LYR – LUSA, com foto
O líder da RENAMO, Afonso Dhlakama, garantiu hoje que as manifestações, que visam destronar o Governo da FRELIMO do poder, vão realizar-se "a partir da primeira quinzena de janeiro".
Falando aos jornalistas, para "esclarecer algumas dúvidas que persistem ao nível da imprensa e no seio do povo moçambicano", Afonso Dhlakama referiu que as manifestações visam "pressionar a FRELIMO a aceitar as mudanças e o estabelecimento de uma nova ordem política no país".
"A manifestação é para persuadir a FRELIMO a aceitar a mudança das coisas, porque existem coisas que só se podem mudar a partir de um governo de transição", disse o presidente do maior partido da oposição moçambicana, assegurando que as ações "não serão violentas".
Anteriormente, o líder da RENAMO disse que as manifestações não estavam "devidamente estruturadas", apesar da garantia de que a "revolução" em Moçambique seria antes do natal.
Em conferência de imprensa, hoje, Afonso Dhlakama admitiu seguir uma de duas hipóteses: "O que queremos, de facto, é preservar a paz e conseguirmos, por via de negociações, ou empurrarmos a FRELIMO (para fora do poder) por (via da) manifestação".
Em Nampula, alguns círculos de opinião não afastam a possibilidade de as propaladas manifestações não acontecerem alegadamente por o encontro mantido no passado dia 08 de dezembro entre Afonso Dhlakama e o Presidente moçambicano, Armando Guebuza, estar a produzir resultados.
Aliás, Afonso Dhlakama é acusado por alguns membros do seu partido de ter obtido dividendos que o levaram a desistir deste plano traçado depois dos resultados eleitorais de 2009, que considerou fraudulentas.
Confrontado pelos jornalistas, Afonso Dhlakama negou que tenha qualquer compromisso com o Governo ou com o Presidente da República, reconhecendo, no entanto, haver aquilo que considerou de "abertura ao diálogo" por parte do chefe de Estado moçambicano.
"Eu como general de quatro estrelas e líder político gosto muito de esclarecer. Não tenho nada que esconder porque não estou a dever a ninguém, muito pelo contrário, sou servidor e escravo desta população porque defendo o povo e nunca poderei trair ou aldrabar o mesmo povo", disse.
"Não se tratou de adiamento. Estamos ainda a preparar a revolução a ser feita à escala nacional. Posso confessar-vos que (Armando) Guebuza de há cerca de 30 ou 40 dias não é o mesmo de hoje", porque está mais dialogante, até porque as negociações deverão prosseguir em breve, disse.
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