quarta-feira, 28 de maio de 2025

PÁGINA UM, O QUE VEM LÁ ESTA SEMANA PARA VER/LER BEM

Olá,

Na última semana, inclusive, trouxemos às páginas da PÁGINA UM não apenas notícias ainda no rescaldo do apagão de abril, mas também apagões de transparência e festas pagas às custas do erário público – tudo com aquele inconfundível sabor português de desenrascanço institucionalizado. Na PÁGINA UM, continuamos atentos e presentes onde outros associamos para o ar.

Começaremos pela escuridão. Depois do apagão de 28 de abril, que mergulhou o país em dez horas de caos e silêncio oficial, a EDP, por meio da E-Redes, decidiu que talvez seja uma boa ideia ter geradores móveis – 36 ao todo. Entre eles, um de 1250 kVA para manter hospitais e comandos operacionais funcionando. Um investimento que ronda os 6 milhões de euros. O detalhe mais revelado? Essa decisão chega após se cogitar do envio de jerricãs para a Maternidade Alfredo da Costa pelo Governo.

Mas se os apagões são reais, a língua portuguesa está se tornandoinvisível. Em Osaka, na Expo 2025, a AICEP decidiu quase apagar o português do pavilhão nacional. Resultado: um escândalo diplomático e um ato de ignorância cultural que relacionamos em dois registros – um editorial de denúncia e uma crônica afiada do nosso Brás Cubas .

A propósito da Expo no Japão, há ainda um detalhe menos lírico: os custos. Portugal já gastou mais de 20 milhões de euros , em contratos às vezes opacos e com utilidade duvidosa. A visibilidade é zero, mas os consultores agradecem.

Fora do Japão, mas ainda no domínio do díspar orçamentário, olhamos para a conta de 1,6 milhão de euros paga por duas 'Noitadas' em Portimão . Música, luzes e foguetório — tudo de graça para o povo, mas pago com dinheiro público.

E se há quem comemore, outras dívidas acumuladas. A Trust in News, liderada por Luís Delgado, deve mais de 9 milhões à Segurança Social e continua a adiar o resultado: o risco de prisão. E a insolvência dolosa já paira .

Mais silencioso, mas igualmente grave, é o impacto da pandemia nos cofres do Estado. Só com consultorias para litígios com transações, já foram R$ 1,6 milhão. Uma dessas empresas foi criada por um ex-diretor da Administração Central do Sistema Único de Saúde , que logo após deixar o cargo faturou R$ 581 mil.

E como o jornalismo também precisa de ética, noticiamos a multa aplicada a Pedro Andersson, autor do programa Contas Poupança , por exercer atividade publicitária em desacordo com o Estatuto do Jornalista. A alfabetização financeira tornou-se negócio pessoal.

Na frente ambiental (e também econômica), revelamos hoje que o combate à vespa-asiática já custou 11 milhões de euros. Cada ninho destruído custa 90 euros. Uma praga cara e resistente.

E como sempre, teve mais. Um novo episódio de A Corja Maldita , com Miguel Santos Pereira e João de Sousa, o mais recente sobre o que espera do novo Parlamento em matéria de Justiça, e novos episódios do Acta Diurna , comigo e Elisabete Tavares (e hoje temos até introdução em japonês), e os extraordinários videocasts de Manuel Monteiro, Língua na Cama . Tudo isso pode ser visto no site, mas também com links para os canais do Spotify e Youtube , onde você pode se inscrever e apoiar.

Ah, e claro: houve ainda uma 'Arranhadela' ao Polígrafo , pelo Serafim, nosso mascote que em breve faz 17 anos (reais).

Até breve e obrigado por nos acompanhar e apoiar.

Pedro Almeida Vieira | Página Um

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