3 DE FEVEREIRO EM HOMENAGEM ÀS VÍTIMAS E À LUTA CONTRA O COLONIALISMO PORTUGUÊS
O maior massacre dos são-tomenses pelo regime colonial aconteceu há 59 anos
Abel Veiga - Téla Nón (st)
Hoje é feriado nacional porque o país recorda os acontecimentos de 3 de Fevereiro de 1953. Altura em que centenas de são-tomenses, principalmente os habitantes do coração do distrito de Mé-Zochi, centro de São Tomé, foram torturados até a morte porque recusavam servir o regime colonial.
Centenas de cidadãos são-tomenses terão sido submetidas ao trabalho forçado. Muitos não resistiram a tortura e morreram na praia de Fernão Dias onde em 1953, estava a ser construído um pontão. Outros perderam a vida no trabalho forçado nas obras públicas, como a construção da antiga Pousada Boa Vista e outras infra-estruturas.
Para quem conhece a capital são-tomense, grande parte das infra-estruturas foi erguida durante o massacre de 1953. Foi o acontecimento que reforçou a determinação dos são-tomenses para a conquista da independência e despertou a comunidade internacional para a opressão a que o povo estava submetido.
No lugar onde há 59 anos, centenas de pessoas perderam a vida durante o massacre, esta sexta – feira 3 de Fevereiro, foi lançada a segunda fase da campanha que pretende promover a cidadania e unir a nação são-tomense, para conquistar o desenvolvimento. O Presidente da República Manuel Pinto da Costa é o Padrinho da campanha “Todos Lado a Lado”, financiado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento.
Os sobreviventes do massacre de 1953, que todos os anos visitam a Praia de Fernão Dias, onde verteram, suor, lágrimas e sangue, vivem na miséria entregues a sua sorte. O Primeiro-ministro Patrice Trovoada renovou a promessa do ano passado, no sentido de dignificar os que resistiram em 1953, assim como os que contribuíram na luta que se seguiu com vista a independência nacional.
A zona que foi palco de um dos episódios mais sangrentos do massacre, foi concedida desde 2008 a uma empresa francesa para construir Porto em Águas Profundas. O memorial que ali estava, foi derrubado mas as obras do porto nunca mais começaram. O anterior Governo tinha prometido como alternativa, construir um memorial no quintal da Roça Fernão Dias. Mas nem a primeira pedra foi lançada.
Na celebração do quinquagésimo nono aniversário sobre o massacre, o governo de Patrice Trovoada, aproveitou para exibir a planta de um novo memorial que será construído ainda este ano, em Fernão Dias.
Uma forma de perpetuar o heroísmo dos são-tomenses, que irrigaram com o seu sangue a areia, o mar e o solo de Fernão Dias, numa resistência tenaz contra o regime colonial que face a escassez de mão-de-obra para trabalhar nas plantações de cacau, pretendia contratar os fôrros como serviçais.
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*Título e primeiro subtítulo autoria PG
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