quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

“Com a língua materna haverá uma maior interação entre alunos e professores”



Sapo TL

De acordo com comunicado do Governo, no passado dia 8 de Fevereiro, o Primeiro-Ministro, acompanhado do Ministro e Vice-Ministro da Educação, participou numa sessão extraordinária do Parlamento Nacional, convocada pela Bancada da Fretilin, para esclarecer os Distintos Deputados sobre a política do Governo relativamente às Línguas Maternas.

O estudo efetuado por uma equipa de especialistas timorenses, através da ONG BELUN, concluiu que as crianças, especialmente nas áreas rurais, não dominam qualquer uma das línguas oficiais, dificultando o seu processo de aprendizagem.

O uso da língua materna vem, desta forma, facilitar a interacção entre os professores e alunos durante os processos de ensino e aprendizagem, sobretudo na rápida assimilação da literacia e absorção da numeracia, evitando o recurso às traduções para explicar os conteúdos programáticos e assim rentabilizar o tempo das aulas para a efectiva assimilação dos currículos escolares, diz o comunicado.

“Quando aplicamos a língua materna estamos a dar condições para as crianças aprenderem melhor e a facilitar a interacção entre alunos e professores, alunos e alunos e alunos e a comunidade”, referiu o Primeiro-Ministro.

“As crianças que não falam outra língua senão a língua materna, têm demasiada informação para absorver e têm demonstrado dificuldades de aprendizagem. Em nove anos de escolaridade obrigatória, os alunos durante os primeiros quatro anos ainda não conseguem escrever! Este é um problema grave no nosso sistema de ensino e temos que o resolver”, acrescenta Xanana Gusmão.

A implementação deste Projecto-Piloto em 12 Escolas de Timor-Leste, nos distritos de Oecusse, Lautem e Manatuto, é uma proposta que está a ser alvo de consulta alargada e que prevê uma avaliação cuidada a fim de aferir se promove a capacidade das crianças a assimilarem os conteúdos curriculares e à posterior aprendizagem nas línguas oficiais.

O Ministério da Educação, juntamente com outras entidades parceiras, irá coordenar e avaliar os resultados deste programa e dar apoio técnico à sua implementação, que está a cargo da Comissão Nacional da UNESCO em Timor-Leste.

SAPO TL com Governo Timor-Leste


5 comentários:

Anónimo disse...

tu nao es TIMORENSE PURO procura a sua raiz propria banana gusmao

Anónimo disse...

Timorense puro?

Anónimo disse...

Acredito que o modelo de literacia em um território multicultural deva ser multifacetado. O Projeto- Piloto, que hora se inicia, pode ser um marco para alfabetização do timorense.

Anónimo disse...

Quase 60 anos de pesquisa indicam que as crianças aprendem melhor nas suas línguas maternas e que, tendencialmente, aprendem melhor outras línguas, valorizando a sua cultura e perdendo sentimentos de discriminação derivados de uma hierarquização sócio-linguística normalmente associada a processos de colonização - mas não só.
CENTENAS DE ANOS de experiência e de produção científica revelam que a diversidade etno-linguística, a par de outros factores tão ou mais importantes, FRACTURAM as sociedades e que a inexistência de línguas nacionais que permitam a criação de laços extra-comunitários à escala nacional, sobretudo através do sistema de educação, é meio caminho andado para A DESGRAÇA. Exemplos pelo mundo inteiro abundam e, depois do projecto-piloto REPETE-13, serão precisas dezenas de anos até se perceber, in loco, que o uso das línguas indígenas em ambiente escolar não é uma panaceia universal para problemas estruturais que continuarão a existir e a resultar em níveis de analfabetismo inaceitáveis - a América Latina está cheia de exemplos disso.
Ao Senhor/Senhora Anónimo/a das 14h16 de 16 de Fevereiro: It's better you give your texts to somebody who speaks portuguese as mother language because like the lousy leaflet on Mother-Tongue Multilingual Education Programme in its Portuguese version, revision is highly recommended when making a copy of UNESCO advocacy toolkit on mother tongue projects.
O projecto que ora(e não hora) se inicia será um marco do desaparecimento do português em Timor, como Vª Exª pretende, a coberto dos interesses das crianças timorenses. Admito, é engenhosa a estratégia, está bem contruída, a demagogia é fabulosa (a raiz do povo timorense, o orgulho, os direitos, etc...). Mas alguém com dois dedos de testa e que leia as coisas, ao ver os protagonistas desta belíssima campanha de marketing, se apercebe que é neo-colonialismo anglo-saxónico, e bem feito, admito. E acredito que vá dar certo, porque os portugueses estão de calças na mão - não necessariamente os brasileiros. Agora, também acredito que, a médio prazo, será mais um factor a juntar aos demais que farão com que Timor mergulhe ciclicamente em crises. Mesmo que tenhamos mais crianças a escrever e a ler, será que elas poderão ir à escola numa situação de crise? Isso já não interessa?

Matheus disse...

Não posso e não devo dar palpites no que é decidido pelo povo de um país. Torço muito pelo desenvolvimento economico e social do Timor-Leste.

Mas se me permitem, acho que isso não ajuda no desenvolimento do país em um âmbito global. Pelo seguinte motivo:

1- O Timor-Leste é um país pequeno e está rodeado de 'potências'.

2- Seria muito mais vantajoso o país adotar uma língua de nível mundial. O melhor seria o Inglês pelo fator Austrália.

Sem contar que o Inglês abre portas em qualquer lugar do mundo.

3- Poderia ser o Chinês, já que esse passou a ser um grande agente econômico e político a nível mundial.

4- Já que o Português é uma língua materna, esse também poderia ser útil. Vou dizer isso pelo meu país.

Muitos brasileiros não tem o conhecimento do Timor-Leste, o que esse país passou e as raízes que compartilhamos. Como brasileiro posso adiantar, qualquer nacionalidade é bem vinda em meu país, melhor ainda quando são irmãos (Portugal-Angola-TimorLeste...) Temos um carinho especial.

O Brasil bem como a China estão passando por bons momentos econômicos e a população do Timor falando português iria abrir muitas portas aqui para o vosso povo. Atenciosamente, Matheus

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