domingo, 28 de agosto de 2011

OS CORAIS E A NATUREZA EM TIMOR-LESTE QUE SE DANEM!




CARLOS TADEU*

A Al Jazeera mostra-nos nesta reportagem o estado de alguns dos corais de Timor-Leste, ainda saudáveis comparativamente aos que se encontram na barreira que se alonga por território indonésio mas falta nesta reportagem alguns corais que já estão praticamente aniquilados, assim como outros que estão próximo disso. Ao largo de Díli essa realidade já acontece.

O tão propalado desenvolvimento em Timor-Leste não está a equacionar a proteção da natureza, antes pelo contrário. As opções do governo AMP-Xanana Gusmão e a mentalidade primária dos que o rodeiam, bem como de outros políticos e chefias timorenses, correm atrás de projetos e de concretizações dos mesmos para mostrar obra feita sem ponderação, gastando dez e debitando vinte ao orçamento. Comprar barato sai caro. O prejuízo pode ser irrecuperável a vários níveis e principalmente no que respeita à proteção da natureza que está a falhar desmesuradamente.

O resultado ficará à vista mais breve do que aquilo que se possa admitir. Por enquanto o equilíbrio ecológico nos mares da costa de Timor-Leste ainda mostra ser saudável. Ao contrário dos países vizinhos a natureza tem sido naturalmente preservada mas não se augura que assim se mantenha por muito mais tempo. O crescimento económico do país e a falta de sensibilidade ecológica dos dirigentes e da população, principalmente citadina – já hoje contribuem para atacar os corais dos mares à volta da meia-ilha, assim como os solos com a desflorestação incontrolada. Assim como a falta de cuidado das populações citadinas e dos serviços de limpeza urbana que quase não existem. Algo incompreensível num país que já faz dez anos de independência. Díli talvez seja uma das cidades mais porcas do mundo!

A Al Jazeera mostra-nos nesta reportagem o estado de alguns dos corais de Timor-Leste, ainda saudáveis comparativamente aos que se encontram na barreira que se alonga por território indonésio mas falta nesta reportagem alguns corais que já estão praticamente aniquilados, assim como outros que estão próximo disso. Ao largo de Díli essa realidade já acontece. Por enquanto pontualmente, até que vejamos o alastrar da destruição por responsabilidade da falta de cuidado dos timorenses, principalmente dos políticos que detêm os poderes decisórios, por falta de campanhas de sensibilização, por falta de ainda nunca terem pensado em estações de tratamento de esgotos e de águas pluviais, por falta de cuidados em educarem as populações. Em Timor-Leste imperam as lixeiras em Díli nos cantos mais recônditos e muitas vezes nem isso, pelas ruas podemos também ver a ausência de limpeza regular. O lixo aguarda cheias causadas por chuvadas fortes e espraia-se pelo mar a caminho dos corais e do mais com que possa contribuir para os poluir.

Digam os responsáveis timorenses aquilo que disserem em jeito de se mostrarem ecologistas o que é verdade é que mentem através das suas práticas quotidianas, ou, se não, não adquiririam uma central eléctrica (usada) à China que funciona a óleo-pesado. Central que será veículo de poluição catastrófica para o país e também de muito pouca transparência no negócio efetuado. As energias alternativas e saudáveis em Timor-Leste teriam toda a pertinência em imperar. Fácil por ser um país em construção de raiz, o que não é entendimento dos políticos dirigentes, nem o parecer de técnicos que também deixam muitíssimo a desejar sobre a sua transparência. Afinal Timor-Leste é rico, possui um potencial enorme de políticos e chefias sem escrúpulos à espera de serem corrompidos… E há muita “maquinaria” velha e poluente para vender por nova, até geradores. Os corais, a natureza em Timor-Leste, que se danem!

*Carlos Tadeu é arquitecto paisagista, ambientalista. Tem por “hobbies” interesses em história, geografia, viagens longas e anotações que ainda não partilhou.

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