terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Brasil: SOBE PARA OITO O NÚMERO DE MORTOS EM SAPUCAIA (RJ)




Tribuna Hoje, com foto de Alex Oliveira/Folha Popular

Buscas por pessoas desaparecidas vão continuar durante a noite

As buscas por sobreviventes do deslizamento de terra que atingiu pelo menos oito casas no distrito de Jamapará, em Sapucaia, no Centro-Sul Fluminense, vão continuar durante a noite desta segunda-feira (9), segundo a Defesa Civil do Rio de Janeiro. Equipes trabalham no local, com o auxílio de cães farejadores. Até o início da noite, a Defesa Civil registrou oito mortes na região, sendo sete em Jamapará e uma em decorrência do desabamento de uma casa em outra parte da localidade. Ao todo, são seis adultos e duas crianças, ainda de acordo com a Defesa Civil.

Os corpos estão sendo levados para a 109ª DP (Sapucaia) e de lá serão transportados para o Instituto Médico Legal de Três Rios.

Ainda segundo a Defesa Civil, um novo deslizamento de terra ocorreu no meio da tarde desta segunda-feira a cerca de 200 metros de onde ocorreu a primeira queda de barreiras. Mas não houve vítimas e nenhuma casa foi atingida.

A Defesa Civil estadual avalia a possibilidade de haver pelo menos 20 pessoas desaparecidas após o deslizamento. Já segundo o coordenador de Defesa Civil de Sapucaia, Marco Antônio Teixeira Francisco, ao menos 12 pessoas seguem desaparecidas, além dos mortos já encontrados.

Posto médico montado em igreja

A Secretaria estadual de Saúde montou um miniposto de atendimento médico na igreja de Jamapará, perto do local onde ocorreu o mais grave deslizamento de Sapucaia. Além do posto, um Ciep da localidade também está dando suporte aos moradores da região, recebendo os desabrigados.

A lista de cadastrados no Programa Saúde da Família vai complementar as informações de moradores para que seja criada uma lista unificada de desaparecidos.

Deslizamento em Sumidouro

Um deslizamento de terra atingiu duas casas em Sumidouro, na Região Serrana do Rio de Janeirox, nesta segunda-feira (9). De acordo com o coronel Aluísio Alves Silva, da Defesa Civil do município, 15 pessoas estavam no local, mas ninguém ficou ferido. Chove forte na região.

Ainda de acordo com o coronel, o deslizamento ocorreu às 3h desta segunda-feira no bairro chamado Venda da Ponte. Os moradores das duas casas estavam dormindo, mas conseguiram escapar. As residências ficaram parcialmente destruídas.

No Rio de Janeiro, as chuvas deste começo de ano levaram sete municípios das regiões Norte e Noroeste a decretar situação de emergência após as enchentes. Balanço divulgado no domingo (8) pela Secretaria de Estado da Defesa Civil incluía as cidades de Laje do Muriaé, Santo Antônio de Pádua, Itaperuna, Italva, Cardoso Moreira, Miracema e Aperibé.

Nesta manhã, o secretário estadual do Ambiente do Rio de Janeiro, Carlos Minc, disse que cidades do Noroeste Fluminense cortadas pelo Rio Muriaé receberão três desvios de excesso de água e uma barragem. Na quinta (5), um trecho da BR-356, que servia como dique para as águas do Rio Muriaé, desmoronou, provocando a inundação da localidade de Três Vendas, em Campos.

No fim da tarde de domingo (8), um dique se rompeu na localidade de Outeiro, no município de Cardoso Moreira, no Norte Fluminense. Cerca de 900 pessoas que vivem lá deverão ficar desalojadas pela invasão das águas do Córrego da Onça.

Deslizamento

Em Sapucaia, que não estava na lista de cidades em emergência e não tinha registrado ocorrências por causa das chuvas, sete casas foram atingidas pelo deslizamento. O acidente ocorreu na madrugada desta segunda no km 108 da BR-393. A área afetada fica no distrito de Jamapará.

Uma família que tentou fugir do desabamento de terra no distrito de Jamapará se abrigando dentro de um Fusca acabou soterrada e está entre os desaparecidos em Sapucaia, segundo o secretário de comunicação do município, Sérgio Campante. "Eles fugiram de casa, que foi parcialmente atingida e se abrigaram dentro de um Fusca, mas o veículo foi atingido e a família foi soterrada", afirmou Campante.

No começo da tarde, cerca de 30 bombeiros atuavam no distrito de Jamampará. Segundo o secretário de comunicação de Sapucaia, os bombeiros ainda não conseguiram identificar os corpos encontrados.

Atendimento

Ainda de acordo com Campante, a prefeitura trabalha com a hipótese de que até 20 pessoas tenham sido soterradas em Sapucaia. "A nossa expectativa é achar alguém com vida", afirmou o secretário, acrescentando que entre 8 e 10 casas foram totalmente soterradas no município.

O atendimento às vítimas será feito em uma espécie de enfermaria de campanha na subprefeitura de Jamapará, enquanto a via não é desobstruída. Além disso, os desabrigados e desalojados estão sendo realocados para o Ciep e algumas escolas municipais da região. Outros estão indo para casas de parentes.

Interdições

Por volta das 13h30, a concessionária Acciona informou que a rodovia BR-393 (antiga Rio-Bahia) estava parcialmente interditada a partir do km 122, na pista sentido Norte (MG). A pista sentido Rio estava liberada ao tráfego.

A estrada também estava interditada no km 108, na altura de Jamapará, onde o deslizamento soterrou algumas casas. No km 151, nas imediações de Moura Brasil, no sentido Sapucaia, está em sistema "pare e siga".

O secretário estadual de Defesa Civil, Sérgio Simões, estava em Cardoso Moreira, de onde seguiu de helicóptero para Sapucaia. Bombeiros de quatro cidades foram deslocadas para a região onde houve o deslizamento: Carmo, Teresópolis, Três Rio e Itaipava. Uma equipe especializada em busca e salvamento do Rio viaja para o local do acidente em helicóptero cedido pela Polícia Civil.

Alerta máximo

De acordo com o Instituto Estadual do Ambiente (Inea), as cidades que estão em alerta máximo são: Laje do Muriaé, Itaperuna, Cardoso Moreira, Italva, Porciúncula, Natividade, Santo Antônio de Pádua, Bom Jesus do Itabapoana, Campos dos Goytacazes.

Ainda segundo a assessoria do Inea, o estado de alerta máximo não significa necessariamente que esteja chovendo nessas cidades, e sim que há de 80% de chances de transbordamento de rios que passem por essas cidades.

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