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Washington, 26 jul (Lusa) - O presidente da Câmara dos Representantes, o republicano John Boehner, acusou o presidente norte-americano de ser "demasiado inflexível" perante as propostas do seu partido e garantiu que não será dado um "cheque branco" a Barack Obama.
Boehner insiste numa proposta que reduziria em duas fases o défice dos Estados Unidos em três biliões [milhão de milhões] de dólares (dois biliões de euros), o que exigiria uma nova votação no Congresso sobre o teto da dívida no início de 2012.
Obama quer, porém, a aprovação de um plano de aumento da dívida de, pelo menos, 2,4 biliões de dólares (1,6 biliões de euros) que dure até 2013, de modo a evitar um novo debate antes das presidenciais de 2012.
"A triste verdade é que o presidente queria um cheque em branco há seis meses e ainda quer um cheque em branco, mas não o vai ter", garantiu Boehner numa resposta direta ao discurso de Obama a partir do Capitólio poucos minutos depois de o presidente norte-americano se ter dirigido ao país.
Os Estados Unidos "não podem entrar em incumprimento em relação às suas obrigações" de pagamento da dívida, disse o líder dos republicanos ao reconhecer que os "empregos e poupanças de um grande número de norte-americanos estarão em causa" se os Estados Unidos entrarem pela primeira vez em incumprimento na sua história.
Boehner acusou Barack Obama de não aceitar as soluções propostas pelo seu partido, de ser mostrar demasiado inflexível, ameaçando vetar um texto da Câmara dos Representantes, de maioria republicana, que prevê, entre outras medidas, cortes orçamentais e da despesa.
O texto da Câmara não tem qualquer possibilidade de ser aprovado pelo Senado de maioria democrata e Obama, que deseja cumprir o compromisso de elevar os impostos aos mais ricos, alertou que o vetaria de qualquer modo.
Se democratas e republicanos não alcançarem um compromisso sobre a elevação do teto da dívida até 02 de agosto, os Estados Unidos entrarão em incumprimento e o Governo terá de fazer escolhas drásticas entre o pagamento da dívida e as despesas correntes como salários ou pensões e ajuda aos mais pobres.
Se o governo escolher não pagar uma parte da sua dívida, as consequências económicas poderão ser desastrosas como o aumento da taxa de juro.
A dívida bruta federal, de cerca de 14,3 biliões [milhão de milhões] de dólares (9,9 biliões de euros), atingiu em meados de maio o limite máximo autorizado pelo Congresso e o défice orçamental deve atingir os 1,6 biliões de dólares (1,108 biliões de euros) este ano.
*Foto em Lusa
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