terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Guiné-Bissau: Desenvolvimento depende de transição pacífica, alerta FMI



FP – Lusa, com foto

O FMI alertou hoje em Bissau que a estabilidade económica e o desenvolvimento da Guiné-Bissau dependem de uma estabilidade política e de uma "transição pacífica nos próximos meses" em ano de duas eleições.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) concluiu hoje uma missão à Guiné-Bissau que começou no passado dia 18 e que serviu essencialmente para "manifestar apoio" ao país num momento "bastante particular", disse o chefe da missão, Paulo Drummond.

A missão, disse, teve acesso a dados económicos preliminares e concluiu que "o desempenho económico continua a ser favorável", embora uma avaliação formal só deva ser feita no segundo semestre do ano.

"O FMI, que tem acompanhado o processo com apoio ao programa económico do Governo, vai continuar a apoiar o país e continua a estar ao lado do país", disse Paulo Drummond no final da missão, acrescentando que é "significativo" o progresso da Guiné-Bissau em termos de estabilidade económica e que o mesmo "deve ser continuado".

"Há de haver continuidade do processo, não se trata de alterar o curso, trata-se de manter o curso, e se o progresso que aconteceu nos últimos dois ou três anos continuar a Guiné-Bissau estará numa posição favorável em 2012", segundo o responsável, que lembrou que este ano pela primeira vez o país terá condições para custear os gastos correntes com receitas próprias.

"A Guiné-Bissau está hoje numa posição que pode começar a levar por diante uma agenda de desenvolvimento e em 2012 todas as reformas económicas em curso deverão continuar a ser levadas a cabo, independente da agenda política", alertou Paulo Drummond, que disse ter recebido do primeiro-ministro garantias nesse sentido.

A Guiné-Bissau está a concluir um período de três anos com a mesma equipa económica e com o mesmo Governo, "um período de estabilidade económica e política, apesar de contratempos, que é difícil de pensar nos últimos 10 anos num período parecido", disse o chefe da missão, numa conferência de imprensa no Ministério das Finanças.

"Não há ingenuidade de ninguém de pensar que o desenvolvimento, com todas as fragilidades do país, não tem percalços e dificuldades, tanto na área económica como noutras áreas. O que o Governo e o país têm mostrado é a capacidade de sobreviver e continuar o rumo", disse, quando questionado se a revolta militar ocorrida a 26 de dezembro último não tinha feito regredir o desenvolvimento do país.

"Não tem havido desvio de rota e o que o Governo tem conseguido na área económica é, em termos simples, colocar a casa em ordem. Evidentemente que para que haja estabilidade económica a estabilidade política e a segurança interna é importante", afirmou Paulo Drummond.

O responsável concluiu que "se houver estabilidade política como tem havido, apesar dos percalços, a expetativa é de que num futuro não muito longo a Guiné-Bissau comece a ter capacidade para financiar com recursos próprios o seu desenvolvimento.

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