Rising Voices - o projecto de outreach do Global Voices - está a coordenar um diálogo online intitulado “Usando Ferramentas de Mídia Cidadã para Promover Línguas Sub-Representadas” juntamente com a New Tactics e a Indigenous Tweets. Todos os profissionais de Timor Leste que estão a entrar no mundo dos mídia cidadãos para promover a comunicação online através de línguas sub-representadas são convidados a partilhar as suas estratégias, os seus sucessos e os desafios enfrentados, no fórum online.
SAPO TL – GLOBAL VOICES
Em artigo publicado no blog Global Voices, a autora Sara Moreira levanta a questão das línguas num país tão pequeno como Timor-Leste.
A 28 de Novembro de 1975, Timor Leste proclamou unilateralmente a sua independência, depois de cerca de quatro séculos de colonização Portuguesa. Apesar da declaração ter sido lida em português, poucos dias depois a Indonésia invadia o país e essa língua passaria a ser ali proibida durante os vinte e quatro anos que a ocupação durou (1975-1999).
Quando Timor Leste se tornou um país independente em 2002, as línguas Tétum e o Português foram adoptadas como oficiais. No entanto, o número de línguas nacionais chega aos dezasseis, e dezenas de outros dialectos são usados no dia-a-dia dos Timorenses.
"O Português não é a língua da unidade, mas é a língua da identidade”
A afirmação pertence a Mari Alkatiri, o líder da Fretilin (partido da oposição), num artigo de 2007 pelo jornalista português Paulo Moura, republicado no blog Ciberdúvidas da Língua Portuguesa. Mas em termos práticos, o Tétum, a língua franca de Timor, é a mais disseminadamene falada por todo o território.
Moura explica ainda porque é que depois a independência há uma “esmagadora maioria da população” que não fala português:
“Aprendeu bahasa Indonésia e inglês como segunda língua e fala tétum em casa, além de alguma outra língua timorense, como o fataluco ou o baiqueno. É a chamada geração “Tim-Tim”, do nome Timor-Timur, que os indonésios davam à sua 27.ª província. Muitos estudaram na Indonésia ou na Austrália, e é difícil explicar-lhes, hoje, a importância do português. Pior ainda, como vêem que as elites políticas, privilegiadas, falam português, e como lhes é vedado o acesso aos empregos na administração pública, por não falarem a língua agora oficial, estes jovens criaram alguma hostilidade em relação a Portugal e à língua portuguesa.”
De acordo com o Global Voices, o relatório de 2011 do Banco Mundial sobre o progresso do país ao longo da última década ilustra que o “Português era falado por apenas 5 porcento da população” e acrescenta que “em 2009, mais de 70 porcento dos estudantes avaliados no fim da primeira classe não eram capazes de ler uma única palavra num texto simples em Português. Este é um desempenho péssimo após dez anos de esforços (…). Uma parte substancial da população pode ser analfabeta funcional.”
Documentação online das línguas De acordo com o Atlas Mundial das Línguas em Perigo da UNESCO há seis línguas timorenses sob ameaça de extinção. No entanto, algumas das línguas de Timor no entanto têm conseguido marcar presença nos novos mídia e em plataformas online que podem apoiar a sua continuidade.
É o caso do Fataluku, uma língua de origem Papua falada por 35.000 pessoas no distrito mais oriental de Timor, que tem sido bastante bem documentada nos websites Fataluku Language Project (Projecto da Língua Fataluku) e Fataluku Community (Comunidade Fataluku).
Um grupo de jovens artistas da região de Lospalos está a usá-lo nos seus trabalhos musicais e performativos. No ano passado, foi feita uma proposta de adopção das línguas mães primeiro no programa nacional de educação, intitulado Lian Inan (Língua Mãe), frisando “a importância da primeira língua de uma criança para promover a aprendizagem da leitura e escrita, para respeitar a cultura dos pais e comunidade, e para se tornar fluente mais cedo nas línguas oficiais de Timor- Leste”.
A 28 de Novembro de 1975, Timor Leste proclamou unilateralmente a sua independência, depois de cerca de quatro séculos de colonização Portuguesa. Apesar da declaração ter sido lida em português, poucos dias depois a Indonésia invadia o país e essa língua passaria a ser ali proibida durante os vinte e quatro anos que a ocupação durou (1975-1999).
Quando Timor Leste se tornou um país independente em 2002, as línguas Tétum e o Português foram adoptadas como oficiais. No entanto, o número de línguas nacionais chega aos dezasseis, e dezenas de outros dialectos são usados no dia-a-dia dos Timorenses.
"O Português não é a língua da unidade, mas é a língua da identidade”
A afirmação pertence a Mari Alkatiri, o líder da Fretilin (partido da oposição), num artigo de 2007 pelo jornalista português Paulo Moura, republicado no blog Ciberdúvidas da Língua Portuguesa. Mas em termos práticos, o Tétum, a língua franca de Timor, é a mais disseminadamene falada por todo o território.
Moura explica ainda porque é que depois a independência há uma “esmagadora maioria da população” que não fala português:
“Aprendeu bahasa Indonésia e inglês como segunda língua e fala tétum em casa, além de alguma outra língua timorense, como o fataluco ou o baiqueno. É a chamada geração “Tim-Tim”, do nome Timor-Timur, que os indonésios davam à sua 27.ª província. Muitos estudaram na Indonésia ou na Austrália, e é difícil explicar-lhes, hoje, a importância do português. Pior ainda, como vêem que as elites políticas, privilegiadas, falam português, e como lhes é vedado o acesso aos empregos na administração pública, por não falarem a língua agora oficial, estes jovens criaram alguma hostilidade em relação a Portugal e à língua portuguesa.”
De acordo com o Global Voices, o relatório de 2011 do Banco Mundial sobre o progresso do país ao longo da última década ilustra que o “Português era falado por apenas 5 porcento da população” e acrescenta que “em 2009, mais de 70 porcento dos estudantes avaliados no fim da primeira classe não eram capazes de ler uma única palavra num texto simples em Português. Este é um desempenho péssimo após dez anos de esforços (…). Uma parte substancial da população pode ser analfabeta funcional.”
Documentação online das línguas De acordo com o Atlas Mundial das Línguas em Perigo da UNESCO há seis línguas timorenses sob ameaça de extinção. No entanto, algumas das línguas de Timor no entanto têm conseguido marcar presença nos novos mídia e em plataformas online que podem apoiar a sua continuidade.
É o caso do Fataluku, uma língua de origem Papua falada por 35.000 pessoas no distrito mais oriental de Timor, que tem sido bastante bem documentada nos websites Fataluku Language Project (Projecto da Língua Fataluku) e Fataluku Community (Comunidade Fataluku).
Um grupo de jovens artistas da região de Lospalos está a usá-lo nos seus trabalhos musicais e performativos. No ano passado, foi feita uma proposta de adopção das línguas mães primeiro no programa nacional de educação, intitulado Lian Inan (Língua Mãe), frisando “a importância da primeira língua de uma criança para promover a aprendizagem da leitura e escrita, para respeitar a cultura dos pais e comunidade, e para se tornar fluente mais cedo nas línguas oficiais de Timor- Leste”.
*Trabalho aturado de Sara Moreira no Global Voices que recomendamos seja visto no original. Convidamos ainda os leitores interessados a aliar mais esclarecimentos na nossa tag TIMOR-LÍNGUA
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