A SEMANA (cv)
Cerca de 50 militares foram detidos na Guiné Bissau na sequência da rebelião militar de segunda-feira, admitindo-se agora a possível detenção de civis. Todavia, dez já foram libertados por se ter concluído que "foram obrigados" a aderir à rebelião, soube a VOA junto de fontes militares em Bissau.
As mesmas fontes disseram que a abortada tentativa de eliminar o Chefe de Estado-maior General das Forças Armadas, general António Indjai, resultará em detenções de alguns políticos suspeitos de envolvimento.
Essa fonte disse existirem fortes possibilidades do envolvimento de civis na frustrada insurreição. Aliás, sabe-se que a residência do deputado e antigo membro do PAIGC Roberto Ferreira Cacheu, foi palco de tiroteio na noite de segunda-feira. Durante o tiroteio foi ferido gravemente um polícia, que entretanto faleceu.
Cacheu foi anteriormente indiciado na alegada intentona de 4 e 5 de Junho de 2009, da qual resultaram as mortes dos conhecidos políticos do país Baciro Dabo e Hélder Proença. Desconhece-se o paradeiro de Cacheu.
Fontes militares e governamentais disseram que vai ser formada uma comissão de inquérito para averiguar a identidade dos responsáveis pela intentona esperando-se que muitos políticos sejam chamados a depor.
O Primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, não quis comentar as alegações de envolvimento de civis, negando desconhecer se há políticos implicados ou não. Dezenas de militares já foram presos, entre soldados e oficiais, já foram entretanto presos.
Entre as altas patentes nos calabouços militares figuram José Américo Bubo Na Tchuto, Chefe de Estado-maior da Armada, Watna Na Lay, antigo Chefe de Estado-maior do Exercito, assim como o actual vice-Chefe de Estado-maior do Exército, Cletch Na Ghanh.
Da reunião do Conselho de Ministros ocorrida segunda-feira, com carácter de urgência, onde estiveram presentes o Presidente da Assembleia Nacional Popular, que substitui interinamente o Chefe de Estado Malam Bacai Sanha, assim como o Primeiro-ministro e as patentes máximas da hierarquia militar, o executivo ouviu dos militares que a situação está sob controlo.
Já terça-feira o Governo reuniu o corpo diplomático. O Ministro dos Negócios Estrangeiros informou os representantes da Comunidade Internacional na Guiné-Bissau daquilo que aconteceu no país.
A saída deste encontro, o Representante da União Europeia em Bissau, Joaquim Gonzales, assegurou a continuidade do apoio ao processo da reforma nos sectores da defesa e segurança .
"Faço um apelo para as forças armadas continuarem a obedecer ao poder civil e para defenderem o poder civil," disse Gonzales.
Fonte: VOANews.
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