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Luanda, 17 mai (Lusa) -- O diretor do Hospital Pediátrico de Luanda, Luís Bernardino, disse hoje à Lusa que cerca de 15 crianças morrem diariamente, nas últimas semanas, naquela unidade hospitalar com paludismo.
Segundo Luís Bernardino, o hospital tem registado uma média entre 80 a 100 internamentos diários e desse número cerca de 15 crianças morrem diariamente.
O paludismo, acompanhado de anemia, tem sido a causa principal da grande afluência ao hospital, que realiza uma média de 40 a 50 transfusões por dia.
"O mês de maio tem sido o pior, porque segue-se às fortes chuvas e em consequência aumentam os casos de paludismo", explicou Luís Bernardino.
De acordo com o diretor, a falta de condições nas unidades hospitalares periféricas para atender à procura faz agravar a situação na única unidade de pediatria de Luanda.
"Existem dois problemas: a falta de oxigénio e de sangue nos centros periféricos. Os miúdos quando chegam ao hospital pediátrico já estão quase moribundos", referiu o pediatra.
Luís Bernardino disse que o hospital regista uma média diária de nove mortes nos restantes períodos do ano, que considerou "um número muito alto", salientando, no entanto, que ali existem médicos suficientes para responderem à procura.
"Em termos de enfermeiros é que temos um número desproporcional. Temos seis enfermeiros para uma sala de internamento com 100 doentes, por isso fica difícil o trabalho", alertou o diretor.
"Mas é preciso notar que entre os 100 doentes graves, apesar das dificuldades, conseguimos reabilitar entre 80 a 90 crianças", salientou.
Luís Bernardino disse que devido ao aumento de casos, o hospital apresenta uma rutura de stocks, por isso já foi apresentado ao Ministério da Saúde um memorando sobre o assunto, do qual aguardam resposta.
Além do paludismo, a subnutrição e as doenças respiratórias agudas surgem na lista das doenças que mais afetam as crianças.
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