LIBERAL
José Maria Neves sossega os cabo-verdianos
Isto é, há uma crise global mas não há crise em particular… Está confuso o leitor? Pois foi isto que o Primeiro-ministro disse em entrevista à RCV. E, finalmente, lá reconheceu ter prometido o 13º mês, mas não vai poder cumprir porque “desde as eleições, vivemos uma situação de grande volatilidade”…
Praia, 10 de Novembro 2012 – Os cabo-verdianos podem ficar descansados, o Primeiro-ministro foi bem claro na entrevista concedida ao jornalista Júlio Vera-cruz Martins: “a economia cabo-verdiana, em si, não está em crise”, disse José Maria Neves no programa Discurso Directo, da RCV, que foi segunda-feira, 8, para o ar.
E não está em crise, por ter esta uma natureza global e não ser uma particularidade cabo-verdiana. Ou seja, para o Primeiro-ministro há uma crise no geral e a sua negação no particular. Ou seja, ainda, partindo deste ponto de vista não haverá nenhum país do mundo que possa dizer com rigor estar, efectivamente, em crise…
Mas as surpresas não se ficaram por aqui, num extraordinário golpe de rins, José Maria Neves afirmou que “tendo em conta a crise não posso falar de 13º mês como prometi na campanha eleitoral”, esquecendo-se que poucos meses atrás havia declarado nunca ter feito tal promessa - o que suscitou grande controvérsia na sociedade cabo-verdiana, com vibrantes intervenções na Assembleia Nacional e havendo até um dirigente sindical que, pela primeira vez na história do país, lhe chamou “mentiroso”.
Quanto ao resto, JMN apresentou a receita que, aliás, em nada é diferente das mesinhas que se praticam na Europa. A classe média, os trabalhadores e o pequeno empresariado serão os alvos das medidas draconianas para debelar a crise que, curiosamente, só parece ter-se feito sentir após a vitória eleitoral de 6 de Fevereiro, porquanto “desde as eleições, vivemos uma situação de grande volatilidade”, segundo as palavras do próprio Primeiro-ministro.
Mas, claro está, “a economia cabo-verdiana, em si, não está em crise”… Ficamos mais descansados!
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