MSE - Lusa
Díli, 31 jan (Lusa) - O último relatório do secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, sobre Timor-Leste refere que é esperado que o país permaneça estável em 2012, mas salienta que as eleições deste ano podem vir a provocar tensão entre indivíduos e grupos.
O último relatório do secretário-geral da ONU sobre o país, divulgado na página oficial na Internet das Nações Unidas, diz respeito ao período entre setembro e janeiro e deverá ser apresentado ao Conselho de Segurança a 22 de fevereiro, segundo fonte da Missão Integrada das Nações Unidas em Timor-Leste (UNMIT).
No documento, Ban Ki-Moon salienta que foram feitos progressos nos preparativos das eleições presidenciais e parlamentares de 2012 e é "encorajador que todos os líderes políticos tenham continuar a expressar o seu compromisso com a paz e a estabilidade durante o processo eleitoral".
"Portanto, espera-se que a estabilidade geral que prevaleceu em 2011 continue em 2012, ano que marca o 10.º aniversário da restauração da independência de Timor-Leste", refere no documento.
Para Ban Ki-Moon, as "próximas eleições podem, contudo, reavivar tensões localizadas entre indivíduos e grupos, incluindo os de artes marciais, e pôr à prova a capacidade da Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL) para dar resposta aos problemas de segurança".
No relatório, Ban Ki-Moon felicita a PNTL por ter "feito da planificação operativa das eleições uma prioridade chave", sublinhando que a UNMIT vai continuar a prestar apoio à polícia timorense durante o período eleitoral.
Ban Ki-Moon pede também às autoridades para assegurarem que a PNTL tenha a capacidade logística "desejada" antes da partida da UNMIT.
No documento, o secretário-geral diz acreditar que uma maior aplicação das recomendações da Comissão de Acolhimento, Verdade e Reconciliação e da Comissão de Verdade e Amizade têm "efeitos positivos para a paz e estabilidade a longo prazo em Timor-Leste".
"Nesse sentido, espero que o Parlamento retome em breve a discussão dos dois projetos de lei, nomeadamente, sobre compensações e a instituição que sucederá as comissões", refere no relatório.
Em relação ao crescimento económico, o relatório sublinha que são precisos mais esforços para promover o crescimento "inclusivo, equitativo e sustentável" e defende um maior investimento na agricultura, saúde, nutrição, educação e criação de emprego, principalmente para jovens e mulheres.
No relatório, Ban Ki-Moon recomenda a extensão do mandato da UNMIT até dezembro de 2012 para apoio ao processo eleitoral e à capacitação da PNTL.
"Se as condições de segurança o permitirem, a componente policial da UNMIT vai começar a sair gradualmente, a seguir às eleições, a começar pelos distritos", refere no documento.
Ban Ki-Moon salienta também que 60 dias após a formação do novo governo vai apresentar ao Conselho de Segurança da ONU um relatório sobre o caminho a seguir para a saída da UNMIT e os planos para o estabelecimento de uma missão da ONU em Timor-Leste.
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