O Curto de hoje, terça-feira, 29, após mais de 10 horas do APAGÃO, que deixou Portugal às escuras, sem informação, sem internet, sem telefones, sem transportes, sem condições adequadas nos hospitais, com comunicações inseguras para os bombeiros, para a polícia e outros serviços de segurança e socorro. Portugal, Jangada Sem Luz, intitula Rui Gustavo no Expresso Curto de hoje. A seguir, mais em baixo, pode dispor do Curto de ontem que só por uns poucos minutos já não conseguimos publicar no PG. Tudo bem-mal, publicámo-lo hoje. Vá ler.
Já a seguir o Curto de hoje. Uma boa peça. Já sabíamos mas com o APAGÃO os portugueses foram confrontados com a falta de segurança e independência energética e preparação para mitigar e resolver um APAGÃO QUE SE MANTEVE DURANTE QUASE 12 HORAS e que ainda hoje continua com graves falhas energéticas. Os governos, todos eles, têm andado a dormir e a esbanjar milhões e milhões de euros a tramar os portugueses. O caos instalou-se no país e, para piorar tudo, temos tido instalado no governo um primeiro-ministro em que justificadamente não confiamos. De quem desconfiamos continuadamente por constatar que é um trapalhão, desonesto, xico-esperto maloio, manipulador, oportunista, absolutista e aprendiz de ditador. Tem a prosápia de conseguir enganar imensos portugueses devido ao seu caracter energúmeno. Basta de adjetivos. Em 18 de Maio, no ato das Eleições Legislativas, teremos a possibilidade de testemunhar como os eleitores lusos se comportarão e se escolhem ou não Luís Montenegro (PSD/CDS/IL) para continuar a destruir o Serviço Nacional de Saúde e demais destruições que foram conquistas de Abril e de interesse nacional, incluindo a Liberdade, a Democracia, a Justiça e o bem-estar laboral e social... A paz, o pão, saúde, habitação.
Preferimos deixar-vos ler o Curto que vem a seguir aqui em baixo e deixarmo-nos de mais considerações sabidas sobre o escroque Montenegro e seus apaniguados, descarados que usam e abusam da opacidade e do engano sobre os milhões de portugueses.
As falhas de energia eléctrica continuam a ocorrer, coisa pouca, não como ontem. Continuamos a depender de outros países, muito de Espanha, devido à negligência, laxismo e cumplicidades com o grande capital que é apanágio dos governos e dos empresários que correm atrás de lucros escandalosos, que ajem e pensam o Portugal autossustentável e os portugueses que se lixem.
Leia o Curto de hoje, 29.04. Passem um bom dia, se conseguirem. Abram a mente, os olhos, a sabedoria e a revolta... se necessário. E é mesmo necessário.
Mário Motta | Redação PG
A jangada sem luz
Rui Gustavo, jornalista | Expresso (curto)
Bom dia,
No romance utópico "A Jangada de Pedra", José Saramago imagina uma
Península Ibérica que se separa do resto da Europa e navega à deriva "sem
remos, nem velas, nem hélices em direção ao sul do mundo". O escritor
eternizado pelo Nobel da Literatura quis criar uma metáfora de aproximação aos
povos "do outro lado do Atlântico" e teria, talvez, sorrido, com o apagão
de ontem que afastou Portugal e Espanha da Europa e aproximou-os da América do
sul: as luzes desligaram-se às 11h33 e só voltaram a acender-se,
gradual e lentamente, durante a noite.
Segundo João Faria Conceição, administrador da REN, um blackout semelhante ocorreu no Chile em fevereiro
deste ano e demorou "vinte e quatro horas" a ser corrigido. Por cá
foram umas doze. O suficiente para o primeiro-ministro garantir que houve
“capacidade de resposta, apesar de o Governo não ter dado qualquer
explicação à população durante dez horas e de a Proteção Civil só ter mandado
um SMS a pedir “serenidade” quando uma parte substancial do país já tinha luz.
Ainda
não se sabe muito bem o que provocou o apagão em toda a Península Ibérica e
nalgumas zonas do resto da Europa - o administrador da REN responsabilizou uma “grande
oscilação de tensões na rede espanhola” que se propagou "a
Portugal" - e explicou que estávamos numa "fase de importação de
energia mais barata" e que por isso o apagão foi inevitável. O que
provocou a "oscilação de tensões"? Conceição “não” sabe e foi
honesto ao admitir que "não " pode garantir que não vai voltar a
acontecer e que vai "demorar tempo" a perceber o que aconteceu.
E ficou claro que a informação responsável e profissional foi essencial para
trazer alguma luz à escuridão: as fake news sobre um ciberataque e
acidentes com aviões foram rapidamente desmentidas e não há relatos de pânico
ou de falta de civismo, apesar das corridas aos supermercados que
esgotaram os stocks de água engarrafada, comida enlatada e (sim aconteceu outra
vez) papel higiénico.
Em Portugal, a consequência mais mediática deste blackout foi o adiamento
do único duelo Pedro Nuno Santos - Luís Montenegro antes das eleições legislativas
antecipadas de 18 maio. O debate entre os dois reais candidatos a
primeiro-ministro ainda
não tem data marcada e poderá ser decisivo para desempatar uma corrida em
que o atual primeiro-ministro tem, segundo todas as sondagens, uma pequena
vantagem.
O Expresso saiu à rua e testemunhou o trânsito caótico, os
autocarros cheios, o Metro fechado (ainda não abriu, à hora do envio
deste Curto) e, vá lá, um motivo para sorrir: os rádios a pilhas esgotaram na
zona da Baixa de Lisboa e na Avenida Almirante Reis. Sem luz e sem bateria nos
telemóveis, nada como um rádio fanhoso para seguir a atualidade. Houve
empresas a fechar e os lisboetas aproveitaram a folga inesperada para uma
imperial na esplanada e um passeio a pé na cidade das sete colinas. Quando
a luz voltou, houve aplausos como se a seleção tivesse ganhado o Mundial.
Na realidade, ainda não se sabe a dimensão exata dos efeitos deste apagão: houve voos cancelados, o INEM esteve sem funcionar e os
hospitais adiaram consultas e tratamentos não urgentes. As bombas de
gasolina foram fechando ao ritmo do tempo de vida dos geradores e as caixas
Multibanco deixaram de dar dinheiro. As luzes acenderam primeiro no norte
do país e junto à fonteira com Espanha e só perto da meia-noite na zona de
Lisboa. No País vizinho, onde tudo terá começado, os especialistas não sabem o
que provocou este apagão inédito que devolveu a Península Ibérica à escuridão do século XIX
Na manhã desta terça-feira, a energia está reposta em quase toda a jangada.
OUTRAS NOTÍCIAS
No Canadá, o povo falou e elegeu Mark Carney para o cargo de primeiro-ministro. O candidato liberal tinha substituído o demissionário Justin
Trudeau e venceu o conservador Pierre Poilievre. Os dois rivais
rejeitam a proposta de Donald Trump para o Canadá se tornar o 51º estado
norte-americano. A inusitada proposta do Presidente americano teve o efeito de
permitir a Carney ultrapassar Poiliviere.
O conclave que vai escolher o sucessor do Papa Francisco começa no dia 7 de
maio, anunciou a agência Ansa, citando fontes da Congregação Geral. 133
cardeais - o Colégio dos Cardeais - vão dar início a um processo que poderá
prolongar-se durante vários dias até que chegue o fumo branco e o nome do novo
líder da Igreja Católica. Os portugueses Manuel Clemente, António Marto,
Américo Aguiar e Tolentino Mendonça participam na votação e podem ser eleitos
para o trono de São Pedro.
A Rússia declarou um cessar-fogo para os dias 8 e 10 de maio, data em
que celebra a vitória sobre as tropas nazis durante a II Guerra Mundial.
Segundo o Kremlin, o Presidente russo, Vladimir Putin, ordenou a cessação
total das hostilidades por "razões humanitárias" para o Dia da
Vitória, a 9 de maio.
Arsenal e Paris Saint Germain disputam hoje em Londres a primeira mão das meias
finais da Liga dos Campeões. Os franceses revalidaram o título de campeão
nacional e têm na equipa titular as estrelas portuguesas Vitinha, Nuno Mendes e
João Neves. Gonçalo Ramos nem sempre é escolhido para o onze, mas vai marcando
uns golos. Os "gunners" estão em segundo lugar na Premier League que
foi ganha pelo Liverpool. A única hipótese de um grande título é esta Champions.
Frases:
"Nunca vamos ter um sistema completamente seguro"
João Faria Conceição,
administrador da REN, explicando que "o custo" dos sistemas de
redundância não permitem garantir que um apagão não volte a acontecer.
"Apesar de todas as adversidades de crise inédita, os serviços
mantiveram-se em funcionamento e o Estado mostrou capacidade de resposta"
Luís Montenegro, que falou ao
País já depois da normalidade ter sido reposta.
“A gestão de comunicação numa qualquer crise nunca é fácil, mas hoje exigia-se mais
informação e celeridade por parte da Proteção Civil!”
Pedro Nuno Santos a usar o ponto
de exclamação como forma de indignação.
"Isto já parecia um filme de ficção cientifica"
Lisboeta espantada por estar a
viver um episódio do Black Mirror.
“Montenegro visita maternidade para mostrar que tem luz eléctrica. Vá lá,
encontrou uma maternidade aberta”
António Filipe a mostrar potencial humorístico
PODCASTS DO EXPRESSO
Que apagão é este?
O Expresso da Manhã tenta responder à pergunta de um milhão de
euros com as explicações de Miguel Prado, jornalista especialista em
energia.
Economia dia a dia
Ontem foi o Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho: o que nos dizem os números sobre a realidade portuguesa?
O que eu ando a ler
O que fomos e o que somos
Lena d' Água
Letra e música Pedro da Silva
Martins
O que fomos e o que somos
Já pouco reconhecemos
A correr atrás dos sonhos
Tantos erros cometemos
É algo que não se explica
O amor que ainda temos
No azar que lamentamos
No tempo que nós perdemos
No escuro em que mergulhamos
Há sempre uma luz que vemos
E é nessa maravilha
Que nós dois ainda cremos
E queremos lá saber
Qual a sorte que nos espera
Dia a dia na rotina
Vir à tona e respirar
Há sempre uma primavera
Quando o inverno passar
A história da segunda vida de Lena d'Água merecia uma ode, um filme ou uma
canção. Assim de repente não me lembro de um caso de uma diva pop que regresse
trinta anos depois da fama com discos e canções melhores do que no auge da carreira.
Vi-a no 25 de abril num concerto num coreto em Carnide e dá-se o milagre de a
voz permanecer límpida como no tempo dos Salada de Frutas. E as músicas,
escritas agora por Pedro da Silva Martins, dos Deolinda, entusiasmam uma nova
geração de jovens fãs meio hipsters que saltaram para a frente do coreto assim,
que a banda tocou os primeiros acordes de "Hipocampo", uma grande, grande
canção.
Por hoje é tudo. Siga a vida com energia reposta no Expresso, Blitz, Tribuna e
SIC.
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