terça-feira, 17 de maio de 2011

Jornada Científica procura um olhar académico sobre os nove anos de independência




MSO - LUSA

Díli, 17 maio (Lusa) -- Os progressos, desafios e perspetivas de Timor-Leste após nove anos de independência são analisados pela comunidade académica na primeira Jornada Científica, que hoje teve início em Díli.

Trata-se de uma iniciativa conjunta da Universidade Nacional Timor Lorosae e da Universidade de Darwin, que reúne no Centro de Convenções de Díli especialistas em várias disciplinas, técnicos de entidades nacionais e estrangeiras e estudantes, para debater o estado do país.

Assinalando o nono aniversário da restauração da independência de Timor-Leste, a Jornada contou hoje com intervenções de Ramos-Horta, atual Presidente da República, Xanana Gusmão, primeiro-ministro, e Mari Alkatiri, líder do maior partido da oposição, que têm em comum o passado de luta pela independência.

Coube ao Presidente abrir os trabalhos, com uma intervenção em que acentuou a necessidade do país ter "mais cientistas e investigadores, mais estudiosos em todas as áreas do conhecimento, para um desenvolvimento equilibrado da agricultura, um conhecimento mais rigoroso dos recursos petrolíferos e ambientais, uma melhor organização da economia".

"No século XXI precisamos de cruzar conhecimentos, de investir na cooperação regional e internacional" (para melhor conhecer o país e valorizar os seus recursos humanos), disse.

Para Ramos-Horta, essa é a chave para que Timor-Leste se possa desenvolver: o investimento na Educação.

Deu os exemplos da vizinha Singapura, mas também de Cabo-Verde, "com um desenvolvimento invejável dos seus recursos humanos no contexto africano".

Já o primeiro-ministro, Xanana Gusmão, dissertou sobre "A construção da Nação e a construção da paz" enquanto Mari Alkatiri falou da "Consolidação da independência de Timor-Leste".

"São três líderes que representam três poderes na luta da libertação e os seus pensamentos são profundos, no que respeita à condução deste país para o progresso em vários setores", comentou João Câncio, um académico que agora ocupa a pasta da Educação e que foi sobre o panorama do ensino em Timor-Leste que fez a sua exposição.

Temas como a adesão de Timor-Leste à ASEAN e as direções da política externa, a imigração, a saúde e a segurança alimentar, ou a dinâmica da política linguística em Timor-Leste, preenchem o programa dos trabalhos.

"Compreender melhor a independência" é o objetivo do contributo dado por peritos nacionais e internacionais, nas comunicações à Jornada, como descreveu à Lusa Miguel Maia, vice-reitor da UNTL.

"Para comemorar o nono aniversário da restauração da independência, a sociedade académica necessita de refletir sobre os problemas e as soluções, para ver como é que a construção da independência pode avançar.

Temos que ver o progresso que preenchemos depois da independência, procurar a verdade no meio de todo um processo em que não andámos sem problemas, rever e encontrar respostas para responder a esses problemas" comentou Miguel Maia.

Uma abordagem saudada à Lusa por Mari Alkatiri, um dos oradores convidados, que felicitou a UNTL pelo "evento importante" que espera se venha a repetir, mas "discutindo questões mais concretas".

Sem comentários:

Mais lidas da semana