as populações do Norte de Gaza foram “aconselhadas” a irem para sul. Mais de um milhão de seres humanos. Na cidade de Rafah, no sul, estão mais de dois milhões de refugiados. Os nazis de Telavive querem que fujam rapidamente para o Egipto porque vão começar a “ofensiva contra o HAMAS”.
As brigadas Al Qassam, braço armado do HAMAS, têm 40 mil combatentes. As outras organizações palestinas que defendem a luta armada têm pelo menos mais 20 mil. Mas os palestinos são milhões, dentro e fora da sua terra. Contra milhões ninguém combate. E quem combater perde estrondosamente. Avisem os nazis de Telavive. Israelitas e palestinos merecem viver em paz.
A mortandade no Sudão não interessa aos Media do ocidente alargado. A mortandade no Leste da República Democrática do Congo não interessa a ninguém. Nem aos Media angolanos. A mortandade na Síria não interessa a ninguém. A guerra da OTAN (ou NATO) contra a Federação Russa por procuração passada aos nazis de Kiev, ameaça resvalar para a III Guerra Mundial, que vai ser a última. O estado terrorista mais perigoso dom nundo, a União Europeia falida, o Reino Unido de rastos, estão prontos a acabar com a Humanidade.
Até os mabecos ladram o coro dos belicistas. Portugal ofereceu 100 milhões de euros à Ucrânia para comprar munições. Dinheiro para estoirar e queimar. A Caritas Portuguesa chora porque atingiu o seu limite no apoio aos pobres. Milhares de pessoas vivem nas ruas porque nem têm uma tenda para abrigo. Miséria total. Mas há milhões para munições porque os nazis de Bruxelas, Londres e Washington assim mandam. Porcaria!
Antes que a aldrabice faça
caminho cumpre-me informar que até hoje os EUA não fizeram qualquer
investimento
Quem vier depois que apague a luz e feche a porta. Por estas e por outras, apoiar a greve geral do dia 20 de Março é um imperativo de consciência. Quem ama a liberdade, quem preza a dignidade, quem se bate pela Justiça, tem de fazer greve.
* Jornalista
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