terça-feira, 28 de janeiro de 2025

MARK RUTTE CAÇA LUCROS | CAIXEIRO VIAJANTE DA NATO/EUA EM PORTUGAL E ESPANHA

Publicamos mais em baixo o Expresso (curto) de hoje, por Rui Gustavo, jornalista. Bom dia. Na abertura a abordagem vai para um dos maiores crimes praticados em Portugal: violência doméstica. Gigantescas agressões a mulheres e crianças, mortes terríveis, atos criminosos inadmissíveis e repudiados por gente mentalmente sã, a maioria dos cidadãos... Não? Então está tudo doido, mentalmente doentes e prontos a irem para sanatórios e prisões. Ali fechados a setenta chaves. Não vá o diabo tecê-las. Pois. Adiante, o que se segue no Curto de hoje? Vamos ver.

A Justiça em foco. Ora, essa parte da sociedade está em banhoca de bagunça. Quase nunca confiamos nela. E isso dá em muita insegurança. Podem crer. Porém, em situação de bagunça está quase tudo: governos, deputados, instituições, empresas, poderes locais e autárquicos. Corrupções, roubos e negociatas é o que mais se percebe que abundam nesses tais de 'colarinhos brancos' a quem os povoléus pagam a peso de ouro faustosas viduxas... O costume. Muitos desses não merecem mesmo um pingo de respeito. Era muito bom que a transparência nos mostrasse quem são os oportunistas e criminosos da 'alta sociedade' e da política para denodamente incluirmos na leva quase todos. Alguns decerto inocentes... Desabafo das percepções evidentes, nada mais que isso.

Vamos então mudar de assunto, a seguir abordado pelo Expresso. O chantagista ao serviço da NATO-EUA, Mark Rutte, visitou Portugal conforme seu programa norte-americano de vendas e vantagens em benefício dos EUA. Decerto haverá comissões de venda para tão bom vendedor. A técnica é antiga de há imensas décadas atrás mas desconhecida pela malta nova. Resume-se no medo e na chantagem, nas mentiras negociais com os olhos e as mãos postos em altos lucros: "vêm aí os russos!". A comunicação social desempenha a sua acção especifica nesse clima e nesses arrojos de mentiras. Mark Rutte é um descarado viscoso e muito nocivo para a população europeia e outras que nisto serão muito afetadas. Mais dinheiro é o que aquela choldra de políticos, grandes empresários, grandes empresas ocidentais pretendem. O costume. Enquanto isso já estão a acontecer os cortes no essencial dos povos sempre compulsivamente contribuintes, explorados e oprimidos. Educação, saúde, cultura, habitação, mobilidade, serviços públicos, etc. são a testa agressiva dos nefastos ataques e cortes. A preferência vai quase inteira para a guerra que está há desde anos atrás a ser semeada. "Vêm aí os russos" é o pano de fundo que nos querem martelar na mente. Pois. O que esses arquitetos da guerra pretendem são lucros gigantescos à custa do sofrimento dos cidadãos europeus. Os interesses dos criminosos políticos e empresários dos EUA assim decidem e a Europa, cachorro obediente de cauda a abanar, esforça-se a embarcar nas loas dos Trumpes, Elons nazi-fascistas e seus muchachos, tenebrosos mercenários dos lucros imorais e criminosos...

Tempo e espaço recomenda que o melhor é darmos por finda esta ação de desabafo na abertura deste acompanhamento habitual do Expresso Curto. Acabamos, por agora, com a garantia de que as preocupações mantêm-se para dar lastro a estes justos desabafos. Na política e no empresariado existem grandes e tenebrosos criminosos. Urge dizê-lo. Abram os olhos sff. Repudiem o que fortes evidências aconselham...

Bom dia. Um queijo e um mundo melhor para todos. Que prevaleça o entendimento e a paz que tão ameaçadas estão.

O Curto a seguir, já cá tardava. Vá ler. Desfrutem a seguir.

António Veríssimo | Redação PG | Imagem PCP

BASTA DE MALMEQUERES

Rui Gustavo, Jornalista | Expresso (curto)

Bom dia,

Começo com um convite: amanhã, às 14h00, "Junte-se à Conversa" com os jornalistas David Dinis e Liliana Valente para falar sobre "Pedro Nuno e a imigração: cedência ou sensatez?". Inscreva-se aqui.

Começa hoje em Coimbra o julgamento de um homem de 53 anos acusado do crime que mais vítimas mortais faz em Portugal: violência doméstica.

O arguido está preso preventivamente desde 16 de março de 2024 depois de ter agredido e regado a ex-mulher com um líquido inflamável que ateou com fósforos e um isqueiro. O ataque foi presenciado pelo filho da vítima que tinha na altura dez anos. O homem ainda bebeu ácido que trazia numa garrafa para se tentar matar, mas sobreviveu e foi preso no mesmo dia.

O casal esteve junto durante dois anos e separou-se depois de o homem ter agredido o filho da mulher a soco durante uma festa de passagem de ano. A mulher decidiu acabar com tudo. O homem nunca aceitou o fim da relação. Quantas vezes já leu isto?

Apesar de todas as campanhas de sensibilização, das mudanças legislativas que levaram a que o crime de violência doméstica passasse a ser público, da criação de unidades especiais de proteção das vítimas junto dos tribunais e da polícia, a verdade é que este flagelo está longe do fim.

Não sou eu que o digo.

Na normalmente aborrecida cerimónia de abertura do ano judicial, a ministra da Justiça, Rita Alarcão Júdice, pôs o dedo na ferida contando a história de Alcinda, degolada pelo marido em frente aos filhos menores. . "O que tem a Justiça a dizer a estes filhos, aos avós, aos tios, aos primos, aos amigos, aos professores dos filhos, aos vizinhos, a outras mulheres vítimas de violência doméstica, a todos nós que vimos as notícias?", perguntou retoricamente a governante.

Segundo os últimos dados oficiais, entre janeiro e setembro de 2024, 18 pessoas perderam a vida em contexto de violência doméstica, 15 eram mulheres. Em 2022, houve um total de 26 vítimas mortais. 24 eram mulheres e duas crianças. No ano seguinte, em 2023, o número total de vítimas mortais foi de 22.

Nesse ano, registaram-se 30.461 ocorrências de violência doméstica, mas pouco mais de 4.000 condenações, o que representa apenas 13% dos casos. Neste momento, há 1003 pessoas presas por este crime. Mais de 900 são do sexo masculino.

Segundo os dados da Comissão Para a Cidadania e Igualdade de género, no terceiro trimestre de 2024, foram participadas às autoridades 8415 casos de violência doméstica. No segundo trimestre tinham sido reportados 7738 e no primeiro trimestre 6879. Ou seja, o número tem vindo a subir. E quando ainda falta um trimestre para contabilizar , o número de ocorrências é já de 23.032 .

No dia em que foi atacada pelo ex-marido, “Maria” – nome fictício - preparava-se para tomar banho quando o homem entrou na casa a pretexto de ir buscar “uns papéis”. Foi o filho quem lhe abriu a porta.

De acordo com a acusação do Ministério Público citada pela Lusa, o agressor entrou na casa de banho, e regou imediatamente a ex-mulher com o líquido inflamável que trazia em duas garrafas. Ela tentou agarrar-lhe os pulsos, mas não conseguiu controlá-lo. No momento em que o arguido tentou acender os fósforos, a vítima fugiu para a rua.

Um vizinho que morava em frente ouviu os gritos e saiu para a rua. Foi ele quem conseguiu manietar o agressor e salvar a mulher de ser mais um número nas estatísticas. O agressor vai ser julgado por tentativa de homicídio, ofensas corporais e violência doméstica.

OUTRAS NOTICIAS

Malagate: A PSP fez buscas no gabinete do deputado Miguel Arruda, eleito pelo Chega e agora não inscrito. O político, anteriormente conhecido pelos apartes agressivos no hemiciclo, celebrizou-se como suspeito de roubar malas nos aeroportos de Lisboa e de São Miguel, nos Açores, onde está a recuperar do desgaste psicológico que a situação lhe provocou. A polícia foi à procura de um saco com bens no valor de mil euros e apreendeu várias malas.

Taxman: O secretário-geral da NATO esteve ontem em Portugal e Espanha e deixou um recado claro aos governantes: a meta ainda não alcançada de 2% do PIB gastos na Defesa “não chegam”. A franqueza neerlandesa de Mark Rutte chocou de frente com o otimismo de Luis Montenegro que prometeu antecipar os 700 milhões de euros extra para a defesa.

Mão na consciência: Mariana Mortágua reconheceu publicamente que o Bloco de Esquerda “não agiu bem” no caso do despedimento de duas funcionárias que tinham sido mães há pouco tempo. A coordenadora bloquista já tinha reconhecido “o erro” numa carta enviada aos militantes e acredita que o caso denunciado pela revista Sábado não trará custos eleitorais ao partido que tem no feminismo uma das suas principais bandeiras. Catarina Martins, que liderava o partido na altura dos despedimentos, também reconheceu “o erro” mas insistiu em classificar a notícia da Sábado como “uma mentira”.

Justiça: Começa hoje em Nova Iorque o julgamento da ação que três filhas de Malcom X interpuseram contra a CIA, o FBI e a polícia nova-iorquina. A família do ativista pelos direitos dos negros americanos pede uma indemnização de 95 milhões de dólares e alega que as autoridades não fizeram tudo para impedir o assassinato ocorrido em fevereiro de 1965. Dois dos três condenados pelo homicídio foram ilibados muitos anos depois dos factos.

Trump. O Departamento de Justiça do Governo de Donald Trump despediu vários procuradores de carreira envolvidos em processos contra o presidente norte-americano. Além disso, o novo inquilino da Casa Branca decretou o fim do “extremismo de género” no exército americano, forçou a Colômbia a receber deportados algemados e reforçou a política de perseguição e expulsão de imigrantes ilegais.

Herói: O Parlamento europeu assinala hoje o 80º aniversário do desaparecimento de Raoul Wallenberg, diplomata sueco que salvou milhares de judeus húngaros do holocausto nazi durante a II Guerra Mundial. A libertação da Hungria pelas tropas soviéticas seria fatal para o diplomata que foi acusado de espionagem para os serviços secretos britânicos e morreu em circunstâncias nunca claramente esclarecidas numa prisão em Moscovo.

A força do vento: A depressão Hermínia vai continuar a fazer estragos no território português. Ontem, uma estrada abateu em Tarouca arrastando uma carrinha onde um casal seguia viagem. Apesar do susto, não há feridos a registar. E na Póvoa de Varzim as buscas por um desaparecido tiveram de ser suspensas por causa da ventania. Segundo a previsão do IPMA, o tempo vai melhorar ligeiramente com o correr do dia e piora outra vez na quarta-feira.

Tal como acontece com temas musicais, há uma tendência para dar o nome de mulheres a fenómenos climatéricos. Mas não há muitas músicas que celebrem as hermínias deste mundo. Pablo Milanés teve a fineza de as cantar. .

FRASES

“Somos humanos e às vezes erramos”

Mariana Mortágua, quase a parafrasear a letra de Human, dos Human League

“E há alguma confusão entre ser anti-judeu e ser anti-israelita. Pode ser-se anti-israelita, pode condenar-se o Governo, mas não se deveria, como consequência, dizer que os judeus não têm o direito de ter o seu próprio país. Esta é a diferença”

Colette Avital, sobrevivente de Auschwitz, diplomata e ex-embaixadora de Israel em Portugal. Nesta entrevista ao Expresso é particularmente critica com o Governo do seu país.

"A única forma de Lage não sair já do Benfica passou pela realização de uma conferência de imprensa que meteu dó. Foi a conferência de imprensa de um condenado a quem já puseram a corda ao pescoço e que pergunta que estranha gravata é aquela”

Bruno Vieira Amaral sobre o estranho caso do treinador do Benfica que achou que tinha de dar explicações a um grupo de adeptos fanáticos e que se viu obrigado a mais explicações públicas depois de a conversa que teve com os “ultras” ter sido divulgada nas redes sociais e nos jornais

"Acabo de visitar o museu e temos de pedir ao presidente para construir mais uma vitrina para a irmos enchendo de troféus”

Martin Anselmi, novo treinador do FC Porto, a dar água na boca aos necessitados adeptos portistas. O argentino de 39 anos nunca jogou futebol profissionalmente e é jornalista de formação

“Este episódio é um sintoma de uma tensão evidente e, sobretudo, de um nervosismo excessivo por parte do treinador. Por que razão Conceição está assim?”

Fabio Capello, treinador histórico italiano, sobre Sérgio Conceição que teve de ser controlado pelos adjuntos para não se pegar com Calabria, capitão do AC Milan, clube que ambos representam.

O que eu ando a ler

Vou inventar uma flor para pôr no teu cabelo

José Gomes Ferreira

Vou inventar uma flor para pôr no teu cabelo

Uma flor com asas de lume

Donde em vez de perfume

Saiam sons de violoncelo

Esta parte do poema de José Gomes Ferreira foi pintada por Manuel Cargaleiro num quadro a óleo exposto no museu com o nome do mestre expressionista. Fica em Castelo Branco e vale mesmo muito a visita, não só pela obra de Cargaleiro, mas também por uma incrível coleção de cerâmica exposta num dos dois edifícios do museu.

O poema (esta parte não está no quadro) acaba assim:

E eu possa dizer à Terra:

“Sim. Bendito seja o teu ventre entre as mulheres.

Mas basta de malmequeres!”

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