ANP - LUSA
Lisboa, 26 mai (Lusa) -- O mandatário do PS para o círculo da Europa e Fora da Europa lamentou hoje os problemas que estão a verificar-se em Timor-Leste com a participação dos eleitores registados naquele país, responsabilizando o PSD por esta situação.
"Lamentamos que o PSD tenha posto em causa um consenso que funcionou em 2005 e também em 2009", disse António Braga, criticando que tenha sido mantido o sistema de voto por correspondência num país onde a circulação postal não funciona, situação que está a gerar problemas.
António Braga, secretário de Estado das Comunidades, falou à Lusa na qualidade de mandatário do Partido Socialista (PS) e disse que o seu partido "manifestou vontade no seio da Comissão Nacional de Eleições para um consenso no sentido de os votos poderem ser distribuídos através da embaixada, que registaria a distribuição".
Apesar do consenso nesse sentido alcançado na Comissão Nacional de Eleições, o mandatário nacional do PSD recorreu da decisão para o Tribunal Constitucional, o que levou as autoridades portuguesas a optarem por manter o que está previsto na lei: envio por via postal para os cerca de 250 eleitores inscritos em Timor-Leste.
António Braga reagia à notícia de que os boletins de voto para as eleições legislativas de 05 de junho podem ser levantados nos correios de Timor-Leste por quem quiser, desde que saiba o nome de um ou mais eleitores portugueses, sem qualquer controlo.
"Sabemos todos que em Timor-Leste os correios funcionam de forma muito deficiente, que não existe uma rede que garanta quer a distribuição quer a recolha para os fazer chegar pela via postal a Portugal", frisou.
Questionado sobre se estas situações abrem hipótese a algum tipo de fraude eleitoral, António Braga disse que "neste momento o importante é que estando esse método em vigor ele seja, de uma forma insuspeita, mantido para que cada português no estrangeiro possa fazer chegar o seu voto em boas condições".
Para o futuro, "sabendo todos os agentes políticos" que "há países do mundo em que a circulação postal não é de todo garantida", defendeu que é preciso "refletir um modelo que facilite a exigência e o rigor de transparência e de verdade na expressão da vontade eleitoral do portugueses que vivem também no estrangeiro".
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