sábado, 5 de novembro de 2011

PERSONALIDADES PORTUGUESAS LANÇAM MANIFESTO “EM DEFESA DA DEMOCRACIA”




ÁFRICA 21

Os subscritores consideram que muitas das medidas extraordinárias previstas no Orçamento colocam em causa alguns princípios fundamentais do Estado de Direito.

Lisboa - Dezenas de personalidades portuguesas subscreveram o manifesto "Em defesa da democracia", no qual são feitas fortes críticas ao Orçamento de Estado apresentado pelo governo PSD-CDS, do primeiro-ministro Pedro Passos Coelho.

Os subscritores consideram que muitas das medidas extraordinárias previstas no Orçamento colocam em causa alguns princípios fundamentais do Estado de Direito. O documento é assinado, entre outros, por Jorge Miranda, António Arnaut, Frei Bento Domingues, Helena Roseta, Nuno Portas e Adelino Maltez.

"Há aqui problemas de constitucionalidade e problemas de constitucionalidade sérios na medida em que se estão a afectar de uma forma constitucionalmente duvidosa direitos fundamentais das pessoas", comentou o especialista em Direito Constitucional Jorge Reis Novais.

Jorge Reis Novais considerou mesmo que Cavaco Silva, «se não fosse Presidente da República e fosse um mero pensionista não tenho dúvidas que assinaria» este documento.

"Estas elites indignadas já não têm 20 anos e 18 anos. No fundo, este grupo de pessoas muito diverso quer do ponto de vista académico, quer do ponto de vista ideológico, quer a outros níveis está a mostrar a sua indignação de uma forma pacífica, percebendo o papel das várias instituições e o momento que estamos a atravessar", disse o economista Paulo Trigo Pereira, do Instituto Superior de Economia e Gestão, da Universidade de Lisboa, citado pela rádio TSF.

Os autores do manifesto assinado por académicos, professores, médicos, economistas, filósofos e arquitectos, entre outros, qualificam as medidas do governo com adjecticos como «brutal», «excessivo», «iníquo», «desproporcionado», «desrazoável», «gravíssimo», e «punitivo».

Os subscritores pretendem que o governo se disponha a negociar o Orçamento de Estado na Assembleia da República "já que não negociaram previamente".

"É preciso que toda a gente perceba que os acontecimentos recentes da Grécia exigem unidade e solidariedade nacional em relação aos objectivos fundamentais", disse o subscritor ouvido pela TSF.

Os "objectivos fundamentais, que também estão no nosso manifesto, são de facto haver uma consolidação das finanças públicas, mas realista e justa, coisa que isto não é".

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